Wild Heart







Parte V – Custe o que custar [Ver Letra e Tradução]

Quando voltei para o quarto, Cassie estava deitada na cama soluçando. Respeitei o seu momento, como sempre, sem lhe fazer quaisquer perguntas, e me deitei do lado dela, a abraçando de conchinha e afagando seus cabelos. Cassie apertou meus braços em torno de si e adormeceu direto. Como se meu corpo fosse algum tipo de calmante para si que fizesse relaxar.
Tentei fazer igual e dormir, mas as questões nunca respondidas teimavam e povoar minha mente, me impedindo de descansar.

POV Cassidy

Um sorriso estranho cai do seu rosto
O que me mata é que eu te machuquei assim
A pior parte é que eu nem sabia
E agora existem um milhão de razões pra você partir
Mas se você conseguir achar um motivo para ficar

Eu farei o que for preciso
Para mudar tudo isso
Eu sei o que está em jogo
Eu sei que te magoei
E se me der uma chance
Acredite que posso mudar
Eu vou nos manter juntos, custe o que custar

Ele disse: ‘se nós vamos fazer isso funcionar
Você tem que me deixar entrar mesmo que isso machuque
Não esconda as partes quebradas que eu preciso ver'
Ele disse: 'goste ou não é assim que tem que ser
Você tem que se amar para poder um dia poder me amar

Eu farei o que for preciso
Para mudar tudo isso
Eu sei o que está em jogo
Eu sei que te magoei
E se você me der uma chance
E me der um tempo
Eu vou nos manter juntos, eu sei que você merece algo muito melhor

Lembre-se da vez que eu te disse a maneira que eu me sinto
Que eu estaria perdida sem você, sem nunca poder me encontrar
Vamos nos agarrar um no outro, além de tudo mais
Recomeçar, recomeçar

Eu farei qualquer coisa
Para mudar tudo isso
Eu sei o que está em jogo
Eu sei que te decepcionei
E se você me der uma chance
Acredite que posso mudar
Eu vou nos manter juntos custe o que custar

Eu estava estragando tudo entre mim e Jake. A verdade é que eu não me orgulhava do meu passado. O que ele diria quando soubesse que eu não sou tão perfeita assim e que eu já fiz coisas muito más que destruíram a minha família? Que colocaram minha irmã desse jeito? Será que ele me amaria com tanta intensidade quanto está me amando? Será que ele alguma vez me voltaria a encarar com admiração? Mesmo eu sendo o imprinting dele?

Ele foi a luz que me trouxe de volta ao mundo. Ele me salvou daquele acidente de carro, que eu mesma provoquei. Ele que me salvou de me afogar, quando eu mesma me atirei do penhasco…ele pensava sempre que eram acidentes…quão ingénuo ele podia ser!
Para quê continuar com uma vida que cedo ou tarde iria acabar? Para quê salvar uma vida que destruiu outras tantas?
E a que única sobreviveu para agravar a minha dor e culpa foi …e agora ela estava assim, sendo um reflexo de mim.

E por mais que Jake me dissesse para confiar nele, eu não poderia, porque eu precisava dele perto de mim, sempre e para sempre.

End POV Cassidy


Acordei bem cedo. A verdade é que eu mal conseguira dormir. Os pesadelos de Cassie me deixaram sempre alerta, querendo cuidar dela e protegê-la.
Aproveitei que ela agora estava mais calma, dormindo tranquilamente, por fim, e saí de casa para procurar a égua de .
Me embrenhei pela floresta e tirei minhas roupas, adotando mais uma vez a forma do lobo de pêlo castanho avermelhado, de quase dois metros de altura.
Corri por entre as árvores, como se trilhasse o mesmo caminho da noite anterior, mas hoje minha busca era outra. Menos aflitiva, menos preocupante…
O dia estava quente, bom para correr ao ar livre, sentindo o vento amansar os meus longos pêlos e me refrescar.

Corri por todo o perímetro da floresta, me certificando que nenhum humano me veria, mas parecia que aquelas terras eram abandonadas.
A poucos metros senti o cheiro da égua e desacelerei a corrida para não a assustar com o meu repentino aparecimento. Ela estava deitada sobre suas patas, perto de um rio, tomando alguns banhos de sol e repousando seu focinho perto do caudal, bebericando de vez em quando da água fresca.
Assim que ela me viu se ergueu e bafejou, abanando suas orelhas. Eu me mantive sobre minha forma e me deitei a alguns metros dela, exatamente como ela estava há pouco, e estirei a língua sobre o caudal, bebericando da água. A égua deu duas patadas fracas no solo e logo retomou à sua posição inicial, me olhando fixamente. Lhe dei um meio sorriso e nos deixamos ficar assim por algum tempo.

Sentia como se lhe conseguisse ler a mente. Como se tivéssemos uma conexão sobrenatural…tal como eu me sentira em relação a …mas o que poderia ser? Cassidy era o meu imprinting. Disso eu não tinha quaisquer dúvidas, mas o que significava essa repentina…afeição? Preocupação? Necessidade de proteção? ...assim que olhara em seus belos olhos? Haveria alguma explicação para isso?
E porque eu sentia também essa conexão com a égua? Como se ela fosse uma extensão da humana? Talvez porque elas realmente tivessem uma conexão muito forte…seria isso possível?

Quem era eu para fazer uma pergunta dessas? Eu, o Homem-Lobo.
Me ergui langorosamente, me espreguiçando e fiz um barulho, estalando a língua, para a incitar a se erguer também e retomar a casa. Abanei o focinho em direção à floresta e me coloquei em posição de corrida, lhe indicando o que eu pretendia.
A égua assentiu de imediato, se erguendo e começando a corrida sem mim.

Danada. Pensei para comigo e ela relinchou, como se tivesse escutado meus pensamentos e como se pudesse realmente respondê-los, com uma “risada”.
Cravei minhas patas no chão e dei partida em uma corrida desenfreada atrás da égua, logo a alcançando e a ultrapassando. Ela também acelerou suas passadas e, com facilidade, se colocou lado a lado do meu enorme lobo. Eu era apenas um pouco mais “alto” que ela, mas devido à minha estrutura óssea me tornava mais pesado, logo menos rápido. A égua era mais ágil, com umas patas perfeitamente desenhadas para correr o mais rápido possível. Em segundos ela me ultrapassou e eu travei a corrida. Havíamos chegado à propriedade Grissom e de onde eu estava já se avistava a casa de Cassie. Me escondi atrás de uns arbustos e reverti a minha transformação, voltando à minha forma humana e recolocando minhas roupas.

Assim que saí da floresta percebi a égua parada, com o focinho voltado para trás, me olhando e me esperando e quando a alcancei ela se curvou, como se me pedisse para montá-la. Passei a mão por sua crina a fazendo fechar os olhos languidamente, aprovando o carinho, e então a montei, partilhando com ela da emoção de sermos livres quando quiséssemos, não desmerecendo de quem nos “prendia”. Nesse caso as irmãs Grissom: Cassidy e .


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