Wild Heart






PARTE I – Sonho adolescente [Ver letra e tradução]

Estacionei a velha picape perto da casa de campo de Cassie. À porta já nos aguardava uma velha senhora, negra, que trajava um conjunto cor de chumbo, lhe dando um ar mais carregado que suas poucas rugas lhe apresentavam. Seus cabelos grisalhos e frisados estavam apanhados em um coque formal, guardados em uma rede de cabelo.
Cassie saiu do carro apressada, correndo na direção da senhora, a governanta, como ela mo contara, sendo abraçada de forma maternal.


Enquanto ela corria eu observava maravilhado seus cabelos ondularem com o vento, como um véu dourado, me hipnotizando. Seu corpo violino, era um molde da perfeição, onde as jeans claras e o top branco de alças finas delineavam cada curva sua.

Eu era um homem cheio de sorte. Não podia pedir mulher mais perfeita para mim. Além de bela ela era dinâmica, independente, alegre, centrada, uma excelente amante e uma maravilhosa dona de casa, com uma profunda entrega em seu trabalho, apaixonada e apaixonante. Era a mulher perfeita para mim. A minha impressão.
-Jacob! Vem. – Cassie chamou por mim, me tirando de meus devaneios.
Lhe abri um largo sorriso e saí da picape, dando a volta ao carro e fazendo uma corridinha até minha esposa.

-Tessa, esse é meu marido, Jacob Black. Amor, essa é Tessa Gardene. Minha mãe. – Cassie nos apresentou.
-Que disparate menina. Eu lá tenho idade para ser sua mãe? – A senhora faz graça, roubando uma gargalhada gostosa de Cassie.
Eu olhei maravilhado para ela. Era insana a facilidade com que eu me distraia e me perdia em cada detalhe daquela mulher.
-Muito prazer em conhecer o homem que roubou o coração da minha menina. – Tessa me estendeu a mão para um cumprimento formal e eu atalhei com um gesto cavalheiresco, beijando o topo de sua mão.
Cassie sorriu, fazendo um falso trejeito de ciúme, colocando suas macias e delicadas mãos em sua cintura fina e pendendo a cabeça para o lado, enquanto comprimia os lábios para apartar o sorriso.
-O prazer é todo meu Tessa. – Sorri, provocando minha loira.
Ela abanou a cabeça e voltou a falar casual.
-Tessa foi minha mãe de leite e ama de . Por falar em . Onde ela está? – Cassie perguntou, adotando uma pose tensa e uma expressão consternada em dois segundos.
-Trancada na torre. – Tessa também desfez seu sorriso ao mencionar a tal garota.
-E é seguro? – Cassie sussurrou, se inclinando de leve para a frente.
-Eu pouco posso fazer, querida. Você conhece bem su irmã. Ela é intempestiva. E tudo vira um caos se a contrariam. Prefiro lhe dar um voto de confiança. Há três meses que não tenta nada. – Respondeu no mesmo tom baixo de Cassie, sendo que a última frase saiu como um sopro se confundindo com o vento.
Se eu fosse uma pessoa normal eu não escutaria. Mas eu tinha meus sentidos super apurados.
Tessa me olhou de relance e eu fiz ar de desentendido, como se realmente não tivesse escutado coisa alguma. Mas Cassie sabia que eu escutara e tentou disfarçar sua preocupação.
Aliás, ela vinha disfarçando e escondendo muitas coisas desde que recebera um telefonema e decidira voltar para Greenwich, Ohio. Sua vida virou dos pés à cabeça, dando uma volta de 180º. Cassie se tornou uma garota mais irritadiça, mais calada e séria – introspetiva – e mais triste e pensativa. Sempre com uma expressão distraída e dolorida.
Nós nunca tivemos segredos um com o outro, mas depois do telefonema ela deixou de ser a garota que eu conhecera e com quem me casei para passar a ser uma estranha. E nesse momento eu odiei quem telefonara e mudara minha esposa tão drasticamente.
-Eu vou lá em cima falar com ela. – Cassie nos avisou, beijando o rosto de Tessa e me lançando um olhar de socorro, como que se pedindo forças para ir.
Mesmo sem entender as razões, eu lhe devolvi o olhar. Um olhar confiante que dizia o quanto eu a amava e confiava nela. E então ela entrou em casa, subindo a escadaria e sumindo de meu campo de visão.


Ler continuação