Amanhecer-Novos Rumos






N/A: Finalmente chegamos à parte do casamento. Jacob está chegando na área. Se segurem!

P.S. - Esse capítulo conterá alguns Spoilers do casamento, nomeadamente, transcrição de certas e determinadas falas. Mas alguns contextos e cenários serão mudados para não ficar exatamente igual.
Espero a vossa compreensão.

Felicidade

Ser feliz é esquecer dos problemas
É escrever o seu próprio rumo
É não ter medo dos sentimentos
É saber sonhar não só apenas quando durmo.
(BabySuhBR)

Os primeiros raios de sol adentraram pelas frestas da janela me fazendo abrir os olhos lentamente, mas eu havia acordado com batidas grossas na minha porta. Já haviam se passado alguns dias desde o meu encontro com Embry e diria que nós estávamos…namorando? É, algo do tipo.
Me levantei um pouco mal-humorada. Duvidava que fosse Emily porque ela era DOCE batendo e então abri a porta me deparando com o Pulguinha.

-Bom dia pra você também. – Resmunguei.

-Chamada para você. – Ele explicou sério, me estendendo o telefone e eu juntei as sobrancelhas.

Tipo assim, NINGUÉM me conhece o suficiente para me ligar. E o Embry já quase mora aqui mesmo então não tem porque me ligar, né?

-São as sang…as Cullen. – Sam falou corrigindo o que iria falar antes. Ele ia chamá-las de sangue? Não, não faz sentido…o que mais deriva de sangue… - Não vai atender? – O Pulga me acordou de meus devaneios, balançando o telefone na minha cara.

O peguei na marra, arrancando o aparelho de suas mãos e batendo a porta do quarto na sua cara. Ah, cara mais chato. Não sei como Emily gosta dele. Humpt!

-Alô?

-! Oi, aqui é a Alice. Então, hoje eu, Rose, Esme e Bella estamos indo fazer a prova do vestido de noiva e dos vestidos das damas de honra e queríamos saber se você gostaria de ir com a gente. Com certeza você ainda não tem nenhum vestido. – Falou toda empolgada e apressada.

Vejam que ela não perguntou se eu tinha ou não um vestido para levar. Ela simplesmente afirmou.

-Verdade. – Sorri encabulada. – Então tá bom. – Aceitei, dando de ombros. - Vocês vêem me pegar? – Perguntei visto que eu não tinha meios de ir sozinha até a casa dos Cullens e eu não iria pedir ao Pulga, de jeito NENHUM, sua lataria velha.

-Er…na verdade…a gente não pode. Mas a Bella te pega! Até já. – Alice despejou a bomba e saiu de fininho. Ok, desligar na minha cara não teve nada de “fininho”.

Fiquei olhando o telefone com cara de idiota e abanei a cabeça, o jogando sobre a cama.
Tomei uma ducha rápida e ao mesmo tempo lavei meus dentes na banheira.
Fui até meu armário e escolhi um vestido de lã com manga curta e gola subida em branco com fios prateados. Ele era bem justinho – mas flexível -, então minha barriga ficava ainda maior do que ela já era. Calcei uma meia opaca cinza claro e nos pés coloquei uma sapatilha em prateado com uma fivela. Prendi meus cabelos em um coque alto deixando os fios pendendo sobre minha nuca e arrumei a longa franja para trás da orelha.

Sai para a sala já escutando as vozes dos rapazes soar animada se juntando ao som de talheres e pratos. Estavam tomando o café da manhã.

-Bom dia. – Os cumprimentei e recebi um coro de Bom-dia.

Embry se levantou de sua cadeira e a cedeu para mim se inclinando de seguida para beijar meus lábios. Escutei vários “heeees” e assobios que me deixaram super corada.
Leah fez careta e revirou os olhos à cena.
Dizia que eu merecia melhor mas eu nem liguei. Apenas respondi que não iria dispensar a felicidade. Ser feliz é esquecer dos problemas, é escrever o seu próprio rumo, é não ter medo dos sentimentos, é saber sonhar não só apenas quando durmo. E com Embry tudo isso era possível.
Comi descansada me divertindo com as piadas e partidas dos garotos uns com os outros.

Observei atentamente cada um deles.
Seth tentava se enturmar com os mais velhos, mas era sempre tratado como o caçula. Algo que ele não levava a mal.
Ele era super meigo e compreensivo. Sempre estava do meu lado, cuidando de mim, me paparicando quando Embry não estava por perto. E eu podia ver que não haviam outras intenções por de trás de suas ações.

Paul e Jared eram os mais palhaços. Sempre zuando todo o mundo. Jared era o mais relax, enquanto Paul era o mais esquentadinho. Adorava uma boa briga. Não que Jared não gostasse. Mas ele preferia ficar apostando do que entrando propriamente na briga.

Quil era o mais quieto. Sempre com um sorriso na cara e com Claire no colo. Super atencioso com ela, brincalhão, fazendo todas as vontades da pirralha e a tratando como se ela fosse uma princesa de cristal. Ele a olhava com uma admiração incompreensível. Tal qual
Sam olhava para Emily. Ou Jared para Kim. E isso me fazia confusão. Porque ele não podia amar a garota como Sam e Jared amam as suas parceiras…tipo assim, seria INSANO! Doentio, para não falar algo mais duro.

Brady jogava um vídeo game que haviam ganhado recentemente em seu aniversário. Collin estava do seu lado, fingindo prestar atenção, mas pelo rabo do olho ele olhava para Leah. OMG! O menino está apaixonado. Aaaaaaaaaaaaaahhhh. Os dois fazem um par tão fofinho. Tenho de juntar esses dois. Se bem que ele ainda é um pirralho. Um ano mais novo que Seth e Seth já tem quase 17. Leah terá quantos? 20? Tensoo. Mas quando há amor a idade não importa. Essa é que é essa.

Olhando para Leah eu sorri. Ela estava usando minhas roupas. Os garotos já se acostumaram, mas nos primeiros 2 dias foi um choque.
Nesse momento ela estava usando um vestido florido bem clarinho de alças, que dava a meio da sua perna. Nos pés tinha uma sandália linda, rasa – claro - cor creme com umas pedras.
Seu cabelo estava solto e brilhante.
Apesar de não usar maquiagem ela continuava linda. Não era de admirar que um fedelho se apaixonasse por ela. Qualquer homem poderia se apaixonar por ela. FATO!
Não entendo porque o Pulga a deixou. Ela é tão…! Ok, Emily é bonita também, mas não chega aos pés da beleza da Leah. Tipo, a Leah é uma Miss Califórnia enquanto a Emily é uma Miss…Washington, vá! Mas também, foi melhor assim. Leah merece MUITO MELHOR que esse Samuel Uley. Humpt!

Vaguei meus olhos pela sala procurando por Emily. Ela voltava da cozinha com mais uma travessa de bolinhos e muffins. Sam vinha atrás dela com uma bandeja de cookies em cada mão.
Os dois pousaram as coisas na mesa e os garotos foram logo atacando. Depois disso Sam abraçou Emy por trás e beijou seu pescoço. Os dois sorriram alegres e apaixonados. Sam só sorria perto de Emily. Aquilo era um amor de verdade. Ultrapassava as barreiras da beleza e do preconceito. Eu queria algo assim para mim. Então olhei para Embry. Ele separava um prato para mim o enchendo com tudo. Sua atenção sobre mim era inacreditável. Me fazia sentir tão feliz.

-Posso entrar? – Uma voz baixa e fina nos fez olhar a todos para a porta.

-Bella! – Seth se ergueu de rompante e foi até a songa a abraçando.

Emily se seguiu e Quil também. O resto dos meninos – e eu disso MENINOS, porque eu e Leah a olhávamos com descaso – a cumprimentou do lugar apenas com um aceno de cabeça e um “Oi!”.

-A que se deve essa visita? – Sam perguntou meio sério.

-Vim pegar . Alice pediu. É a última prova do meu vestido de noiva. – Ela foi falando e a última frase saiu como um sopro do vento, como se ela tivesse receio de falar.

E então um silêncio se gerou, o que me surpreendeu bastante. Olhei os rostos de cada um e eles pareciam bastante tristes e desapontados. Alguns até furiosos.
Caraca, todo o mundo era contra esse casamento? Eles não deviam de gostar mesmo do noivo. Só podia ser dele, porque estavam recebendo bem Bella ali.

-Legal. Edward já me ligou. Eu também vou com os rapaz pegar um monking para o casamento.

-Smoking! – Eu e Leah o corrigimos ao mesmo tempo.

-Ou isso! – Ele riu encabulado. – Vou lá ter na casa deles mais tarde. – Ele contou e Bella apenas assentiu e me olhou.

Peguei um casaco e minha bolsa e fui atrás dela, me despedindo de Embry com um selinho. Bella ficou surpresa mas tentou disfarçar, girando nos calcanhares e saindo de casa.
Assim que sai estaquei na varanda olhando o carro dela. Ou deveria de chamar chaço? Cara**o! - Até falo palavrão. - Que lataria velha e horrível era aquela? Até a picape do Sam parecia novinha em folha perto daquela.
De olhos arregalados e boca entreaberta eu fui entrando na picape.
Em todo o caminho temi que a monstra – a picape, não Bella – desse o berro e começasse soltando fumaça pelo capô, fizesse um barulho estranho e parasse de andar, mas por fim chegamos a Port Angels.

Paramos em frente a uma loja de roupas de festa e fomos entrando como se fossemos as donas do pedaço.
Que fique claro que isso foi irônico.
Bella se escondia atrás de mim, literalmente, olhando para todos os lados como se fosse ser assediada a qualquer momento pelo homem da carrocinha. Só faltava saltar no meu colo, como o Scooby Doo fazia.

-Bella! ! – Alice veio saltitante até nós, enquanto eu via ao fundo da loja Rosalie passarinhando atarefada de um lado para o outro com duas atendentes atrás dela. Esme estava em frente a um maravilhoso vestido de noiva, branco, dando os últimos retoques nele. – Venha, venha, Bella. Seu vestido está quase pronto. – Alice a foi puxando e eu fiquei parada no meio da enorme loja, olhando todos os recantos.

Resolvi ir procurando um vestido. Mas duvidava que o fosse achar. Nenhum cabe nesse corpo de pipa!
Comecei desanimando quando Rose surgiu ao meu lado com um enorme sorriso e com as duas atendentes atrás de si, carregando uma data de vestidos.

-Fui adiantando sua procura e achei uns modelistos que irão cair bem em você. – Ela falou apontando para as atendentes.

Fiquei espantada, mas nem tive tempo de falar nada. Rose foi me empurrando até os provadores e foi me passando os vestidos um a um.
Eu, sem outra alternativa, tive de os experimentar a todos.
Depois de uns tantos experimentados sem sucesso, - ou porque eu não gostava, ou porque Rose não gostava, ou porque eu gostava mas não me assentava bem… - lá conseguimos achar um que era lindo, do gosto de ambas e me caia que nem uma luva, apesar de ser justo. Ele era um tomara que caia roxo, comprido, com uma vestido de renda por cima, na mesma cor, mas com mangas e decote de barco alto.

Quando me olhei no espelho, da parte de fora dos provadores, vi no reflexo Bella vestida de noiva, com Esme e Alice a rodeando, ajeitando alguns pormenores da barra do vestido e do véu.
Não pude deixar de admirar o quão bonita ela ficara com ele vestido. Dava algum “gosto” à sua pessoa. Nem poderia imaginar como ela estaria no casamento, toda pronta.
Não querendo admitir mas já o fazendo, no fundo ela tinha o seu encanto…mas só bons olhos o conseguiam enxergar.
Tinha que aceitar que ela podia até ter conquistado de verdade o Edward sem ter feito lavagem cerebral alguma…e a forma como ela parecia deslocada com aquele luxo e atenção toda, me fazia também acreditar – penosamente – que ela não queria também, dar golpe de baú algum…

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Depois de horas infinitas e tortuosas naquela loja, finalmente regressamos a La Push.
No caminho eu tentei iniciar alguma conversa, mas todas saiam furadas. Uma pergunta mais idiota que a outra. Do tipo. Você vai se casar? E coisas do tipo: óbvias!

-Você está namorando o Embry? – Ela questionou.

-É…algo do tipo.

-O filho é dele? – Continuou e eu fiquei sem fala.

-Não. – Meu tom de voz demonstrou que eu não queria tocar nesse assunto de jeito algum.

-Gostei muito do seu vestido. – Ela mudou de tema e eu ri. Mas ri com vontade, sabe. Tipo doida!

Bella me olhou sem entender e mesmo eu não entendia porque estava rindo. Talvez por nervoso. Então algo inesperado saiu da minha boca.

-Sabe que eu não fui com a sua cara! – Bella me olhou espantada com a minha frontalidade e eu corei. – No início. – Comecei remediando. - Na verdade eu ainda estou me acostumando a “lidar” com você. – Fiz realmente aspas com os dedos e ela me escutou atenta. – Afinal eu vou no seu casamento e estou andando no seu carro. – Encolhi os ombros, mas continuei. – Sabe, é que é difícil ainda “aceitar” – Fiz aspas novamente. – que você vai realmente casar com Edward. Tipo assim. Ele é um deus da beleza! E você é…tão…mosquinha morta. Desculpe a sinceridade. – Desabafei e ela assentiu, se remexendo no banco e mexendo no cabelo.

-Eu te entendo. – Ela falou super compreensiva. – Para mim também é difícil acreditar que eu vou mesmo me casar. E mais difícil é entender como eu sou correspondida por Edward. Como você disse, ele é um deus da beleza. Ele é inteligente. Sensível. Quase como uma miragem. Mas ele é meu. – Falou sem qualquer tom de posse nas suas palavras. – Eu não acreditava em contos de fadas ou príncipes encantados. Nunca achei que fosse achar um cara ideal para mim. Mas eu achei. O cara. Perfeito. E ele também gostou de mim. De entre todas as outras que ele podia escolher, bem mais bonitas e sexy’s e…você entende…ele me escolheu. – Continuou e eu assenti.

Agora entendia um pouco da história deles. E achava bonito e romântico. Uma verdadeira introdução de fazer jus às grandes obras literárias e românticas de época que permanecem na nossa cultura intelectual até hoje e que perpetuará. Pode parecer exagerado…mas é a minha opinião…de momento.

-Continuo sem ir com a sua cara…mas melhorou. – Sorri e ela também.

Logo avistamos a casa de Sam e assim que ela estacionou me virei para lhe agradecer a boleia.

-Gostei de falar com você. – Ela confessou meio tímida e eu sorri, mas não deixei a oportunidade de pegar com ela.

-Espero que o casamento te faça melhor. Você está precisando. – Falei sarcástica e saí do carro.

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O grande dia chegara e - apesar de não ser o meu casamento nem o de alguém que eu conhecesse a ponto de ficar nesse estado – eu estava pralá de nervosa. Me mirei no espelho inquieta, alisando pela milésima vez meu vestido – e olhe que ele nem precisou de ser passado – e me virando e revirando vendo pelo reflexo aquilo que já era óbvio. Eu estava pronta.
Passei a mão pelos cabelos me certificando que o penteado não iria desmanchar a qualquer momento e dei uma última equilibrada nos monstruosos saltos que me fizeram usar.

-, o Seth já está lá fora te esperando. – Emily avisou pela fresta da porta.

Eu assenti e peguei minha bolsa e sai do quarto em passos lentos e calculados. Não queria me estabanar no chão.
Assim que cheguei na sala vários assobios ecoaram me fazendo ficar mais vermelha que camarão na brasa.

-Você está muito linda. – Embry sussurrou no meu ouvido beijando minha bochecha de seguida.

-Queria que você viesse comigo. – Sussurrei de volta.

-Não posso. – Ele fez uma careta.

-Não pode ou não quer? – O corrigi mas antes que ele me respondesse – o que aposto que ele NÃO iria fazer, Seth nos interrompeu.

-Desculpem vos tirar dessa bolha romântica, mas temos um casamento para ir. Sue e Billy já estão nos esperando lá fora no carro. – Seth me despachou e eu deitei uma última olhada para Emb me despedindo de seguida com um selinho.

Em poucos minutos chegamos à mansão dos Cullens. A decoração estava esplêndida fazendo parecer um belo dia de primavera, não fosse o sol se esconder por trás de grossas e cinzas nuvens num final de crepúsculo.
A cerimônia toda foi emocionante e eu cheguei a engolir em seco e me emocionar ao vislumbrar Bella iniciando a marcha nupcial. A beleza que exalava, resultado da sua felicidade, estampava em sua aura.
E caraca, quase todos os convidados por parte do noivo eram esplendidamente LINDOS. Eu estava sentada na zona dos convidados da noiva, pois era onde os Quileutes se encaixavam.

Notei Billy ficar particularmente nostálgico quando o padre começou perguntando se era de livre e espontânea vontade que ambos se casavam. Pude até julgar que ele iria empurrar sua cadeira para o meio da cerimônia e dizer que se imponha firmemente àquele casamento.
Mas ele apenas suspirou, se resignando. Sue também não parecia muito contente, mas estava mais com cara de quem estava indiferente, do que quem iria fazer alguma coisa para impedir. Ele olhava de rabo de olho o seu acompanhante, que por acaso era o pai de Bella. Acho que tinha esperança de que ele passasse para palavras e atos aquilo que ela tinha vontade de dizer: “Parem esse casamento!”

Logo de seguida dos “Sins” e da troca de alianças se deu a recepção aos convidados.
Vi Bella e Edward ciricutiando e forçando sorrisos ao cumprimentar todo mundo.
Percebia-se perfeitamente que ambos queriam dar o fora dali o mais rápido que pudessem.

Nos acomodados numa mesa reservada para nós e eu praticamente me joguei na cadeira. Meus pés estavam me matando.

-! – Escutei Rose me chamar, se aproximando da nossa mesa com Emmett.

Pouco tinha convivido com seu parceiro, mas de caras se via que ele era uma pessoa extremamente extrovertida e brincalhona. E eles faziam um par TÃO lindo. Emocionava.
Ok, gravidez é um cocktail mortal de emoções!

-Oi Rosie! – A cumprimentei sem me levantar. – Eu devia processar você e Alice por me fazerem andar com esses saltos. – Falei com os sapatos nas mãos, os balançando no ar.

-Minha ursinha é danada mesmo. – Emmett falou piscando o olho para ela e gargalhando alto.

-Bom , eu só vim te dar um oi. Temos de combinar um dia desses de ir comprar coisinhas para seu neném. Sei que não tem quase nada, hein! Espero que se divirta. Esteja há vontade. E vocês também. – Rose falou a última frase, fazendo uma leve careta e virando costas de seguida.

Agora era fato. Os Quileutes – pelo menos aqueles com quem eu me dava – não iam com a cara dos Cullens e vice-versa. Só queria entender porquê.
E vejam que só Bella conseguiu fazer a proeza de que ambos permanecessem no mesmo espaço durante horas, sem se matarem. Essa garota tem muito mais que se lhe diga. Há caroço nesse angu. E dos grandes. E eu ia descobrir.

.

A noite começou caindo serena e o tempo foi se abrindo.
Logo avistei Bella se aproximando da nossa mesa, junto com Edward, e Seth foi logo os cumprimentando.

-Parabéns pessoal. – Falou todo sorridente e eu lhe segui nos cumprimentos.

Edward agradeceu mas por um curto momento ficamos em silêncio.
Então Seth se aproximou de Edward, de braços abertos e pude escutar eles falando entre si.

- É bom ver as coisas dando certo pra você, cara. - Seth disse. - Eu estou feliz por você.

- Obrigado, Seth. Isso significa muito pra mim. - Edward se afastou de Seth e olhou para
Sue e Billy. - Obrigado a vocês também. Por terem deixado o Seth vir. Por dar apoio a Bella hoje.

- De nada. - Billy assentiu calmamente e isso fez um pequeno sorriso emocionado se formar nos lábios de Bella.

Depois disso eles foram falar com outros convidados e continuar a fazer sala.
Seth foi com Billy pegar coisas para comer e Sue foi falar com Charlie. Fiquei sozinha olhando para o nada. Meus olhos vagavam pela festa sem realmente verem. Me sentia um pouco agitada.
Meu bebê chutava minha barriga insistentemente e isso me causava desconforto e algumas dores, mas tentei camuflar isso. Não queria preocupar nem estragar a festa de ninguém.

Meu coração pulou no peito repentinamente me fazendo suar frio. Uma sensação ruim cresceu em meu peito, juntamente com uma ansiedade desmedida, eu só queria entender por quê de me estar sentindo assim.

Discretamente me calcei e caminhei para dentro de casa. Me recordava, da última vez que cá estive, onde era o banheiro e me encaminhei de imediato para lá.
Torci a boca quando percebi a fila que estava formada para esse banheiro e suspirei, girando nos meus calcanhares.
Precisava passar água no rosto. Precisava de espaço e ar.
Então subi a escadaria até o andar superior. Vaguei pelo corredor, espreitando porta por porta por um banheiro mas todos eram quartos com suites. Não iria invadir a intimidade de ninguém. Não mesmo. Resolvi subir a outra escadaria que dava para o 2º andar. Nunca tinha ido lá, mas torcia para que houvesse um banheiro disponível.

Assim que comecei buscando achei logo. Entrei no enorme banheiro – quase maior que a casa do Pulga – e me tranquei aí. Caminhei até uma das janelas e as abri, precisava realmente de ar.
O som de uma valsa soou como um som de fundo e eu me encaminhei até a pia, abrindo a torneira e jogando água no meu rosto. Sabia que iria borrar a maquiagem, mas estava pouco me lixando.
Mesmo depois de me refrescar me sentia sufocando, como que com falta de ar. Meu coração batia descompassado, doloroso, como se algo de ruim fosse acontecer. Então fui até a janela apanhar um pouco mais de ar e foi quando vi algo que me fez perder o ar.
Num canto bastante afastado da festa eu vi Bella dançando com alguém que eu não reconheci. Embry estava mais para dentro da floresta mas eu o poderia ver bem e Edward estava mais perto da festa.

Não sei qual a razão, mas meus olhos se focaram apenas em Bella e naquele estranho com que ela dançava e algo dentro de mim me alertava de perigo. Para Bella.
Não sei o que me fez correr como uma louca, escadas abaixo, quase tropeçando. Retirara os sapatos no inicio do primeiro lance. Passei pela multidão de pessoas que mal notavam a minha aflição. Por fim cheguei ao jardim e avistei Seth se aproximando de Edward.
O cara estranho segurava Bella pelo braço com força e raiva, mas ninguém tomava atitude alguma. Parecia que estavam todos receosos por algo.
Ao me aproximar mais ainda pude Seth falar:

- Jake, mano, se afasta. Você está perdendo o controle. Você vai machucá-la. - Seth falou com calma, num tom baixo. - Solte-a. – Pediu.

- Agora! - Edward rosnou me fazendo sobressaltar.

-Solte ela agora! – Eu gritei para esse tal de Jake.

Ele me olhou com raiva e eu dei um passo para a frente ficando quase lado a lado a Bella.

-, se afaste agora! – Embry falou com um tom de ordem na voz, o que não me agradou de todo.

-Por favor. – Edward falou de seguida, como se o corrigisse.

-Você não vai fazer nada!? Esse cara está machucando sua mulher, caramba! – Falei furiosa.

Odiava de morte violência contra mulher. Por mais que ela merecesse.
Por fim o cara pareceu se tocar do que estava fazendo – ou talvez do perigo em que eu me poderia tornar caso ele não a soltasse (fui irónica, tá!).

- Anda, Jake. Vamos. – Embry falou.

Ao longe, dentro da floresta, vi duas silhuetas monstruosas, como se fosse enormes ursos, mas estavam imóveis. Tentei focar meus olhos, mas estava escuro demais. Talvez fossem apenas sombras da noite.

- Eu vou matar você. – Esse tal de Jake falou cheio de raiva, trincando a mandíbula e apertando os olhos ao focar Edward. - Eu vou matar você com minhas próprias mãos! Eu vou fazer isso agora! – Ele continuou ameaça e seu corpo tremulou como se estivesse em convulsão.

Julguei ter escutado um rosnado mas nem liguei, dei um passo em frente e me meti na frente de Bella, encarando de volta aquele idiota metido a bad boy.

- , saia do caminho. - Edward pediu um pouco receoso.

-Faça o que ele está dizendo! – Embry falou num tom mais elevado, me enfurecendo. Quando chegássemos a casa ele iria ouvir das boas.

-... – Bella me chamou.

-Mas que é!? Esse covarde além de bater em mulher, também bate em grávidas, é? Então vem grandão. Você não me conhece. Eu sei Kong Fu. – Menti, mas ele lá sabia disso. – Estou grávida mas não estou inválida!

O cara continuou tremelicando e Embry começou o puxando enquanto Seth o empurrava.

-Vai, vai, foge, medricas. Vai lá. Idiota!

-, pára! – Bella me implorou.

- Tudo bem. Vamos voltar. – Edward começou nos puxando.

-Mas Jake… - Bella insistiu. Caramba, ela só podia querer apanhar, não? Não de mim, claro. Mas desse bad boy de quinta!

-Ele já se foi. – Ed falou calmamente.

- Edward, eu lamento. Eu fui estúpida…

- Você não fez nada errado. – Edward tentava consolá-la.

- Eu tenho uma boca tão grande! Por que eu... Eu não devia ter deixado ele me tirar do sério
assim. O que eu estava pensando? Eu não devia de ter dito aquilo. – Ela se lamuriava, abanando a cabeça e contendo as lágrimas.

- Não se preocupe. - Ele tocou seu rosto. - Precisamos voltar para a recepção antes que alguém perceba a nossa ausência. – Ele falou e depois me olhou. – Vamos . – Me estendeu a mão.

Olhei para ela mas a recusei, soltando um sorriso encabulado.

-Desculpem ter me metido onde não era chamada, mas…foi instintivo. – Falei me recordando das sensações estranhas que tive e da vontade que tive de me intrometer, mesmo me borrando de medo.

O cenho de Edward se franziu, mas ele tentou disfarçar, olhando para a festa.
Eu comecei me afastando e Bella continuou falando com Edward. Assim que me aproximei de Billy e Sue eles me bombardearam de perguntas.

-Era Jake ali? – Billy começou.

-Você ficou louca? Foi se meter em um terreno minado, garota! – Sue me repreendeu.

-Calma, calma. Sim, era esse tal de Jake. O cara é louco! Ele estava ameaçando matar o Edward e estava machucando Bella. E vejam que ele tentou me bater. Ok, ele não tentou, mas com certeza foi o que ele mais quis. Covarde! Idiota! Bad boy de quinta!

-Meu filho só estava nervoso. – Billy falou num tom baixo me fazendo engasgar.

-Se-seu, seu filho? – Questionei de olhos arregalados.

-Vamos embora. Essa festa já deu o que tinha que dar. – Sue falou e nós saímos de fininho, sem ter de cumprimentar nem nos despedir de ninguém.

A viagem de volta a La Push foi silenciosa. Durante toda a viagem, de cabeça encostada na janela, fiquei relembrando cada detalhe daquele confronto no casamento. Foi uma cena estranha demais e agora, pesando tudo numa balança, foi aterradora.
Ele realmente podia ter me agredido devido à forma como eu o enfrentei. Mas para mim naquele momento me pareceu a coisa mais natural. Eu não pensei em nada. Nem em meu filho. Eu pus em risco meu filho. Eu sou uma idiota!

Acariciei a barriga e ao fundo avistei a casa de Sam se aproximando. Apesar de ser de noite e de não haver iluminação, pude vislumbrar uma silhueta sentada nos degraus da varanda. Logo o reconheci como sendo Embry.
Meu coração se apertou ao recordar da maneira grossa com que ele me falou lá na festa. Eu desconhecia esse lado selvagem e mal-educado dele e isso me fazia ponderar seriamente sobre nosso “namoro”.

Agradeci a boleia e desci do carro caminhando lentamente até a varanda.
Embry se ergueu com cara de poucos amigos. Trajava apenas uma bermuda e um ténis surrado, o tronco nu.
Parei a poucos centímetros dele, o encarando no fundo dos olhos.

-Onde você está com a cabeça, hein, ? – Ele foi logo cuspindo sua ira.

-Eu quem devia perguntar isso! – Atirei de volta e ele fez cara de confuso. – Quem você pensa que é para falar comigo daquele jeito? Me tratar como se eu fosse seu pau mandado e ainda pra mais de forma grosseira. – Inquiri irritada. Sua expressão suavizou e ele quis falar, mas eu não o deixei. - Eu pensei que te conhecia bem, mas mais uma vez me enganei. Nunca se conhece profundamente uma pessoa, por mais anos de convivência que se tenha com ela, por mais horas que passemos falando uma com a outra. Nunca se sabe o que cada um esconde por de trás das máscaras que exibem como caras. – Continuei atirando farpas e ele me olhava dolorosamente, arrependido. Mas agora eu estava da vida demais para poder sentir pena. - Eu devia ter suspeitado. Quando se está feliz demais, há alguma coisa que está demasiado errada. Comigo é sempre assim. Eu não sei manter os pés assentes na terra. Eu nunca devia de ter te dado oportunidade nenhuma…

-Está terminando comigo? – Ele me interrompeu.

-A gente realmente está namorando? Digo, oficialmente? – Perguntei e ele trincou a mandíbula, fitando o chão. – Eu preciso de um tempo, Embry. Tudo o que aconteceu hoje mexeu comigo. Eu preciso de tempo…preciso de tempo. – Falei repetidas vezes, como se me estivesse dizendo isso a mim mesma.

Magoada, ferida, destruída, era assim que eu me sentia agora. Talvez o que eu sentisse não se comparasse ao que eu senti quando Gabe me deixou, mas custava na mesma.
Me virei para ir embora, mas Embry me chamou uma última vez. Me voltei já com os olhos marejados. Seu rosto transparecia dor e seus olhos alagavam igualmente.

-Eu não preciso que você entenda, até porque isso não seria possível, mas eu só quero que você saiba que eu agi daquela forma para te proteger. De verdade. Desculpe a forma como lhe falei, mas eu estava muito nervoso. Você não pode entender o nível de perigo em que você estava, mas acredite que eram níveis astronómicos. Eu…eu lamento muito. – Terminou, derramando uma lágrima e virando para ir embora.

Solucei querendo correr até ele e o abraçar, mas algo prendia meus pés ali.
Então fiz a única coisa que podia e que meu corpo deixava. Virei costas e corri para o meu quarto.

N/A: Berrando, chorando e esperneando com o final desse cap?
Mas calma, meninas, esse relacionamento ainda vai durar. Só está fazendo um break.
O que vocês acharam desse cap?
Vamos por partes. A conversa SINCERA da PP e Bella?
O casamento?
O confronto?
As atitudes do Embry?
O que irá acontecer nos próximos caps?
Respondam a essas perguntas, meus amores.
Kisses da Baby