Amanhecer-Novos Rumos


 
 
 
 
 
Superacao
Palavras, conforto, amizade para curar
Um coração partido, destroçado, desvairado
Necessitando de todo um esforço
Para superar, aguentar e voltar
À vida, à força, à vontade e ao vigor
De se dar de novo ao amor
(BabySuhBR)

Um dia tinha se passado desde a notícia. O Dr. Cullen me deu alguns comprimidos para eu ficar calma e disse que com aquele dia de descanso o neném ficaria bem. Recebi vários telefonemas acalmantes de Alice e Rose e ambas tentavam me distrair com suas maluquices e seus planos para o nascimento, baptizado, comunhão e até casamento do meu neném. Aquelas duas eram uma figura e só mesmo elas para me fazerem sorrir um pouco depois daquela notícia. Me espantava a forma como elas amavam incondicionalmente meu filho e se davam bem comigo sem nem ao menos convivermos. Como se elas soubessem que independentemente de qualquer coisa, elas sempre estariam presentes na nossa vida.
Me remexi no sofá da sala onde estávamos agora todos reunidos, discutindo quem ia ou não comigo ao funeral de Gabriel.

-Nós vamos acompanhar você. – Sam falou olhando para todos os presentes na sala.

-Não. Só quero que papai vá comigo. – Falei olhando para Henry de esguelha.

-Eu não vou te deixar ir sozinha. – Embry falou se aproximando de mim, mas eu me afastei.

-Eu já disse que só Henry vai! – Gritei fugindo para o meu quarto.

Eu estava cansada da pena dos outros. Será que eles não conseguiam entender o que eu estava passando? Perdi o pai do meu filho. Tudo bem que ele virou um canalha quando eu mais precisei dele, mas ele não era assim. Eu posso ter me iludido quanto à nossa relação, mas eu nunca me engano ao avaliar uma pessoa… Jacob não conta!

Bufei andando de um lado para o outro e me cansando na segunda volta. A coisa na minha barriga pesava pra burro.

Ótimo, estou regredindo. Chamando meu filho de coisa.

Me joguei na cama deixando que mais algumas lágrimas resvalassem por meu rosto.
Eu não queria ver ninguém, mas esse quarto estava me sufocando. Pensei em pular a janela, mas seria bastante perigoso na minha condição de barril. Mas mesmo assim me sentei bem perto da janela, olhando para a floresta e me imaginando a passear por ela.

De repente a sensação de estar sendo observada fez um arrepio percorrer por minha nuca. Meus olhos correram com mais atenção pela floresta e no meio dos espaços que as árvores davam entre si, julguei ter visto uma sombra de quase dois metros de altura, com dois brilhos negros e intensos apontando na minha direção, como se fossem dois olhos mirando a mim.

A sensação se intensificou e eu tentei focar meu olhar na direção da sombra, mas o som da voz de Embry me chamando me despertou a atenção e quando voltei a olhar para lá, a sombra tinha sumido como se nunca tivesse estado lá e fosse apenas fruto da minha cabeça.

-? – Embry me chamou mais uma vez e eu desisti de tentar ver uma coisa que muito provavelmente imaginei.

-Fala. – Tentei não soar grossa, mas de pouco adiantou. Eu estava em modo permanente de DEFESA depois do choque de ontem, estava bem difícil de baixar a guarda.

Embry baixou os olhos triste com a minha atitude, mas tornou a falar como se eu fosse a mesma pessoa de antes.

Bufei com isso. Pena. Pena estampada em todos os poros do seu corpo.

-Escuta... - ele veio caminhando até mim e se sentou ao meu lado, na cama. -Eu não posso sequer imaginar o que você está sentindo, mas não afaste as pessoas que ama. Não me afaste. – ele falou com o cenho franzido e aquele olhar de cachorro abandonado, finalmente mexendo com os meus sentimentos.

-Embry… Eu só não quero ver a pena na cara de todos. – Falei baixando o olhar e apertando a barra da minha camisola, contendo a raiva.

-Desculpe se te olhamos por pena. Mas nos sentimos inúteis, impotentes, por não sabermos um terço daquilo que você está sofrendo e por não sabermos como te consolar. Parece que todos os gestos e palavras tornam tudo ainda pior. Eu me sinto tão incapaz de fazer algo por você que fico tão cheio de raiva de mim… Eu quero poder ser o ombro em que você deita e cura suas mágoas, . – Embry falou, mas nada disso me pareceu suficiente.

-Eu gostaria de conseguir fazer isso. – Comprimi os olhos guardando as lágrimas neles e esperando que elas desaparecessem, não ia ser fraca.

Assim que meus olhos tornaram a secar os abri e olhei para Embry me erguendo da cama e caminhando até a porta do quarto.

-Venha comigo ao funeral. – Falei por cima do ombro antes de sair.

Caminhei de cabeça baixa evitando olhar por quem eu passava.

-Aonde você vai? – Leah questionou, mas eu ignorei.

-! – Henry me chamou autoritário e eu apenas murmurei que queria ficar sozinha ao tempo que saía da casa dos Uley.

Caminhei tão rápido quanto o peso da minha barriga me permitia. Passei pela floresta sentindo um arrepio percorrer minha espinha e me querer fazer apertar o passo.

Em poucos minutos cheguei à praia e só parei quando avistei aquele tronco velho e caído em que um dia eu sentara com Jacob. E de repente eu realmente queria que ele estivesse aqui, fazendo tudo o que eu menos queria dos outros: me consolar.

E como se meu pedido fosse ouvido pelos céus, senti sua presença sentando do meu lado. Pelo canto do olho vi ele sem camisa e com as mãos socadas nos bolsos. Não esperei que ele se oferecesse e me joguei nele agradecendo por ele me abraçar de imediato e aceitar em silêncio as minhas lágrimas até que elas secassem e apenas os soluços fossem ouvidos.

-Você irá superar. – Ele por fim falou e eu ergui o rosto para o olhar incrédula.

Seu olhar não tinha um resquício de pena, nem de repreensão ou conselho. Era como se ele realmente me compreendesse.

-Quanto tempo demora para sarar? – Me vi perguntando como se ele tivesse todas as respostas.

-O tempo suficiente até que você encontre um motivo para voltar a sorrir. – Fitou o mar e depois passou a mão pelo tronco, bem no local onde estavam gravadas duas iniciais envoltas num coração: J + B.

-Como, quando, encontrar esse motivo? – Quis saber, mas acho que a pergunta não era apropriada.

-Não há maneira de procurar. Quando menos esperar ele virá até você e quando se der conta estará sorrindo novamente. – Falou olhando bem fundo nos meus olhos.

Involuntariamente senti meu coração acelerar sem motivo aparente e minha garganta secar, me fazendo engolir em seco.

-Qual…o seu motivo… - Perguntei receosa.

Jacob me olhou em silêncio como se buscasse dentro de si a resposta e a refletisse em seus olhos e como num espelho eu me vi nessa resposta.

Não sei como isso foi possível e se eu realmente estava certa ao ler essa resposta em seus olhos, mas algo dentro de mim dizia que sim. E a forma como seu rosto se aproximava perigosamente do meu também afirmava.

-Jacob. – Murmurei seu nome tal como um leve sopro do vento, mas ele nada respondeu e continuou se aproximando, segurando meu rosto com uma das mãos.

Involuntariamente fechei os olhos e esperei pelo que quer que viesse. E minhas expectativas finalmente se tornaram reais quando senti a textura quente de seus lábios pressionando levemente os meus num beijo tímido.

Minhas mãos voaram até sua nuca arranhando a pele e repuxando os curtos e macios fios de cabelo e aproximando mais nossos corpos.

O beijo se tornou necessário de aprofundar e quando sua língua traçou uma linha úmida por meus lábios eu não me neguei a entreabri-los e a ceder passagem para um beijo caloroso e urgente.

Quando o ar foi necessário afastamos apenas nossos lábios mantendo as testas coladas e os braços um no outro.

Ele circundava a minha cintura com carinho e cuidado, acariciando meus cabelos e minhas costas.

-O que foi isso? – Perguntei confusa por ter me sentido tão bem em seus braços e ter desejado tanto aquele beijo.

Era insano como o meu coração explodia em meu peito de satisfação por isso ter acontecido tão inesperado, mas tão intimamente desejado que nem eu me dera conta do quanto queria isso antes.

Mas de súbito Jacob se afastou e se levantou, me olhando com uma expressão indecifrável, mas que não mentia em seu olhar: arrependimento.

-Não diga nada. Eu entendi. Me beijou por pena, né? Mas eu te digo uma coisa, Jacob Black... - me ergui como pude do tronco e segurei minha barriga, como se abraçasse meu filho. –EU NÃO PRECISO DA SUA PENA! – gritei passando por ele e lutando inumanamente para não chorar.

-, espera. Não é nada disso…

-Me deixa Jacob. – falei com a voz embargada e as lágrimas encharcando meu rosto. Senti raiva de mim por isso.

–EU TE ODEIO! – gritei tentando correr de cabeça baixa, mas braços me envolveram, me impedindo de continuar.

Tentei me debater, mas ao olhar para cima percebi ser Embry me abraçando.
Fiquei em pânico. Desde quando ele estava ali? Teria sido tempo suficiente para ver o beijo?
Mas ele não falou uma única palavra e apenas me amparou, me guiando de volta a casa.

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-Estamos chegando. – Henry falou dirigindo o seu Kia Sorento prata pela estrada.

Vi a placa da Reserva nos dando as boas vindas a Makah. Meu coração acelerou.

Voltar a essa cidade seria um pesadelo ainda maior que a morte de Gabe. Nenhum deles sabia o motivo por eu ter partido e agora todos poderiam finalmente me apontar os dedos e rir de mim.
Embry apertou a minha mão e Leah me olhou de relance.

Não havia sido minha decisão trazê-la, mas depois do que aconteceu entre mim e Jacob não tive mais senso para tomar outras decisões ou forças para negar o que quer que seja a meu pai. Sim, meu pai tinha feito questão de trazer Leah junto e o desrespeito de não esperar que a maré negra que se abatia sobre mim se acalmasse para me esfregar na cara a sua mais recente relação com minha melhor amiga.
Não tive nem condições de ficar furiosa com ambos… Só queria chegar logo nesse funeral.

As enormes grades negras de ferro que circundavam uma área imensa começava surgindo ao fundo. Engraçado como o cemitério era exatamente depois da entrada da Reserva. Eu até poderia dizer muito mais sobre isso, mas não estava com disposição para ser irônica nesse momento. Já conseguia ver um amontoado de gente parado na entrada do cemitério e outras tantas acompanhando um caixão por entre as tumbas e as campas.

Henry estacionou o carro num espaço ermo onde tantos outros carros também estavam.
Senti as forças se esvaírem e as lágrimas se precipitarem em meus olhos.

-Leve o tempo que precisar. – Embry falou acariciando meu rosto e meu pai assentiu em concordância.

Olhei para as pessoas todas paradas em uma espécie de círculo e percebi que já estavam dando os adeus finais.

Senti meu neném se remexer dentro de mim inquieto e percebi que ele também sentia o meu sofrimento…

Como se fosse o seu. Busquei forças no mais profundo do meu coração e inspirei fundo, como se eu necessitasse de todo o ar do mundo para me manter viva pelos próximos minutos.

Embry percebeu que eu já estava pronta para descer e mais rápido do que eu pude acompanhar, ele já estava do lado de fora abrindo a porta do carro para mim e me ajudando – lê-se carregando no colo – a descer dele, mas assim que pisei no chão senti minhas pernas falhando.

Me agarrei a Embry com bastante força comprimindo os olhos e ordenando ao meu cérebro que comandasse meus pés a andarem.

Depois de algumas insistências finalmente consegui dar os primeiros passos. Meus olhos apenas fitavam o chão e o verde da grama logo se tornou num tom terra alaranjado.

Escutei vários burburinhos e o abraço de Embry em torno dos meus ombros se tornar mais protetor. Leah se manteve à minha frente e Henry do lado dela, abrindo passagem por entre as pessoas.

Mesmo tentando me abstrair meu cérebro traidor ainda captava várias frases maldosas e viperinas.

“Eu sabia que ela era uma vadia.”
“Golpe da barriga.”
“Se achou muito esperta, mas acabou largada.”
“Nunca que ela iria ficar com o Gabe por muito tempo.”
“Meteu os pés pelas mãos achando que o iria segurar com um filho.”
“Não duvido que ela o tenha mandado matar por vingança.”
“Achou outro trouxa para levar no bico. Não duvido que seja cornudo.”

Escutei Embry rosnar ao meu lado e seu corpo tremeu violentamente, me apertando quase dolorosamente.
Reclamei num silvo e levantei o olhar para ele. Embry se acalmou de imediato e me olhou com um pedido de desculpa latejante em seu olhar.

Por fim chegamos até o caixão onde os pais de Gabe e sua irmã Rebekah se encontravam.
Becky me olhou chocada e segredou algo para seus pais que me olharam também.
Acariciei minha barriga e a circundei protetoramente ao vê-los se aproximarem de mim.

O corpo de Embry se tensionou ao meu lado e tremeu levemente, mas não da forma como eu já tinha visto antes nele, em Jacob ou em Paul.
Não tive tempo de perguntar a ele o que ele tinha, pois logo a família Dekker se aproximou de mim e olhou minha barriga.

-É…dele? – Amanda Dekker questionou e eu apenas baixei o olhar.

-Que fique bem claro que minha filha não tentou dar nenhum golpe da barriga. Eu sou bem rico para dar tudo o que ela quer. Foi seu filho que a abandonou depois que soube da gravidez. – Henry falou protetora e acusatoriamente.

-Gabriel sabia? – Hector Dekker questionou olhando diretamente para mim, esperando que a resposta viesse da minha boca.

-Contei para ele assim que descobri. – Sussurrei olhando nos seus olhos.

-Meu filho não é essa pessoa. Ele nunca abandonaria uma namorada se ela estivesse grávida. – Amanda refutou e uma onda de náusea me atacou.

-Eu também acreditava nisso. E olhe que eu não costumo me enganar. Acho que ele soube ludibriar bem nós duas. – Cuspi enraivecida e vi a bem composta e elegante mulher loira dar um passo em frente, mas foi segurada por Becky.

-Ela tem razão, mamãe. – A primogênita de pele clara como a mãe, mas cabelos negros como o pai, se manifestou. – Gabriel me contou sobre a gravidez de assim que descobriu. Ele disse que preferia fingir que nem a conhecia do que assumir esse filho.

As palavras de Rebekah foram como um soco em meu estômago, expulsando as lágrimas que eu lutava para as manter trancafiadas.

Quis me apoiar em Embry, mas quando percebi ele não estava mais ao meu lado. Nem mesmo Leah estava ao lado de meu pai.
Olhei em volta e vi o olhar de deboche de todo o mundo e tudo o que eu mais quis naquele momento foi sumir do mundo.

Senti uma tontura se apoderar do meu corpo e me apoiei na primeira pessoa que consegui alcançar.
Ela me abraçou com força enquanto eu enterrava meu rosto em seu ombro e chorava compulsivamente.

-Vai ficar tudo bem, eu estou aqui irmãzinha. – Meu coração deu um pulo de dor por não ser os braços de Embry em quem eu estava me consolando, mas ao mesmo tempo se acalmou, por saber que nem mesmo meu irmão me havia abandonado nessa hora tão difícil.

Em toda a minha vida ele sempre foi o meu porto seguro e ter ficado um mês longe dele foi como uma eternidade de tormento.

-Vamos sair daqui. – Henry sussurrou no ouvido de Tom, mas eu me afastei o suficiente para dizer:

-Eu ainda não me despedi.

Ambos olharam para mim receosos e ao mesmo tempo olharam em volta enraivecidos, como se dizendo a toda aquela gente falsa e maldosa que se dissessem alguma coisa ou sequer respirassem, iriam todos ter problemas.
Me afastei de Tom e fui caminhando sozinha até o caixão.

Me abstraí de todos os outros que estavam ao redor e fitei o rosto acobreado de Gabriel, envolvido em fios dourados, degradeando até tons mais escuros.

-Eu queria estar com raiva de você pelo modo como me tratou, como uma qualquer, quando contei sobre…o nosso…filho. Mas não foi a sua morte que mudou o que eu sinto. Foi essa criança. Ela me fez amá-lo e desejá-lo tanto que nenhum outro sentimento negativo fazia mais sentido. Eu estou em risco de perdê-lo e eu tenho tanto medo disso, Gabe. – solucei. –E eu só queria você aqui para dizer que se importava, que mesmo que não me quisesse mais, que amasse esse filho incondicionalmente e iria cuidar dele sempre. - me aproximei para acariciar o seu rosto e beijar seus lábios. –Eu sei que você me amava, mas não era nosso destino ficar juntos. E independentemente disso, eu sempre terei um pedacinho de você aqui comigo. – acariciei minha barriga e senti meu garoto se mexer. –Vou dar a ele o seu nome. – falei com a voz fraca. –Te amo. – murmurei colocando uma flor entre suas mãos e me afastando.

Parti antes de ver seu caixão ser lacrado e enterrado debaixo de toda aquela terra. Tom e Henry me guiaram para longe de todo aquele sofrimento e aos poucos a dor foi se tornando em um alívio. Como se todos os meus problemas pendentes tivessem se resolvido com aquela despedida e não houvessem mais lágrimas para derramar.

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-Onde Embry e Leah estão? – Perguntei assim que chegamos na casa de Tom.

Uma paz me invadiu e lembranças boas tomaram conta da minha mente.

-Eu…acho que foram dar uma volta pela Reserva. – Henry falou visivelmente nervoso.

-Papai, não se preocupe. Os dois não vão fugir juntos. – Zombei divertida e Tom me abraçou.

-É tão bom ver a minha pimentinha de volta! Não estava aguentando de tanto te ver chorar. – Thomas revirou os olhos bagunçando meus cabelos.

-Acho que você precisa descansar. – Henry falou voltando sua atenção para mim. –E nem adianta reclamar, é pelo bem do Gabriel. – apontou para a minha barriga.

Assenti inconformada e me retirei até o quarto de Tom.

(POV Embry)

A vida como lobo é algo extraordinário, mas desde o começo eu sempre prezei pelo meu livre arbítrio. Apesar de respeitar e aceitar o imprinting dos outros, eu não desejava o mesmo para mim. Queria saber a sensação de correr atrás, de lutar por algo lindo e real. Algo que crescentemente iria fortalecer e que teria os seus altos e baixos. Os seus momentos de tristeza e os seus momentos de alegria.

Quando apareceu foi como se o que sempre desejei para mim se tornasse real. Eu sabia o quão difícil seria lutar por ela devido a todos os conjuntos de coisas que se interpunham na nossa frente e na frente de qualquer pessoa que quisesse se relacionar com ela. Quer amorosamente, quer na base da amizade.

Ela acabara de sofrer um desgosto e tudo o que queria era se abstrair daquele mundo de sofrimento. Ela precisava de um amigo incondicional, de alguém que a fizesse perceber que a vida é muito mais do que aquilo que estamos à espera e, na altura certa, ela iria precisar de um amor. Não algo arrebatador e eterno, mas algo que aos poucos curasse todas as suas feridas e a fizesse desejar por mais desse sentimento tão nobre.

E eu fui tudo isso e aos poucos a conquistei.

Mas como reagir quando nos apercebemos que o nosso melhor amigo está começando a nutrir sentimentos pela garota que amamos?

Eu não reagi. Engoli essa descoberta e agi como se estivesse na mais pura inocência. Nenhum dos dois se apercebera desse sentimento, mas eu via pelo modo como conversavam e desabafavam coisas que ela nunca falara comigo o quanto eles se completavam. Não era como se fosse um imprinting, mas era algo mais forte do que aquilo que eu tentava construir para mim e para ela. Algo involuntário que nenhum dos dois se apercebera e que crescia sem nem eles mesmos tentarem ou se esforçarem para tal.

Mas eu permaneci ali, ao pé dela. Sendo o que ela quisesse que eu fosse e continuando minha luta desleal para mantê-la ao pé de mim. Eu engolia minha dor e a transformava em forças porque por mais que eles tivessem algo que eu nunca teria com ela, era em mim que ela depositava toda a sua confiança e seu coração para a erguer daquele momento triste que foi o seu passado.
 
E mesmo depois de ter presenciado aquele beijo eu não desisti e muito menos me revoltei com nenhum dos dois.
Mas agora, tudo se tornara completamente diferente. O meu mundo deixara de rodar envolta de Young e passara a rodar por Rebekah Dekker.

N/Baby: Ufaa, consegui escrever esse cap depois de 4 dias tentando. Normalmente só levo horas, mas esse foi bem difícil. Por todos os acontecimentos pendentes que precisavam de desenrolar para uma mudança radical e final nessa história.
Comente sobre O BEIJO.
E também sobre o Imrpinting do Embry pela irmã do Gabe. Tensooo
Espero que tenham gostado de tudo e deixem vossas humildes, mas ainda assim extremamente necessárias e incentivadoras, opiniões em forma de reviews, ok?
Kisses da Baby