03 março 2012
CAPÍTULO 20
A
noite de quinta chegou, e com ela, a completa transformação da
fazenda.
Guirlandas
de folhas de outono em vermelho, dourado e castanho,
derramadas
fora do beiral. Sacas de espigas de milho secas emolduravam a
porta.
Parecia
que Marcie tinha comprado cada abóbora de toda Maine, e as alinhou
ao longo
de
toda calçada, a garagem e cada centímetro quadrado da varanda.
Foram esculpidas
algumas
lanternas de abóbora, piscando luz de velas em suas expressões
assustadoras.
Uma
parte vingativa de mim queria dizer que uma loja de artesanato tinha
sido jogada
em
nosso gramado, mas na verdade ela tinha feito um bom trabalho.
Dentro,
música assombrada tocava do aparelho de som. Caveiras, morcegos,
teias
de aranha e fantasmas se confundiam com os móveis. Marcie tinha
alugado uma
máquina
de gelo seco – como se nós não tivéssemos neblina de verdade o
suficiente
no
jardim.
Eu
tinha duas sacolas de papel nos meus braços cheias de itens que
última hora
que
estavam faltando, e eu os levei até a cozinha.
-
“Voltei!!” eu gritei. “Copos plásticos, um saco de anéis de
aranha, dois sacos de gelo,
e
mais confetes de esqueleto – como você pediu. A soda ainda está
no porta malas.
Algum
voluntário pra me ajudar a trazê-las para dentro?”
Marcie
escorregou do quarto, e eu fiz meu queixo cair. Ela usava um sutiã
de
vinil
preto e calças legging correspondentes. Nada mais. Suas costelas
apareciam
através
de sua pele e ela tinha coxas que nem palitos de picolé . “Coloque
a soda na
geladeira,
o gelo no freezer, e espalhe os confetes de esqueleto na mesa de
jantar, mas
não
deixe cair na comida. Só isso por enquanto. Esteja por perto
caso eu precise de
mais
alguma coisa. Eu tenho que terminar minha fantasia.”
-
“Bem, isso um alívio. Por um minuto, eu achei que isso fosse tudo
que você estava
planejando
usar.” Eu disse, gesticulando para o vinil acanhada.
Marcie
olhou para baixo. “E . Eu sou a Mulher Gato. Eu só preciso
colar as
orelhas
de feltro preto na minha cabeça.
-
“Você vai usar sutiã na festa? Só sutiã?”
-
“Um top.”
Oh,
essa vai ser boa. Mal posso esperar pelo comentário da
. “Quem o
Batman?”
-
“Robert Boxler.”
-
“Então isso significa que Scott se salvou?” Essa era mais
uma pergunta retórica.
Apenas
para dar uma facada notória na uma reviravolta.
Marcie
deu de ombros numa caminhada pouco pomposa. “Que Scott?” ela
disse,
e marchou escada acima.
-
“Ele escolheu ao
invés de você!” Eu disse triunfantemente atrás dela.
-
“Eu não ligo.” Marcie cantou de volta. “Você provavelmente
fez a cabe a dele. Não
segredo
que ele faz tudo o que você diz. Coloque a soda na geladeira antes
da virada
do
século.”
Eu
dei língua para ela, mesmo sabendo que ela não podia ver. “Eu
tenho que me
aprontar
também, você sabe!”
Às
19:00 os primeiros convidados chegaram. Romeu e Julieta, Cleopatra e
Mark
Anthony,
Elvis e Priscila. Até mesmo vidros de ketchup e mostarda
passeavam pela
porta
da frente. Eu deixei Marcie bancar a anfitriã e fui para a cozinha,
empilhando no
meu
prato ovos cozidos, coquetel de salsichas e milho doce. Eu estava
muito ocupada
concedendo
as ordens pré-festa de Marcie para jantar. Isso, e a nova
fórmula de
devilcraft
que Dante tem me dado, parecia reduzir meu apetite após as primeiras
horas
que
eu tomava.
Eu
tinha feito um trabalho razoavelmente bom racionando isso e ainda
tinha o
suficiente
para os próximos dias. Os suores noturnos, dores de cabeça e
estranhas
sensações
de formigamento que me apanhavam nos momentos mais estranhos
quando
eu comecei a tomar a nova fórmula tinham ido embora. Eu tinha
certeza que
isso
significava que os perigos do vício tinham passado e eu tinha
aprendido a usar
devilcraft
seguramente. Moderação era a chave. Blakely pode ter tentado me
ligar ao
devilcraft,
mas eu era forte o suficiente para definir meus próprios limites.
Os
efeitos do devilcraft eram inacreditáveis. Eu nunca tinha me
sentido tão
excecional
fisicamente e mentalmente. Eu sabia que eu teria que parar de tomar
isso
eventualmente,
mas com o estresse, perigos do Cheshvan e a guerra iminente, eu
estava
alegre de eu estar sendo cautelosa. Se mais algum dos meus
duvidosos
soldados
Nephilins me atacasse, dessa vez eu estaria preparada.
Depois
de me encher de aperitivos e Sprite servida em um caldeirão preto,
eu
acotovelei
o caminho até a sala de estar, procurando ver se
e Scott tinham
chegado.
As luzes tinham esmaecido, todos estavam fantasiados, e eu tinha
dificuldade
em
encontrar rostos na multidão. Mais, eu espiei a lista de convidados.
Foi fortemente
ponderada
em favor dos amigos de Marcie.
-
“Adorei a fantasia, .
Mas você não passa de um demônio.”
Olhei
para o lado para Morticia Addams. Eu olhei confusa, e depois sorri.
“Oh,
hey,
Bailey. Quase não te reconheci com o cabelo preto.” Bailey sentava
do meu lado
na
aula de matemática, e nós éramos amigas desde o ginásio. Eu
peguei minha cauda
de
diabo, com uma pequena pontinha no fim, para salvá-la do cara atrás
de mim, que
ficava
acidentalmente pisando nela, e disse, “Obrigada por vir esta
noite.”
-
“Você terminou o dever de matem tica? Eu não entendi nada do
que o Sr. Huron
tentou
nos ensinar hoje. Toda vez que ele começava a resolver um
problema no
quadro,
ele parava na metade, apagava o que tinha feito, e começava de novo.
Eu acho
que
ele não sabe o que está fazendo.”
-
“Yeah, provavelmente vou passar horas fazendo isso amanhã.”
Os
olhos dela se iluminaram. “Nós devíamos nos encontrar na
biblioteca e fazer
juntas.”
-
“Eu prometi pra minha mãe que limparia o celeiro depois da
escola.” Eu encobri.
Verdade
seja dita, dever de casa tinha se esvaído da minha lista de
prioridades para
fazer
mais tarde. Era difícil me preocupar com a escola quando eu temia
que qualquer
dia
agora o sinistro cessar fogo entre anjos caídos e Nephilins
estourasse. E eu daria
qualquer
coisa para descobrir qual.
-
“Oh. Talvez da próxima vez.” Bailey disse, soando desapontada.
-
“Você viu ?”
-
“Ainda não. De quem que ela vem?”
-
“De babá.
Seu par Michael Myers de Halloween.”
Eu expliquei. “Se você a vir, diga
que
eu a estou procurando.”
Quando
eu atravessei a sala de estar, eu esbarrei em Marcie e seu par,
Robert
Boxler.
-
“Como está a comida?” Marcie me perguntou autoritariamente.
-
“Minha mãe está cuidando disso.”
-
“Música?”
-
“Derrick Coleman o DJ.”
-
“Você está trabalhando na multidão? Todos estão se
divertindo?”
-
“Acabei de terminar a ronda.” Mais ou menos.
Marcie
me olhou com criticismo. “Onde está seu par?”
-
“Isso importa?”
-
“Eu soube que você está namorando um cara novo. Fiquei sabendo
que ele não vai
escola.
Quem é ele?”
-
“Quem te disse isso?” O boato sobre Dante e eu estava rolando
afinal de contas.
-
“Isso importa?” ela repetiu sarcasticamente. Ela torceu o nariz
em desgosto. “Do quê
você
está vestida?”
-
“Ela é uma diaba.” Robert disse. “Tridente, chifres e vestido
vermelho de vampiro.”
-
“Não esqueça as botas pretas de combate,” eu disse,
mostrando-as. Eu tinha que
agradecer
a por elas, assim
como pelos laços vermelhos de glitter.
-
“Estou vendo.” Marcie disse. “Mas o tema da festa são casais
famosos. Um diabo não
sai
com ninguém.”
Foi
quando Patch apareceu na porta da frente. Tive que conferir duas
vezes para
ter
certeza de que era ele. Eu não esperava que ele viesse. Nós não
tínhamos resolvido
nossa
briga, e eu orgulhosamente me recusei a dar o primeiro passo, me
forçando a
trancar
meu celular em uma gaveta toda vez que eu era seduzida a ligar para
ele e me
desculpar,
apesar da minha crescente angustia dele nunca ligar também. Meu
orgulho
imediatamente
se transformou em alívio quando o vi. Eu odiava brigar. Eu odiava
não
ter
ele por perto. Se ele estava disposto a consertar isso, eu também
estava.
Um
sorriso iluminou meu rosto quando vi a fantasia dele: jeans escuros,
camisa
preta
e máscara preta. Este último ocultava tudo menos seu semblante
fresco e
taxativo.
-
“Lá está meu par.” Eu disse. “Elegantemente atrasado.”
Marcie
e Robert se viraram. Patch me deu um pequeno aceno e colocou a
jaqueta
de couro em uma pobre novata que Marcie tinha enganado com a tarefa
de
pegar
os casacos. O preço que algumas garotas pagariam para ir a uma
festa dos
populares
era quase vergonhoso.
-
“Não é justo,” Robert disse tirando sua máscara de Batman. “O
cara não se aprontou.”
-
“O que quer que você faça, mas não chame ele de ‘cara’.”
Eu disse para Robert,
sorrindo
para Patch enquanto ele fazia seu caminho.
-
“Eu conheço ele?” Marcie perguntou. “Quem ele deveria ser?”
-
“Ele um anjo,” Eu disse. “Um anjo caído.”
-
“Não com isso que um anjo caído se parece!” Marcie protestou.
Mostra
o quanto você sabe.
Eu pensei, enquanto Patch pendurou seu braço em volta
do
meu pescoço e me puxou para um beijo leve.
‘Tenho
sentido sua falta,’
Ele falou nos meus pensamentos.
‘Sinto
o mesmo. Não vamos mais brigar. Podemos deixar isso pra trás?’
‘Considere
feito. Como está indo a festa?’ Ele
perguntou.
‘Eu
ainda não quis pular do telhado.’
‘Estou
feliz em ouvir isso.’
-
“Oi,” Marcie disse para Patch, o tom dela mais galanteador do
que eu poderia
imaginar
com o par dela a centímetros de distância.
-
“Hey,” Patch retornou, estendendo o reconhecimento com um breve
aceno.
-
“Eu conheço você?” ela perguntou, inclinando a cabeça
curiosamente para o lado.
“Você
vai ao Coldwater High School?”
-
“Não.” Ele disse sem elaborar.
-
“Então como você conhece ?”
-
“Quem não conhece ?”
ele retornou suavemente.
-
“Esse é meu par, Robert Boxler,” Marcie disse a ele com um ar de
superioridade. “Ele
o
quarterback do time de futebol.”
-
“Impressionante.” Patch respondeu, seu tom educado o
suficiente para retornar se
estivesse
interessado. “Como está a temporada, Robert?”
-
“Nós temos tido uns jogos difíceis, mas não nada que não
possamos nos
recuperar.”
Marcie cortou, dando tapinhas no peito de Robert consoladoramente.
-
“Qual academia você frequenta?” Robert perguntou a Patch,
olhando o físico dele
com
admiração. E inveja.
-
“Não tenho tido muito tempo ultimamente para academia.”
-
“Bom, você está ótimo, man. Se você quiser levantar pesos com
alguém, me chame.”
-
“Boa sorte com o restante da temporada,” Patch disse a Robert,
dando a ele um
daqueles
apertos de mão complicados que todos os garotos parecem saber
instintivamente.
Patch
e eu fomos vagamos para dentro da casa, nos enrolando através
dos
corredores
e quartos, tentando encontrar um canto isolado. No fim das contas ele
me
puxou
para o lavabo, chutou a porta fechando-a, e a trancou. Ele se
inclinou para mim
contra
a parede e passou o dedo em uma das minhas orelhas vermelhas de
diabo, seus
olhos
profundamente negros com o desejo.
-
“Bela fantasia,” ele disse.
-
“Idem. Posso dizer que você pensou muito na sua.”
Ele
curvou a boca em divertimento. “Se você não gosta, eu posso
tirar.”
Eu
bati no meu queixo pensativamente. “Essa deve ser a melhor proposta
que eu tive
esse
noite.”
-
“Minhas ofertas sempre são as melhores, Anjo.”
-
“Antes da festa come ar, Marcie me pediu para amarrar a parte de
trás de seu traje de
Mulher
Gato.” Eu levantei e abaixei minhas mãos com um gesto de peso.
“Entre as duas
ofertas,
uma decisão difícil.”
Patch
tirou a máscara dele e sorriu suavemente no meu pescoço,
colocando
meu
cabelo atrás dos meus ombros. Ele tinha um cheiro incrível. Ele
era caloroso,
sólido
e muito próximo. Meu coração batia mais rápido, espremendo com a
culpa. Eu
tinha
mentido para Patch. Eu não podia esquecer. Eu fechei meus olhos,
deixando a
boca
dele explorar a minha, tentando me perder no momento. Durante todo
tempo, as
mentiras
batiam, batiam, batiam, em minha cabeça. Eu tinha tomado devilcraft,
e tinha
enganado
a mente dele. Eu ainda estava tomando devilcraft.
-
“O problema da sua fantasia , que não esconde sua identidade muito
bem.” Eu disse,
me
afastando. “E nós não deveríamos ser vistos juntos em público,
lembra?”
-
“Apenas parei por um minuto. Não podia perder a festa da minha
garota.” Ele
murmurou.
Ele abaixou sua cabeça e me beijou de novo.
-
“ ainda não está
aqui,” eu disse. “Tentei o celular dela. E o de Scott. Fui
encaminhada
para o correio de voz nas duas vezes. Eu devo me preocupar?”
-
“Talvez eles não queiram ser incomodados,” ele falou no meu
ouvido, sua voz
profunda
e grave. Ele puxou meu vestido mais pra cima da minha perna,
acariciando
seu
polegar sobre minha coxa nua. O calor se sua carícia anulou o peso
da minha
consciência.
A sensação me fez estremecer. Fechei meus olhos de novo,
dessa vez
involuntariamente.
Todos os nós soltos. Minha respiração era um pouco mais rápida.
Ele
sabia como me tocar.
Patch
me levantou para a borda da pia, com as mãos espalmadas sob meus
quadris.
Eu fiquei calorosa e tonta por dentro, e quando ele colocou sua
boca na
minha,
eu podia jurar que saíram faíscas. O toque dele me queimava com
paixão. O
palpitante,
inebriante calor líquido de estar perto dele nunca envelhecia, não
importa
quantas
vezes nos tocamos, flertamos ou beijamos. Se qualquer coisa, que se
intensificou
com essa faísca elétrica. Eu queria Patch, e eu não confiava em
mim mesma
quando
eu queria.
Eu
não sei quanto tempo a porta do banheiro ficou aberta antes que eu
percebesse.
Eu me afastei de Patch, com a boca aberta. Minha mãe ficou como
uma
sombra
na entrada, resmungando sobre como a fechadura nunca tinha
funcionado
corretamente,
e ela estava querendo consertar há séculos, quando seus olhos se
ajustaram
à escuridão, porque ela parou a meia desculpa.
Sua
boca se fechou. Seu rosto empalideceu... então corou em um
profundo,
vermelho
escaldante. Eu nunca a havia visto tão enfurecida. “Fora!”
ela apontou seu
dedo
longe. “Fora da minha casa nesse instante, e não pense em
voltar, ou tocar na
minha
filha de novo!” ela sibilou para Patch, p lida.
Eu
saltei da pia. “Mãe – “
Ela
se virou para mim. “Nenhuma palavra de você!” ela balbuciou.
“Você disse
que
tinha terminado com ele. Você disse que esse – esse lance –
entre você e ele –
tinha
acabado. Você mentiu para mim!”
-
“Eu posso explicar,” eu comecei, mas ela tinha se voltada para
Patch.
-
“É isso que você faz? Seduz mo as jovens em suas próprias casas,
com as suas mães a
metros
de distância? Você deveria se envergonhar de si próprio!”
Patch
entrelaçou sua mão na minha, agarrando-a firmemente. “Pelo
contrário, Blythe.
Sua
filha é tudo para mim. Completamente e totalmente. Eu a amo –
simples assim.”
Ele
falou calma e seguramente, mas seu maxilar estava tão rígido como
se fosse
esculpido
de pedra.
-
“Você destruiu a vida dela! No momento que ela te conheceu,
tudo desmoronou.
Você
pode negar o quanto quiser, mas eu sei que você estava envolvido no
sequestro
dela.
Saia da minha casa.” Ela rosnou.
Eu
me agarrei à mão de Patch ferozmente, murmurando ‘Sinto
muito, muito
mesmo’
de novo, e de novo, na mente dele. Eu passei a vista trancada contra
minha
vontade
numa cabana distante. Hank Millar foi o mentor da minha prisão, mas
minha
mãe
não sabe disso. A mente dela ergueu uma muralha em volta das
lembranças dele,
prendendo
tudo de bom, e jogando fora o resto. Eu culpava Hank, e culpava o
devilcraft.
Ela colocou na cabeça que Patch tinha sido responsável pelo meu
sequestro,
e
isso era tão verdade para ela como o nascer do sol de manhã.
-
“Eu deveria ir,” Patch me disse, dando em minha mão um aperto
tranquilizador. ‘Te
ligo
mais tarde’,
ele adicionou privadamente em meus pensamentos.
-
“Eu acho que sim!” minha mãe retrucou, os ombros subindo com
o esforço de
respirar
pesadamente.
Ela
deu um passo para o lado, permitindo que Patch saísse, mas fechou a
porta antes
que
eu pudesse escapar.
-
“Você está de castigo.” Ela disse com voz de ferro.
“Aproveite a festa enquanto ela
dura,
pois este vai ser seu último evento social por um bom, bom tempo.”
-
“Você está mesmo interessada em me ouvir?” eu atirei de
volta, enfurecida pelo
modo
como ela havia tratado Patch.
-
“Eu preciso de um tempo para esfriar. É de seu interesse me dar
algum espaço. Posso
estar
com espírito para falar amanhã, mas essa é a última coisa em
que estou
interessada
agora. Você mentiu para mim. Você agiu pelas minhas costas. Pior,
eu tive
que
encontrar você tirando sua roupa com ele no nosso banheiro. Nosso
banheiro! Ele
quer
uma coisa de você, ,
e ele vai levar para onde quer que possa conseguir. Não
h
nada de especial em perder sua virgindade num banheiro.”
-
“Eu não estava – nós não estávamos – minha virgindade?”
Eu balancei minha cabe a e
fiz
um gesto de aversivo. “Esquece. Você está certa – você não
quer ouvir. Você nunca
quer.
Não quando se trata de Patch.”
-
“Está tudo bem aqui?”
Minha
mãe e eu nos viramos para encontrar Marcie do lado de fora da porta.
Ela
segurava
um caldeirão vazio nos braços e atrelou seus ombros se
desculpando.
“Desculpe
interromper, mas ficamos sem olhos de monstro, também conhecidos
como
uvas
sem casca.”
Minha
mãe colocou um pouco de cabelo no rosto dela, tentando se recompor.
“
e eu está vamos terminando. Eu posso ir até a loja rapidinho
comprar umas uvas.
Mais
alguma coisa que tenhamos pouco?
-
“Molho de queijo nacho,” Marcie disse numa tímida voz de
ratinho, como se ela
odiasse
impor a bondade da minha mãe. “Mas você realmente não precisa
se
preocupar.
Quero dizer, é só molho de queijo nacho. Não haverá nada para
acompanhar
os salgadinhos, claro, e é o meu favorito, mas realmente e
verdadeiramente
– não grande coisa.” Um pequeno suspiro escapou dela.
-
“Ótimo. Uvas e molho nacho. Mais alguma coisa?” minha mãe
perguntou.
Marcie
abra ou o caldeirão e sorriu. “Não, é só isso.”
Minha
mãe pescou as chaves no bolso e saiu, cada movimento seu duro e
rígido.
Marcie, no entanto, ficou.
-
“Você sempre pode enganar a mente dela, sabe. Fazer ela pensar
que Patch nunca
esteve
aqui.”
Eu
voltei os olhos frios para Marcie. “O quanto você ouviu?”
-
“O bastante para saber que você está em uma profunda encrenca.”
-
“Eu não vou enganar a mente da minha própria mãe.”
-
“Se você quiser, eu posso falar com ela.”
Eu
soltei um riso. “Você? Minha mãe não pro que você acha, Marcie.
Ela pegou você
sob
alguma forma equivocada de hospitalidade. E provavelmente para provar
alguma
coisa
para sua mãe. A única razão para você estar vivendo debaixo desse
teto é que é
assim
que minha mãe pode jogar na cara da sua mãe: ela era a melhor
amante, agora
ela
a melhor mãe.” Era uma coisa horrível de se dizer. Tinha soado
melhor na minha
cabeça,
mas Marcie não me deu tempo de alterar minha declaração.
-
“Você está tentando fazer me sentir mal, mas não vai funcionar.
Você não vai arruinar
minha
festa.” Mas eu acho que vi a oscila são em seu l bio. Com uma
inspiração, ela
parecia
se recompor.
De
repente, como se não tivesse acontecido, ela disse numa voz
bizarramente
alegre.
“Eu acho que hora de jogar Bob-for-a-Date.”
-
“Bob o quê?”
-
“É como pegar maçãs, exceto que cada maçã tem o nome de
alguém da festa
atrelado.
Quem quer que você tire é seu próximo encontro às cegas. Nós
jogamos todo
ano
na minha festa de Halloween.”
Eu
fiz uma careta. Nós não tivemos essa ideia do jogo de antemão.
“Parece brega.”
-
“É um encontro s cegas, .
E já que você está de castigo pela eternidade, o que
você
tem a perder?” Ela me puxou para a cozinha, em direção gigante
banheira de
água
com maçãs vermelhas e verdes flutuando nela. “Hey, todo mundo,
ouçam!”
Marcie
chamou por cima da m sica. “Hora de jogar Bob-for-a-Date.
vai
primeiro.”
Aplausos
eclodiram através da cozinha, junto com vaias e alguns gritos e
assobios
de incentivo. Fiquei ali, com a boca movendo-se, mas sem emitir
palavras,
amaldiçoando
Marcie fluentemente em minha mente.
-
“Eu não acho que eu seja a melhor pessoa para isso.” Eu gritei
por cima do barulho.
“Posso
passar?”
-
“Sem chance.” Ela me deu o que parecia um empurrou
brincalhão, mas foi forte o
bastante
para me fazer cair de joelhos em frente à banheira de maçãs.
Eu
lancei para ela um olhar de pura indignação. Eu
vou fazer você pagar por isso,
eu
disse
a ela.
-
“Puxe o cabelo pra trás. Ninguém quer desagradáveis cabelos
dispersos flutuando na
água.”
De
acordo, a multidão rugiu um coletivo “Booo!”
-
“Maçãs vermelhas correspondem aos nomes dos meninos,” Marcie
adicionou. “Maçãs
verdes
das meninas.”
Tudo
bem! Tanto faz! Apenas acabe logo com isso,
eu disse para mim mesma. Não
era
como se eu tivesse alguma coisa a perder: começando amanhã, eu
estava de
castigo.
Não haveriam encontros às cegas no meu futuro, com jogo ou sem.
Eu
mergulhei meu rosto na água fria. Meu rosto esbarrou em uma maçã
após a
outra,
eu não podia afundar meus dentes em nenhuma delas. Eu subi para
pegar ar, e
meus
ouvidos zumbiam com vaias e assobios zombeteiros.
-
“Me deem um tempo,” eu disse. “Eu não tenho feito isso desde
os 5 anos. Isso j diz
muito
sobre esse jogo!” eu adicionei.
-
“ não tem um
encontro s cegas desde que ela tinha 5 anos,” Marcie disse,
interpretando
mal o que quis dizer e acrescentando seu próprio comentário.
-
“Você ser a próxima,” eu disse a Marcie, encarando-a de
joelhos.
-
“Se houver próxima. Me parece que você vai ficar sugando o rosto
com maçãs a noite
toda,”
ela retornou docemente, e a multidão gritou em diversão.
Eu
mergulhei minha cabeça na banheira, atirando meus dentes nas maçãs.
Água
caiu
sobre a borda, encharcando a frente da minha fantasia vermelha de
diabo.
Cheguei
bem perto de pegar uma maçã com a mão e apertá-la em minha boca,
mas
percebi
que Marcie desqualificaria o movimento. Eu não estava com
disposição para
fazer
tudo de novo. Assim como eu estava prestes a subir para pegar
outro fôlego,
meus
dentes da frente prenderam uma maçã vermelho sangue.
Eu
surgi, sacudindo a água do meu cabelo ao som de aplausos e mais
aplausos.
Eu
joguei a maçã na Marcie e agarrei uma toalha, acariciando meu rosto
para secá-lo.
-
“E o sortudo que conseguiu um encontro s cegas com nossa rata
afogada aqui ...”
Marcie
retirou um tubo selado do miolo da maçã. Ela desenrolou o papel que
estava
dentro
do tubo, e enrugou o nariz. “Baruch? Só Baruch? Ela pronunciava
tipo Bar-ooch.
“Estou
falando certo?” Ela perguntou ao público.
Nenhuma
resposta. As pessoas já estavam indo embora agora que o
entretenimento
imediato havia acabado. Eu estava agradecida que Bar-ooch, seja lá
quem
ele fosse, parecia ser uma inscrição falsa. Ou isso, ou ele estava
muito
envergonhado
de ter um encontro comigo.
Marcie
me encarou, como se esperasse que eu conhecesse o rapaz.
-
“Ele não um dos seus amigos?” perguntei a ela enquanto eu
torcia as pontas do
meu
cabelo na toalha.
-
“Não. Achei que fosse um dos seus.”
Eu
estava a ponto de imaginar se esse seria mais um de seus jogos
bizarros,
quando
as luzes da casa piscaram. Uma vez, duas vezes, então elas se
apagaram
completamente.
A música desapareceu no silêncio assustador. Houve um momento de
confusão
assustada e, em seguida, a gritaria começou. Perplexos e confusos no
início,
aumentando
a nota para arrepiar os cabelos de terror. Os gritos antecederam o
barulho
inconfundível de corpos sendo jogados contra as paredes da sala.
-
“!” Marcie
chorou. “O que está acontecendo?”
Eu
não tive a chance de responder. Apenas uma força invisível me
fazia recuar um
passo,
paralisando-me. Uma energia fria e nítida enrolava o meu corpo. O ar
estalava e
flexionava
com o poder de vários anjos caídos. Sua súbita aparição na casa
da fazendo
era
tão tangível como uma rajada de vento ártico. Eu não sabia
quantos eram, ou o que
eles
queriam, mas eu podia senti-los entrar mais profundamente para dentro
da casa,
espalhando
para preencher todos os quartos.
-
“,
. Saia para
brincar.” Uma voz masculina cantou. Estranha e
assustadoramente
falsa.
Eu
dei duas respirações superficiais. Pelo menos agora eu sabia o
que eles
queriam.
-
“Eu vou te achar minha querida, meu bichinho,” ele continuou a
cantarolar em uma
voz
fria.
Ele
estava perto, bem perto. Eu me rastejei atrás do sofá da sala, mas
alguém
chegou
antes de mim no esconderijo.
-
“? É você? O
que está acontecendo?” Andy Smith me perguntou. Ele sentava
duas
cadeiras atrás de mim em matemática e era amigo da Marcie,
namorado da
Addyson.
Eu podia sentir o calor de seu suor transpirando.
-
“Quieto.” Eu o instruí suavemente.
-
“Se você não vier at mim, eu vou até você.” O anjo caído
cantou.
Seu
poder mental me cortava como uma faca quente. Engoli em seco enquanto
ele
se sentia dentro da minha mente, sondando todas as direções,
analisando meus
pensamentos
para determinar onde eu estava escondida. Levei paredes e mais
paredes
para
detê-lo, mas ele passava por elas como se eu tivesse as construído
de poeira.
Tentei
me lembrar de cada mecanismo de defesa que Dante havia me ensinado
contra
invasão
de mente, mas o anjo caído se moveu muito rápido. Ele sempre estava
dois –
perigosos
– passos a frente. Um anjo caído nunca teve esse efeito em mim
antes. Havia
apenas
uma maneira de descrevê-lo. Ele estava dirigindo toda sua energia
mental em
mim
através de uma lente de aumento, ampliando o efeito.
Sem
aviso, um brilho laranja queimou minha mente. Uma grande fornalha de
energia
explodiu pela minha mente. Eu sentia que o calor disso derreteria
minhas
roupas.
Chamas crepitavam através do tecido, limpando minha pele com um
tormento
quente.
Em uma agonia inimaginável, eu me enrolei em uma bola. Eu coloquei
minha
cabeça
entre os joelhos, rangendo os dentes para não gritar. O fogo não
era real. Tinha
que
ser um engana – mente. Mas eu realmente não acredito nisso. O
calor fervia tanto,
que
eu realmente tinha certeza de que ele tinha acendido fogo em mim.
-
“Pare!” Eu finalmente chorei, me lan ando para o exterior e me
contorcendo no chão
– qualquer
coisa para sufocar as chamas devorando minha carne.
Naquele
instante, o calor ardente desapareceu, apesar de eu não ter visto
a
água
que com certeza tinha apagado ele. Eu deitei de costas, meu rosto
banhado de
suor.
Doía respirar.
-
“Saiam todos,” o anjo caído comandou.
Eu
quase havia esquecido que tinham outras pessoas na sala. Eles nunca
esqueceriam
isso. Como poderiam? Eles entendiam o que estava acontecendo? Eles
sabiam
que isso não era encenado para a festa? Eu rezei para que alguém
fosse buscar
ajuda.
Mas a casa da fazenda era muito remota. Levaria tempo para trazer
ajuda.
E
a única pessoa que poderia ajudar era Patch, e não havia como eu
alcançar
ele.
Pernas
e pés se embaralhavam pelo chão, correndo para a saída. Andy Smith
se
esquivou
de trás do sofá e saiu freneticamente pela porta.
Eu
levantei minha cabeça apenas alto o bastante para ver o anjo caído.
Estava
escuro,
mas eu vi uma silhueta imponente, esquelética e seminua. E dois
olhos
selvagens
e brilhantes.
O
anjo caído com peito nu do Devil’s Handbag e da floresta me
observou. Seus
hieróglifos
desfigurados pareciam contrair e relaxar sobre sua pele, como se
fosse
ligado
por fios invisíveis. Na verdade, eu tinha certeza que elas se moviam
conforme
sua
respiração. Eu não podia tirar meus olhos do seu ferimento,
pequeno e bruto em
seu
peito.
-
“Eu sou Baruch.” Ele pronunciou Bar-rewk.
Eu
fugi para o canto da sala, fazendo uma careta de dor.
-
“Cheshvan come ou, e eu não tenho um vassalo Nephil.” Ele disse.
Ele manteve seu
tom
coloquial, mas não havia brilho em seus olhos. Nenhum brilho, nenhum
calor.
Tanta
adrenalina fez minhas pernas se sentirem inquietas e pesadas. Eu não
tinha
muitas opções. Eu não tinha força o suficiente para passar por
ele. Eu não poderia
lutar
com ele – se eu tentasse, ele chamaria seus colegas e eu estaria em
desvantagem
em
segundos. Eu amaldiçoei minha mãe por ter expulsado Patch. Eu
precisava dele. Eu
não
poderia fazer isso sozinha. Se Patch estivesse aqui, eu saberia o que
fazer.
Baruch
traçou sua língua da parte de dentro do seu l bio. “A líder do
exército
do
Mão Negra, e o que eu vou fazer com ela?”
Ele
mergulhou na minha mente. Eu o sentia fazer isso, mas eu estava
impotente
para
evitar isso. Eu estava muito exausta para lutar. A última coisa que
eu sabia, era que
eu
tinha rastejado obedientemente e deitado nos seus pés como um
cachorro. Ele
chutou
minhas costas, olhando predatoriamente para mim. Eu queria negociar
com ele,
mas
meus dentes estavam cerrados com tanta força, que era como se minha
mandíbula
tivesse sido costurada.
Você
não pode discutir comigo,
ele assobiou hipnoticamente na minha mente. Você
não
pode me recusar. O que quer que eu mande, você deve fazer.
Eu
tentei sem sucesso impedir a entrada da voz dele. Se eu pudesse
quebrar
esse
controle, eu poderia revidar. Era minha única chance.
-
“Como a sensação de se um Nephil novo?” ele murmurou numa
voz fria e de
desprezo.
“O mundo não lugar para um Nephil sem um mestre. Eu vou te
proteger de
outros
anjos caídos, . De
agora em diante, você pertence a mim.”
-
“Eu não pertenço a ninguém.” Eu cuspi, as palavras saindo de
mim com um esforço
extenuante.
Ele
exalou, lento e deliberado. Saiu como um castigo assobiado entre os
dentes.
“Eu
vou te quebrar meu bichinho. Apenas veja se não vou.” Ele rosnou.
Eu
olhei para ele. “Você cometeu um grande erro vindo aqui esta
noite, Baruch.
Você
cometeu um grande erro vindo atrás de mim.”
Ele
sorriu, um flash de afiados dentes brancos. “Eu vou gostar
disso.” Ele deu
um
passo mais perto, poder irradiando dele. Ele era quase tão forte
como Patch, mas
havia
uma ponta sanguinária em seu poder que eu nunca tinha sentido com
Patch. Eu
não
sabia há quanto tempo Baruch tinha caído do Céu, mas eu sabia que,
sem sombra
de
dúvidas ele havia se entregado ao mal, de todo coração.
-
“Faça
seu juramento de fidelidade,
.” Ele ordenou.
CAPÍTULO
21
Não ia fazer o Juramento.
E não ia permitir que ele tirasse palavras da minha boca. Não
importava
quanta dor ele impusesse
sobre mim, eu ia ficar forte. Mas
uma
defesa resistente não seria suficiente para suportar isso.
Precisava de uma
ofensiva,
e rápido.
Compense
os truques da mente dele com os seus,
ordenei a mim mesma.
Dante
havia me dito que os truques da mente eram a minha melhor arma.
Ele tinha
dito
que eu era melhor nisso do que quase todos os Nephils que ele
conhecia. Eu tinha
enganado
Patch. E ia enganar Baruch agora. Criaria minha própria realidade e
colocaria
com
tanta força dentro da cabeça dele, que ele não ia sabrão que
tinha golpeado ele.
Apertando
os olhos fechados para bloquear os cantos corruptos de Baruch
ordenando
que eu fizesse o juramento, me lancei para dentro da cabeça dele.
Minha
maior
segurança vinha de saber que eu tinha consumido o devilcraft hoje
de manhã.
Não
confiava na minha própria força, mas o devilcraft me convertia em
uma versão
mais
forte de mim mesma. Incrementava meus talentos naturais,
incluindo minhas
aptidões
para truques mentais.
Voei
pelos corredores escuros e torcidos da mente de Baruch, plantando uma
explosão
depois da outra. Trabalhei o mais rápido que pude, sabendo que se
cometesse
um erro, dava ele uma razão para pensar que estava construindo
seus
pensamentos,
se deixasse uma evidencia da minha presença...
Escolhi
a única coisa que sabia que poderia deixar Baruch alarmado.
Nephilim.
<<
O
exército de Mão Negra.
>> Pensei explosivamente na cabeça de Baruch. Enchi
seus
pensamentos com uma imagem de Dante entrando rapidamente na casa,
seguido
de
20, 30, ou 40 Nephilins. Coloquei a imagem do olhar enfurecido e
os punhos
apertados
dos soldados em seu subconsciente. Para deixar mais convincente,
fiz com
que
Baruch visse os seus homens sendo arrastados pelos Nephilins.
Apesar
de tudo isso, senti a resistência de Baruch. Ele se manteve
calado no
mesmo
lugar, não reagindo como deveria por estar rodeado de Nephilins.
Temi que
ele
suspeitasse que tinha alguma coisa errada e fui em frente.
<<
Se
meche com a nossa líder,
meche com a gente também, com todos nós. >>
Lancei
as palavras venenosas de Dante na mente de Baruch. <<
não vai jurar
lealdade
agora. Nem agora, nem nunca.
>>
Criei
uma imagem do Dante pegando um poker lareira, e fundindo nas
cicatrizes
das asas de Baruch. Coloquei a imagem bem nítida dentro da cabeça
dele.
Escutei
Baruch cair de joelhos antes de abrir os meus olhos. Ele estava
de
quatro,
com os ombros encolhidos. Uma expressão de choque dominava suas
feições.
Seus
olhos estavam vidrados e saliva saia do canto da boca dele. Suas mãos
se
deslizaram
para as costas, agarrando o ar. Ele estava tentando tirar o poker
lareira.
Exalei
de alívio. Ele tinha caído. Tinha acreditado no meu truque da
mente.
Uma
figura se moveu perto da porta.
Fiquei
de pé, e peguei o verdadeiro poker lareira. Levantei sobre o meu
ombro
me
preparando para dar um golpe, quando Dabria entrou no meu campo
visual. Na
semi
escuridão, seu cabelo brilhava como um branco glacial. Sua boca
era uma linha
severa.
-
Fez um truque mental nele? - Adivinhou. - Genial. Mas temos que sair
daqui agora. -
Ela
me disse.
Quase
ri, fria e incrédula.
-
O que você tá fazendo aqui?
Ela
caminhou sobre o corpo imóvel de Baruch.
-
Patch me pediu que te levasse para um lugar seguro.
Neguei
com a cabeça.
-
Você tá mentindo. Patch não te enviou. Ele sabe que você é
a última pessoa com
quem
eu iria. - Apertei mais forte o poker lareira. Se ela desse outro
passo, colocaria o
objeto
nas cicatrizes das asas dela. E como Baruch, ela ficaria em um estado
próximo
ao
coma, até que encontrasse uma maneira de tirar ele das costas dela.
-
Ele não tinha muitas opções. Entre perseguir os outros anjos
caídos que invadiram a
sua
festa e apagar a memória dos seus amigos cheios de pânico que estão
correndo
pelas
ruas enquanto conversamos, diria que ele está um pouco preocupado.
Por acaso
vocês
não tem uma palavra como código secreto para situações como essa?
-
Perguntou
Dabria sem quebrar a sua fria compostura. - Quando estava com Patch,
nós
tínhamos
uma. Confiava em qualquer um enviado por Patch.
Não
tirei meus olhos dela. << Palavra de código secreto? >>
Ai meu Deus, Ela
era
boa pra se enfiar debaixo da minha pele.
-
Na verdade, nós temos um código secreto. - Eu disse. - É Dabria é
uma sanguessuga
patética
que não sabe quando seguir em frente. - Cobri minha boca. - Oh.
Acabo de
notar
por que o Patch esqueceu de compartilhar o nosso código secreto. -
Minhas
palavras
estavam cheias de desdém. - com você.
Os
lábios dela se apertaram ainda mais.
-
Ou me diz para que você veio de verdade, ou vou colocar essa coisa
tão fundo nas
suas
cicatrizes, que vai ser o seu novo e permanente apêndice. - Eu
disse.
-
Não tenho que suportar isso. - Disse Dabria, girando. Segui ela pela
casa vazia até o
caminho
da entrada.
-
Sei que você está chantageando Pepper Friberg - Eu disse. Se
ela tinha ficado
surpresa,
ela não demonstrou. Seu caminhar não se sobressaltou. - Ele pensa
que Patch
está
chantageando ele, e está fazendo tudo o que pode para colocar Patch
no caminho
mais
rápido para o inferno. Os créditos vão pra você, Dabria. Você
diz que ainda ama o
Patch,
mas tem um bem engraçado de demonstrar. Por sua causa, ele tá
correndo
perigo
de ser exilado. Esse é o seu plano? Se você não pode ter ele,
ninguém vai ter?
Dabria
apertou um botão em uma das suas chaves e as luzes do mais exótico
carro que
eu
já vi se ascenderam.
-
Que é isso? - Perguntei. Ela me deu uma olhada condescendente.
-
Meu Bugatti.
Um
Bugatti. Ostentoso, sofisticado e único da sua classe. Exatamente
como
Dabria.
Ela
foi para detrás do volante.
-
Talvez você queira tirar esses anjos caídos da sua sala de estar
antes que a sua mãe
volte.
- Ela fez uma pausa. - E deveria verificar a validade das suas
acusações.
Ela
comçou a fechar a porta, mas eu abri rapidamente.
-
Você tá negando que tá chantageando Pepper? - Perguntei
enojada. - Eu vi vocês
dois
discutindo atrás do Devil's Handbag.
Dabria
enrolou um cachecol em volta da sua cabeça, jogando as pontas sobre
os
seus ombros.
-
Não deveria escutar atrás das portas,
. E Pepper é um
arcanjo que você deveria
manter
distância. Ele não joga limpo.
-
Eu também não.
Ela
olhou fixamente para mim.
-
Não que seja da sua conta, mas Pepper me procurou aquela noite
porque ele sabe
que
eu tenho conexões com o Patch, e incorretamente pensou que eu o
ajudaria. - Ela
ligou
o carro, apertando o acelerador para apagar a minha resposta.
Olhei
enojada para ela, sem acreditar que sua interação com Pepper tinha
sido
assim,tão
inocente. Dabria tinha um sólido registro de mentiras. E ainda por
cima, não
gostávamos
uma da outra. Ela era a desagradável lembrança de que Patch tinha
estado
com
alguém antes de mim. Não seria tão irritante se ela ficasse
no passado que era
onde
ela pertencia. Ao invés disso, ela continuava a aparecer como o
vilão com
múltiplas
vidas de um filme de serial killer.
-
Não é uma boa juíza de caráter. - Ela disse, colocando o Bugatti
em marcha.
Saltei
para frente, colocando as mãos no capo. Não tinha terminado com ela
ainda.
-
Quando se trata de você, não me equivoco. - Gritei sobre o
motor. - Você é uma
daninha,
traiçoeira, egoísta, egocêntrica narcisista.
-
A mandíbula de Dabria se apertou visivelmente. Ela tirou alguns
cabelos soltos do
rosto,
saiu do carro e caminhou até mim, até ficar na mesma altura que eu.
-
Quero limpar o nome de Patch também, sabe? - Disse com sua fria voz
de bruxa.
-
Agora essa é uma frase digna de Oscar.
Ela
me olhou fixamente.
-
Disse a Patch que você era imatura e impulsiva e que não podia
esquecer o ciúme do
que
ele e eu tivemos para fazer esse trabalho.
Minhas
bochechas coraram e peguei o braço dela com força antes que pudesse
evitar.
-
Não fale para o Patch nada sobre mim de novo. Ou melhor, não fale
mais com ele, e
ponto.
-
Patch confia em mim. Isso deveria ser suficientemente bom para você.
-
Patch não confia em você. Ele está te usando. Ele te tem em uma
cadeia, mas ao final,
você
é descartável. E assim que você não for mais útil, acabou.
A
boca de Dabria se apertou em algo feio.
-
Já que estamos dando conselhos uma a outra, aqui vai o meu. Me
solta. - Seus olhos
se
transformaram em advertência.
Ela
estava me ameaçando.
Estava
escondendo alguma coisa.
Ia
desenterrar o segredo dela e ia fazê-la cair.
CAPÍTULO
22
Depois de tirar a poeira
da estrada que o carro de Dabria levantou, eu corri para dentro.
Minha
mãe estaria em casa a qualquer momento e não só teria que dar
muitas explicações
sobre
o fim da festa, mas também precisava me desfazer do corpo de
Baruch. Se ele
realmente
acreditava que eu o tinha acertado com um poker lareira nas
cicatrizes das asas,
deixaria
o corpo dele em um estado quase de coma por algumas horas a mais,
e
então seria bem mais fácil de mover ele. Finalmente, um golpe de
sorte.
Encontrei
Patch na sala, abaixado perto do corpo de Baruch. O alívio se
apoderou
de mim quando o vi.
-
Patch! - Exclamei, enquanto corria.
-
Anjo. - Seus rosto estava cheio de preocupação.
Ele
se levantou, abriu os braços enquanto eu me apertava neles. Me
abraçou
forte.
Assenti com a cabeça para acalmar qualquer preocupação que ele
pudesse ter
sobre
o meu bem estar e engoli o nó na minha garganta.
-
Estou bem. Não estou machucada. Enganei a mente dele para que
pensasse que
estava
tendo um ataque dos Nephilins. E fiz ele acreditar que tinha afundado
um poker
lareira
nas cicatrizes dele.- Deixei escapar um suspiro trêmulo. - Como
sabia que os
anjos
caídos tinham acabado com a festa?
-
Sua mãe me expulsou, mas não ia te deixar sem proteção.
Montei guarda na rua.
Tinha
uma grande quantidade de carros vindo na direção da sua casa, mas
pensei que
fosse
por causa da festa. Quando vi o povo saindo correndo pela porta como
se
tivessem
visto um monstro, vim o mais rápido que pude. Tinha um anjo caído
fazendo
guarda
do lado de fora da sua porta, que pensou que eu tinha aparecido para
roubar.
Não
preciso dizer que tive que apunhalar ele, e alguns outros, nas
cicatrizes das asas.
Espero
que sua mãe não note que eu peguei alguns galhos das árvores
do lado de
fora.
Funcionaram perfeitamente como estacas. - A boca dele se torceu com
travessura.
-
Ela vai estar em casa a qualquer momento.
Patch
assentiu.
-
Eu cuido do corpo. Pode fazer com que a eletricidade funcione? A
caixa de fusíveis
está
na garagem. Verifique se algum dos interruptores desligou. Se
cortaram os fios da
casa,
vamos ter muito mais trabalho em nossas mãos.
-
Estou indo. - Me detive na metade do caminho para a garagem e
voltei. - Dabria
apareceu.
Veio com uma historinha que você tinha pedido pra ela me tirar da
casa.
Acha
que ela podia estar ajudando eles?
Para
minha surpresa, ele disse: - Eu liguei pra ela. Ela estava por perto.
Persegui
os
anjos caídos e pedi pra ele te tirar daqui.
Fiquei
sem palavras, tanto por não acreditar quanto por irritação. Não
sabia se
estava
mais chateada por que a Dabria tinha falado a verdade, ou por que ela
estava
certamente
seguindo o Patch, já que estar "por perto" era difícil
de conseguir já que
minha
rua era de 1 KM de comprimento, e nossa casa era a única no caminho
e acabava
em
um beco sem saída no bosque. Provavelmente ela tinha um
dispositivo de
rastreamento
nele. Quando ele tinha ligado para ela, provavelmente ela estava
estacionada
a uns 30 metros atrás e estava usando um binóculo.
Não
duvidava que Patch tinha sido fiel a mim. Do mesmo modo, não
duvidava
que
Dabria esperava mudar isso.
Calculando
que agora não era o momento certo para começar uma discussão,
disse
a ele: - O que vamos dizer a minha mãe?
-
Eu... eu vou me encarregar disso. - Patch e eu demos a volta e
vimos a imagem
parecida
com um rato perto da porta. Marcie estava ali contorcendo as mãos.
Como se
pressentisse
o quão fraca isso a deixava, ela deixou as mãos caírem para os
lados.
Tirando
o cabelo dos seus ombros, levantou o queixo e disse com mais
confiança em si
mesma:
- A festa foi idéia minha, o que faz disso tanto minha bagunça
quanto sua. Vou
dizer
a sua mãe que alguns perdedores apareceram de penetra na festa e
começaram
os
móveis. Fizemos a única coisa responsável: acabamos com a festa.
Eu
notei que Marcie estava se esforçando para não olhar o corpo de
Baruch deitado de
bruços
sobre o tapete. Se não o via, não podia ser real.
-
Obrigada Marcie. - Eu disse, e disse sério.
-
Não soe tão surpresa. Estou nisso também, você sabe. Não sou...
quero dizer... sou... -
Ela
respirou fundo. - Sou uma de vocês.
Abriu
a boca para dizer algo mais, mas logo fechou. Não a culpava. 'Não
humana',
eram palavras difíceis de pensar, quanto mais falar em voz alta.
Uma
batida na porta principal fez com que eu e Marcie dessemos um
pulo.
Trocamos
um breve olhar de incerteza antes que Patch falasse.
-
Finjam que nunca estivemos aqui. - Disse, lançando Baruch nos ombros
e saindo pela
porta
traseira.
<<
E
anjo?
>>
Acrescentou falando na minha mente. << Apague
a memória de
Marcie
de ter me visto aqui essa noite. Temos que manter o nosso
relacionamento
em segredo.
>>
<<
Vou
fazer.
>> Respondi.
Marcie
e eu fomos abrir a porta. Acabei de girar a maçaneta quando
entrou
se
apressando, soltando a mão de Scott.
-
Sinto chegar tarde. - Anunciou
. - Tivemos uma
pequena emerg... - Ela
compartilhou
um olhar secreto de cumplicidade com Scott e os dois caíram na
risada.
-
Distração. - Concluiu Scott por ela.
se ventilou com a
mão.
-
Pode falar isso outra vez?
Quando
Marcie e eu simplesmente nos olhamos em um silencio sombrio,
olhou
em volta, se dando conta pela primeira vez que a casa estava vazia e
destruída.
-
Espera. Onde está todo mundo? A festa não pode já ter acabado.
-
Tivemos uns penetras na festa. - Disse Marcie.
-
Estavam com máscaras de Halloween. - Eu expliquei. - Podia ter sido
qualquer um.
-
Começaram a destruir os móveis.
-
Mandamos todo mundo pra casa. - Acrescentei.
examinou os danos muda em um estado de comoção.
<<
Penetras na festa?
>>
Scott falou na minha mente, claramente ele não estava
engolindo
as minhas habilidades de atuação e estava percebendo que tinha mais
coisa
na
história.
<<
Anjos
caídos.
>>
Respondi. << Um
em particular fez todo o possível para me
fazer
jurar lealdade. Está
tudo bem. >>
Acrescentei rapidamente quando vi o rosto
dele
se contorcer de ansiedade. << Ele
não conseguiu. Preciso que você tire
daqui.
Se ela ficar, vai começar a fazer perguntas que não vou poder
responder. E
tenho
que limpar tudo antes que a minha mãe volte pra casa.
>>
<<
Quando vai contar pra ela? >>
Estremeci,
a pergunta direta de Scott me pegou com a guarda baixa.
<<
Não posso contar a .
Não se quero manter ela a salvo. UM conselho que estou
te
pedindo pra levar em conta também. Ela é minha melhor amiga, Scott.
Nada pode
acontecer
com ela. >>
<<
Ela merece saber a verdade. >>
<<
Ela merece mais do que qualquer pessoa, mas agora, o mais
importante pra mim é
a
segurança dela. >>
<<
O que você acha que é mais importante pra ela?
>> Scott disse. <<Ela se preocupa
com
você e confia em você. Mostra a ela o mesmo respeito. >>
Não
tinha tempo para discutir. << Por favor, Scott. >>
Supliquei.
Ele
me deu uma longa e considerável olhada. Me dei conta que ele não
estava
contente,
mas também notei que ele ia me deixar ganhar essa batalha, pelo
menos por
agora.
-
Acabei de ter uma idéia. - Ele disse a
. - Vou te compensar.
Vamos ver um filme.
Você
escolhe. Sem influenciar sua opinião, mas tem um novo filme de super
heróis que
quero
ver. Tem criticas ruins, o que é sempre um sinal de que o filme vai
ser bom.
-
Deveríamos ficar e ajudar
a limpar esse desastre. - Disse
- Vou verificar
quem
fez isso e vou ensinar boas maneiras para essas pessoas. Talvez um
peixe morto
possa
ser encontrado dentro dos armários deles. É melhor que fiquem de
olhos em
seus
pneus, por que eu tenho uma faca que está sempre ansiosa para furar
algumas
borrachas.
-
Tire essa noite de folga - Disse a ela. - Marcie vai me ajudar a
limpar, não é, Marcie? -
Coloquei
meu braço sobre seu ombro e falei muito docemente, mas tinha uma
nota de
arrogância
que subtraia das minhas palavras.
capturou meu olhar, e compartilhamos um momento de entendimento.
-
Bom, isso não é muito generoso da sua parte? -
disse a Marcie. - O
coletor fica
debaixo
da pia. Os sacos de lixo também. - Ela deu um soco no ombro de
Marcie. -
Divirtam-se,
e não quebrem muitas unhas.
Quando
a porta se fechou atrás deles, Marcie e eu nos jogamos contra a
parede. Ao
mesmo
tempo demos um suspiro de alívio.
Marcie
sorriu primeiro.
-
Sorte minha, azar o seu.
Eu
limpei minha garganta.
-
Obrigada pela sua ajuda essa noite. - Disse a ela, e honestamente eu
estava falando
sério.
Pelo menos uma vez na vida, Marcie tinha sido... amável, me dei
conta com um
susto.
E ia compensar ela apagando sua memória.
Ela
desgrudou da parede, tirando o pó das mãos.
-
A noite ainda não terminou. O coletor fica debaixo da pia?
CAPÍTULO
23
A manhã
seguinte chegou rápido. A batida na janela do meu quarto serviu
como um
despertador,
dei a volta para ver Dante atrás do vidro, agachado sobre
o
galho de uma árvore, me chamando para fora. Levantei os 5 dedos
sinalizando que
sairia
nesse número de minutos.
Tecnicamente
estava de castigo. Mas não imaginava que a desculpa serviria
para
Dante.
Lá
fora, o ar escuro da manhã tinha o fresco sabor do outono e
friccionei
minhas
mãos com força para esquentá-las. A lua ainda estava no céu. Ao
longe, uma
coruja
piava lastimadamente.
-
Um carro sem placa e com equipamento de radar passou várias vezes
pela sua casa
essa
manhã.- Dante me disse, soprando as suas mãos. – Tenho quase
certeza de que
era
um policial. Cabelos escuros e alguns anos mais velho do que eu, pelo
que pude
perceber.
O que você acha disso?
-
Detetive Basso. O que eu fiz dessa vez pra estar no radar dele?
-
Não. – Disse, pensando que agora não era o momento para contar a
minha
vergonhosa
história com a polícia local. – Provavelmente era o final do
turno dele e ele
tava
procurando alguma coisa para matar o tempo. Não vai atrapalhar
ninguém
passando
dos limites de velocidade aqui, isso você pode ter certeza.
Um
sorriso irônico torceu a boca de Dante.
-Não
em carros, de todo jeito, estrela do atletismo. Está pronta pra
isso?
-Não.
Isso serve de alguma coisa?
Ele
se abaixou e amarrou o cadarço do tênis.
-
É hora do trabalho. Você já sabe o que tem que fazer.
Eu
sabia, e muito bem. O que Dante não sabia era que meu trabalho
também
consistia
em fantasiar que eu estava jogando facas, dardos e outras coisas
em suas
costas
enquanto corria pelo terreno de bosque, seguindo ele até o fundo
da nossa
isolada
aérea de treinamento. O que era para ficar animado, verdade?
Quando
estava completamente ensopada de suor, Dante me fez realizar uma
série
de estiramentos com a intenção de me deixar mais ágil. Tinha visto
Marcie fazer
alguns
desses mesmos exercícios em sua casa. Ela já não estava mais na
equipe de
líderes
de torcidas, mas aparentemente manter a habilidade de abrir as
pernas era
importante
para ela.
-
Qual é o plano pra hoje? – Perguntei, sentada no chão com as
minhas pernas
abertas
em um amplo V. Me dobrei pela cintura, descansando a minha cabeça
no
joelho,
sentindo uma dor no tendão.
-
Possessão.
-
Possessão? – Repeti desconcertada.
-
Sim, os anjos caídos podem nos possuir, é justo que nós
possamos possuir eles
também.
Quer melhor guerra do que ser capaz de controlar mente e corpo do
seu
inimigo?
– Continuou Dante.
-
Não sabia que possuir anjos caídos era uma opção.
-
Agora é... agora que temos o devilcraft. Nunca antes tínhamos sido
o suficientemente
fortes.
Tenho treinando um grupo seleto de Nephilins, inclusive eu, em
segredo.
Dominar
essa habilidade vai ser um ponto importante na guerra,
. Se pudermos
fazer
isso com êxito, vamos ter uma oportunidade.
-
Você tem treinado? Como? – A possessão só era possível durante
o Cheshvan. Como
podiam
estar treinando durante meses?
-
Temos treinado em anjos caídos. – Um sorriso malvado brilhou em
seus olhos. – Te
disse,
somos mais fortes do que nunca fomos, um anjo caído vagando
sozinho, não
pode
enfrentar um grupo dos nossos. Temos recolhido eles das ruas pela
noite e
levado
para o centro de treinamento que o Hank organizou.
-
Hank estava envolvido nisso? – Parecia que os segredos dele
nunca iam deixar de
aparecer.
-
Escolhemos os solitários, os introvertidos, os que nós achamos
que ninguém vai
sentir
falta. Os alimentamos com um protótipo especial de Devilcraft, que
faz com que
seja
possível a possessão por curtos períodos de tempo, mesmo não
sendo Cheshvan.
E
então praticamos neles.
-
Onde estão agora?
-
Detidos no centro de treinamento. Estamos mantendo uma vareta de
metal
encantada
com devilcraft cravada nas cicatrizes das asas dele quando não
estamos
praticando
com eles. Isso os deixa completamente imobilizados. Como ratos de
laboratório
a nossa disposição.
Tinha
certeza de que Patch não sabia de nada disso. Tinha que contar a
ele.
-
Quantos anjos caídos têm detidos? E onde fica o centro de
treinamento?
-
Não posso te dizer o endereço. Quando estabelecemos o centro, Hank,
Blakely e eu
decidimos
que seria mais seguro se mantivéssemos em segredo. Com Hank
morto,
Blakely
e eu somos os únicos Nephilins que sabemos onde fica. É
melhor assim. Se
relaxa
com as regras, acaba conseguindo traidores. As pessoas fazem
qualquer coisa
por
ganancia, incluindo trair a sua própria raça. É a natureza dos
Nephilins, do mesmo
jeito
que é a natureza dos humanos. Estamos eliminando a tentação.
-
Você vai me levar ao centro de treinamento pra praticar? – Estava
certa de que havia
um
protocolo pra isso também. Teria que ir com os olhos vendados, ou
apagariam a
rota
da minha memória. Mas talvez pudesse encontrar uma maneira de
evitar isso.
Talvez
Patch e eu pudéssemos encontrar o caminho para o centro de
treinamento
juntos...
-
Não é necessário. Trouxe um dos ratos de laboratório comigo.
Meus
olhos se cravaram nas árvores.
-
Onde?
-
Não se preocupe... a combinação de devilcraft e a vareta nas
cicatrizes das asas
manteve
ela cooperando. - Dante desapareceu atrás de uma rocha, mas
logo voltou
arrastando
um anjo caído do sexo feminino, que não parecia ter mais de 13 em
anos
humanos.
Suas pernas, eram dois palitos sobressaindo uma calça curta para
fazer
ginástica,
não podiam ser mais grossas que meus braços.
Dante
jogou-a, seu corpo frouxo caiu na terra como um saco de lixo. Desviei
o
olhar
da vareta saindo das suas cicatrizes nas costas. Sabia que ela
não podia sentir
nada,
mas a imagem fez que os cabelos na parte de trás do meu pescoço
ficassem
eriçados
de todas as maneiras.
Tinha
que lembrar que ela era o inimigo. Agora eu tinha uma participação
pessoal
na guerra: me negava a jurar lealdade a qualquer anjo caído.
Todos eram
perigosos.
Até o último deles tinha que ser detido.
-
Uma vez que eu tirar a vareta, você só vai ter 2 segundos
antes que ela começa a
brigar.
Este devilcraft em particular tem um efeito medianamente curto e
não
permanecerá
em seu corpo. Em outras palavras, não baixe a guarda.
-
Ela vai saber que eu tô possuindo ela?
-
Oh, ela vai saber. Ela tem passado por isso umas cem vezes. Quero que
você a possua
e
ordene algumas ações por alguns minutos para que você se acostume
com a
sensação
de manipular um corpo. Me avisa quando você estiver pronta pra
sair do
corpo
dela, porque eu vou deixar a vareta a postos.
-
Como vou entrar no corpo dela? - Perguntei, com meus braços
ficando arrepiados.
Me
sentia fria, não só pelo frio no ar. Não queria possuir um anjo
caído. Mas ao mesmo
tempo,
precisava dar ao Patch a maior quantidade de informações possíveis
de como
funcionava
o processo. Não podíamos resolver um problema que não
compreendíamos.
-
Ela vai estar fraca por causa do devilcraft, o que vai ajudar. E
já entramos no
Cheshvan,
o que significa que os caminhos para possessão estão abertos de
par em
par.
Tudo o que você tem que fazer é enganar ela com a mente. Ter o
controle dos
pensamentos
dela. Fazê-la acreditar, que ela quer que você a possua. E
quando ela
baixar
a guarda, tudo vai ficar muito fácil. Você vai voar pra ela
rapidamente. Vai ser
sugada
pro corpo dela tão rápido que você nem vai perceber a transição.
Em seguida,
você
vai estar no controle.
-
É tão jovem.
-
Não deixe que isso te engane. É tão astuta e perigosa como o resto
deles. Pegue...
tome
um pouco de devilcraft, que vai fazer a sua primeira tentativa um
pouco mais
fácil.
Não
peguei o frasco imediatamente. Meus dedos formigavam com desejo, mas
os
mantive dos meus lados. Já tinha tomado muito devilcraft. Tinha
prometido pra mim
mesma
que ia parar e que eu falaria a verdade pra Patch. Até agora,
não tinha feito
nem
uma coisa nem outra.
Olhei
o frasco com o líquido azul brilhante, e uma fome feroz
pareceu roer
através
do meu estômago. Não queria o devilcraft, mas ao mesmo tempo,
precisava
dele
desesperadamente. Minha cabeça girou, me fazendo sentir tonta sem
ele. Tomar
só
mais um pouco não poderia ser tão ruim. Antes que pudesse me
deter, estendi a
mão
e peguei o frasco. Minha boca já salivava.
-
Deveria tomar tudo?
-
Sim.
Inclinei
o frasco, com o devilcraft queimando pela minha garganta. Tossi e
cuspi,
desejando que Blakely pudesse achar uma maneira de fazer o líquido
com um
sabor
melhor. Seria útil também se pudesse minimizar os efeitos
secundários.
Imediatamente
depois de beber a dose, senti uma forte dor de cabeça. A experiencia
me
dizia que só iria piorar com o passar do dia.
-
Pronta? - Perguntou Dante.
Não
fui rápida em assentir para afirmar. Dizer que tinha pouca vontade
de
possuir
a menina era muita subestimação. Eu tinha sido possuída uma vez...
por Patch,
em
uma tentativa desesperada de me salvar de ser assassinada por
Chauncey Langeais,
um
parente perdido faz muito tempo, que não sentia nenhum afeto
familiar por mim.
Enquanto
ficava alegre por Patch ter me protegido, a violação que tinha
sentido ao ser
possuída,
não era algo que quisesse experimentar outra vez. Ou fazer alguém
mais
passar
por isso.
Meus
olhos percorreram a menina. Ela tinha sofrido com isso, centenas de
vezes
antes,
e aqui estava eu a ponto de fazê-la passar por tudo isso outra vez.
-
Pronta. - Disse pesadamente por fim.
Dante
tirou a vareta das cicatrizes das asas da menina, com cuidado para
que
suas
mãos não tocassem a parte de baixo embebida com o líquido azul
brilhante.
-
Em qualquer momento. - Murmurou com advertência. - Se prepare.
Seus
pensamentos
emitirão impulsos magnéticos. Assim que você sentir a atividade
mental,
você
entra na cabeça dela. Não perca tempo tentando convencer ela que da
possessão.
O
silêncio flutuava, espesso e tenso. Dei um passo para mais perto da
menina,
tentando
me esforçar para detetar qualquer informação mental. Os joelhos de
Dante
estavam
dobrados, como se ele esperasse poder começar a agir a qualquer
momento.
Um
ganido agudo de um cervo, cruzou a escura extensão por cima da
gente. Um fraco
sinal
de energia apareceu no meu radar, e essa foi toda a advertência que
tive, antes
que
a menina se lançasse pra cima de mim, mostrando os dentes e
com as unhas
prontas
pra arranhar, como um animal selvagem.
Nossas
costas se chocaram contra a terra. Meus reflexos eram agudos e eu
girei
sobre
ela. Me lancei sobre os seus pulsos, esperando fixa-los por cima da
cabeça dela,
mas
ela se safou de mim em uma única manobra. Deslizei sobre a terra,
ouvindo-a
aterrissar
a alguns metros de distância. Olhei pra cima, bem a tempo de vê-la
voar no
ar,
vindo pra cima de mim.
Me
enrolando como uma bola, girei para fora do seu alcance.
-
Agora. – Gritou Dante. De rabo de olho, o vi levantando a vareta,
se preparando para
atacar
a menina caso eu falhasse.
-
Fechei meus olhos, me focando em seus pensamentos. Podia senti-los
zumbindo de
várias
maneiras, como insetos frenéticos. Afundei na cabeça dela,
triturando tudo que
encontrava
na minha frente. Juntei seus pensamentos em uma massa gigante e
sussurrei
um hipnótico: Me
deixe entrar, me deixe entrar agora!
-
Muito mais rápido do que esperava as defesas da menina se fundiram.
Justo como
Dante
tinha dito, me senti deslizando para ela, como se minha alma tivesse
sido
sugada
por um poderoso campo de força. Não ofereceu resistência. A
sensação era
como
um sonho, tonto, escorregadio e borrado nas bordas. Não houve um
momento
para
definir quando senti a mudança, simplesmente pisquei e vi o mundo
de um
ângulo
diferente.
Estava
dentro dela, corpo, mente e alma, possuindo ela.
-
? – Perguntou
Dante, cerrando os olhos para mim com ceticismo.
-
Estou dentro. – Minha voz me deu um susto; ordenei a resposta, mas
tinha saído em
outra
voz. Mais alta e mais doce do que podia ter esperado de um anjo
caído. Por
outro
lado, ela era tão jovem...
-
Está sentindo alguma resistência? Alguma reação dela? –
Perguntou Dante.
-
Sacudi minha cabeça negando. Não estava pronta para me ouvir falar
com a voz dela
outra
vez. Por mais que Dante quisesse que eu praticasse dando ordens ao
corpo dela,
eu
queria sair.
-
Me apressei para completar uma pequena lista de exercícios,
ordenando ao corpo do
anjo
que corresse a uma curta distância, que saltasse de um galho de uma
árvore caída,
que
desamarrasse e amarrasse de volta os cordões do seus sapatos. Dante
estava certo,
eu
tinha todo o controle. E sabia que em algum lugar lá no fundo,
estava arrastando
ela
contra a vontade de seus movimentos. Poderia ter ordenado que ela
apunhalasse a
si
mesma nas cicatrizes das asas que ela não faria nenhuma objeção,
só iria obedecer.
-
<< Já
fiz.>>
Falei na mente de Dante. << Agora
vou sair.
>>
-
Um pouco mais. – Ele acrescentou. – Você precisa de mais
prática. Quero que isso
seja
pra você como sua segunda natureza. Realize os exercícios uma vez
mais.
-
Ignorando o pedido dele, ordenei que o corpo dela que expulsasse o
meu, e outra
vez,
a transição foi tão fácil quanto abrupta.
Xingando
baixinho, Dante colocou de novo a vareta nas cicatrizes das asas do
anjo.
Seu corpo desabou, como se ela estivesse morta, seus braços e pernas
batendo
no
chão em ângulos raros. Queria parar de olhar, mas não podia.
Fiquei me
perguntando,
como tinha sido sua existência na terra antes. Se alguém procurava
por
ela.
Se alguma vez seria livre de novo. E quão sombria deveria ser sua
perspectiva.
-
Isso não durou o suficiente. - Me disse Dante, claramente chateado.
- Você não me
ouviu
dizer pra praticar os exercícios mais uma vez? Sei que é um pouco
incomodo no
começo...
-
Como funciona? - Perguntei. - Dois objetos não podem ficar no
mesmo espaço ao
mesmo
tempo. Então, como funciona a possessão?
-
Tudo se resume ao domínio quântico, função de onda e dualidade
partícula-onda.
-
Não tive teoria quântica ainda. - Eu disse com um toque de rancor.
- Traduz pra uma
língua
que eu consiga entender.
-
Pelo que posso dizer, tudo é demais. Funciona a um nível sub
atômico. Dois objetos
podem
sim existir no mesmo lugar ao mesmo tempo. Não estou certo de que
alguém
realmente
possa entender como isso funciona. É simplesmente assim,
-
É tudo o que você pode me dizer?
-
Tenha um pouco de fé, .
-
Bom, vou te dar um pouco de crédito. Mas quero uma coisa me
troca. - Disse,
olhando
para Dante astutamente. - Você é bom com vigilância. né?
-
Você pode fazer pior.
-
Tem um arcanjo picareta vagabundeando pelo bairro, chamado
Pepper Friberg.
Dizendo
ele, que um anjo caído está chantageando ele, e tenho quase certeza
de que
sei
quem é. Quero que você me traga a evidência que preciso para pegar
ela.
-
Pegar ela?
-
As mulheres podem ser muito astutas também.
-
O que isso tem a ver com liderar os Nephilins?
-
Isso é pessoal.
-
Certo. - Disse Dante lentamente. - Me diga o que eu tenho que saber.
-
Patch me disse que alguns dos anjos caídos aí fora podem
chantagear Pepper por
muitas
coisas - páginas do Livro de Enoch, vislumbres do futuro, perdão
total de um
crime
passado, informação considerada sagrada e secreta, ou mesmo ser
elevado a
anjo
guardião - a lista do que um arcanjo pode prover, pode continuar,
imagino.
-
O que mais Patch disse?
-
Não muito. Também quer encontrar o chantagista. Sei que ele tem
seguido pistas e
seguindo
pelo menos um suspeito. Mas tenho quase certeza de que ele está
bisbilhotando
nos lugares errados. Na outra noite, vi a ex dele conversando
com o
Pepper
atrás do Devil's Handbag. Não consegui escutar o que diziam,
mas parecia
confiante.
E Pepper parecia furioso. Seu nome é Dabria.
Me
surpreendeu ver uma sombra de reconhecimento nublar a expressão de
Dante.
Ele cruzou os braços sobre o peito.
-
Dabria?
Gemi.
-
Não me diga que também a conhece. Eu juro, ela está em todas as
partes. Se você me
disser
que acha que ela é charmosa, vou chutar a sua bunda bem na beira
de um
precipício
imenso.
-
Não é isso. - Dante sacudiu a cabeça, a pena se arrastando por seu
rosto. - Não quero
ser
a pessoa que vai te contar isso.
-
Me contar o que?
-
Conheço Dabria, não pessoalmente, mas... - A compaixão em sua voz
se afundou. Ele
me
olhou como se estivesse a ponto de me contar uma notícia horrível.
Eu
tinha sentado sobre um tronco caído para contar minha história pra
ele, mas agora
já
estava de pé.
-
Só me diga, Dante.
-
Tenho espiões trabalhando pra mim. Gente que contratei para manter
um olho nos
anjos
caídos influentes. - Confessou Dante, quase arrependido. - Não é
um segredo
que
Patch é altamente respeitado na comunidade dos anjos caídos. Ele
está sempre
pronto,
é inteligente e ágil. É um bom líder. Os anos como mercenário,
deram mais
experiencia
a ele do que a maioria dos meus homens e eu temos juntos.
-
Você tem espionado o Patch? - Disse. - Por que não me contou?
-
Confio em você, mas não descarto a possibilidade de que ele exerça
algum tipo de
influencia
sobre você.
-
Influencia? Patch nunca tomou decisões por mim, sou capaz de
fazer isso sozinha.
Estou
no comando dessa operação. Se quisesse enviar espiões, teria feito
eu mesma. -
Disse,
minha irritação parecendo evidente.
-
Bom ponto.
Caminhei
até a árvore seguinte, de costas para Dante.
-
Vai me dizer por que está divulgando tudo isso?
Ele
suspirou com relutância.
-
Enquanto espiava Patch, Dabria apareceu mais de uma vez em nosso
radar.
Cerrei
meus olhos. Desejando poder dizer a ele que parasse por ali mesmo.
Não
queria
ouvir mais nada. Dabria seguia Patch para todos os lados, eu sabia
disso. Mas o
tom
da voz de Dante, sugeria que ele tinha notícias muito mais
devastadoras para
oferecer,
do que me dizer que Patch tinha uma acusadora que por acaso era
sua
magnífica
ex.
-
Faz duas noites, eles estiveram juntos. Tenho evidencia. Muitas
fotos.
Apertei
minha mandíbula e de a volta.
-
Quero ver.
-
...
-
Posso lidar com isso. - Retruquei. - Quero ver essa prova que
seus homens, meus
homens,
conseguiram.
Patch
com Dabria.
Busquei na minha memória, tratando de determinar em que
noite
isso poderia ter acontecido. Me sentia desesperada, ciumenta e
instável. Patch
não
tinha feito isso. Havia uma explicação. Daria a ele o benefício
da dúvida. Já
tínhamos
passado por muitas coisas, para que eu voasse da pra cima da
primeira
conclusão
que aparecesse no meu caminho.
Tinha
que manter a calma. Seria um absurdo julgar ele tão rápido. Dante
tinha
fotos?
Bem. Analisaria por mim mesma.
Dante
pressionou seus lábios juntos, então assentiu.
-
Vou enviar elas para a sua casa hoje a tarde.
CAPÍTULO
24
Passei pela rotina do dia,
mas fiz tudo mecanicamente. Não
conseguia
tirar a imagem de Patch e Dabria juntos da minha cabeça. Não tinha
pensado
em perguntar os detalhes pro Dante, e agora minhas perguntas sem
respostas
pareciam fazer buracos no meu cérebro. Estiveram
juntos. Tenho
fotos.
O
que isso significava? Juntos, como? Seria ingênua por perguntar?
Não.
Eu
confiava em Patch. Estava tentada a ligar pra ele, mas, não fiz. Eu
ia esperar
até
ver as fotos. Se fossem culpados... eu saberia de imediato.
Marcie
entrou na cozinha, e se sentou na borda da mesa.
-
Estou procurando uma companheira de compras para hoje, depois da
escola.
Empurrei
minha taça de cereal. Estava perdida nos meus pensamentos a tanto
tempo,
que
já não tinha mais nenhuma possibilidades de salva-lo.
-
Sempre saio para fazer compras as quintas a tarde. – Disse Marcie.
– É
como
um ritual.
-
Quer dizer uma tradição. – Eu corrigi.
-
Preciso de um novo casaco pro outono. Algo quente e de lã,
mas
elegante.
– Disse, franzindo o cenho ligeiramente em contemplação.
-
Obrigada pela oferta, mas tenho muito exercício de trigonometria
para
fazer.
-
Ah, vamos. Você não fez tarefa a semana toda, por que começar
agora?
E
eu realmente preciso de uma segunda opinião. É uma compra
importante. E
justo
quando você estava começando a agir com naturalidade. – Murmurou.
Levantei
da minha cadeira e coloquei a minha taça de cereal na
geladeira.
-
As adulações sempre me convencem.
-
Vamos nora, não quero discutir. – Ela se queixou. – Só quero
que você
venha
fazer compras comigo.
-
E eu quero passar em trigonometria. E ainda por cima, eu to de
castigo.
-
Não se preocupe, eu já falei com a sua mãe. Ela teve tempo
para se
acalmar
e voltar a razão. Você não está mais de castigo. Vou esperar
por 30
min.
Depois da aula. Isso vai dar tempo suficiente para você
terminar
trigonometria.
Cerrei
meus olhos especulativamente para ela.
-
Você ta brincando com a mente da minha mãe?
-
Sabe o que eu acho? Que você está com ciúmes de que sua mãe e eu
estejamos
unidas.
Ugh.
-
Não é só matemática, Marcie. Também preciso pensar. Sobre
o que
aconteceu
a noite, e como prevenir para que não aconteça outra vez. Não vou
jurar
fidelidade. – Disse com determinação. – E não quero que
mais Nephilins
façam
isso também.
Marcie
fez um som de exasperação.
-
Você é igual ao meu pai. Só por uma vez, deixe de ser tão...
-
Nephil? – Sugeri. – Um fenômeno anormal e um acidente da
natureza?
Focada?
Marcie
apertou suas mãos tão fortes, que ficaram vermelhas de sangue.
Por
fim levantou o queixo. Desafio e orgulho brilharam em seus olhos.
-
Sim. Um mutante, um monstro, um fenômeno. Como eu.
Levantei
minhas sobrancelhas..
-
Então, isso é tudo? Finalmente vai aceitar o que você é?
Um
tímido sorriso apareceu no seu rosto.
-
Bom, sim.
-
Eu gosto mais dessa versão de você. – Eu disse.
-
Gosto mais dessa versão de você. – Marcie se levantou,
pegando sua bolsa da
mesa.
– Temos um chamado para ir a compras ou o que?
Não
tinham passado duas horas depois que o sinal tinha tocado, e
Marcie
já tinha gastado quase 400 dólares em um casaco de lã, uns
jeans e
alguns
acessórios. Eu não tinha gastado 400 nem com todo o meu
guarda
roupas
em um ano. Eu imaginei o que teria acontecido comigo se eu
tivesse
crescido
na casa de Hank; não pensaria duas vezes antes de gastar todo o meu
cartão
de crédito durante uma tarde. Na verdade, eu gostaria de ter um
cartão
de
crédito.
Macie
dirigia, já que ela já tinha reclamado duas vezes que não queria
ser
vista
no meu carro, e eu não a culpava, essa tinha sido uma mensagem
clara. Ela
tinha
dinheiro e eu não. Hank tinha me deixado o seu maldito exército e
para
ela
a sua herança. Dizer que era injusto, não era o suficiente.
-
Podemos fazer uma parada rápida? – Perguntei a Marcie. –
Está um
pouco
longe do caminho, mas preciso pegar uma coisa na casa do meu amigo,
Dante.
– Me senti tonta diante da ideia de ver as fotos de Patch e Dabria,
mas
queria
acabar com isso de uma vez. Não tinha paciência para esperar até
que
Dante
me entregasse. Já que não tinha como saber se ele já tinha feito,
então
resolvi
ser proativa.
-
Dante? Conheço ele?
-
Não. Ele não vai pra escola. Pega a próxima a direito. Ele mora
perto de
Casco
Bay. – Disse a ela.
A
ironia desse momento não podia passar despercebida. Durante o
verão,
acusei Patch de se envolver com Marcie. Agora, alguns meses depois,
eu
estava
no banco do passageiro do carro dela, indo investigar a mesma
história..
só
que com uma garota diferente.
Pressionei
a unha da mão entre os meus olhos. Talvez devesse deixar
passar.
Talvez isso dissesse muito sobre as minhas inseguranças e
simplesmente
deveria
confiar em Patch incondicionalmente. O ponto era, eu confiava nele.
E
então, lá estava Dabria.
Até
por que, se Patch fosse inocente, e eu esperava com todas as minhas
forças
que ele fosse, não tinha nada de mal em ver as fotos.
Marcie
seguiu minhas instruções até a casa de Dante e imediatamente
fez
um som de apreciação quando viu a arquitetura.
-
Esse Dante, amigo seu, tem estilo. – Disse ela, varrendo com os
olhos a
excelência
da casa estilo Rainha Anne, localizado atrás de um gramado.
-
Os amigos dele deixaram tudo que tinham pra ele. – Disse. –
Não se
preocupe
em sair, simplesmente vou correr até a porta e pegar o que preciso.
-
De jeito nenhum, tenho que ver o interior. – Disse ela saindo,
antes que
eu
pudesse detê-la. – Dante tem namorada? – Colocou seus óculos de
sol em
cima
da cabeça, admirando descaradamente, a riqueza dele.
Sim,
eu pensei. E obviamente estava fazendo um trabalho incrível para
manter
a farsa. Incluindo minha meia irmã, que dormia no mesmo corredor que
eu,
não sabia nada sobre o meu novo ‘namorado’.
Subimos
no alpendre e tocamos a campainha. Esperamos e tocamos
outra
vez. Colocando as mãos em volta dos meus olhos, olhei pela janela a
sala
escura.
Que sorte a minha, passar quando ele não estava em casa.
-
Yuhu! Meninas, estão procurando o jovem que mora aí?
Marcie
e eu viramos para encontra uma senhora de pé na calçada. Tinha
colocado
umas pantufas rosadas, rolinhos rosados no cabelo e um
pequeno
cachorro
preto ao extremo de uma coleira.
-
Estamos procurando Dante. – Eu disse. – A senhora é vizinha
dele?
-
Me mudei com a minha filha e o marido dela no começo do verão. Na
rua
de baixo. – Ela disse, sinalizando a rua atrás dela. – Meu
marido, John,
faleceu.
Que Deus o tenha, e agora está em um asilo, ou fica na casa do meu
filho.
Ele nunca abaixa o assento do vaso. – Nos informou.
<< Do
que ela está falando?
>> Perguntou Marcie nos meus
pensamentos.
<< E,
ooooi, esse cachorro precisa de um banho. Posso sentir
o
cheiro dele daqui.
>>
Coloquei
um sorriso agradável no rosto, e desci os degraus da varanda.
-
Sou
. Sou amiga do rapaz
que vive aqui, Dante Materazzi.
-
Materazzi? Sabia! Sabia que ele era italiano! Um nome como esse grita
italiano.
Eles estão invadindo nossas costas. – Disse a mulher. –
Quando nos
dermos
conta, vou compartilhar o meu jardim com o próprio Mussolini. –
Como
para
confirmar o que ela estava dizendo, o cachorro deu um grunhido
de
consentimento.
Marcie
e eu nos olhamos, e ela deixou seus olhos só na parte branca. Eu
disse
a mulher: - A senhora viu Dante hoje?
-
Hoje? Por que veria ele hoje? Acabo de te dizer que ele se mudou. Faz
dois
dias. Foi no meio da noite, só como um italiano faria. Dissimulado e
astuto
como
um mafioso siciliano. Com más intenções, tô dizendo pra vocês.
-
Deve estar equivocada. Dante ainda mora aqui. – Eu disse
tentando
manter
um tom cordial.
-
Ah, esse rapaz está nas últimas. Sempre isolado e tão pouco
amigável.
Desde
o dia em que chegou. Nem sequer disse um oi. Um rapaz como ele, em
um
bairro como esse bom e respeitável, não é nada bom. Só durou um
mês, e
não
posso dizer que estou triste por vê-lo partir. Deveria haver
leis contra os
inquilinos
neste bairro, que tiram o piso do valor das casas como eles fazem.
-
Dante não está alugando. Ele é o dono. Os amigos dele
deixaram de
herança.
-
Foi isso que ele te disse? – Ela sacudiu a cabeça, me olhando com
seus
olhos
azuis aguçados, como se eu fosse a pessoa mais estúpida do mundo.
–
Meu
genro é o dono dessa casa. Tem estado na família dele por anos. Ele
só iria
alugar
durante o verão, antes que a economia entrasse em colapso.
Antes,
quando
se podia fazer dinheiro com o turismo. Agora temos que aluga-la para
italianos
mafiosos.
-
Deve estar equivocada... – Comecei a dizer pela segunda vez.
-
Revise os registros do condado! Eles não mentem. Não posso dizer o
mesmo
dos sombrios italianos.
O
cachorro corria em círculos em volta das pernas da mulher, atando
ela
com
a coleira. De vez em quando parava e dava a Marcie um grunhido
gutural
de
advertência. Depois voltava a correr em círculos. A mulher se
desatou
sozinha
e caminhou rua a baixo.
Fiquei
olhando para ela. Dante era o dono da casa, não estava alugando.
Uma
sensação esquisita de apossou do meu peito. Se Dante tivesse ido,
como
ia conseguir mais devilcraft? Quase não tinha sobrado nada.
Só me
restava
o suficiente para um dia. Dois se eu dividisse ao meio.
-
Bom, acho que alguém está mentindo. – Disse Marcie. – Acho que
é ela.
Nunca
confio nos velhos, principalmente nos mal humorados.
Quase
não a escutei. Tratei de ligar para o celular de Dante, rezando para
que
ele respondesse, mas não obtive resposta. Nem sequer o
correio de voz
dele.
Ajudei
a Marcie a levar suas bolsas para dentro, minha mãe desceu as
escadas
e se juntou a nós.
-
Um de seus amigos deixou isso aqui. – Ela disse, me
entregando um
envelope
de papel. – Disse que seu nome era Dante. Deveria conhecer
ele? –
Insistiu.
Tratei
de não ficar ansiosa quando peguei o envelope.
-
É um amigo de Scott. – Expliquei.
Minha
mãe e Marcie, mantiveram seus olhos sobre o envelope, olhando
cheias
de expectativa.
-
Provavelmente é algo que quer que eu entregue a Scott. – Menti,
sem
querer
gerar atenção extra para a situação.
-
Parecia maior que seus amigos. Não estou totalmente a vontade sobre
o
fato de você sair com meninos mais velhos que você. – Disse minha
mãe.
-
Como disse, é um amigo de Scott. – Respondi evasivamente.
No
meu quarto, respirei fundo e tirei o selo do envelope. Tirei
várias
fotografias
ampliadas. Todas em preto e branco.
As
primeiras foram tiradas a noite. Patch passeando por uma rua deserta.
Patch
fazendo vigilância na sua moto. Patch falando em um telefone
público.
Nada
de novo, já que eu sabia que ele estava trabalhando para
encontrar o
chantagista
de Pepper.
A
foto seguinte era de Patch e Dabria.
Estavam
na nova caminhonete Ford F-150 preta do Patch. Uma pequena
garoa
atravessava o farol acima deles. Dabria tinha seus braços ao
redor do
pescoço
dele, com um tímido sorriso dançando em seus lábios. Estavam
presos
em
um abraço e Patch não parecia estar oferecendo resistência.
Passei
as últimas três imagens rapidamente. Meu estômago revirou
e
sabia
que eu ia vomitar. Beijos.
Dabria
beijando Patch. Ali mesmo, nas fotos.
CAPÍTULO
20
A
noite de quinta chegou, e com ela, a completa transformação da
fazenda.
Guirlandas
de folhas de outono em vermelho, dourado e castanho,
derramadas
fora do beiral. Sacas de espigas de milho secas emolduravam a
porta.
Parecia
que Marcie tinha comprado cada abóbora de toda Maine, e as alinhou
ao longo
de
toda calçada, a garagem e cada centímetro quadrado da varanda.
Foram esculpidas
algumas
lanternas de abóbora, piscando luz de velas em suas expressões
assustadoras.
Uma
parte vingativa de mim queria dizer que uma loja de artesanato tinha
sido jogada
em
nosso gramado, mas na verdade ela tinha feito um bom trabalho.
Dentro,
música assombrada tocava do aparelho de som. Caveiras, morcegos,
teias
de aranha e fantasmas se confundiam com os móveis. Marcie tinha
alugado uma
máquina
de gelo seco – como se nós não tivéssemos neblina de verdade o
suficiente
no
jardim.
Eu
tinha duas sacolas de papel nos meus braços cheias de itens que
última hora
que
estavam faltando, e eu os levei até a cozinha.
-
“Voltei!!” eu gritei. “Copos plásticos, um saco de anéis de
aranha, dois sacos de gelo,
e
mais confetes de esqueleto – como você pediu. A soda ainda está
no porta malas.
Algum
voluntário pra me ajudar a trazê-las para dentro?”
Marcie
escorregou do quarto, e eu fiz meu queixo cair. Ela usava um sutiã
de
vinil
preto e calças legging correspondentes. Nada mais. Suas costelas
apareciam
através
de sua pele e ela tinha coxas que nem palitos de picolé . “Coloque
a soda na
geladeira,
o gelo no freezer, e espalhe os confetes de esqueleto na mesa de
jantar, mas
não
deixe cair na comida. Só isso por enquanto. Esteja por perto
caso eu precise de
mais
alguma coisa. Eu tenho que terminar minha fantasia.”
-
“Bem, isso um alívio. Por um minuto, eu achei que isso fosse tudo
que você estava
planejando
usar.” Eu disse, gesticulando para o vinil acanhada.
Marcie
olhou para baixo. “E . Eu sou a Mulher Gato. Eu só preciso
colar as
orelhas
de feltro preto na minha cabeça.
-
“Você vai usar sutiã na festa? Só sutiã?”
-
“Um top.”
Oh,
essa vai ser boa. Mal posso esperar pelo comentário da
. “Quem o
Batman?”
-
“Robert Boxler.”
-
“Então isso significa que Scott se salvou?” Essa era mais
uma pergunta retórica.
Apenas
para dar uma facada notória na uma reviravolta.
Marcie
deu de ombros numa caminhada pouco pomposa. “Que Scott?” ela
disse,
e marchou escada acima.
-
“Ele escolheu ao
invés de você!” Eu disse triunfantemente atrás dela.
-
“Eu não ligo.” Marcie cantou de volta. “Você provavelmente
fez a cabe a dele. Não
segredo
que ele faz tudo o que você diz. Coloque a soda na geladeira antes
da virada
do
século.”
Eu
dei língua para ela, mesmo sabendo que ela não podia ver. “Eu
tenho que me
aprontar
também, você sabe!”
Às
19:00 os primeiros convidados chegaram. Romeu e Julieta, Cleopatra e
Mark
Anthony,
Elvis e Priscila. Até mesmo vidros de ketchup e mostarda
passeavam pela
porta
da frente. Eu deixei Marcie bancar a anfitriã e fui para a cozinha,
empilhando no
meu
prato ovos cozidos, coquetel de salsichas e milho doce. Eu estava
muito ocupada
concedendo
as ordens pré-festa de Marcie para jantar. Isso, e a nova
fórmula de
devilcraft
que Dante tem me dado, parecia reduzir meu apetite após as primeiras
horas
que
eu tomava.
Eu
tinha feito um trabalho razoavelmente bom racionando isso e ainda
tinha o
suficiente
para os próximos dias. Os suores noturnos, dores de cabeça e
estranhas
sensações
de formigamento que me apanhavam nos momentos mais estranhos
quando
eu comecei a tomar a nova fórmula tinham ido embora. Eu tinha
certeza que
isso
significava que os perigos do vício tinham passado e eu tinha
aprendido a usar
devilcraft
seguramente. Moderação era a chave. Blakely pode ter tentado me
ligar ao
devilcraft,
mas eu era forte o suficiente para definir meus próprios limites.
Os
efeitos do devilcraft eram inacreditáveis. Eu nunca tinha me
sentido tão
excecional
fisicamente e mentalmente. Eu sabia que eu teria que parar de tomar
isso
eventualmente,
mas com o estresse, perigos do Cheshvan e a guerra iminente, eu
estava
alegre de eu estar sendo cautelosa. Se mais algum dos meus
duvidosos
soldados
Nephilins me atacasse, dessa vez eu estaria preparada.
Depois
de me encher de aperitivos e Sprite servida em um caldeirão preto,
eu
acotovelei
o caminho até a sala de estar, procurando ver se
e Scott tinham
chegado.
As luzes tinham esmaecido, todos estavam fantasiados, e eu tinha
dificuldade
em
encontrar rostos na multidão. Mais, eu espiei a lista de convidados.
Foi fortemente
ponderada
em favor dos amigos de Marcie.
-
“Adorei a fantasia, .
Mas você não passa de um demônio.”
Olhei
para o lado para Morticia Addams. Eu olhei confusa, e depois sorri.
“Oh,
hey,
Bailey. Quase não te reconheci com o cabelo preto.” Bailey sentava
do meu lado
na
aula de matemática, e nós éramos amigas desde o ginásio. Eu
peguei minha cauda
de
diabo, com uma pequena pontinha no fim, para salvá-la do cara atrás
de mim, que
ficava
acidentalmente pisando nela, e disse, “Obrigada por vir esta
noite.”
-
“Você terminou o dever de matem tica? Eu não entendi nada do
que o Sr. Huron
tentou
nos ensinar hoje. Toda vez que ele começava a resolver um
problema no
quadro,
ele parava na metade, apagava o que tinha feito, e começava de novo.
Eu acho
que
ele não sabe o que está fazendo.”
-
“Yeah, provavelmente vou passar horas fazendo isso amanhã.”
Os
olhos dela se iluminaram. “Nós devíamos nos encontrar na
biblioteca e fazer
juntas.”
-
“Eu prometi pra minha mãe que limparia o celeiro depois da
escola.” Eu encobri.
Verdade
seja dita, dever de casa tinha se esvaído da minha lista de
prioridades para
fazer
mais tarde. Era difícil me preocupar com a escola quando eu temia
que qualquer
dia
agora o sinistro cessar fogo entre anjos caídos e Nephilins
estourasse. E eu daria
qualquer
coisa para descobrir qual.
-
“Oh. Talvez da próxima vez.” Bailey disse, soando desapontada.
-
“Você viu ?”
-
“Ainda não. De quem que ela vem?”
-
“De babá.
Seu par Michael Myers de Halloween.”
Eu expliquei. “Se você a vir, diga
que
eu a estou procurando.”
Quando
eu atravessei a sala de estar, eu esbarrei em Marcie e seu par,
Robert
Boxler.
-
“Como está a comida?” Marcie me perguntou autoritariamente.
-
“Minha mãe está cuidando disso.”
-
“Música?”
-
“Derrick Coleman o DJ.”
-
“Você está trabalhando na multidão? Todos estão se
divertindo?”
-
“Acabei de terminar a ronda.” Mais ou menos.
Marcie
me olhou com criticismo. “Onde está seu par?”
-
“Isso importa?”
-
“Eu soube que você está namorando um cara novo. Fiquei sabendo
que ele não vai
escola.
Quem é ele?”
-
“Quem te disse isso?” O boato sobre Dante e eu estava rolando
afinal de contas.
-
“Isso importa?” ela repetiu sarcasticamente. Ela torceu o nariz
em desgosto. “Do quê
você
está vestida?”
-
“Ela é uma diaba.” Robert disse. “Tridente, chifres e vestido
vermelho de vampiro.”
-
“Não esqueça as botas pretas de combate,” eu disse,
mostrando-as. Eu tinha que
agradecer
a por elas, assim
como pelos laços vermelhos de glitter.
-
“Estou vendo.” Marcie disse. “Mas o tema da festa são casais
famosos. Um diabo não
sai
com ninguém.”
Foi
quando Patch apareceu na porta da frente. Tive que conferir duas
vezes para
ter
certeza de que era ele. Eu não esperava que ele viesse. Nós não
tínhamos resolvido
nossa
briga, e eu orgulhosamente me recusei a dar o primeiro passo, me
forçando a
trancar
meu celular em uma gaveta toda vez que eu era seduzida a ligar para
ele e me
desculpar,
apesar da minha crescente angustia dele nunca ligar também. Meu
orgulho
imediatamente
se transformou em alívio quando o vi. Eu odiava brigar. Eu odiava
não
ter
ele por perto. Se ele estava disposto a consertar isso, eu também
estava.
Um
sorriso iluminou meu rosto quando vi a fantasia dele: jeans escuros,
camisa
preta
e máscara preta. Este último ocultava tudo menos seu semblante
fresco e
taxativo.
-
“Lá está meu par.” Eu disse. “Elegantemente atrasado.”
Marcie
e Robert se viraram. Patch me deu um pequeno aceno e colocou a
jaqueta
de couro em uma pobre novata que Marcie tinha enganado com a tarefa
de
pegar
os casacos. O preço que algumas garotas pagariam para ir a uma
festa dos
populares
era quase vergonhoso.
-
“Não é justo,” Robert disse tirando sua máscara de Batman. “O
cara não se aprontou.”
-
“O que quer que você faça, mas não chame ele de ‘cara’.”
Eu disse para Robert,
sorrindo
para Patch enquanto ele fazia seu caminho.
-
“Eu conheço ele?” Marcie perguntou. “Quem ele deveria ser?”
-
“Ele um anjo,” Eu disse. “Um anjo caído.”
-
“Não com isso que um anjo caído se parece!” Marcie protestou.
Mostra
o quanto você sabe.
Eu pensei, enquanto Patch pendurou seu braço em volta
do
meu pescoço e me puxou para um beijo leve.
‘Tenho
sentido sua falta,’
Ele falou nos meus pensamentos.
‘Sinto
o mesmo. Não vamos mais brigar. Podemos deixar isso pra trás?’
‘Considere
feito. Como está indo a festa?’ Ele
perguntou.
‘Eu
ainda não quis pular do telhado.’
‘Estou
feliz em ouvir isso.’
-
“Oi,” Marcie disse para Patch, o tom dela mais galanteador do
que eu poderia
imaginar
com o par dela a centímetros de distância.
-
“Hey,” Patch retornou, estendendo o reconhecimento com um breve
aceno.
-
“Eu conheço você?” ela perguntou, inclinando a cabeça
curiosamente para o lado.
“Você
vai ao Coldwater High School?”
-
“Não.” Ele disse sem elaborar.
-
“Então como você conhece ?”
-
“Quem não conhece ?”
ele retornou suavemente.
-
“Esse é meu par, Robert Boxler,” Marcie disse a ele com um ar de
superioridade. “Ele
o
quarterback do time de futebol.”
-
“Impressionante.” Patch respondeu, seu tom educado o
suficiente para retornar se
estivesse
interessado. “Como está a temporada, Robert?”
-
“Nós temos tido uns jogos difíceis, mas não nada que não
possamos nos
recuperar.”
Marcie cortou, dando tapinhas no peito de Robert consoladoramente.
-
“Qual academia você frequenta?” Robert perguntou a Patch,
olhando o físico dele
com
admiração. E inveja.
-
“Não tenho tido muito tempo ultimamente para academia.”
-
“Bom, você está ótimo, man. Se você quiser levantar pesos com
alguém, me chame.”
-
“Boa sorte com o restante da temporada,” Patch disse a Robert,
dando a ele um
daqueles
apertos de mão complicados que todos os garotos parecem saber
instintivamente.
Patch
e eu fomos vagamos para dentro da casa, nos enrolando através
dos
corredores
e quartos, tentando encontrar um canto isolado. No fim das contas ele
me
puxou
para o lavabo, chutou a porta fechando-a, e a trancou. Ele se
inclinou para mim
contra
a parede e passou o dedo em uma das minhas orelhas vermelhas de
diabo, seus
olhos
profundamente negros com o desejo.
-
“Bela fantasia,” ele disse.
-
“Idem. Posso dizer que você pensou muito na sua.”
Ele
curvou a boca em divertimento. “Se você não gosta, eu posso
tirar.”
Eu
bati no meu queixo pensativamente. “Essa deve ser a melhor proposta
que eu tive
esse
noite.”
-
“Minhas ofertas sempre são as melhores, Anjo.”
-
“Antes da festa come ar, Marcie me pediu para amarrar a parte de
trás de seu traje de
Mulher
Gato.” Eu levantei e abaixei minhas mãos com um gesto de peso.
“Entre as duas
ofertas,
uma decisão difícil.”
Patch
tirou a máscara dele e sorriu suavemente no meu pescoço,
colocando
meu
cabelo atrás dos meus ombros. Ele tinha um cheiro incrível. Ele
era caloroso,
sólido
e muito próximo. Meu coração batia mais rápido, espremendo com a
culpa. Eu
tinha
mentido para Patch. Eu não podia esquecer. Eu fechei meus olhos,
deixando a
boca
dele explorar a minha, tentando me perder no momento. Durante todo
tempo, as
mentiras
batiam, batiam, batiam, em minha cabeça. Eu tinha tomado devilcraft,
e tinha
enganado
a mente dele. Eu ainda estava tomando devilcraft.
-
“O problema da sua fantasia , que não esconde sua identidade muito
bem.” Eu disse,
me
afastando. “E nós não deveríamos ser vistos juntos em público,
lembra?”
-
“Apenas parei por um minuto. Não podia perder a festa da minha
garota.” Ele
murmurou.
Ele abaixou sua cabeça e me beijou de novo.
-
“ ainda não está
aqui,” eu disse. “Tentei o celular dela. E o de Scott. Fui
encaminhada
para o correio de voz nas duas vezes. Eu devo me preocupar?”
-
“Talvez eles não queiram ser incomodados,” ele falou no meu
ouvido, sua voz
profunda
e grave. Ele puxou meu vestido mais pra cima da minha perna,
acariciando
seu
polegar sobre minha coxa nua. O calor se sua carícia anulou o peso
da minha
consciência.
A sensação me fez estremecer. Fechei meus olhos de novo,
dessa vez
involuntariamente.
Todos os nós soltos. Minha respiração era um pouco mais rápida.
Ele
sabia como me tocar.
Patch
me levantou para a borda da pia, com as mãos espalmadas sob meus
quadris.
Eu fiquei calorosa e tonta por dentro, e quando ele colocou sua
boca na
minha,
eu podia jurar que saíram faíscas. O toque dele me queimava com
paixão. O
palpitante,
inebriante calor líquido de estar perto dele nunca envelhecia, não
importa
quantas
vezes nos tocamos, flertamos ou beijamos. Se qualquer coisa, que se
intensificou
com essa faísca elétrica. Eu queria Patch, e eu não confiava em
mim mesma
quando
eu queria.
Eu
não sei quanto tempo a porta do banheiro ficou aberta antes que eu
percebesse.
Eu me afastei de Patch, com a boca aberta. Minha mãe ficou como
uma
sombra
na entrada, resmungando sobre como a fechadura nunca tinha
funcionado
corretamente,
e ela estava querendo consertar há séculos, quando seus olhos se
ajustaram
à escuridão, porque ela parou a meia desculpa.
Sua
boca se fechou. Seu rosto empalideceu... então corou em um
profundo,
vermelho
escaldante. Eu nunca a havia visto tão enfurecida. “Fora!”
ela apontou seu
dedo
longe. “Fora da minha casa nesse instante, e não pense em
voltar, ou tocar na
minha
filha de novo!” ela sibilou para Patch, p lida.
Eu
saltei da pia. “Mãe – “
Ela
se virou para mim. “Nenhuma palavra de você!” ela balbuciou.
“Você disse
que
tinha terminado com ele. Você disse que esse – esse lance –
entre você e ele –
tinha
acabado. Você mentiu para mim!”
-
“Eu posso explicar,” eu comecei, mas ela tinha se voltada para
Patch.
-
“É isso que você faz? Seduz mo as jovens em suas próprias casas,
com as suas mães a
metros
de distância? Você deveria se envergonhar de si próprio!”
Patch
entrelaçou sua mão na minha, agarrando-a firmemente. “Pelo
contrário, Blythe.
Sua
filha é tudo para mim. Completamente e totalmente. Eu a amo –
simples assim.”
Ele
falou calma e seguramente, mas seu maxilar estava tão rígido como
se fosse
esculpido
de pedra.
-
“Você destruiu a vida dela! No momento que ela te conheceu,
tudo desmoronou.
Você
pode negar o quanto quiser, mas eu sei que você estava envolvido no
sequestro
dela.
Saia da minha casa.” Ela rosnou.
Eu
me agarrei à mão de Patch ferozmente, murmurando ‘Sinto
muito, muito
mesmo’
de novo, e de novo, na mente dele. Eu passei a vista trancada contra
minha
vontade
numa cabana distante. Hank Millar foi o mentor da minha prisão, mas
minha
mãe
não sabe disso. A mente dela ergueu uma muralha em volta das
lembranças dele,
prendendo
tudo de bom, e jogando fora o resto. Eu culpava Hank, e culpava o
devilcraft.
Ela colocou na cabeça que Patch tinha sido responsável pelo meu
sequestro,
e
isso era tão verdade para ela como o nascer do sol de manhã.
-
“Eu deveria ir,” Patch me disse, dando em minha mão um aperto
tranquilizador. ‘Te
ligo
mais tarde’,
ele adicionou privadamente em meus pensamentos.
-
“Eu acho que sim!” minha mãe retrucou, os ombros subindo com
o esforço de
respirar
pesadamente.
Ela
deu um passo para o lado, permitindo que Patch saísse, mas fechou a
porta antes
que
eu pudesse escapar.
-
“Você está de castigo.” Ela disse com voz de ferro.
“Aproveite a festa enquanto ela
dura,
pois este vai ser seu último evento social por um bom, bom tempo.”
-
“Você está mesmo interessada em me ouvir?” eu atirei de
volta, enfurecida pelo
modo
como ela havia tratado Patch.
-
“Eu preciso de um tempo para esfriar. É de seu interesse me dar
algum espaço. Posso
estar
com espírito para falar amanhã, mas essa é a última coisa em
que estou
interessada
agora. Você mentiu para mim. Você agiu pelas minhas costas. Pior,
eu tive
que
encontrar você tirando sua roupa com ele no nosso banheiro. Nosso
banheiro! Ele
quer
uma coisa de você, ,
e ele vai levar para onde quer que possa conseguir. Não
h
nada de especial em perder sua virgindade num banheiro.”
-
“Eu não estava – nós não estávamos – minha virgindade?”
Eu balancei minha cabe a e
fiz
um gesto de aversivo. “Esquece. Você está certa – você não
quer ouvir. Você nunca
quer.
Não quando se trata de Patch.”
-
“Está tudo bem aqui?”
Minha
mãe e eu nos viramos para encontrar Marcie do lado de fora da porta.
Ela
segurava
um caldeirão vazio nos braços e atrelou seus ombros se
desculpando.
“Desculpe
interromper, mas ficamos sem olhos de monstro, também conhecidos
como
uvas
sem casca.”
Minha
mãe colocou um pouco de cabelo no rosto dela, tentando se recompor.
“
e eu está vamos terminando. Eu posso ir até a loja rapidinho
comprar umas uvas.
Mais
alguma coisa que tenhamos pouco?
-
“Molho de queijo nacho,” Marcie disse numa tímida voz de
ratinho, como se ela
odiasse
impor a bondade da minha mãe. “Mas você realmente não precisa
se
preocupar.
Quero dizer, é só molho de queijo nacho. Não haverá nada para
acompanhar
os salgadinhos, claro, e é o meu favorito, mas realmente e
verdadeiramente
– não grande coisa.” Um pequeno suspiro escapou dela.
-
“Ótimo. Uvas e molho nacho. Mais alguma coisa?” minha mãe
perguntou.
Marcie
abra ou o caldeirão e sorriu. “Não, é só isso.”
Minha
mãe pescou as chaves no bolso e saiu, cada movimento seu duro e
rígido.
Marcie, no entanto, ficou.
-
“Você sempre pode enganar a mente dela, sabe. Fazer ela pensar
que Patch nunca
esteve
aqui.”
Eu
voltei os olhos frios para Marcie. “O quanto você ouviu?”
-
“O bastante para saber que você está em uma profunda encrenca.”
-
“Eu não vou enganar a mente da minha própria mãe.”
-
“Se você quiser, eu posso falar com ela.”
Eu
soltei um riso. “Você? Minha mãe não pro que você acha, Marcie.
Ela pegou você
sob
alguma forma equivocada de hospitalidade. E provavelmente para provar
alguma
coisa
para sua mãe. A única razão para você estar vivendo debaixo desse
teto é que é
assim
que minha mãe pode jogar na cara da sua mãe: ela era a melhor
amante, agora
ela
a melhor mãe.” Era uma coisa horrível de se dizer. Tinha soado
melhor na minha
cabeça,
mas Marcie não me deu tempo de alterar minha declaração.
-
“Você está tentando fazer me sentir mal, mas não vai funcionar.
Você não vai arruinar
minha
festa.” Mas eu acho que vi a oscila são em seu l bio. Com uma
inspiração, ela
parecia
se recompor.
De
repente, como se não tivesse acontecido, ela disse numa voz
bizarramente
alegre.
“Eu acho que hora de jogar Bob-for-a-Date.”
-
“Bob o quê?”
-
“É como pegar maçãs, exceto que cada maçã tem o nome de
alguém da festa
atrelado.
Quem quer que você tire é seu próximo encontro às cegas. Nós
jogamos todo
ano
na minha festa de Halloween.”
Eu
fiz uma careta. Nós não tivemos essa ideia do jogo de antemão.
“Parece brega.”
-
“É um encontro s cegas, .
E já que você está de castigo pela eternidade, o que
você
tem a perder?” Ela me puxou para a cozinha, em direção gigante
banheira de
água
com maçãs vermelhas e verdes flutuando nela. “Hey, todo mundo,
ouçam!”
Marcie
chamou por cima da m sica. “Hora de jogar Bob-for-a-Date.
vai
primeiro.”
Aplausos
eclodiram através da cozinha, junto com vaias e alguns gritos e
assobios
de incentivo. Fiquei ali, com a boca movendo-se, mas sem emitir
palavras,
amaldiçoando
Marcie fluentemente em minha mente.
-
“Eu não acho que eu seja a melhor pessoa para isso.” Eu gritei
por cima do barulho.
“Posso
passar?”
-
“Sem chance.” Ela me deu o que parecia um empurrou
brincalhão, mas foi forte o
bastante
para me fazer cair de joelhos em frente à banheira de maçãs.
Eu
lancei para ela um olhar de pura indignação. Eu
vou fazer você pagar por isso,
eu
disse
a ela.
-
“Puxe o cabelo pra trás. Ninguém quer desagradáveis cabelos
dispersos flutuando na
água.”
De
acordo, a multidão rugiu um coletivo “Booo!”
-
“Maçãs vermelhas correspondem aos nomes dos meninos,” Marcie
adicionou. “Maçãs
verdes
das meninas.”
Tudo
bem! Tanto faz! Apenas acabe logo com isso,
eu disse para mim mesma. Não
era
como se eu tivesse alguma coisa a perder: começando amanhã, eu
estava de
castigo.
Não haveriam encontros às cegas no meu futuro, com jogo ou sem.
Eu
mergulhei meu rosto na água fria. Meu rosto esbarrou em uma maçã
após a
outra,
eu não podia afundar meus dentes em nenhuma delas. Eu subi para
pegar ar, e
meus
ouvidos zumbiam com vaias e assobios zombeteiros.
-
“Me deem um tempo,” eu disse. “Eu não tenho feito isso desde
os 5 anos. Isso j diz
muito
sobre esse jogo!” eu adicionei.
-
“ não tem um
encontro s cegas desde que ela tinha 5 anos,” Marcie disse,
interpretando
mal o que quis dizer e acrescentando seu próprio comentário.
-
“Você ser a próxima,” eu disse a Marcie, encarando-a de
joelhos.
-
“Se houver próxima. Me parece que você vai ficar sugando o rosto
com maçãs a noite
toda,”
ela retornou docemente, e a multidão gritou em diversão.
Eu
mergulhei minha cabeça na banheira, atirando meus dentes nas maçãs.
Água
caiu
sobre a borda, encharcando a frente da minha fantasia vermelha de
diabo.
Cheguei
bem perto de pegar uma maçã com a mão e apertá-la em minha boca,
mas
percebi
que Marcie desqualificaria o movimento. Eu não estava com
disposição para
fazer
tudo de novo. Assim como eu estava prestes a subir para pegar
outro fôlego,
meus
dentes da frente prenderam uma maçã vermelho sangue.
Eu
surgi, sacudindo a água do meu cabelo ao som de aplausos e mais
aplausos.
Eu
joguei a maçã na Marcie e agarrei uma toalha, acariciando meu rosto
para secá-lo.
-
“E o sortudo que conseguiu um encontro s cegas com nossa rata
afogada aqui ...”
Marcie
retirou um tubo selado do miolo da maçã. Ela desenrolou o papel que
estava
dentro
do tubo, e enrugou o nariz. “Baruch? Só Baruch? Ela pronunciava
tipo Bar-ooch.
“Estou
falando certo?” Ela perguntou ao público.
Nenhuma
resposta. As pessoas já estavam indo embora agora que o
entretenimento
imediato havia acabado. Eu estava agradecida que Bar-ooch, seja lá
quem
ele fosse, parecia ser uma inscrição falsa. Ou isso, ou ele estava
muito
envergonhado
de ter um encontro comigo.
Marcie
me encarou, como se esperasse que eu conhecesse o rapaz.
-
“Ele não um dos seus amigos?” perguntei a ela enquanto eu
torcia as pontas do
meu
cabelo na toalha.
-
“Não. Achei que fosse um dos seus.”
Eu
estava a ponto de imaginar se esse seria mais um de seus jogos
bizarros,
quando
as luzes da casa piscaram. Uma vez, duas vezes, então elas se
apagaram
completamente.
A música desapareceu no silêncio assustador. Houve um momento de
confusão
assustada e, em seguida, a gritaria começou. Perplexos e confusos no
início,
aumentando
a nota para arrepiar os cabelos de terror. Os gritos antecederam o
barulho
inconfundível de corpos sendo jogados contra as paredes da sala.
-
“!” Marcie
chorou. “O que está acontecendo?”
Eu
não tive a chance de responder. Apenas uma força invisível me
fazia recuar um
passo,
paralisando-me. Uma energia fria e nítida enrolava o meu corpo. O ar
estalava e
flexionava
com o poder de vários anjos caídos. Sua súbita aparição na casa
da fazendo
era
tão tangível como uma rajada de vento ártico. Eu não sabia
quantos eram, ou o que
eles
queriam, mas eu podia senti-los entrar mais profundamente para dentro
da casa,
espalhando
para preencher todos os quartos.
-
“,
. Saia para
brincar.” Uma voz masculina cantou. Estranha e
assustadoramente
falsa.
Eu
dei duas respirações superficiais. Pelo menos agora eu sabia o
que eles
queriam.
-
“Eu vou te achar minha querida, meu bichinho,” ele continuou a
cantarolar em uma
voz
fria.
Ele
estava perto, bem perto. Eu me rastejei atrás do sofá da sala, mas
alguém
chegou
antes de mim no esconderijo.
-
“? É você? O
que está acontecendo?” Andy Smith me perguntou. Ele sentava
duas
cadeiras atrás de mim em matemática e era amigo da Marcie,
namorado da
Addyson.
Eu podia sentir o calor de seu suor transpirando.
-
“Quieto.” Eu o instruí suavemente.
-
“Se você não vier at mim, eu vou até você.” O anjo caído
cantou.
Seu
poder mental me cortava como uma faca quente. Engoli em seco enquanto
ele
se sentia dentro da minha mente, sondando todas as direções,
analisando meus
pensamentos
para determinar onde eu estava escondida. Levei paredes e mais
paredes
para
detê-lo, mas ele passava por elas como se eu tivesse as construído
de poeira.
Tentei
me lembrar de cada mecanismo de defesa que Dante havia me ensinado
contra
invasão
de mente, mas o anjo caído se moveu muito rápido. Ele sempre estava
dois –
perigosos
– passos a frente. Um anjo caído nunca teve esse efeito em mim
antes. Havia
apenas
uma maneira de descrevê-lo. Ele estava dirigindo toda sua energia
mental em
mim
através de uma lente de aumento, ampliando o efeito.
Sem
aviso, um brilho laranja queimou minha mente. Uma grande fornalha de
energia
explodiu pela minha mente. Eu sentia que o calor disso derreteria
minhas
roupas.
Chamas crepitavam através do tecido, limpando minha pele com um
tormento
quente.
Em uma agonia inimaginável, eu me enrolei em uma bola. Eu coloquei
minha
cabeça
entre os joelhos, rangendo os dentes para não gritar. O fogo não
era real. Tinha
que
ser um engana – mente. Mas eu realmente não acredito nisso. O
calor fervia tanto,
que
eu realmente tinha certeza de que ele tinha acendido fogo em mim.
-
“Pare!” Eu finalmente chorei, me lan ando para o exterior e me
contorcendo no chão
– qualquer
coisa para sufocar as chamas devorando minha carne.
Naquele
instante, o calor ardente desapareceu, apesar de eu não ter visto
a
água
que com certeza tinha apagado ele. Eu deitei de costas, meu rosto
banhado de
suor.
Doía respirar.
-
“Saiam todos,” o anjo caído comandou.
Eu
quase havia esquecido que tinham outras pessoas na sala. Eles nunca
esqueceriam
isso. Como poderiam? Eles entendiam o que estava acontecendo? Eles
sabiam
que isso não era encenado para a festa? Eu rezei para que alguém
fosse buscar
ajuda.
Mas a casa da fazenda era muito remota. Levaria tempo para trazer
ajuda.
E
a única pessoa que poderia ajudar era Patch, e não havia como eu
alcançar
ele.
Pernas
e pés se embaralhavam pelo chão, correndo para a saída. Andy Smith
se
esquivou
de trás do sofá e saiu freneticamente pela porta.
Eu
levantei minha cabeça apenas alto o bastante para ver o anjo caído.
Estava
escuro,
mas eu vi uma silhueta imponente, esquelética e seminua. E dois
olhos
selvagens
e brilhantes.
O
anjo caído com peito nu do Devil’s Handbag e da floresta me
observou. Seus
hieróglifos
desfigurados pareciam contrair e relaxar sobre sua pele, como se
fosse
ligado
por fios invisíveis. Na verdade, eu tinha certeza que elas se moviam
conforme
sua
respiração. Eu não podia tirar meus olhos do seu ferimento,
pequeno e bruto em
seu
peito.
-
“Eu sou Baruch.” Ele pronunciou Bar-rewk.
Eu
fugi para o canto da sala, fazendo uma careta de dor.
-
“Cheshvan come ou, e eu não tenho um vassalo Nephil.” Ele disse.
Ele manteve seu
tom
coloquial, mas não havia brilho em seus olhos. Nenhum brilho, nenhum
calor.
Tanta
adrenalina fez minhas pernas se sentirem inquietas e pesadas. Eu não
tinha
muitas opções. Eu não tinha força o suficiente para passar por
ele. Eu não poderia
lutar
com ele – se eu tentasse, ele chamaria seus colegas e eu estaria em
desvantagem
em
segundos. Eu amaldiçoei minha mãe por ter expulsado Patch. Eu
precisava dele. Eu
não
poderia fazer isso sozinha. Se Patch estivesse aqui, eu saberia o que
fazer.
Baruch
traçou sua língua da parte de dentro do seu l bio. “A líder do
exército
do
Mão Negra, e o que eu vou fazer com ela?”
Ele
mergulhou na minha mente. Eu o sentia fazer isso, mas eu estava
impotente
para
evitar isso. Eu estava muito exausta para lutar. A última coisa que
eu sabia, era que
eu
tinha rastejado obedientemente e deitado nos seus pés como um
cachorro. Ele
chutou
minhas costas, olhando predatoriamente para mim. Eu queria negociar
com ele,
mas
meus dentes estavam cerrados com tanta força, que era como se minha
mandíbula
tivesse sido costurada.
Você
não pode discutir comigo,
ele assobiou hipnoticamente na minha mente. Você
não
pode me recusar. O que quer que eu mande, você deve fazer.
Eu
tentei sem sucesso impedir a entrada da voz dele. Se eu pudesse
quebrar
esse
controle, eu poderia revidar. Era minha única chance.
-
“Como a sensação de se um Nephil novo?” ele murmurou numa
voz fria e de
desprezo.
“O mundo não lugar para um Nephil sem um mestre. Eu vou te
proteger de
outros
anjos caídos, . De
agora em diante, você pertence a mim.”
-
“Eu não pertenço a ninguém.” Eu cuspi, as palavras saindo de
mim com um esforço
extenuante.
Ele
exalou, lento e deliberado. Saiu como um castigo assobiado entre os
dentes.
“Eu
vou te quebrar meu bichinho. Apenas veja se não vou.” Ele rosnou.
Eu
olhei para ele. “Você cometeu um grande erro vindo aqui esta
noite, Baruch.
Você
cometeu um grande erro vindo atrás de mim.”
Ele
sorriu, um flash de afiados dentes brancos. “Eu vou gostar
disso.” Ele deu
um
passo mais perto, poder irradiando dele. Ele era quase tão forte
como Patch, mas
havia
uma ponta sanguinária em seu poder que eu nunca tinha sentido com
Patch. Eu
não
sabia há quanto tempo Baruch tinha caído do Céu, mas eu sabia que,
sem sombra
de
dúvidas ele havia se entregado ao mal, de todo coração.
-
“Faça
seu juramento de fidelidade,
.” Ele ordenou.
CAPÍTULO
21
Não ia fazer o Juramento.
E não ia permitir que ele tirasse palavras da minha boca. Não
importava
quanta dor ele impusesse
sobre mim, eu ia ficar forte. Mas
uma
defesa resistente não seria suficiente para suportar isso.
Precisava de uma
ofensiva,
e rápido.
Compense
os truques da mente dele com os seus,
ordenei a mim mesma.
Dante
havia me dito que os truques da mente eram a minha melhor arma.
Ele tinha
dito
que eu era melhor nisso do que quase todos os Nephils que ele
conhecia. Eu tinha
enganado
Patch. E ia enganar Baruch agora. Criaria minha própria realidade e
colocaria
com
tanta força dentro da cabeça dele, que ele não ia sabrão que
tinha golpeado ele.
Apertando
os olhos fechados para bloquear os cantos corruptos de Baruch
ordenando
que eu fizesse o juramento, me lancei para dentro da cabeça dele.
Minha
maior
segurança vinha de saber que eu tinha consumido o devilcraft hoje
de manhã.
Não
confiava na minha própria força, mas o devilcraft me convertia em
uma versão
mais
forte de mim mesma. Incrementava meus talentos naturais,
incluindo minhas
aptidões
para truques mentais.
Voei
pelos corredores escuros e torcidos da mente de Baruch, plantando uma
explosão
depois da outra. Trabalhei o mais rápido que pude, sabendo que se
cometesse
um erro, dava ele uma razão para pensar que estava construindo
seus
pensamentos,
se deixasse uma evidencia da minha presença...
Escolhi
a única coisa que sabia que poderia deixar Baruch alarmado.
Nephilim.
<<
O
exército de Mão Negra.
>> Pensei explosivamente na cabeça de Baruch. Enchi
seus
pensamentos com uma imagem de Dante entrando rapidamente na casa,
seguido
de
20, 30, ou 40 Nephilins. Coloquei a imagem do olhar enfurecido e
os punhos
apertados
dos soldados em seu subconsciente. Para deixar mais convincente,
fiz com
que
Baruch visse os seus homens sendo arrastados pelos Nephilins.
Apesar
de tudo isso, senti a resistência de Baruch. Ele se manteve
calado no
mesmo
lugar, não reagindo como deveria por estar rodeado de Nephilins.
Temi que
ele
suspeitasse que tinha alguma coisa errada e fui em frente.
<<
Se
meche com a nossa líder,
meche com a gente também, com todos nós. >>
Lancei
as palavras venenosas de Dante na mente de Baruch. <<
não vai jurar
lealdade
agora. Nem agora, nem nunca.
>>
Criei
uma imagem do Dante pegando um poker lareira, e fundindo nas
cicatrizes
das asas de Baruch. Coloquei a imagem bem nítida dentro da cabeça
dele.
Escutei
Baruch cair de joelhos antes de abrir os meus olhos. Ele estava
de
quatro,
com os ombros encolhidos. Uma expressão de choque dominava suas
feições.
Seus
olhos estavam vidrados e saliva saia do canto da boca dele. Suas mãos
se
deslizaram
para as costas, agarrando o ar. Ele estava tentando tirar o poker
lareira.
Exalei
de alívio. Ele tinha caído. Tinha acreditado no meu truque da
mente.
Uma
figura se moveu perto da porta.
Fiquei
de pé, e peguei o verdadeiro poker lareira. Levantei sobre o meu
ombro
me
preparando para dar um golpe, quando Dabria entrou no meu campo
visual. Na
semi
escuridão, seu cabelo brilhava como um branco glacial. Sua boca
era uma linha
severa.
-
Fez um truque mental nele? - Adivinhou. - Genial. Mas temos que sair
daqui agora. -
Ela
me disse.
Quase
ri, fria e incrédula.
-
O que você tá fazendo aqui?
Ela
caminhou sobre o corpo imóvel de Baruch.
-
Patch me pediu que te levasse para um lugar seguro.
Neguei
com a cabeça.
-
Você tá mentindo. Patch não te enviou. Ele sabe que você é
a última pessoa com
quem
eu iria. - Apertei mais forte o poker lareira. Se ela desse outro
passo, colocaria o
objeto
nas cicatrizes das asas dela. E como Baruch, ela ficaria em um estado
próximo
ao
coma, até que encontrasse uma maneira de tirar ele das costas dela.
-
Ele não tinha muitas opções. Entre perseguir os outros anjos
caídos que invadiram a
sua
festa e apagar a memória dos seus amigos cheios de pânico que estão
correndo
pelas
ruas enquanto conversamos, diria que ele está um pouco preocupado.
Por acaso
vocês
não tem uma palavra como código secreto para situações como essa?
-
Perguntou
Dabria sem quebrar a sua fria compostura. - Quando estava com Patch,
nós
tínhamos
uma. Confiava em qualquer um enviado por Patch.
Não
tirei meus olhos dela. << Palavra de código secreto? >>
Ai meu Deus, Ela
era
boa pra se enfiar debaixo da minha pele.
-
Na verdade, nós temos um código secreto. - Eu disse. - É Dabria é
uma sanguessuga
patética
que não sabe quando seguir em frente. - Cobri minha boca. - Oh.
Acabo de
notar
por que o Patch esqueceu de compartilhar o nosso código secreto. -
Minhas
palavras
estavam cheias de desdém. - com você.
Os
lábios dela se apertaram ainda mais.
-
Ou me diz para que você veio de verdade, ou vou colocar essa coisa
tão fundo nas
suas
cicatrizes, que vai ser o seu novo e permanente apêndice. - Eu
disse.
-
Não tenho que suportar isso. - Disse Dabria, girando. Segui ela pela
casa vazia até o
caminho
da entrada.
-
Sei que você está chantageando Pepper Friberg - Eu disse. Se
ela tinha ficado
surpresa,
ela não demonstrou. Seu caminhar não se sobressaltou. - Ele pensa
que Patch
está
chantageando ele, e está fazendo tudo o que pode para colocar Patch
no caminho
mais
rápido para o inferno. Os créditos vão pra você, Dabria. Você
diz que ainda ama o
Patch,
mas tem um bem engraçado de demonstrar. Por sua causa, ele tá
correndo
perigo
de ser exilado. Esse é o seu plano? Se você não pode ter ele,
ninguém vai ter?
Dabria
apertou um botão em uma das suas chaves e as luzes do mais exótico
carro que
eu
já vi se ascenderam.
-
Que é isso? - Perguntei. Ela me deu uma olhada condescendente.
-
Meu Bugatti.
Um
Bugatti. Ostentoso, sofisticado e único da sua classe. Exatamente
como
Dabria.
Ela
foi para detrás do volante.
-
Talvez você queira tirar esses anjos caídos da sua sala de estar
antes que a sua mãe
volte.
- Ela fez uma pausa. - E deveria verificar a validade das suas
acusações.
Ela
comçou a fechar a porta, mas eu abri rapidamente.
-
Você tá negando que tá chantageando Pepper? - Perguntei
enojada. - Eu vi vocês
dois
discutindo atrás do Devil's Handbag.
Dabria
enrolou um cachecol em volta da sua cabeça, jogando as pontas sobre
os
seus ombros.
-
Não deveria escutar atrás das portas,
. E Pepper é um
arcanjo que você deveria
manter
distância. Ele não joga limpo.
-
Eu também não.
Ela
olhou fixamente para mim.
-
Não que seja da sua conta, mas Pepper me procurou aquela noite
porque ele sabe
que
eu tenho conexões com o Patch, e incorretamente pensou que eu o
ajudaria. - Ela
ligou
o carro, apertando o acelerador para apagar a minha resposta.
Olhei
enojada para ela, sem acreditar que sua interação com Pepper tinha
sido
assim,tão
inocente. Dabria tinha um sólido registro de mentiras. E ainda por
cima, não
gostávamos
uma da outra. Ela era a desagradável lembrança de que Patch tinha
estado
com
alguém antes de mim. Não seria tão irritante se ela ficasse
no passado que era
onde
ela pertencia. Ao invés disso, ela continuava a aparecer como o
vilão com
múltiplas
vidas de um filme de serial killer.
-
Não é uma boa juíza de caráter. - Ela disse, colocando o Bugatti
em marcha.
Saltei
para frente, colocando as mãos no capo. Não tinha terminado com ela
ainda.
-
Quando se trata de você, não me equivoco. - Gritei sobre o
motor. - Você é uma
daninha,
traiçoeira, egoísta, egocêntrica narcisista.
-
A mandíbula de Dabria se apertou visivelmente. Ela tirou alguns
cabelos soltos do
rosto,
saiu do carro e caminhou até mim, até ficar na mesma altura que eu.
-
Quero limpar o nome de Patch também, sabe? - Disse com sua fria voz
de bruxa.
-
Agora essa é uma frase digna de Oscar.
Ela
me olhou fixamente.
-
Disse a Patch que você era imatura e impulsiva e que não podia
esquecer o ciúme do
que
ele e eu tivemos para fazer esse trabalho.
Minhas
bochechas coraram e peguei o braço dela com força antes que pudesse
evitar.
-
Não fale para o Patch nada sobre mim de novo. Ou melhor, não fale
mais com ele, e
ponto.
-
Patch confia em mim. Isso deveria ser suficientemente bom para você.
-
Patch não confia em você. Ele está te usando. Ele te tem em uma
cadeia, mas ao final,
você
é descartável. E assim que você não for mais útil, acabou.
A
boca de Dabria se apertou em algo feio.
-
Já que estamos dando conselhos uma a outra, aqui vai o meu. Me
solta. - Seus olhos
se
transformaram em advertência.
Ela
estava me ameaçando.
Estava
escondendo alguma coisa.
Ia
desenterrar o segredo dela e ia fazê-la cair.
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