Memories








• A DESPEDIDA

Tempo presente

Damon permanecia deitado em sua cama, seus olhos sem foco aparente. Seu coração sangrava de todas as formas possíveis.
Escutar a confissão cruel de Katherine de que nunca o amou de verdade e que sempre foi Stefan o dono de seu coração, seguida da rejeição de Elena, alegando que sempre amou e sempre amaria o seu irmão, o destruíram por completo. Estava cansado de sofrer por amor.
Bebendo algum líquido alaranjado, sozinho em seu quarto, Damon se afunda em sua dor e mergulha em memórias de um passado que ele julgava ter esquecido, muito antes de conhecer Katherine. E ele recorda um antigo amor de adolescência que lhe traz saudades e nostalgia dos tempos em que o mundo para ele ainda era perfeito.

Memórias

-Espere , espere! – Damon gritava correndo atrás da garota.

-Venha, Damon. Venha me apanhar! – Ela provocava correndo alguns metros mais à frente, pelos jardins da propriedade dos Salvatore.

Damon acelerou a corrida, alcançando a jovem rapidamente. Esta só teve tempo de travar a corrida, se desviando de Damon e se escondendo atrás de uma árvore centenária com um tronco exageradamente grosso.

-Não adianta mais fugir, , eu te apanhei! – Damon acicatou sorrindo abertamente, parando de correr também e se encostando do lado contrário da árvore em que a garota estava escondida.

-Eu desisto. Bandeira branca, Damon. Bandeira branca! – Ela pedia ofegante.

O jovem nada respondeu contornando silenciosamente a árvore e ficando lado a lado da jovem que há poucos minutos caçava. Os dois se entreolharam e com olhares divertidos e se deixaram escorregar até o chão, sentando na relva verdejante e cheirosa dos jardins.

-Quando você vai embora dessa vez? – Ele questionou, fixando seus orbes azuis nos profundos olhos da jovem.

-Semana que vem. – O sorriso morreu em seu rosto delicado ao dar sua resposta.

-Ei, o que foi? – Ele questionou franzindo o cenho e fitando o olhar cabisbaixo dela.

-Eu acho que…eu acho que dessa vez…dessa vez eu não voltarei, Damon. – Sua voz foi perdendo a força se tornando em apenas um sussurro no final.

-Como assim…não vai voltar? – Ele questionou arregalando os olhos.

-Não voltando. – Ela deu de ombros contendo as lágrimas que ameaçavam vir.

-Porquê? – Ele perguntou puxando o rosto dela pelo queixo, com a ponta dos dedos, para que ela o olhasse

-Meu padrasto…ele conseguiu um emprego fixo em outro Estado. – não conseguiu conter as lágrimas que seu coração sangrado derramava por seus olhos.

-Não. Não chore. Por favor. Ver você desse jeito me destrói. – Damon puxou a moça para o abrigo de seus braços, acariciando seus fios , sentindo seus olhos arderem.

-Eu não quero me afastar de você para sempre. – Ela soluçou tremendo nos braços fortes do rapaz.

Damon comprimiu os olhos contendo as lágrimas iminentes. “Eu também não quero perder você, meu amor.” Ele pensou em silêncio sentindo uma dor no peito, como se estivessem arrancando seu coração aos bocados.
Aos poucos afastou seu corpo do dela, quebrando o abraço e tornando a mirar nos belos olhos dela, o mais profundamente possível. Ambas as mãos seguraram o rosto dela, levando os dedões a enxugar as lágrimas que escorriam.
comprimiu os olhos sentindo uma nova jorrada de lágrimas inundar seu rosto. Damon as apanhou de novo, mas uma lágrima marota conseguiu escapar, se alojando no canto dos lábios dela. Damon a alcançou, fitando fixamente os lábios rosa avermelhados dela e os acariciando em seguida.
abriu os olhos automaticamente percebendo o olhar de Damon perdido em seus lábios.

Lentamente seus rostos foram se aproximando, ricocheteando suas respirações nos lábios de cada um, se inebriando mutuamente com o cheiro inebriante e apetecível um do outro.
tornou a fechar seus olhos, instintivamente, deixando suas mãos cairem sobre o peito de Damon, sentindo assim seu coração pular em seu peito, tão forte quanto o dela.
Um sentimento excitante, como um tipo de frenesi, assolou seu peito quando os lábios de Damon pousaram sobre os seus, tão delicadamente que julgou ser apenas um sonho.
Mas esse sonho se tornou deliciosamente real quando a língua quente dele alisou seus lábios, pedindo uma passagem há muito concedida e se apossou de sua boca acariciando e pelejando uma luta de amor com a língua inexperiente da garota. Quando precisaram de ar, as línguas sossegaram e os lábios repousaram um no outro num singelo selinho. Palavras queriam ser ditas, mas ambos tinham medo de estragar o momento, ou simplesmente acordar dele, com um mero sonho.



N/A: E aí?Gostaram do primeiro capítulo? Acham que devo continuar? COMENTEM PLEASE!
Besos!

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• O BAILE
Tempo Presente

Mais uma vez Damon se apanhou sozinho em casa tentando fazer uma escolha razoável. Beber ou não beber.
Se bebesse ficaria descontrolado e enraivecido com tudo e com nada. Se não bebesse ficaria ranzinza e nostálgico, sofrendo de amor…ou da falta dele.
Resolveu que tomar apenas um copo não faria mal algum. Pelo contrário. Aliviaria toa a tensão que vinha acumulando.
Se perguntava de onde estava aquela habilidade de desligar dentro de si todo e qualquer tipo de sentimentos. Estava frustrado.
Tentava apagar de sua memória qualquer lembrança do passado, onde incluísse Katherine, então se lembrou da recordação da noite passada. .
Com um esforço aparente, Damon tentou buscar em sua memória a imagem do rosto dela e logo a lembrança de quando a conheceu, tomou sua mente como um filme antigo.

Memórias

-Como está meu laço? – Damon perguntou para o irmão mais novo.

-Perfeito. Não vai haver donzela que resista aos seus encantos. – Stefan comentou galã, estapeando cordialmente as bochechas do irmão mais velho.

-Eu não sou como você, Stefan. Não tenho essa fama de Don Juan. – Damon falou sério mas não desiludido consigo.

-Não tem porque não quer, meu caro. Tem todos os atributos necessários para o ser. – Elucidou diplomaticamente. – Poderia ter quem quisesse a seus pés. – Acrescentou convincente.

-E virar seu concorrente? Tirar seu protagonismo nos corações das mulheres? Não. Prefiro ficar com meu modesto posto de solteiro inveterado. – Sorriu lampeiramente, colocando uma mão indulgente sobre o ombro do irmão.

-Solteiro inveterado? Não! Solitário inveterado! – Stefan corrigiu. - Eu sou solteiro inveterado. Tenho toda sem que alguma seja realmente minha. – Esclareceu roubando uma gargalhada jocosa do irmão.

-Tudo bem, Don Juan. Chega de conversa fiada e vamos logo nesse baile antes que papai decepe nossas cabeças e as pendure no lugar das caças. – Exaltou exageradamente.

Stefan assentiu com uma expressão dramática e os dois irmãos caminharam lado a lado até a porta do salão de festas. Esta foi aberta por dois atriários cedendo passagem aos principais “protagonistas” da festa.
Antes que pudessem desfrutar e apreciar do ambiente, o pai de ambos engajou os dois sorrateiramente até um canto afastado da festa.

-Finalmente chegaram! – O homem saudou aliviado, mas não menos arrufado.

-O que foi papai? Algum problema grave? – Stefan inquiriu trocista, com uma expressão ainda mais carregada que suas palavras recebendo um olhar de reprimenda do irmão.

-Thomas Bekinsale e a família vieram ao baile. – Ignorando o filho arruaceiro o homem alertou como se fosse algum tipo de catástrofe, limpando com um pano de bolso o suor que escorria de sua testa.

-Mas ele não havia dito que dispensava qualquer tipo de festas? – Damon questionou intrigado.

-É, mas a enteada chegou essa tarde a Mistyc Falls e ele quer apresentá-la à jovem comunidade da cidade.

-Alguma pirralha, suponho. – Stefan desdenhou revirando os olhos, inconformado por estar perdendo a festa.

-Espero que se comporte perto de  Bekinsale. Ela não é, nem será – Salientou -, uma de suas aventuras passageiras. É uma moça de respeito! – Repreendeu. – Venham ter comigo daqui a pouco ao átrio do jardim para apresentá-los à família. – Protelou impassível olhando asperamente os filhos.

-Todas elas são moças de respeito. Já entre quatro paredes… - Stefan comentou em um mais baixo que o tom normal, dando um sorriso maroto junto com um brilho luxuriante no olhar, assim que o pão desapareceu por entre a multidão de convidados que ocupava o salão principal.

Damon não retribuiu o sorriso. Pelo contrário. O cortou com um olhar rescisório e uma carranca encruada.

-Deixe essa tal de  fora de suas conquistas. Abra uma exceção em sua lista se não quer ter graves problemas futuros com papai. Sabe que ele tem tolerado e muito suas atitudes insanas. – Damon sobreavisou imperativo.

-Tudo bem, mamãe. – Stefan assentiu sardónico, dando costas ao irmão e retomando ao salão.

Damon permaneceu naquele meio esconderijo fazendo tempo para o reencontro com o pai. Festas não eram propriamente o tipo preferido de “passatempos” dele, mas era uma obrigação de família. Obrigação das famílias Fundadoras.

Minutos depois, se decidiu por fim a embrenhar-se na festa, recebendo olhares cobiçantes das mais variadas mulheres. Nenhuma era indiferente à beleza angelical, com um leve toque “diabólico” de Damon. Era o efeito dos Salvatore.
Mas contrariamente ao irmão, Damon ignorava esses ataques impessoais e discretos das mulheres que o despiam com os olhos.

Damon caminhou até o átrio do jardim, onde um pequeno grupo de convidados estava instalado. Maioritariamente homens. Na certa pondo os negócios em dia ao tempo que saboreavam um bom e velho whisky.
Damon correu os olhos pelos homens, tentando destacar entre eles seu pai ou, eventualmente, seu irmão. Apenas avistou o primeiro, conversando animadamente com Thomas Bekinsale. Entre a mulher do jurado de tribunal e o próprio, estava uma figura feminina, parcialmente ocultada pela opulenta figura masculina.

Damon desceu os três lances de escadas e se esquivou dos convidados até chegar na beira do seu pai. Este, assim que o avistou, abriu um sorriso satisfeito.

-Ah, Damon. Aí está você! Senhorita Bekinsale, deixe-me lhe apresentar meu filho mais velho, Damon Salvatore. – O senhor puxou o filho pelos ombros, dando pancadinhas cordiais em sua omoplata.

Damon fitou deslumbrado o rosto corado da donzela, se perdendo em seus olhos envergonhados, mas não menos encantadores.

-É um enorme prazer conhecê-la, senhorita. – Damon se curvou, beijando delicadamente o topo da mão da jovem, sem conseguir quebrar o contato do rosto delicado e apetitosamente rubro da jovem.

-Igualmente. – Ela retribuiu a vénia, dando um tímido sorriso para ele.

-Filho, você poderia levar  para dançar. – Seu pai sugeriu, a tratando pelo apelido.

-Se a senhorita  aceitar me conceder a honra dessa dança, seria um enorme prazer. – Seus lábios coçaram ao pronunciar seu belo apelido, destilando charme ao tempo que as palavras saiam por sua boca.

-Vá com o rapaz, . Se divirta. – A mãe incentivou, dando um leve empurrãozinho na filha, em direção a Damon.

A garota mordeu o lábio quando sua mão tocou a palma cortês que Damon lhe estendia. Os dois se afastaram de ambos os pais e adentraram o salão iniciando imediatamente uma valsa.

-Me diga, , está gostando da cidade? – Damon não segurou a vontade de ouvir novamente a voz acetinada da donzela em sua frente.

-Muito.

-E da festa?

-Também. – Suas respostas monossilábicas não davam espaço para grandes conversações.

Não que Damon se importasse. Ficar admirando a beleza da jovem e partilhar da sua presença assim tão próximos, era-lhe mais que o suficiente.
Apesar dos traços simples e comuns, Damon achava que toda aquela combinação trivial e natural davam um ar angelical, quase purificado, à beleza dela. A cada singularidade, Damon ficava mais e mais encantado e apenas se perguntava onde ela tivera estado esse tempo todo, sem se contentar com qualquer uma das respostas que sua consciência lhe outorgava.
A única certeza que Damon agora tinha, era que a partir em diante não queria dispensar nunca mais da companhia daquela bela jovem, por quem ficara irrevogavelmente apaixonado.