Wild Heart







Parte V – A única exceção [Ver Letra e Tradução]


Acordei quando os primeiros raios de sol incidiram no meu rosto. Gemi de dor, quando senti todo o meu corpo amassado, como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Acho que a sensação de atropelamento teria sido mais…sutil.
Me coloquei sentada na cama em um átimo, recordando tudo o que acontecera na noite anterior, no dia anterior…desde que Cassie colocar os pés nessa casa de novo.
E mais uma vez gemi. Não por uma dor física, mas por uma dor mais lancinante e mortal. Uma dor emocional e mental, trazida por recordações que acarretaram outras recordações de um passado não tão distante assim.
Poderiam se passar séculos que para mim seria sempre uma passado próximo, mais presente que o ontem real.

Deixei cair minhas costas de encontro ao colchão, sentindo uma pontada no peito. Mas não era dor, era saudade. Como se algo me faltasse. Algo muito importante.
Então de novo me ergui de supetão, sentindo uma tonteira que quase me fez ir ao chão. Mas por sorte consegui me equilibrar, apoiando minhas mãos na cama e no criado mudo.
Comprimi os olhos para espantar os pontos negros que estava vendo e para que a zonzeira acalmasse e a sensação de náusea sumisse.
Com mais calma tornei a me colocar de pé caminhando até o meu armário de roupas, escolhendo uma blusa de mangas, com padrão de pequenas flores e uma calça justa de ganga escura. Calcei umas botas fazendeiro coloquei um chapéu cowboy na cabeça e desci até a sala de jantar, onde muito provavelmente Cassie e o meu…e o seu marido estariam.

-. Você está bem? – Cassie questionou se erguendo da cadeira assim que me viu.

-Caso não saiba eu não sou de vidro. – Falei bruscamente.

-…você nunca falou assim comigo. – Ela falou de forma desapontada.

Soltei uma risada sem som e rolei os olhos, olhando em volta e não encontrando o marido dela.
Franzi o cenho tentando imaginar onde ele poderia estar.
Será que se foi embora depois da cena de ontem? Afinal, o que realmente aconteceu ontem? Uma hora eu tinha saído para a lagoa com a Diana e outra hora eu estava no quarto de Cassie, acordando de um pesadelo horrível.

-Di! – Exclamei preocupada.

-Calma. Jacob está lá fora com ela. – Tessa esclareceu aparecendo atrás de mim.

As olhei de olhos arregalados. Como elas podia ter deixado que o meu anjo fosse ficar perto da minha égua? Será que elas não se lembravam o quanto ela era selvagem?
Nem esperei para barafustar com elas e sai porta fora, correndo até o celeiro, mas assim que lá cheguei nem um nem outro estavam lá. Então escutei um relincho vindo do cerco de domação, que ficava atrás do celeiro, seguido de um “WOW” alto e assustada com a possibilidade do meu anjo se ferir, corri feito louca para fora do celeiro, o contornando e dando de caras com algo…inexplicável.

Jacob montava minha égua sem quaisquer selas ou rédeas, apenas se segurando na crina dela e se equilibrando em seu próprio corpo…e ela não parecia enfurecida ou algo do género. Ela estava bem calma e…receptiva. Como se Jacob sempre a tivesse montado…como se ELA tivesse consentido.
Me aproximei da cerca, a trepando e apoiando meus braços e queixo numa das barras de madeira., observando petreficada aquela cena. Quando dei por mim um sorriso rompera de meu rosto, mas nem me incomodei em escondê-lo quando os olhos de Jake se cruzaram com os meus.


(N/A: Imaginem que o Jake está montado na égua. kkkk)

O olhar foi intenso. Tão intenso que eu senti uma onda de calor tão grande percorrer o meu corpo que me fez arrepiar. Ele parou de dar voltas com a minha égua e se aproximou de mim.
Senti que o meu coração fosse pular pela minha boca. Era um sentimento inexplicável…mas bom, muito bom.
E eu só queria que ele durasse…e que eu pudesse escutar a voz do meu anjo