Wild Heart







PARTE III – Meu amor [Ver letra e tradução]


Acordei com uma leve batida na porta do quarto. Retirei com cuidado os braços de Cassie de minha cintura e substitui meu peito por uma almofada. Sai da cama e fui abrir a porta.

-Desculpe acordá-lo, Jacob, mas já anoiteceu e com certeza vocês devem de estar esfomeados. Desçam para jantar e depois tornam a vir descansar. – Tessa sugeriu amável.

-Claro, vou acordar Cassie. – Falei esfregando meu rosto ensonado.

Tessa sorriu de leve e foi embora. Tornei a fechar a porta e me sentei na ponta da cama, do lado de minha mulher.

-Ei, amor. Acorde. – A chamei acariciando seus belos cabelos. – Acorde dorminhoca. – Abanei um pouco seu ombro e ela gemeu em protesto. – Cassie, acorde amor. – Sorri anasalado, fazendo cosquinhas nela.

Ela se remexeu sorrindo mas mantendo os olhos fechados.

-Acorde, bela adormecida.

-Só um beijo poderá me acordar. – Ela argumentou me fazendo gargalhar alto.

-Seus desejos são ordens.

-Me inclinei sobre ela, beijando seus lábios com carinho, mas ela não se deu por satisfeita.

Devorou meus lábios, enlaçando seus braços em torno de meu pescoço, me puxando mais para si. Me coloquei sobre ela, ladeando seu corpo com as palmas das mãos apoiadas no colchão, suportando o peso de meu corpo.

-Temos de descer para jantar. Você não tem fome? – Perguntei entre beijos.

-Tenho. Tenho muita fome sim. Fome de você. – Falou me sorrindo maliciosamente e passeando suas mãos assanhadas por de baixo de meu pólo, me ensandecendo.

-Eu também. Mas vamos comer algo de verdade primeiro, antes que eu desfaleça. – Falei dramaticamente a fazendo gargalhar.

-‘Tá negando fogo, é, senhor Black? – Perguntou beliscando minhas nádegas.

-Não. Isso são apenas os delírios da fome falando por mim. – Argumentei e para confirmar meu estômago roncou alto.

-Então vamos logo descer. Não quero ser acusada de esposa negligente. – Brincou, saltando para fora da cama, depois de me empurrar para o lado.

-Nunca te acusaria de tal coisa! Ninfo sim, mas negli nunca! – Brinquei.

-Você está tão morto, Black! – Ela abanou a cabeça pendida para o lado, falando com as mãos na cintura e os olhos estreitos.

Esses eram gestos tipicamente seus e eu os amava enlouquecidamente. Cada um deles.

-O que foi? – Perguntou divertida se apercebendo que eu a olhava como um retardado.

-Você é linda. – Confessei me erguendo e caminhando até ela. – Eu te amo tanto, Cassidy, que às vezes tenho medo que seja apenas um sonho. – A abracei pela cintura, sem desgrudar meus olhos dos seus.

-Não é um sonho, Jake. Seu estômago o diz. – Ela brincou apontando para minha barriga que fazia barulhos estranhos.

Saímos do quarto rindo abraçados e apaixonados.

-Até que enfim desceram. A comida ia acabar esfriando. – Tessa resmungou.

-O que é o jantar? – Minha esposa questionou se sentando à mesa. Eu me sentei ao seu lado.

-Guisado de pato. O seu preferido. – Indicou servindo o prato de Cassie e em seguida o meu.

-Já falei que te amo? – Perguntou beijando o rosto da mulher.

-Eu o sei. Não precisa dizer. Bom apetite.

-Obrigado. – Respondemos ao mesmo tempo, atacando esfomeados o guisado.

Em 5 minutos eu já havia devorado o meu prato e iniciava a segunda rodada.

-E ? – Cassie perguntou, rompendo o silêncio.

-Ela costuma comer lá em cima, mas como vocês estão cá eu a fui chamar.

E o que ela disse?

-Não respondeu sequer. – A governanta deu de ombros.

-Não respondeu? – Cassie pousou os talheres, olhando para a mulher, preocupada.

A senhora retribuiu o olhar, como se apercebendo de algo.

-Eu vou lá ver. – Avisou.

-Não, deixa que eu vou. – Minha esposa pediu saindo da mesa e correndo para o sótão.

Tessa adotou uma pose mais rija e uma expressão ainda mais carregada. Nesse momento gostava de ter um dos poderes dos Cullen. Como o do Jasper para acalmá-las, ou o do cabeçudo para perceber o que estava passando na mente delas. Mas eu era um mero lobo, que agora não servia nem para proteger uma mosca.
Alguns minutos se passaram até que Cassie surgiu assarapantada e desesperada.

-Ela sumiu! – Falou ofegante.

Tessa arregalou os olhos e olhou fixamente para o relógio, que marcava 9 p.m., pouco a passar disso.

-O que foi? – Cassie questionou alarmada.

-Está perto da hora da medicação. – Murmurou, baixando os olhos.

-Oh meu Deus! – Minha mulher levou as mãos à cabeça, desesperada. – O que foi que eu fiz? Oh céus! – Começou passarinhando de um lado para o outro.

Eu me ergui da mesa, tentando acalmá-la, mas ela me repelia de seus braços.

-Nós precisamos achar . Urgentemente! – Ela me olhou nos olhos, implorando secretamente que eu salvasse sua irmã.

Assenti em silêncio e saí de casa, dando um leve beijo de ‘até breve’ em seus lábios.
Escutei ela dizer a Tessa “Ele vai achá-la e trazê-la para casa. Não se preocupe.”, enquanto  eu me afastava a passos apressados da casa.


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