Olá estranho

A minha avó sempre disse: “Não fales com estranhos” e eu sempre segui à risca os seus conselhos. Ou nem sempre. Afinal, quando um estranho vinha falar comigo eu tinha a típica mania de dizer: “Não falo com estranhos” quando já o estava a fazer.
Sinto-me tal qual a Capuchinho Vermelho a falar com o Lobo Mau. Não interpretes mal, mas é tão banal fazer pré-conceitos que não me contenho a fazê-lo regularmente. É socialmente compreensível, visto ser aceito pela maioria e executado pelo todo.
Estou aqui com balelas e não disse nada com nada.
O propósito desta carta é nenhum. Apenas quebrar as regras, como sempre o fiz – de uma forma contida, claro – e dizer um olá a um estranho.
Talvez, para ser educada, deva fazer uma pergunta…banal? Qual o último livro que leste?
Não aguardo resposta, visto que a carta não tem remetente e muito menos endereço, mas responde na mesma. Pode ser que outro estranho a leia!

Sem cumprimentos, não te conheço de lado nenhum…