04 março 2012
CAPÍTULO
25
Eu estava sentada no chão
do banheiro, minhas costas contra a Box.
Meus
joelhos estavam dobrados, e mesmo que o aquecedor estivesse
ligado, eu me
sentia
fria e úmida. Uma garrafa vazia de devilcraft estava posta do
meu lado. Era a
última
do meu suprimento. Eu mal me lembrava de tê-la bebido. Uma garrafa
inteira
tinha
ido, e nada tinha feito por mim. Mesmo isso não poderia me fazer
imune ao
desespero
desalentador.
Eu
confiava em Patch. Eu o amava demais para acreditar que ele me
magoaria
dessa
maneira. Tinha que haver uma razão, uma explicação.
Uma
explicação. A palavra ecoava na minha cabeça, vazia e provocando.
Uma
batida soou da porta.
-
“Nós temos que dividir o banheiro, lembra? Eu tenho a bexiga do
tamanho de um
esquilo,”
Marcie disse.
Eu
era lenta para me levantar. De todas as coisas absurdas para me
preocupar,
eu
imaginei se Dabria beijava melhor. Se Patch quisesse eu seria mais
como ela. Astuta,
fria,
sofisticada. Imaginei o exato momento que ele tinha voltado pra ela.
Eu imaginava
que
se ele não tinha terminado comigo ainda era porque ele sabia como
eu ficaria
devastada.
Ainda.
Um
pesado sentimento de incerteza pesou sobre mim.
Eu
abri a porta e passei por Marcie. Eu tinha dado cinco passos pelo
corredor
quando
senti seus olhos nas minhas costas.
-
“Você está bem?” ela perguntou.
-
“Eu não quero falar sobre isso.”
-
“Ei, espera aí. ?
Você está chorando?”
Eu
passei meus dedos sob meus olhos, surpresa por descobrir que eu
estava
chorando.
Todo o momento parecia congelado e distante. Como se estivesse
acontecendo
muito longe, em um sonho.
Sem
me virar eu disse, “Eu vou sair. Você pode me acobertar? Posso não
chegar
pro
toque de recolher.”
Eu
parei uma vez no meu caminho para a casa do Patch. Eu desviei
o
Volkswagen
bruscamente para o acostamento, saí de dentro dele, e andei de
ombros.
Estava
completamente escuro e frio o bastante que eu desejava ter trazido
meu casaco.
Eu
não sabia o que diria quando visse ele. Eu não queria lançar uma
explosão delirante.
Eu
não queria me reduzir chorando, também.
Eu
tinha trazido as fotos comigo, e no fim, eu decidi que elas poderiam
fazer a
conversa.
Eu as seguraria para ele e limitaria minha pergunta em um sucinto,
“Por
quê?”
O
frio que se instalou dentro de mim como uma geada derreteu no momento
que
eu vi o Bugatti de Dabria estacionado do lado de fora do condomínio
de Patch.
Travei
a meia quadra de distância, engolindo em seco. Um nó de raiva
cresceu na
minha
garganta, e saí do carro.
Eu
prendi minha chave na fechadura da casa e entrei. A única luz vinha
de uma
lâmpada
ligada no fim da mesa da sala de estar. Dabria estava andando pela
janela da
varanda,
mas parou quando me viu.
-
“O que você está fazendo aqui?” ela perguntou, visivelmente
assustada.
Eu
sacudi minha cabe a iradamente. “Não. Essa fala minha. Essa a
casa do
meu
namorado, o que dessa pergunta minha, exclusivamente. Onde ele
está?” Eu
demandei.
Já caminhando para o corredor que leva ao quarto principal.
-
“Não se incomode. Ele não esta aqui.”
Eu
me virei. Dei a Dabria um olhar de incredulidade, nojo e ameaça,
todos em
um
só. “Então. O. Que. Você. Está. Fazendo. Aqui?” Eu enunciei
cada palavra, eu podia
sentir
a raiva borbulhando dentro de mim e eu não tentei acalmá-la.
Dabria tinha
previsto
isso.
-
“Estou encrencada, .”
Seu lábio estremeceu.
-
“Eu mesma não poderia ter dito melhor.” Eu arremessei o envelope
de fotos para ela.
Caíram
perto dos pés dela. “Como se sente sabendo que você é uma ladra
de
namorados?
É isso que faz você se sentir bem, Dabria? Pegar o que não
pertence a
você?
Ou apenas o ato de destruir uma coisa boa que você gosta?”
Dabria
curvou-se para recuperar o envelope, mas ela segurou meus olhos todo
o
tempo. Suas sobrancelhas enrugaram-se com uma cautelosa dúvida.
Eu não podia
acreditar
que ela tinha a audácia de agir como se não soubesse.
-
“Caminhonete no Patch.” Eu enfureci. “Você e ele, alguma noite
dessa semana, juntos
na
caminhonete dele. Você o beijou!”
Ela
quebrou o contato visual apenas o bastante para espreitar dentro do
envelope.
Ela sentou na almofada do sofá. “Você não...”
-
“Oh, eu acho que sim. Você não tão difícil de descobrir.
Você não tem senso de
respeito
ou dignidade. Você leva o que você quer, e esquece todos os
outros. Você
queria
Patch, e parece que você conseguiu tê-lo.” Agora minha voz
travou e meus
olhos
queimaram. Eu tentei piscar as lágrimas para longe, mas elas
estavam vindo
muito
rápido.
-
“Eu estou encrencada porque cometi um erro enquanto fazia um favor
para Patch.”
Dabria
disse numa voz suave, preocupada, claramente esquecida das minhas
acusações.
“Patch me disse que Blakely está desenvolvendo devilcraft para
Dante, e
que
o laboratório precisa ser destruído. Ele disse que se eu me
deparasse com
informações
que pudessem levar ele a Blakely, ou ao laboratório, eu deveria
dizer a ele
imediatamente.”
“Duas
noites atrás, bem tarde, um grupo de Nephilins veio até mim,
querendo
que
sua sorte fosse dita. Eu rapidamente soube que eles eram
empregados como
guarda
costas do exército do Mão Negra. Até aquela noite, eles tinham
servido como
guardas
de um Nephil muito poderoso e importante chamado Blakely. Eles
prenderam
minha
atenção. Eles continuaram me dizendo que o trabalho deles era
entediante e
rotineiro,
e as horas longas. Mais cedo naquela noite, eles tinham concordado em
jogar
um
jogo de pôquer para passar o tempo, embora jogos ou distrações de
qualquer tipo
fossem
proibidos.”
“Um
dos homens deixou seu posto para comprar um baralho. Eles jogaram
apenas
poucos minutos antes de serem descobertos pelo comandante deles.
Ele
imediatamente
os demitiu e expulsou com desonra do exército. O líder dos soldados
demitidos,
Hanoth, estava desesperado para ter seu emprego de volta. Ele tem
família
aqui
e se preocupa em ajuda-los, e a segurança deles se eles forem
punidos ou
expulsos
pelos crimes dele. Ele veio para mim, esperando que eu dissesse a
ele se
haveria
alguma chance dele ter seu emprego de volta.”
“Eu
disse a sorte dele primeiro. Senti um grande estimulo para dizer a
Hanoth a
verdade:
que seu ex-comandante procurou prender e torturar ele, e ele deveria
deixar a
cidade
imediatamente com sua família. Mas também que se eu dissesse
isso a ele,
perderia
toda a esperança de encontrar Blakely. Então eu menti. Menti por
Patch.”
“Eu
disse a Hanoth que ele deveria resolver suas preocupações
diretamente
com
Blakely. Eu disse que se ele implorasse por perdão, Blakely o
perdoaria. Eu sabia
que
se Hanoth acreditasse na minha profecia, ele me levaria até Blakely.
Eu queria fazer
isso
por Patch. Depois de tudo que ele tem feito por mim, me dando uma
segunda
chance
quando ninguém mais deu” – seus olhos marejados piscaram para os
meus –
“era
o mínimo que eu podia fazer. Eu o amo,” ela declarou simplesmente,
encontrando
meu
olhar duro, sem vacilar. “Sempre irei. Ele foi meu primeiro amor,
e não vou
esquecê-lo.
Mas ele ama você agora.” Ela deu um olhar desanimado. “Talvez
chegue o
dia
em que vocês não estejam tão s rios, e eu estarei esperando.”
-
“Não conte com isso,” eu disse. “Continue falando.
Chegue na parte em que você
explica
essas fotos.” Eu olhei para o envelope no sofá. Ele parecia tomar
muito espaço
na
sala. Eu queria rasgar as fotos e arremessar o que restasse na
lareira.
-
“Hanoth pareceu acreditar na minha mentira. Ele partiu com seus
homens, e eu os
segui.
Tomei todo o cuidado pra não ser detetada. Eles me deixavam em
desvantagem,
e se eles me pegassem, eu sabia que estaria em grande perigo.”
“Eles
deixaram Coldwater, sentido Nordeste. Eu os segui por mais de uma
hora.
Eu
achei que devia estar chegando perto de Blakely. As cidades tinham
ficado pra trás
e
nós estávamos longe na zona rural. Os Nephilins desceram uma
estrada estreita, e eu
segui.
Aí
então, que eu soube que tinha algo errado. Eles estacionaram no
meio da
estrada.
Quatro dos cinco saíram do carro. Eu os senti apressando-se para
sair, aos
meus
lados e atrás de mim, criando uma rede na escuridão para me cercar.
Eu não sei
como
eles descobriram que eu estava seguindo eles. Eu dirigi todo o
caminho com os
faróis
apagados e fiquei longe o bastante que eu quase perdi eles
várias vezes.
Temendo
que já fosse tarde demais, eu fiz a única coisa que eu podia. Corri
a pé em
direção
ao rio.
Eu
chamei Patch, dizendo tudo para ele em uma mensagem. Então eu
atravessei
a
correnteza do rio, esperando que a turbulência da água diminuísse
a habilidade deles
de
me ouvirem ou me sentirem.
Eles
chegaram perto de mim muitas vezes. Eu tive que deixar o rio e correr
para
a
floresta. Eu não podia dizer em qual direção eu estava correndo.
Mas mesmo se eu
corresse
até uma cidade, eu não estaria a salvo. Se alguém testemunhasse
Hanoth e
seus
homens me atacando, os Nephilins apenas apagariam suas memórias.
Então eu
corri
o mais rápido e mais longe que eu pude.
“Quando
Patch finalmente ligou de volta, eu estava escondida numa serraria
abandonada.
Eu não sei quanto tempo mais eu teria continuado correndo. Não
muito.”
Lágrimas
brilharam nos olhos dela. “Ele veio para mim. Ele me tirou
de lá. Mesmo
quando
eu falhei em encontrar Blakely.” Ela alisou o cabelo atrás da
orelhas e fungou.
“Ele
me levou até Portland e garantiu que eu tivesse um lugar seguro para
ficar. Antes
de
eu sair da caminhonete dele, eu o beijei.” Os olhos dela
encontraram os meus. Eu
não
sabia dizer se eles brilhavam com um desafio ou um pedido de
desculpas. “Eu
comecei,
e ele imediatamente terminou. Eu sei o que parece nas fotos, mas era
meu
modo
de agradecer a ele. Tinha acabado antes de come ar. Ele fez questão
disso.”
Dabria
estremeceu de repente, como se fosse puxada por uma mão
invisível.
Seus
olhos rolaram e ficaram brancos por um momento, e então voltaram ao
habitual
azul
ártico. “Se você não acredita em mim, pergunte para ele. Ele
estará aqui em menos
de
um minuto.”
CAPÍTULO
26
Eu nunca acreditei que
Dabria verdadeiramente tinha o dom da clarividência e profecia
– não
depois que ela tinha caído, de qualquer maneira – mas ela
estava
fazendo
um bom trabalho recentemente de convencer-me a mudar a minha opinião.
Menos
de um minuto depois, a porta da garagem do Patch abriu com um
zumbido
baixo,
e ele apareceu no topo da escada. Ele parecia um pouco pior para o
desgaste -
linhas
de cansaço gravaram seu rosto, e seus olhos tinham uma ponta de
cansaço - e
ver
Dabria e eu de pé em um confronto em sua sala de estar não parece
melhorar seu
humor.
Ele
considerava-nos com olhos escuros, avaliando. "Isso não pode
ser bom."
-
"Eu vou primeiro", Dabria começou, sugando a respiração
tremendo.
-
"Nem perto", eu respondi. Eu encarei Patch diretamente,
cortando Dabria de fora da
conversa.
"Ela beijou você! E Dante, que tem seguido você, por sinal,
pegou a câmera.
Imagine
minha surpresa quando é isso que eu tenho uma completa visão de
hoje mais
cedo.
Você ao menos pensou em me contar?"
-
"Eu disse a ela que eu beijei você, e que você me
afastou", Dabria protestou
estridentemente.
-
"O que você ainda está fazendo aqui?" Eu explodi com
Dabria. "Isso é entre mim e
Patch.
Saia já!"
-
"O que você está fazendo aqui?" Patch ecoou para Dabria,
seu tom de nitidez.
-
"Eu - despedacei," ela estalou. "Eu estava com medo.
Eu não conseguia dormir. Eu
não
consigo parar de pensar Hanoth e nos outros Nephilins."
-
"Você deve estar brincando comigo", eu disse. Eu olhei
para Patch para aprovação,
esperando
que ele não ia se cair na estratégia de donzela indefesa dela.
Dabria
tinha vindo aqui esta noite à procura de uma determinado tipo de
conforto, e
eu
não aprovo. Nem um pouco.
-
"Volte para o esconderijo," Patch ordenou Dabria. "Se
você ficasse, você estaria
segura."
Apesar de seu cansaço, as suas palavras adotaram uma nota dura.
"Esta é a
última
vez que eu vou dizer para você manter sua cabeça baixa e ficar
fora de
problemas."
-
"Por quanto tempo?" Dabria praticamente choramingou.
"Estou sozinha lá. Todo
mundo
na casa é humano. Eles olham para mim engraçado." Seus olhos
insistiram com
ele.
"Eu posso te ajudar. Desta vez eu não vou cometer erros. Se
você me deixar ficar
aqui."
-
"Vá," Patch ordenou-lhe bruscamente. "Você já
despertou bastantes problemas. Com
,
e com os Nephilins que você seguiu. Não podemos ter certeza de
que
conclusões
eles tiraram, mas uma coisa é certa. Eles sabem que você está
atrás Blakely.
Se
eles têm um cérebro pelo menos, eles também descobriram que
significa que você
sabe
por que Blakely é vital para a operação deles, e o que ele está
fazendo naquele
laboratório
secreto dele, onde quer que seja. Eu não ficaria surpreso se eles
mudaram
toda
a operação. E estamos de volta ao estágio um, menos perto de
encontrar Blakely
e
incapacitar o devilcraft,"Patch adicionou com frustração.
-
"Eu só estava tentando ajudar", Dabria sussurrou, os
lábios tremendo. Com um último
olhar
para Patch que se assemelhava ao de um cachorro repreendido, ela
saiu.
O
que deixou eu e Patch sozinhos. Ele atravessou a sala sem hesitar,
mesmo que eu
tenha
certeza de que a minha expressão estava longe de ser convidativa.
Ele descansou
sua
testa contra a minha e fechou os olhos. Ele exalou, longo e lento,
como sob um
peso
de uma força invisível.
-
"Eu sinto muito", ele disse calmamente e com remorso
genuíno.
As
palavras amargas, ‘Sente sobre o beijo, ou simplesmente sente por
eu vi?"
Estavam
na ponta da língua, pronta para sair, mas eu as engoli de volta.
Eu estava
cansado
de arrastar meu próprio peso invisível – compreendido com ciúmes
e dúvida.
O
arrependimento de Patch era tão forte que era quase palpável. Por
mais que
eu
não gostasse e desconfiasse de Dabria, eu não podia culpá-lo por
salvar seu
traseiro.
Ele era um homem melhor do que ele se deu crédito. Eu suspeitava que
anos
atrás,
um Patch muito diferente teria respondido com a situação de outra
maneira. Ele
estava
dando uma segunda chance Dabria - algo que ele, também, lutava
diariamente.
-
"Eu também sinto muito," eu murmurei no peito de
Patch. Seus braços fortes
dobraram-me
para um abraço. "Eu vi as fotos, e eu nunca estive tão
chateada ou com
medo.
O pensamento de perder você foi - inimaginável. Eu estava tão
zangada com
ela.
Eu ainda sou. Ela beijou você quando ela não deveria. E pelo que
eu sei, ela vai
tentar
de novo."
-
"Ela não vai, porque eu vou deixar muito claro como as coisas
estão a ser entre nós a
partir
de agora. Ela cruzou a linha, e eu vou fazê-la pensar duas vezes
antes de fazer
isso
de novo," Patch disse com determinação. Ele inclinou meu
queixo para cima e me
beijou,
deixando os lábios permanecem quando ele falava. "Eu não
estava esperando
para
voltar para casa com você, mas agora que você está aqui, eu não
tenho nenhuma
intenção
de deixá-la ir."
Quente,
a culpa dolorida passou por mim. Eu não poderia estar perto de Patch
e
não sentir minhas mentiras penduradas entre nós. Eu menti para ele
sobre devilcraft.
Eu
ainda estava mentindo. Como eu poderia ter feito isso? Desgosto
ferveu em mim,
cheio
de vergonha e repugnância. Eu queria confessar tudo, mas por onde
começar? Eu
tinha
sido tão negligente, deixando as mentiras arderem fora de controle.
Eu
abri minha boca para lhe dizer a verdade, quando mãos geladas
pareceram
deslizar
pelo meu pescoço e apertá-lo. Eu não podia falar. Eu mal podia
respirar. Minha
garganta
cheia de matéria espessa, como quando eu tinha tomado devilcraft
pela
primeira
vez. Uma voz externa penetrou em minha mente e raciocinou comigo.
Se
eu dissesse a Patch, ele nunca confiaria em mim novamente. Ele nunca
me
perdoaria.
Eu só iria lhe causar mais dor, se eu dissesse a ele. Eu só tinha
que passar
pelo
Cheshvan, e então eu pararia de tomar devilcraft. Apenas um pouco
mais. Apenas
mais
algumas mentiras.
As
mãos frias relaxaram. Eu respirei duramente.
-
"Noite ocupada?" Eu perguntei a Patch, querendo
avançar em nossa conversa
qualquer
coisa para esquecer minhas mentiras.
Ele
suspirou. "E não mais perto de derrubar o chantagista de
Pepper. Eu fico
pensando
que tem que ser alguém que eu observei, mas talvez eu esteja errado.
Talvez
outro
alguém. Alguém fora do meu radar. Eu tenho perseguido cada
pista, mesmo
aqueles
que parecem uma ligação. Tanto quanto eu posso dizer, todo
mundo está
limpo."
-
"Existe uma chance de Pepper está inventando? Talvez ele não
esteja realmente
sendo
chantageado." Foi a primeira vez que eu considerava isso. O
tempo todo eu
tinha
confiado na história dele, quando ele tinha provado ser qualquer
coisa, menos
digno
de confiança.
Patch
franziu a testa. "É possível, mas eu não acho. Por que ter o
trabalho de
fazer
uma história tão elaborada?"
-
"Porque ele precisa de uma desculpa para prender você no
inferno", sugeri
calmamente,
apenas agora pensando nisso. "E se os arcanjos o colocaram
nisso? Ele
disse
que está aqui na Terra em uma atribuição deles. Eu não acreditei
nele primeiro,
mas
que se ele realmente está? E se os arcanjos o deram a tarefa de
te trancar no
inferno?
Não é nenhum segredo que eles querem isso."
-
"Legalmente, eles precisam de um motivo para me trancar no
inferno." Patch coçou o
queixo,
pensativo. "A menos que tenham ido tão longe ao fundo do poço,
eles não se
incomodam
mais em ficar dentro da lei. Eu definitivamente acho que há alguns
ovos
podres
no grupo, mas eu não acho que a população arcanjos inteira foi
corrompida."
-
“Se Pepper está em uma missão para um pequeno grupo de
arcanjos, e os outros
descobrirem
ou suspeitarem do jogo sujo, os empregados de Pepper tem o disfarce
perfeito:
Eles podem alegar que ele foi desonesto. Eles tirar suas asas fora
antes que
ele
pudesse testemunhar, e estariam fora de perigo. Isso não parece tão
absurdo para
mim.
Na verdade, parece que o crime perfeito. "
Patch
olhou para mim. A plausibilidade da minha teoria parecia resolver
sobre
nós
um frio nó na garganta.
-
"Você acha que é Pepper está a trabalho de um grupo de
arcanjos desonestos para se
livrar
de mim de vez", disse ele lentamente esse último.
-
"Você conhecia Pepper antes de você cair? Como ele era?"
Patch
balançou a cabeça. "Eu o conhecia, mas não bem. Mais como
eu sabia
dele.
Ele tinha uma reputação como um liberal, especialmente frouxo
em questões
sociais.
Eu não estou surpreso que ele caiu nos jogos de azar, mas se bem me
lembro,
ele
estava envolvido em meu julgamento. Ele deve ter votado para me
banir; estranho,
uma
vez que está em desacordo com a sua reputação ".
-
"Você acha que podemos fazer Pepper voltar-se contra os
arcanjos? Sua vida dupla
pode
ser parte de seu disfarce. . . em seguida, novamente, ele
poderia estar
desfrutando
de seu tempo aqui só um pouco demais. Se aplicarmos o tipo certo
de
pressão,
ele pode falar. Se ele nos diz que uma fação secreta dos arcanjos o
enviou
aqui
te prender no inferno, pelo menos, nós sabemos o que estamos
enfrentando. "
Um
sorriso pouco perigoso apertou a boca do Patch. "Eu acho que é
hora de encontrar
Pepper."
Eu
balancei a cabeça. "Tudo bem. Mas você vai jogar este jogo do
lado de fora.
Eu
não quero que você chegue perto de Pepper. De agora em diante,
temos de
assumir
que ele faria qualquer coisa te prender no inferno. "
As
sobrancelhas de Patch se juntaram. "O que você está propondo,
Anjo?"
-
"Vou me encontrar com Pepper. E eu vou levar Scott comigo. Nem
pense em discutir
comigo,"
eu disse em advertência antes que ele pudesse vetar a ideia.
"Você levou
Dabria
como reserva em mais ocasiões do que eu quero pensar. Você jurou
para mim
foi
um movimento tático e nada mais. Bem, agora é a minha vez. Estou
levando Scott, e
ponto
final. Até onde eu sei, Pepper não está segurando todos os
bilhetes de ida para
o
inferno com o nome Scott neles.”
A
boca de Patch se diluiu e seus olhos escureceram, eu praticamente
podia
sentir
a objeção irradiando dele. Patch não tinha cordialidade pelo
Scott, mas ele não
poderia
jogar aquela carta, isso faria dele um hipócrita.
-
“Você vai precisar de um plano reserva,” ele disse por fim. “Eu
não vou deixar você
fora
da minha vista se h alguma chance das coisas irem ralo abaixo.”
Sempre
havia uma chance das coisas darem errado. Se eu tinha aprendido
alguma
coisa durante meu tempo com Patch, foi isso. Patch sabia disso
também, e eu
me
perguntava se isso era parte do plano dele para me impedir de ir. Eu
de repente me
senti
como Cinderela, impedida de ir ao baile por um pequeno detalhe.
-
“Scott é mais forte do que você tem dado crédito a ele,” eu
argumentei. “Ele não vai
deixar
nada acontecer comigo. Eu terei certeza que ele entenda que ele
não pode
conta
a uma nica alma que eu você ainda estamos muito juntos.”
Os
olhos negros de Patch ferviam. “E eu terei certeza que ele entenda
que se
um
único cabelo da sua cabeça for perdido, ele terá que lidar
comigo. Se ele tiver
alguma
noção, uma ameaça que ele vai levar a sério.”
Eu
sorri tensamente. “Então está decidido. Tudo que precisamos agora
de um plano.”
A
noite seguinte era sábado. Depois de contar pra minha mãe que eu ia
ficar
todo
o fim de semana na casa da
e nós iriamos juntas para a escola na segunda,
Scott
e eu fizemos uma viagem para o Devil’s Handbag. Nós não
estávamos
interessados
em músicas ou bebidas, e sim no porão. Eu tinha ouvido rumores
sobre o
porão,
um emergente paraíso de jogos de azar, mas nunca tinha realmente
entrado.
Coisa
que Pepper não poderia dizer o mesmo. Patch tinha nos suprido com
uma lista
dos
refúgios favoritos de Pepper, e eu esperava que Scott e eu
tivéssemos sorte na
nossa
primeira tentativa.
Ambos
tentamos parecer sofisticados e sinceros, eu segui Scott pelo bar.
Ele
estava
mascando chiclete, parecendo tão relaxado e confiante como sempre.
Eu, por
outro
lado, estava suando tanto que sentia como se precisasse se outro
banho.
Eu
sacudi meu cabelo para um visual elegante e maduro. Atirada em
algum
delineador
líquido, batom, saltos de 10 centímetros e uma bolsa de ponta
emprestada
por
Marcie, eu tinha magicamente envelhecido 5 anos. Dado o físico
totalmente
desenvolvido
e intimidador de Scott, eu não acho que ele tenha que se preocupar
em
mostrar
a identidade. Ele usava aros de prata minúsculos em suas
orelhas, enquanto
seu
cabelo estava estreitamente cortado, ele conseguiu parecer ao mesmo
tempo
resistente
e bonito. Scott e eu éramos apenas amigos, mas eu podia
facilmente
apreciar
o que viu nele.
Liguei meu braço através do dele, um sinal de ser sua
namorada,
enquanto ele sinalizou para falar com o barman.
-
“Nós estamos procurando o Storky,” Scott disse para o barman,
inclinando-se para
manter
sua voz baixa.
O
barman, que eu nunca tinha visto antes, nos olhos astutamente. Eu
encontrei
seu
olhar, tentando manter meus olhos frios. Não pareça nervosa, eu
disse para mim
mesma.
E o que quer que você faça, não aparente como se tivesse algo a
esconder.
-
“Quem está procurando?” ele perguntou rispidamente por fim.
-
“Nós soubéssemos que tem jogos de apostas altas essa noite,”
Scott disse, pegando
uma
pilha de centenas alinhadas perfeitamente dentro da sua carteira.
O
barman elevou seus ombros e voltou para limpar o bar. “Não sei do
que você
está
falando.”
Scott
colocou uma das notas no bar, cobrindo-a com a mão. Ele a deslizou
em
direção
ao barman. “Que pena. Tem certeza que não podemos convencer você
a
repensar?”
O
barman olhou a nota de cem dólares. “Eu já vi você por aí?”
-
“Eu toco baixo no Serpentine. Eu também tenho jogava pôquer
de Portland a
Concord,
para Boston, e todo o resto.”
Um
nó de reconhecimento. “É isso. Eu trabalhava de noite no Z
Pool Hall no
Springvale.”
-
“Boas lembranças do lugar,” Scott disse sem perder o ritmo.
“Ganhei muito dinheiro.
Perdi
ainda mais.” Ele sorriu como se partilhasse uma piada particular
com o barman.
Deslizando
sua mão com a de Scott, e olhando ao redor para ter certeza de que
não
estava
sob vigilância, o barman embolsou a nota. “Tenho que revistar
vocês primeiro,”
ele
nos disse. “Armas não são permitidas lá embaixo.”
-
“Sem problemas.” Scott respondeu facilmente.
Eu
comecei a suar ainda mais. Patch nos avisou que eles estariam à
procura de
armas,
facas, e qualquer outro objeto pontiagudo que pudesse ser usado como
arma.
Então
tivemos que ser criativos. O cinto segurando a calça de Scott, e
escondido
embaixo
de sua camisa, era da verdade um chicote encantado com devilcraft.
Scott
tinha
jurado de pés juntos que ele não estava ingerindo devilcraft, e que
nunca tinha
ouvido
falar da super bebida, mas eu percebi que poderia muito bem fazer
uso do
chicote
encantado que ele tinha tirado do carro de Dante por um capricho. O
chicote
brilhava
na sombra reveladora de um azul iridescente, mas desde que o barman
não
levantasse
a camisa de Scott, ele estaria seguro.
À
convite do barman, Scott e eu caminhamos pelo bar, fomos para trás
de uma
tela
de privacidade e levantamos nossos braços. Eu fui primeiro,
passando por um
breve,
superficial tapinha para baixo. O barman se moveu para Scott,
escovando a
parte
de dentro de suas pernas e dando batidas nos braços e costas.
Estava escuro
atrás
do bar, e mesmo se Scott estivesse usando uma espessa camisa de
algodão, eu
pensei
ter visto o brilho do chicote vagamente através dela. O barman
pareceu ter visto
também.
Suas sobrancelhas se juntaram, e ele alcançou a camisa de Scott.
Eu
deixei minha bolsa cair nos pés dele. Várias notas de cem
dólares foram
derramadas.
Só assim, a atenção do barman foi puxada para o dinheiro.
“Oops,” eu
disse,
fingindo um sorriso sedutor enquanto eu colocava as notas para
dentro. “Esse
dinheiro
está ardendo no buraco. Pronto para jogar, coisa gostosa?”
Coisa
gostosa? Scott ecoou nos meus pensamentos. Ótimo. Ele
sorriu e
inclinou-se
para me beijar, forte, na boca. Eu estava tão surpresa com isso,
que eu
congelei
com o toque dele.
Relaxa.
Ele falou na minha mente. Estamos quase dentro.
Dei
um aceno com a cabe a quase impercetível. “Você vai ganha muito
essa
noite,
baby, eu posso sentir isso,” eu sussurrei,
O
barman destrancou a grande porta de metal, e agarrando a mão de
Scott, o
segui
por uma escura e não convidativa escadaria que cheirava a mofo e
água parada.
Ao
fundo, nós seguimos o corredor em volta de várias curvas, até
sairmos num lugar
aberto
pouco decorado com mesas de pôquer. Uma única lâmpada pendurado
em
cima
de cada mesa, derramando a a mínima luz. Sem música, sem bebida,
sem calor,
uma
recepção acolhedora.
Uma
mesa estava em uso – quatro jogadores – e eu instantaneamente
achei
Pepper.
Ele estava de costas para nós, e ele não se virou com a
nossa aproximação.
Não
é incomum. Nenhum dos outros jogadores olhos para nós também. Eles
estavam
todos
sintonizados com atenção para as cartas em suas mãos. Fichas
de pôquer
ficaram
em torres arrumadas no centro da mesa. Eu não tinha ideia de quanto
dinheiro
estava
envolvido, mas eu apostava que aquele que perdesse iria sentir,
e
profundamente.
-
“Estamos procurando por Pepper Friberg.” Scott anunciou. Ele
manteve seu tom leve,
mas
o modo que seus músculos incharam quando ele cruzou os braços
enviaram uma
mensagem
diferente.
-
“Desculpe, querido, meu cartão de dança está completo para a
noite,” Pepper atirou
de
volta cinicamente, remoendo a mão que ele tinha sido abordado. Eu o
estudei mais
de
perto, achando que ele estava muito envolvido no jogo para este ser
um disfarce.
De
fato, ele parecia tão sugado que ele aparentemente não tinha
percebido que eu
estava
de pé do lado de Scott.
Scott
pegou uma cadeira da mesa ao lado e abriu espaço para a direita ao
lado
de
Pepper. “Eu tenho dois p s esquerdos de qualquer modo. Seria melhor
você dançar
com...
.”
Agora
Pepper reagiu. Ele colocou suas cartas viradas para baixo, virou o
corpo,
cheio
de si para me ver por si mesmo.
-
“Olá, Pepper. Já faz um tempo.” Eu disse. “Da última vez que
nos encontramos, você
tentou
me sequestrar, não estou certa?”
-
“Sequestro um crime federal para nós moradores da Terra,”
Scott entrou na
conversa.
“Alguma coisa me diz que visto com maus olhos no Céu, também.”
-
“Mantenha sua voz baixa,” Pepper rosnou, nervosamente
olhando os outros
jogadores.
Eu
levantei minhas sobrancelhas, falando diretamente com os pensamentos
de
Pepper.
‘Você não contou para seus amigos humanos o que você realmente
é? Embora
eu
ache que eles ficariam felizes em descobrir que suas habilidades
no pôquer têm
muito
mais a ver com controle mental do que sorte ou habilidade.’
-
“Vamos lá pra fora,” Pepper me disse, dobrando o jogo.
-
“Assim que você for,” Scott disse, levantando-o pelo cotovelo.
No
beco atrás do Devil’s Handbag, eu falei primeiro. “Nós vamos
simplificar
para
você Pepper. Tão divertido quanto foi você ter me usado para
chegar ao Patch, eu
estou
pronta para seguir em frente. O modo que eu entendo, isso só vai
acontecer
quando
eu realmente descobrir quem está chantageando você,” eu disse,
testando ele.
Eu
queria contar a ele minha teoria: que ele estava bancando o garoto de
recados para
um
grupo secreto de arcanjos e precisava de uma desculpa meio decente
para enviar
Patch
para o inferno. Mas em nome de jogar seguramente, eu decidi adiar e
ver como
isso
o balançou.
Pepper
olhou para mim, suas características tanto insatisfeitas quanto
céticas.
“Que
história essa?”
-
“O que ... onde nós entramos,” Scott entrou na conversa.
“Estamos motivamos a
encontrar
seu chantagista.”
Pepper
estreitou os olhos ainda mais em Scott. “Quem é você?”
-
“Pense em mim como a bomba relógio embaixo do seu assento. Se você
não tomar a
decisão
de concordar com os termos da ,
Eu farei isso por você.” Scott come ou a
arregaçar
as mangas.
-
“Você está me ameaçando?” Pepper perguntou incrédulo.
-
“Aqui estão minhas condições,” eu disse, “encontraremos
seu chantagista, e o
entregaremos
à você. O que queremos em troca é simples. Faça um juramento
para
deixar
Patch em paz.” Bati um palito de dentes pontudo na palma carnuda de
Pepper.
Desde
que o barman tinha me revistado, era o melhor que eu podia fazer. “Um
pouco
de
sangue e algumas palavras sinceras devem fazer o truque.” Se eu o
fizesse fazer um
juramento,
ele teria que se esgueirar de volta para os arcanjos com o rabo
entre as
pernas
e confessar o fracasso. Se ele se recusasse, apenas daria mais
validade a minha
teoria.
-
“Arcanjos não juram votos de sangue,” Pepper zombou.
Aquecendo,
eu pensei.
“Será
que eles enviam aos anjos caídos que estão no inferno um
carninha?” Scott
perguntou.
Pepper
olhou para nós como se estivéssemos loucos. “Sobre o que
vocês estão
delirando?”
-
“Como a sensação de ser peão dos arcanjos?” eu perguntei.
-
“O que eles te oferecem em retorno?” Scott demandou?
-
“Os arcanjos não estão aqui embaixo,” eu disse. “Você está
sozinho. Você realmente
quer
ir contra Patch sozinho?” ‘Qual é, Pepper,’ eu pensei. ‘Me
diga o que eu quero
ouvir.
Que essa história inventada de chantagem é uma desculpa para
cumprir sua
missão
para um grupo de arcanjos desonestos para se livrar de Patch.’
A
expressão de Pepper de descrença se aprofundou, e eu aproveitei
o seu
silêncio.
“Você vai fazer o juramento agora, Pepper.”
Scott
e eu nos aproximamos dele.
-
“Sem juramento!” Pepper gritou. “Mas eu vou deixar Patch em paz
– eu prometo!”
-
“Se eu apenas pudesse confiar em você para manter sua
palavra,” eu retornei. “O
problema
é, que eu não acho que você é um cara muito honesto. De fato, eu
acho que
toda
essa coisa de chantagem é uma estratégia.”
Os
olhos de Pepper se alargaram com o entendimento. Ele gaguejou em
descrença,
seu rosto ficando rosa. “Deixa eu ver se eu entendi. Você acha que
eu estou
atrás
de Patch por me chantagear?” ele guinchou por fim.
-
“É,” Scott forneceu. “Sim, nós achamos.”
-
“É por isso que ele tem se recusado a me encontrar? Por que ele
acha que eu quero
trancafiá-lo
no inferno? Eu não estava ameaçando ele!” Pepper gritou, seu
rosto
redondo
ficando mais corado pelo momento. “Eu queria oferecer um emprego a
ele.
Estive
tentando conseguir o tempo todo!”
Scott
e eu falamos ao mesmo tempo. “Um trabalho?” Nós compartilhamos
um
olhar
cético e apressado.
-
“Você está falando a verdade?” eu perguntei a Pepper. “Você
realmente tem um
emprego
para Patch – só isso?”
-
“Sim, sim, um trabalho,” Pepper rosnou. “O que você achou?
Caramba, que bagunça.
Nada
saiu como deveria.”
-
“Qual o trabalho?” eu o interroguei.
-
“Como se eu fosse te contar! Se você tivesse me ajudado a alcançar
Patch em tempo,
eu
não estaria em uma confusão. Essa coisa toda é sua culpa. Minha
oferta de trabalho
para
Patch, e Patch sozinho!”
-
“Deixe-me ver se entendi,” eu disse. “Você não acha que
Patch está te
chantageando?”
-
“Por que eu imaginaria quando eu j sei quem est me chantageando?”
ele disparou
de
volta, irritado.
-
“Você sabe quem é o chantagista?” Scott repetiu.
Pepper
me lançou um olhar de repulsa. “Tire essa Nephil da minha
frente. Se eu sei
quem
está me chantageando?” ele bufou impacientemente. “Sim! Eu
deveria encontra-
lo
hoje a noite. E vocês nunca vão adivinhar quem .”
-
“Quem?” eu perguntei.
-
“Ha! Seria muito amável se eu pudesse te dizer, não seria? O
problema é que o
chantagista
me fez jurar não revelar sua identidade. Não se incomodem em
sondar.
Meus
lábios estão selados, literalmente. Eles disseram que ligaram com
o local do
encontro
vinte minutos antes de eu ter que estar lá. Se eu não acobertar
essa bagunça
logo,
os arcanjos vão estar no meu rastro.” Ele adicionou, torcendo suas
mãos. Eu notei
que
seu comportamento rapidamente mudou para medo na menção de
outros
arcanjos.
Eu
tentei permanecer estável. Não esse o movimento que eu esperava que
ele
fizesse.
Eu me perguntei se essa era uma tática para nos tirar do seu rastro
– ou nos
levando
para uma armadilha. Mas o suor brilhando em sua sobrancelha e o
olhar
desesperado
de seus olhos parecia genuíno. Ele queria que isso acabasse tanto
quanto
nós
queríamos.
-
“Meu chantagista quer que eu encante objetos usando todos os
poderes do Céu que
todos
os arcanjos possuem.” Pepper limpou a testa cor de rosa com um
lenço. “É por
isso
que eles estão me ameaçando.”
-
“Que objetos?” eu perguntei.
Pepper
sacudiu a cabe a. “Eles vão trazê-los no encontro. Eles disseram
que se eu os
encantasse
de acordo com as suas especificações, eles me deixarão em paz.
Eles não
entendem.
Mesmo se eu encantasse os objetos, os poderes do Céu só podem
ser
usados
para o bem. Quaisquer que sejam as ideias do mal que eles estejam
tramando,
não
irão funcionar.”
-
“Entretanto, você realmente está considerando fazer isso?” eu
perguntei em
reprovação.
-
“Eu preciso tirar eles das minhas costas! Os arcanjos não podem
saber o que eu tenho
estado
fazendo. Eu serei banido. Eles arrancarão minhas asas e tudo estará
terminado.
Eu
ficarei preso aqui embaixo para sempre.”
-
“Nós precisamos de um plano,” Scott disse. “Vinte
minutos entre a ligação e o
encontro
não nos dão muito espaço de manobra.”
-
“Quando seu chantagista ligar, concorde com o encontro,” eu
instruí Pepper. “Se eles
disserem
para você ir sozinho, diga que você irá. Soe tão complacente e
cooperativo o
quanto
você poder sem exagerar.”
-
“E então o que?” Pepper perguntou, agitando os ombros como se
para arejar suas
axilas.
Eu tentei não encarar. Nunca poderia imaginar que o primeiro arcanjo
que eu
encontraria
seria um rato tão chorão e covarde. Muito para os arcanjos dos
meus
sonhos
– poderosos, inevitáveis, oniscientes, e talvez mais importante,
exemplares.
Eu
fixei meus olhos nos de Pepper. “E então eu e Scott iremos no seu
lugar, derrubar o
chantagista,
e os entregar para você.”
CAPÍTULO
27
-“O
quê? Você não pode fazer isso!” Pepper
cuspiu as palavras
veementemente.
“Eles não vão ficar felizes, e irão se recusar a trabalhar
comigo. Pior,
eles
podem ir diretamente aos arcanjos!”
-
“Seu chantagista não trabalha mais com você. De agora em
diante, ele ou ela lida
diretamente
conosco,” eu disse. “Scott e eu vamos recuperar os objetos que
eles
querem
que sejam encantados, e nós precisaremos da sua cooperação para
avalia-los.
Se
você puder nos dizer o que eles pretendem utilizando-os, a
informação pode ser
valiosa.”
-
“Como eu mesmo posso saber se posso confiar em você?” Pepper
disse em um
estridente
protesto.
-
“Há sempre um juramento de sangue...” eu deixei a ideia
balançar. “Eu vou jurar
minhas
intenções, e você vai jurar ficar longe de Patch. A menos, é
claro, que você
ainda
seja bom demais para fazer um juramento.”
-
“Isso é horrível,” Pepper disse, puxando a gola como se
estivesse apertando-o. “Que
confusão.”
-
“Scott e eu teremos uma equipe no local. Nada vai dar errado,”
eu reassegurei a
Pepper,
e então adicionei uma rápida instrução particularmente falando em
sua mente:
‘Mantenha
ele calmo enquanto eu ligo para Patch, você pode?’
Eu
caminhei para o fim do beco antes de fazer a ligação. Folhas secas
passaram
pelos
meus pés, e eu me aconcheguei mais fundo no meu casaco para me
aquecer. De
todas
as noites para sair, eu tinha escolhido a mais fria. Geava um pouco
na minha pele
e
fez meu nariz escorrer. “Sou eu. Pegamos o Pepper.”
Eu
ouvi o suspiro de alívio de Patch.
-
“Eu não acho que sua vida dupla uma farsa,” eu continuei. “Ele
tem um verdadeiro
problema
com jogos de azar. Também não acho que ele está em uma missão
dos
arcanjos
para prender você no inferno. Ele deve ter descido aqui como uma
atribuição
originalmente,
mas ele desistiu em prol de se entregar ao estilo de vida humano.
Agora
a
grande notícia. Ele sabe que você não o está chantageando –
todo esse tempo ele
tem
tentado te oferecer um trabalho.”
-
“Que trabalho?”
-
“Ele não disse. Eu acho que ele largou isso. Ele tem
problemas maiores para se
preocupar.
Ele marcou de encontrar com o verdadeiro chantagista hoje a noite.”
Eu não
disse
o resto, mas eu não parava de pensar naquilo. Eu estava tão
confiante de que
Dabria
estava por detrás disto, que eu podia apostar minha vida. “Nós
não sabemos a
hora
ou o local do encontro ainda. Quando o chantagista ligar para Pepper,
nós
teremos
um espaço de vinte minutos. Precisaremos agir depressa.”
-
“Você acha que uma armadilha?”
-
“Eu acho que Pepper um covarde, e ele está contente que nós
estamos indo e ele
não
precisa.”
-
“Estou pronto.” Patch disse sombriamente. “Assim que eu souber
para onde estamos
indo,
eu vou te encontrar lá. Faça uma última coisa por mim, Anjo.”
-
“Diga.”
-
“Eu quero te encontrar sã e salva quando isso acabar.”
A
ligação veio dez minutos antes da meia noite. Pepper não poderia
ter dado
respostas
melhores se ele as tivesse ensaiado. “Sim, eu irei sozinho.”
“Sim eu vou
encantar
os objetos.” “Sim, eu posso estar no cemitério em vinte
minutos.”
No
instante em que ele desligou, eu disse, “Qual cemitério? O de
Coldwater?”
Um
aceno. “Dentro do mausoléu. Eu devo esperar lé para mais
instruçes.”
Me
voltei para Scott. “Só há um mausoléu no cemitério da
cidade. Bem do lado do
túmulo
do meu pai. Nós mesmos não poderíamos ter escolhido um lugar
melhor. Há
árvores
e lápides por todo lugar, e vai estar escuro. O chantagista não
será capaz de
dizer
que é você no mausoléu, e não Pepper, até que seja tarde
demais.”
Scott
puxou o capuz preto que ele estava carregando a noite inteira sobre
sua
cabeça,
deixando-o cobrir parte de seu rosto. “Eu sou muito mais alto do
que Pepper.”
Ele
disse duvidosamente.
-
“Ande curvado. Seu moletom folgado o suficiente que eles não
serão capazes de
notar
a diferença distância.” Eu encarei Pepper. “Dê-me seu
número. Mantenha a
linha
disponível. Eu vou te ligar no minuto que tivermos seu chantagista.”
-
“Eu tenho um mau pressentimento,” Pepper disse, enxugando as
mãos em suas
calças.
Scott
levantou seu capuz, revelando a Pepper seu cinto incomum, que
estava
brilhando
em um azul celeste. “Não estamos indo despreparados.”
Os
lábios de Pepper se apertaram, mas não antes de um gemido de
desaprovação
escapar. “Devilcraft. Os arcanjos nunca podem saber que eu estava
envolvido
nisso.”
-
“Assim que Scott imobilizar seu chantagista, Patch e eu vamos nos
apressar. Isso tão
simples
quanto parece,” eu expliquei para Pepper.
-
“Como você sabe que eles não terão seu próprio plano B?” ele
desafiou.
Uma
imagem de Dabria atravessou minha mente. Ela só tinha um único
amigo,
e
mesmo assim estava colocando gentilmente. Pena que o único amigo
seria
necessário
para fazê-la cair hoje a noite. Mal podia esperar para olhar na
cara dela
quando
Patch espetasse um agudo, e esperançosamente áspero, objeto nas
cicatrizes
de
suas asas.
-
“Se vamos fazer isso, temos que detonar,” Scott me disse, olhando
para seu relógio.
“Temos
menos de quinze minutos.”
Eu
agarrei a manga de Pepper antes que ele pudesse fugir. “Não
esqueça sua
parte
do acordo, Pepper. Uma vez que tivermos seu chantagista, Você e ele
terminam
por
aí.”
Ele
acenou com a cabe a seriamente. “Eu vou deixar Patch em paz. Você
tem
minha
palavra.” Eu não gostei da faísca de malícia que parecia
incendiam
momentaneamente
o fundo dos seus olhos. “Mas eu não posso fazer nada se ele vier
me
procurar,” ele adicionou enigmaticamente.
CAPÍTULO
28
Scott dirigiu seu carro
por toda a cidade, enquanto eu carregava a espingarda.
Tinha abaixado o volume do
rádio, com Radiohead tocando. Suas
feições
duras, apareciam e desapareciam, enquanto passávamos por baixo dos
postes
de
luzes das ruas. Ele dirigia com as duas mãos no volante, em uma
posição de 'dez
para
as duas'.
-
Nervoso? - Perguntei a ele.
-
Não me insulte, . -
Ele sorriu, mas não relaxou.
-
Então, o que está acontecendo entre você e
? - Perguntei,
tratando de
manter
nossas mentes longe do que nos esperava. Não tinha necessidade de
pensar
muito
nas coisas, ou começar a imaginar os piores cenários. Éramos
Scott, Patch e eu
contra
Dabria. A derrota dela, não iria durar mais do que alguns segundos.
-
Não fique toda amigável comigo.
-
É uma pergunta válida.
Scott
mexeu um pouco no rádio.
-
Não sou o tipo de cara que beija e sai por aí contando.
-
Então vocês já se beijaram. - Movi as sobrancelhas. - Algo mais
que eu deva saber?
Estava
a ponto de sorrir.
-
Absolutamente não. - O cemitério apareceu na curva seguinte. E ele
inclinou a cabeça
na
direção do lugar. - Onde você quer que eu estacione?
-
Aqui mesmo. Vamos caminhando pelo resto do caminho.
Scott
concordou.
-
Um monte de árvores. Bom para se esconder. Você vai ficar no
estacionamento de
cima?
-
Com vista do alto. Patch vai estar estacionado na porta sul. Não
vamos te deixar fora
de
nossas vistas.
-
Você não vai.
Não
fiz nenhum comentário sobre a rivalidade entre Patch e Scott.
Patch
poderia
pegar Scott com a mesma consideração que uma serpente debaixo dos
seus
pés,
mas se disse que estaria ali, ele faria.
Saímos
do carro. Scott puxou seu capuz para poder esconder o rosto, e deixou
cair
seus ombros.
-
Como estou?
-
Como o gêmeo de Pepper, perdido a muito tempo. Lembre, no
momento que o
chantagista
entrar no mausoléu, você algema ele com o chicote. Vou ficar
esperando
sua
ligação.
Scott
me deu um pequeno soco, de boa sorte, suponho, e então correu em um
ritmo
constante pelas portas do cemitério. Vi ele pular sobre elas como
muita
facilidade
e desaparecer na escuridão.
Liguei
para Patch. Depois de várias tentativas, caiu no correio de voz.
Impaciente,
deixei
uma gravação: - Scott entrou. Vou para o meu posto. Me ligue no
momento em
que
receber isso. Preciso saber se você está na sua posição.
Desliguei,
tremendo contra as rajadas do vento gelado. Os galho só
que o
outono
tinha deixado sem folhas se sacudia se sacudia com um som oco,
trepidante.
Coloquei
minhas mãos por baixo dos meus braços para entrar calor. Algo não
estava
bem.
Não era normal Patch ignorar uma ligação, sobre tudo, uma ligação
minha,
durante
uma situação de emergência. Queria falar sobre essa mudança
inoportuna de
acontecimentos
com Scott, mas ele já estava fora de vista. Se o perseguisse agora,
me
arriscaria
a colocar toda a operação por água abaixo. Ao invés disso,
caminhei costa
acima
pelo estacionamento que estava localizado em uma colina com vista
para o
cemitério.
Uma
vez em posição, olhei as fileiras de lápides torcidas abaixo, com
a grama
escura
crescendo tão alto que parecia preta. Anjos de pedra com as asas
lascadas,
pareciam
voar no ar por cima do solo. As nuvens escureciam a lua e duas
das cinco
luzes
no estacionamento não funcionavam. De um lado, o mausoléu branco
irradiava
uma
tênue luminescência fantasmagórica.
<<
Scott! >>.
Gritei, falando mentalmente para ele, colocando toda a minha energia
mental
atrás dele. Apenas o vento assobiando, que pairava sobre a
colina, me
respondeu,
supus que estava fora do alcance. Eu não sabia até que ponto podia
chegar
minha
linguagem mental, mas parecia que Scott estava muito longe.
Uma
parede de pedra rodeava o estacionamento, me abaixei atrás
dela,
mantendo
meus olhos fixos no mausoléu. Um cachorro preto, esguio, de repente
pulou
por
cima do muro, quase me fazendo cair pra trás. Um par de olhos
selvagens me
olhavam
do estreito rosto do animal. O cão selvagem caminhava ao longo da
parede,
parando
para rosnar territorialmente para mim. Graças a Deus.
Minha
visão era melhor do que quando eu era humana, mas estava o
suficientemente
longe
do mausoléu para não conseguir distinguir tantos detalhes como eu
gostaria. A
porta
parecia fechada, mas isso fazia sentido, Scott tinha fechado ela
quando ele
passou.
Contive
a respiração, esperando que Scott saísse arrastando Dabria,
atada e
indefesa.
Os minutos passaram. Me mexia abaixada, tratando de conseguir que
o
sangue
fluísse em minhas pernas. Olhei meu celular. Não tinha chamadas
perdidas. Só
pudia
pensar que Patch estava ardendo ao plano e estava patrulhando a porta
baixa do
cemitério.
Um
pensamento horrível veio de repente. E se Dabria tivesse visto
através do
disfarce
de Scott? E se ela suspeitava que ele tinha trazido esforços?
Meu estômago
caiu
até os joelhos. E se ela tinha chamado Pepper para um novo lugar de
encontro
depois
que o Scott e eu tínhamos deixado o Devil's Handbag? De qualquer
forma,
Pepper
tinha como me contactar, trocamos números.
Estava
ocupada com esses pensamentos inquietantes quando o cachorro preto
voltou,
emitindo um rosnado ameaçador para mim, perto das sombras da
parede.
Achatou
seus ouvidos contra a cabeça e arqueou suas costas ameaçadoramente.
<<
Fora! >>. Sussurrei para ele de novo, fazendo um gesto
com as minhas mãos.
Dessa
vez, ele me mostrou os pontiagudos dentes brancos arreganhados,
rasgando
o solo ferozmente. Estava quase mudando para uma distância segura
pela
parede,
quando...
Um
arame quente se agarrou a minha garganta por trás, bloqueando a
minha
respiração.
Cravei a unha no arame, sentindo ele se contrair mais e mais forte.
Tinha
caído
sentada, minhas pernas se sacudindo. Pela minha visão periférica,
notei que uma
estranha
luz azul emanava do arame. Parecia queimar minha pele como se tivesse
sido
submergida
em ácido. Meus dedos formavam bolhas onde roçavam no arame, fazendo
impossível
de agarrar.
Meu
agressor puxou o fio do arame de volta pra trás, mais forte.
Luzes
explodiram
através da minha visão. Uma armadilha!
O
cachorro preto continuou latindo e e pulando freneticamente em
círculos,
mas
a imagem estava se dissolvendo rapidamente. Estava perdendo a
consciência.
Invocando
a pouca energia que ainda tinha, me concentrei no cachorro,
falando na
mente
dele. << Morde!
Morde o meu agressor!
>>
Estava
muito fraca para tentar um truque mental na mente do meu
agressor,
sabendo
que ele iria sentir quando eu tentasse invadir a mente dele. Ainda
que nunca
tivesse
tentado invadir a mente de um animal, o cachorro era mais pequeno que
um
Nephil
ou um anjo caído, e se fosse possível obriga-lo, faria sentido que
um animal um
pouco
menor requeresse menos esforço...
<<
Ataca! >>. Pensei na mente do cachorro outra vez,
sentindo minha mente percorrer
um
sonolento e escuro túnel.
Para
meu assombro e incredulidade, o cachorro correu adiante e fundiu suas
garras
na perna do meu agressor. Escutei alguns dentes cortarem os ossos, e
a
maldição
gutural de um homem. A familiaridade da voz me surpreendeu. Eu
conhecia
essa
voz. Confiava nessa voz.
Impulsionada
pela traição e pela ira, comecei a agir. A mordida do cachorro era
distração
suficiente para que meu agressor afrouxasse o controle sobre o arame.
Fechei
minhas
mãos por completo em volta do arame, ignorando a queimadura grande
o
suficiente
para puxar meu pescoço e girar para o lado. O cabo serpenteante caiu
sobre
o
chão e eu o reconheci imediatamente.
Era
o chicote de Scott.
CAPÍTULO
29
Mas não era Scott que me
atacava.
Lutando
por ar enquanto inspirava de novo, vi Dante se mover para atacar,
imediatamente
dei a volta e enfiei o pé no estômago dele. Ele voou para trás,
batendo
no
chão, parecendo desconcertado.
Os
olhos dele endureceram instantaneamente. A mesma coisa fizeram os
meus.
Ataquei
ele, montando sobre seu peito e sem piedade, golpeando sua
cabeça
repetidamente
sobre o solo. Não o suficiente para deixar ele inconsciente; queria
ele
atordoado,
capaz de falar. Tinha um monte de perguntas que eu queria que ele
respondesse
imediatamente.
<<
Me traga o chicote! >>. Ordenei ao cachorro e coloquei a
imagem na mente dele,
para
que ele entendesse a direção.
O
cachorro trotou obedientemente, arrastando o chicote entre os
dentes,
aparentemente
imune aos efeitos do devilcraft. Era possível que esse
protótipo não
pudesse
causar nenhum dano a ele? De qualquer maneira, não podia acreditar.
Podia
falar
com a mente dos animais. Ou pelo menos, com esse.
Virei
Dante de barriga para cima e utilizei o chicote para amarrar seus
pulsos.
Queimou
os meus dedos, mas eu estava muito zangada para prestar atenção.
Ele fez
um
gemido de protesto.
De
pé, dei um chute nas costelas dele, para que ele despertasse
completamente.
-
É melhor que as primeiras palavras que saiam da sua boca sejam uma
explicação. -
Disse
a ele.
Com
o rosto pressionado contra o chão, seus lábios se curvaram em um
sorriso
intimidador.
-
Não sabia que era você. - Disse inocentemente, zombando de mim.
Abaixei,
prendendo os olhos dele nos meus.
-
Se não quer falar comigo, vou te entregar ao Patch. Você e eu
sabemos que dessa
forma
vai ser muito mais desagradável.
-
Patch. - Ele riu entre os dentes. - Chama ele. Vai em frente. Veja se
ele te responde.
Um
medo gelado vibrou em meu peito.
-
O que você quer dizer?
-
Solte as minhas mãos e talvez eu te diga, com riqueza de detalhes, o
que fiz com ele.
Dei
um tapa no rosto dele tão forte, que a minha própria mão doeu.
-
Onde está Patch? - Perguntei outra vez, tratando de manter o panico
fora da minha
voz,
sabendo que isso só divertiria ainda mais a Dante.
-
Você quer saber o que eu fiz ao Patch... ou ao Patch e ao Scott?
O
chão pareceu se inclinar. Tínhamos caído em uma armadilha. Dante
tinha
tirado
Scott e Patch do caminho e logo tinha vindo por mim. Mas, por que?
Montei
o quebra-cabeças por mim mesma.
-
Você está chantageando Pepper Friberg. Isso é o que você está
fazendo aqui no
cemitério,
não? Não se incomode em responder. É a única explicação que faz
sentido. -
Eu
tinha pensado que era Dabria. Se não tivesse ficado tão obcecada
com ela, talvez eu
poderia
ter visto a imagem completa, talvez eu poderia ter estado aberta
a outras
possibilidades,
talvez poderia ter recorrido aos sinais de alerta...
Dante
deu um longo suspiro, indescritível.
-
Vou falar quando você desatar as minhas mãos. Não ao contrario.
Estava
tão consumida pela raiva, que me surpreendi ao encontrar lágrimas
ardendo por
trás
dos meus olhos. Eu tinha confiado em Dante. Tinha deixado ele me
treinar e me
assessorar.
Tinha construído uma relação com ele. Tinha chegado a considerar
ele como
um
dos meus aliados no mundo Nephilim. Sem a orientação dele, eu não
teria feito nem
a
metade do que eu tinha conseguido.
-
Por que fez isso? Por que chantagear Pepper? Por que? - Gritei
quando Dante
simplesmente
piscou sobre o meu silencio, com um ar satisfeito.
Não
conseguia chutar ele de novo. Mal conseguia ficar de pé, estando
tão
chocada
com a escandalosa e recente traição. Me apoiei na parede de
pedra,
respirando
fundo para manter a mente centrada. Meus joelhos tremiam.
A
parte posterior da minha garganta estava escorregadia e estreita.
-
Desamarra as minhas mãos, .
Não vou te machucar. Preciso que você se acalme,
isso
é tudo. Queria falar e te explicar o que estou fazendo e por que. -
Ele falava com
uma
segurança tranquila, mas eu não ia cair nisso.
-
Patch ou Scott estão machucados? - Perguntei a ele. Patch não podia
sentir dor física,
mas
isso não significava que Dante não estava usando algum tipo de
protótipo novo
de
devilcraft para fazer mal a ele.
-
Não. Os amarraram da mesma maneira que você me amarrou. Estão
irritados pelo
pouco
que vi, mas ninguém está em perigo imediato. O devilcraft não é
bom para eles,
mas
pode durar um tempo mais sem efeitos negativos.
-
Então vou te dar exatamente 3 minutos para responder a minhas
perguntas antes de
ir
atrás deles. Se não responder minhas perguntas satisfatoriamente
nesse período,
chamarei
os coiotes. Eles têm sido um estorvo por esses lugares, comendo
gatos e
cachorros
domésticos pequenos, sobre tudo com o inverno se aproximando e os
alimentos
ficando escassos. Mas tenho certeza de que você assistiu os
noticiários.
Dante
bufou.
-
Do que você está falando?
-
Posso falar com a mente dos animais, Dante. O que explica o cachorro
que te atacou
exatamente
no momento que eu precisei. Tenho certeza de que os coiotes não
se
importariam
com um lanche fácil. Não posso te matar, mas isso não quer dizer
que não
possa
fazer que você se arrependa de ter cruzado o meu caminho. Primeira
pergunta,
por
que está chantageando Pepper Friberg? Os Nephilins não brincam com
os arcanjos.
Dante
fez uma careta quando ele tentou, sem sucesso, rodar sobre suas
costas.
-
Não pode desamarrar o chicote para que possamos ter uma conversa
civilizada?
-
Você jogou a civilização pela janela no momento em que tratou de
me estrangular.
-
Vou precisar muito mais do que 3 minutos para te explicar o que está
acontecendo. -
Respondeu
Dante, sem parecer no mínimo preocupado, pela minha ameaça. Decidi
mostrar
a ele que eu realmente ia fazer o que estava falando.
<<
Comida! >>. Disse ao cachorro preto, que tinha ficado
por perto para observar o
processo
com interesse. Com sua pele extra deitado pelo chão, eu percebi que
o cão
era
magro e um pouco desnutrido, e se precisava de mais provas da sua
fome, o ritmo
e
maneira ansiosa de lamber seus lábios tinham sido suficientes. Para
esclarecer minha
ordem,
enviei a mente dele uma imagem da carne de Dante, logo dei um passo
para
trás,
renunciando ao meu direito sobre ele. O cachorro logo se reincorporou
e afundou
seus
dentes na parte posterior do braço de Dante.
Dante
amaldiçoou e se contorceu para tentar se livrar do aperto.
-
Não podia ter Pepper bisbilhotando em meus planos! - Cuspiu
finalmente. - Chama o
cachorro!
-
Que planos?
Dante
se retorceu, subindo o ombro para se esquivar do cachorro.
-
Pepper foi enviado a terra pelos arcanjos para poder executar uma
investigação sobre
Blakely
e eu.
Criei
o cenário na minha cabeça, depois assenti.
-
Porque os arcanjos suspeitavam que o devilcraft não desapareceu com
o Hanke que
você
estava usando ele, mas eles queriam ter certeza antes de agir, certo?
Faz sentido.
Continue
falando.
-
Assim que eu precisava de uma maneira de distrair Pepper, de
acordo? Tira seu
cachorro
de mim!
-
Ainda não me disse por que estava chantageando ele.
Dante
se retorceu de novo para evadir as ferozes mandíbulas do meu
cachorro
preferido.
-
Me dá um tempo aqui.
-
Quanto mais rápido falar, mais em breve darei ao meu novo melhor
amigo alguma
coisa
para mastigar.
-
Os anjos caídos precisam que Pepper encante vários objetos usando o
poder do céu.
Sabem
sobre o devilcraft, e sabem que Blakely e eu o controlamos, assim
querem
aproveitar
o poder do céu. Querem se assegurar que os Nephilins não tenham
oportunidade
de ganhar a guerra. Estão chantageando a Pepper.
De
acordo, isso também parecia plausível. Tinha só uma coisa que
não fazia
sentido.
-
Como é que você está nessa confusão?
-
Estou trabalhando para os anjos caídos. - Ele disse tão baixo que
tinha certeza que
tinha
ouvido mal.
Me
inclinei para mais perto.
-
Você se importaria de repetir isso?
-
Estou vendido, tá certo? Os Nephilins não vão ganhar essa guerra.
- Ele agregou na
defensiva.
- De qualquer forma que veja, quando tudo estiver dito e feito,
os anjos
caídos
vão sair disso com a cabeça em pé. E não só porque planejam
aproveitar os
poderes
do céu. Os arcanjos simpatizam com os anjos caídos. Os antigos
laços são
profundos.
Não é assim para nós. Os arcanjos consideram a nossa raça uma
abominação,
sempre fizeram isso. Nos querem fora, e se isso significa aliar-se
temporariamente
com os anjos caídos para conseguir, eles farão. Só aqueles de
nós
que
formarem uma aliança logo com os anjos caídos terão oportunidade
de sobreviver.
Olhei
fixamente para Dante, incapaz de digerir suas palavras. Dante
Matterazzi,
confabulando
com o inimigo. O mesmo Dante que esteve de pé ao lado do Mão
Negra.
O mesmo Dante que me treinou fervorosamente. Não podia acreditar.
-
E o nosso exército Nephilim? - Disse, minha ira ressurgindo.
-
Estão condenados. Muito profundamente, você sabe. Não falta muito
para que os
anjos
caídos realizem seus movimentos e nos empurrem para a guerra. Fiz um
acordo
de
dar a eles o devilcraft. Eles terão os poderes do céu e do
inferno e estarão
respaldados
pelos arcanjos. Todo o assunto vai estar acabado em menos de um dia.
Se
me
ajudar que Pepper encante os objetos, responderei por você. Me
assegurarei de
que
alguns dos anjos caídos de mais influencia saibam que você ajudou e
que é leal a
causa.
Dei
um passo para trás, vendo Dante através de novos olhos. Nem sequer
sabia
quem
ele era. Ele não podia ser mais estranho para mim do que estava
sendo nesse
momento.
-
Eu não... toda essa revolução, foi mentira? - Finalmente eu
consegui cuspir as
palavras.
-
Instinto de sobrevivência. - Disse. - Fiz isso para salvar a mim
mesmo.
-
E o resto da raça Nephilim? - Balbuciei.
Seu
silencio disse exatamente quanto estava preocupado pela sua
segurança.
Um
encolhimento de ombros desinteressado não poderia ter sido mais
revelador. Dante
estava
nisso, por si mesmo. E fim da história.
-
Eles acreditam em você. - Disse, com um sentimento de mal
estar crescendo no
profundo
do meu coração. - Eles contam com você.
-
Eles contam com você.
Estremeci.
O impacto completo da responsabilidade que pesava sobre os meus
ombros
parecia estar me esmagando nesse momento. Eu era a líder deles. Eu
era o
rosto
deles nessa campanha. E agora o meu mais confiável conselheiro
estava
desertando.
Se o exército tinha estado de pé antes com os pés fracos, um
desses
joelhos
tinha sido chutado para o lado.
-
Não pode fazer isso comigo. - Disse ameaçadoramente. - Vou te
expor. Vou dizer a
todos
o que você realmente planeja. Não conheço tudo sobre a lei
Nephilim, mas tenho
bastante
certeza que eles têm um sistema para se ocupar dos traidores e de
alguma
maneira
duvido que seja judicial.
-
E quem vai acreditar em você? - Disse Dante casualmente. Se discutir
que você é a
verdadeira
triadora, em quem você acha que eles vão acreditar?
Ele
estava certo. Em quem acreditariam os Nephilins? Na jovem
inexperiente
impostora
colocada no poder por seu pai morto? Ou no forte, capaz e
carismático
homem
que tinha a aparência e as habilidades de um deus romano?
-
Tenho fotos. - Disse Dante. - De você com o Patch. De você com o
Pepper. Incluindo
algumas
suas sendo amigável com a Dabria. Vou te
acusar,. É
simpatizante com a
causa
dos anjos caídos. É assim que eu vou te apresentar. Eles vão te
destruir.
-
Não pode fazer isso. - Disse, com a fúria crepitando em meu peito.
-
Está caminhando por um beco sem saída. Essa é a sua última
oportunidade de dar a
volta.
Vem comigo. É mais forte do que você pensa. Formaríamos uma
equipe
indestrutível.
Você poderia me ser útil.
Soltei
uma risada áspera.
-
Oh, acabei totalmente com você me usando! - Peguei uma grande rocha
da parede
de
ladrilhos, planejando esmagar ela sobre o cranio de Dante, deixar ele
inconsciente e
recrutar
a ajuda de Patch para decidir o que fazer com ele depois, quando uma
cruel e
retorcida
expressão transformou as obscuras feições de Dante, fazendo ele
parecer
decididamente
mais um demônio do que um legendário deus romano.
-
Que desperdício de talento. - murmurou em um tom de repressão. Sua
expressão era
muito
petulante, dado que eu tinha capturado ele, e aí foi quando um
terrível suspeita
começou
a se formar na minha mente. O chicote que prendia seus pulsos, não
estavam
causando
bolhas a pele dele como tinha feito a minha. Além de ter o rosto
colado ao
chão,
ele não parecia estar incomodado.
O
chicote estalou liberando os punhos de Dante, e em um instante ele
ficou de
pé
em um salto.
-
Você realmente achou que eu permitiria que Blakely criasse uma arma
que poderia
ser
usada contra mim? - Ele zombou, seu lábio superior curvando
sobre os dentes.
Dando
uma ordem ao chicote, ele estalou para mim. Um calor abrasador
cortou
através
do meu corpo. Me lançando sobre os meus pés. Aterrizei fortemente e
sem ar.
Tonta
pelo impacto, eu escorreguei para trás, tentando me concentrar em
Dante.
-
Acho que gostaria de saber que tenho toda a intenção de
tomar seu lugar como
comandante
do exército Nephilim. - Dante sorriu sarcasticamente. - Tenho o
apoio de
toda
a raça de anjos caídos. E planejo liderar os Nephilins justo dentro
das mãos dos
anjos
caídos. Eles não saberão o que fiz até que seja tarde.
A
única razão pela qual Dante estava me dizendo qualquer coisa sobre
isso, era
que
ele acreditava sinceramente que eu não tinha nenhuma chance de
deter ele. Mas
não
ia jogar a toalha, agora nem nunca.
-
Você fez um juramento diante de Hank para ajudar a liderar o
exército dele para a
liberdade,
seu idiota arrogante. Se você roubar meu título, ambos veremos as
consequências
de romper nossos votos. A morte, Dante. Não exatamente uma
complicação
menor. - Lembrei a ele cinicamente.
Dante
riu entre os dentes com zombaria.
-
Sobre esse juramento, uma completa e total mentira. Quando disse
isso a você,
pensei
que convenceria você a confiar em mim. Não que precisasse
fazer algum
esforço.
Os protótipos de devilcraft que te dei, tinham feito um bom
trabalho, fazendo
com
que você confiasse em mim.
Não
tinha tempo para que a decepção sobre ele se afundasse
completamente. O
chicote
enviou um segundo açoite através das minhas roupas. Impulsionada a
agir
unicamente
por meu instinto de sobrevivência, risquei sobre a parede, ouvindo
o
cachorro
latir e atacar atrás de mim e eu caí no lado oposto. A ladeira
íngreme e
escorregadia
pelo orvalho me enviou rodando e derrapando até as lápides costa
abaixo.
CAPÍTULO
30
No final
da colina, olhei para cima, mas não vi Dante.
O cachorro preto
brincava
atrás de mim, girando com o que parecia ser ansiedade. Me
sentei. Nuvens
densas
ocultavam a lua, tremia violentamente enquanto o frio beliscava a
minha pele.
De
repente fiquei consciente do que estava ao meu redor, me coloquei de
pé e corri
pela
multidão de tumbas até o mausoléu. Para minha surpresa, o cachorro
se apressou
mais,
olhando para trás a cada pequeno passo para se assegurar de que
eu estava
seguindo
ele.
-
Scott! - Gritei, me lançando pela porta aberta do mausoléu, me
apressando para
entrar.
Não
tinha janelas. Não pudia ver. Impacientemente, tateei com minhas
mãos o
lugar,
tratando de sentir o que me rodeava. Tateei um pequeno objeto e
escutei ele se
afastar.
Tocando o chão de pedra fria, agarrei a lanterna que Scott tinha
levado com ele
e
que obviamente tinha caído e liguei ela.
Lá.
No canto. Scott estava sobre as suas costas, seus olhos estavam
abertos, mas
aturdidos.
Me apressei na direção dele, tirando o chicote azul brilhante que
apertava
seus
pulsos até que ele estava livre. A pele dele estava cheia de bolhas
e molhada. Ele
deu
um gemido de dor.
-
Acho que Dante já foi, mas fique alerta. - Disse a ele. - Tem um
cachorro guardando a
entrada...
está do nosso lado. Fique aqui até que eu volte. Preciso encontrar
Patch.
Scott
gemeu de novo, mas dessa vez ele amaldiçoava Dante.
-
Não vi ele vindo. - Murmurou.
Isso
nos fazia dois.
Me
apressei para sair, correndo a toda velocidade pelo cemitério, que
tinha
ficado
em uma perfeita escuridão. Fiz meu caminho por uma cerca de
arbustos,
pegando
meu atalho para o estacionamento. Saltei através da grelha de ferro
e corri
até
a caminhonete preta parada no estacionamento.
Vi
o assustador azul brilhante atrás das janelas quando estava a alguns
metros
de
distância. Abrindo a porta, tirei Patch, e o encostei na
calçada, e comecei o
trabalhoso
processo de desamarrar o chicote, que serpenteava ao longo do peito
dele,
mantendo
seus braços ao longo do corpo, como um espartilho tortuoso. Seus
olhos
estavam
apagados, sua pele emanava um azul pálido. Finalmente soltei o
chicote e
coloquei-o
de lado, sem ter a consciência dos meus dedos queimados.
-
Patch. - Eu disse, sacudindo ele. As lágrimas saíram dos meus
olhos, e minha
garganta
estava seca por causa das emoções. - Acorda Patch. - Sacudi ele
mais forte. -
Você
vai ficar bem. Dante já foi e já desamarrei o chicote. Por favor,
acorda. - Aumentei
a
minha voz. - Você vai ficar bem. Agora estamos juntos. Preciso que
abra os olhos.
Preciso
saber que está me escutando.
Seu
corpo estava ardendo, o calor emanava de sua roupa, e tirei sua
camisa.
Engoli
em seco ao ver sua pele cheia de bolhas, com marcas onde o
chicote tinha
estado.
As piores feridas ondulavam como papel queimado e enegrecido. Só um
maçarico
poderia produzir um dano igual.
Sabia
que ele não podia sentir, mas eu sim. Minha mandíbula se apertou
com
um
ódio venenoso de Dante, incluindo quando as lágrimas caiam pelo
meu rosto.
Dante
tinha cometido um erro enorme e imperdoável. Patch era tudo para
mim, e se o
devilcraft
deixasse algum dano, faria com que Dante se arrependesse disso pelo
resto
da
sua vida, e posso dizer, que ela não seria longa o bastante. Mas
minha raiva a ponto
de
explodir foi posta de lado pelo sofrimento que me consumia ao olhar
para Patch.
Dor,
culpa e agitação como gelo frio caiam em pedaços dentro de mim.
-
Por favor. - Murmurei, minha voz se quebrava. - Por favor Patch,
acorda. - Roguei,
beijando
sua boca e desejando milagrosamente que ele acordasse. Dei uma
sacudida
forte
na minha cabeça, para tirar os pensamentos ruins. Não iria permitir
que eles se
formassem.
Patch era uma anjo caído. Não podia ser machucado. Não dessa
maneira.
Não
importava quão potente fosse o devilcraft... não podia causar um
dano
permanente
ao Patch.
Senti
os dedos dele agarrarem os meus, um momento antes que sua voz baixa
vibrasse
fracamente na minha cabeça.
<<
Anjo. >>
Somente
com essa palavra, meu coração se encheu de alegria.
<<
Estou aqui! Estou somente aqui! Eu te amo, Patch. Eu te amo muito! >>
Solucei em
resposta.
Antes que pudesse me conter, minha boca voou na dele. Estava
montada
sobre
seus lábios, meus cotovelos estavam plantados em cada lado de sua
cabeça, sem
querer
causar mais dano a ele, mas incapaz de me conter em abraça-lo.
Então, ele me
abraçou
forte, e caí sobre ele.
-
Vou te machucar mais. - Gritei, me levantando de perto dele. -
O devilcraft... sua
pele...
-
Você é o que me faz sentir melhor, anjo. - Ele murmurou, se
encontrando com a
minha
boca e cortando efetivamente o meu protesto. Seus olhos se fecharam,
as linhas
do
cansaço e o estresse pressionavam seus traços, e ainda assim o modo
como ele me
beijava,
derretia qualquer outra preocupação. Relaxei na minha postura, me
afundando
em
cima da sua forma larga e inclinada. Sua mão se moveu para a parte
de trás da
minha
camisa, sentindo ela mais quente e sólida enquanto chegava mais
perto.
-
Eu estava apavorada com o que puderia acontecer com você. - Cuspi.
-
Estava apavorado pensando a mesma coisa sobre você.
-
O devilcraft... - Comecei.
Patch
exalou debaixo de mim, e o meu corpo se fundiu com o dele. Sua
respiração
levava
alívio e emoções cruas. Seus olhos cheios de tudo e sinceridade,
se encontraram
com
os meus.
-
Minha pele pode ser substituída. Mas você não, anjo. Quando Dante
se foi, pensei que
tivesse
terminado. Pensei que tivesse falhado com você. Nunca tinha rezado
tanto na
minha
vida.
Pisquei
para tirar as lágrimas que estavam sobre os meus cílios.
-
Se ele tivesse te tirado de mim... - Estava muito atordoada
para terminar meu
pensamento.
-
Ele tentou me tirar de você, e isso é razão suficiente para mim,
para marcar ele como
um
homem morto. Ele não vai se sair bem dessa. Já perdoei ele
várias vezes por
pequenos
tropeços em nome de ser civilizado e entender o seu papel como líder
do
seu
exército, mas essa noite ele deixou de lado as regras antigas. Usou
devilcraft contra
mim.
Não devo a ele nenhum gesto de cortesia. Na próxima vez que nos
encontrarmos,
ele
vai jogar com as minhas regras. - Apesar do evidente cansaço em cada
músculo do
seu
corpo, a decisão de sua voz não continha Vacilação ou compaixão.
-
Ele trabalha para os anjos caídos Patch, eles o têm na palma da
mão.
Nunca
tinha visto Patch tão surpreso como nesse momento. Seus olhos se
ampliaram,
digerindo essa nova notícia.
-
Ele te disse isso?
Assenti
seriamente.
-
Ele disse que não há uma maneira de os Nephilins saírem vitoriosos
dessa guerra que
se
aproxima. Apesar de cada palavra convincente, contraditória e cheia
de esperança,
ele
tem estado traindo os Nephilins. - Adicionei amargamente.
-
Ele disse o nome de algum anjo caído específico?
-
Não. Ele tá nisso pra poder salvar a pele dele, Patch. Ele disse
que quando a guerra
começar,
os arcanjos ficarão do lado dos anjos caídos. Depois de tudo, a
histeria deles
vem
de muito tempo. É difícil dar as costas ao seu sangue, mesmo se for
mal. E ainda
mais.
- Dei uma profunda respiração. - O seguinte movimento de Dante é
roubar meu
título
como líder do exército da mão negra, e marchar com os Nephilins
direto para as
mãos
dos anjos caídos.
Patch
estava em um silencio aturdido, mas vi seus pensamentos correrem tão
rápidos
como o fogo por trás dos seus olhos negros, o que o faziam ver como
a ponta
da
navalha. Ele sabia, como eu, que se Dante conseguisse com êxito me
tirar o título,
meu
juramento ao Hank estaria rompido. Falhar só significava uma coisa:
a morte.
-
Dante também é o chantagista de Pepper. - Eu disse.
Patch
deu um breve aceno com a cabeço.
-
Imaginei isso quando ele me atacou. Como pagou sua dívida com Scott?
-
Ele está no mausoléu, com um incrivelmente inteligente
cachorro de rua que está
vigiando
ele.
Patch
levantou suas sobrancelhas.
-
Devo perguntar?
Acho
que o cachorro está competindo intensamente por seu trabalho como
meu
anjo
da guarda. Ele foi pra cima do Dante e essa é a razão por eu ter
conseguido me
livrar.
Patch
traçou a curva do meu rosto.
-
Terei que agradecer a ele por salvar a minha garota.
Apesar
das circunstâncias, sorri.
-
Vai amar ele. Vocês dois compartilham o mesmo senso de moda.
Duas
horas depois, estacionei a caminhonete de Patch na garagem dele.
Patch
estava
jogado no banco do passageiro, sua testa estava suada e sua pele
continuava
irradiando
o mesmo tom azul. Ele sorriu com um sorriso frouxo enquanto falava,
mas
podia
dizer que ele estava fazendo esforço; era um complô para me
tranquilizar. O
devilcraft
tinha deixado ele debilitado, mas a pergunta era por quanto tempo.
Eu
estava
agradecida que dante tinha explodido. Imaginei que tinha que
agradecer ao
meu
novo amigo cachorro por isso. Se Dante tivesse terminado o que
começou,
estaríamos
em mais perigo do que sofremos e teria sido difícil escapar. Uma vez
mais,
direcionei
minha gratidão ao cachorro de rua preto. Desleixado e
assustadoramente
inteligente.
E leal apesar de seu próprio detrimento.
Patch
e eu tínhamos ficado no cemitério com Scott até ele se recuperar
o
suficiente
para dirigir para casa sozinho. E o cachorro preto, apesar de várias
tentativas
para
deixar ele, incluindo forçar para tirar ele do banco da caminhonete
de Patch,
persistentemente
ele pulava de novo para o interior. Nos rendendo, deixamos que ele
ficasse.
Levaria
ele para um abrigo de animais depois que tivesse dormido o suficiente
para
pensar claramente.
Mas
tanto quanto queria pular na cama de Patch, no momento em que
coloquei
meus
pés dentro da casa dele, tinha muito trabalho para fazer. Dante
estava 2 passos a
frente.
Se descansássemos antes de tomar as medidas de contra ataque,
talvez
teríamos
que começar a levantar uma bandeira branca de rendição.
Entrei
na cozinha de Patch, passando minhas mãos por trás do meu pescoço
como
se o gesto me desse um novo e brilhante movimento. Em que Dante
estaria
pensando
agora? Qual seria seu próximo movimento? Ele tinha ameaçado me
destruir
se
eu o acusasse de traição, assim que ao menos ele tinha
considerado que eu faria
isso.
O que provavelmente significava que ele estava ocupado com uma
das duas
coisas.
Primeiro, elaborando um álibi irrefutável. E segundo, e o mais
longe de
problemas,
me desafiando a lutar para espalhar a notícia de que eu era uma
traidora. O
pensamento
congelou meus circuitos.
-
Começa do início. - Disse Patch do sofá. Sua voz estava baixa,
fatigada, mas seus
olhos
queimavam com fúria. Ele colocou uma almofada embaixo da cabeça, e
dirigiu
toda
a sua atenção para mim. - Me diz exatamente o que aconteceu.
-
Quando Dante me disse que estava trabalhando com os anjos caídos,
ameacei
delatar
ele, mas ele só riu, dizendo que ninguém acreditaria em mim.
-
Não acreditariam. - Patch concordou.
Coloquei
minha cabeça contra a parede, suspirando por causa da frustração.
-
Ele me disse depois seus planos de ser o líder. Os Nephilins amam
ele. Eles desejam
que
ele seja o líder. Posso ver nos olhos deles. Não importa o
quanto eu trate de
adivertir
eles. Vão dar as boas vindas a ele como o novo líder de braços
abertos. Não
vejo
uma solução. Ele nos ganhou.
Patch
não respondeu rapidamente, e quando falou sua voz era baixa.
-
Se você atacar publicamente Dante, vai dar aos Nephilins uma
desculpa para
realmente
ir contra você, isso é certo. As tensões estão ao máximo e
eles estão
procurando
um dreno para as incertezas. Então denunciar Dante publicamente não
é o
movimento
que vamos fazer.
-
Então, qual é? - Perguntei, girando para olhar diretamente
para ele. Ele tinha
claramente
alguma coisa em mente, mas eu nao conseguia imaginar o que era.
-
Vamos deixar que Pepper se encarregue de Dante por nós.
Cuidadosamente
examinei a lógica de Patch.
-
E Pepper fará isso porque não pode se arriscar que Dante o delate
para os arcanjos?
Mas
então, Pepper não tem que fazer com que Dante desapareça?
-
Pepper não vai sujar suas próprias mãos. Ele não quer deixar um
rastro que conduza
de
volta para ele,para que os arcanjos o encontrem. - A boca de
Patch endureceu. -
Estou
começando a ter uma idéia do que o Pepper queria de mim.
-
Você acha que o Pepper espera que você faça com que o Dante
desapareça para ele?
É
essa a tal oferta de trabalho?
Os
olhos negros de Patch me deixaram.
-
Só tem uma maneira de averiguar.
-
Eu tenho número de Pepper. Vou marcar um encontro agora mesmo. -
Disse com
desgosto.
E quando eu pensava que Pepper não podia ir mais baixo. Ao invés de
ser
um
homem que encara os seus próprios problemas, o covarde tratava de
jogar todo o
risco
para cima de Patch.
-
Sabe, anjo, ele tem algo que poderia ser útil para nós. -
Acrescentou Patch
pensativamente.
- Poderíamos convencer ele a roubar do céu, se jogarmos bem. Tenho
tentado
evitar a guerra, mas talvez seja hora de lutar. Vamos acabar com
isso. Se você
derrotar
os anjos caídos, seu juramento vai estar cumprido. - Os olhos dele
fixaram os
meus.
- E seremos livres. Juntos. Sem guerra. Sem Cheshvan.
Comecei
a pensar em que ele estava pensando, quando a óbvia resposta me
pegou.
Não podeira acreditar que não tinha pensado nisso antes. Sim,
Pepper tinha
acesso
a algo que podia nos dar um poder de negociação sobre os
anjos caídos, e
proteger
a fé em mim. Então realmente queríamos atravessar esse caminho?
Era nosso
direito
colocar toda a população de anjos caídos em perigo?
-
Não sei, Patch...
Patch
se levantou e pegou sua jaqueta de couro.
-
Ligue para Pepper. Nos reuniremos com ele agora.
A
parte de trás do posto de gasolina estava vazio. O céu
estava escuro, e as
vitrines
da loja estavam engorduradas. Patch estacionou sua moto e nós dois
fomos.
Uma
rápida e bochechuda forma se contornou fora das sombras, e depois de
olhar
com
receio em volta, correu com rapidez na nossa direção.
Os
olhos de Pepper viajaram hipocritamente para o olhar de Patch.
-
Você parece um pouco pior vestido, velho amigo. Creio que seja
razoável dizer que a
vida
na terra não tem sido amável.
Patch
ignorou o insulto.
-
Sabemos que Dante é o seu chantagista.
-
Sim, é o Dante. o porco sujo. Me diga algo que eu não sei.
-
Quero saber sobre o seu trabalho. - Pepper bateu seus dedos um no
outro, seus
olhos
penetrantes nunca deixando os de Patch.
-
Sei que você e a sua namorada aqui mataram Hank Millar. Preciso
de alguém
assim,sem
piedade.
-
Tivemos ajuda. Os arcanjos. - Relembrou Patch.
-
Sou um arcanjo. - Pepper disse com mal humor. - Quero que Dante
morra, e te darei
os
instrumentos para fazer isso.
Patch
assentiu com a cabeça.
-
Faremos. A um preço justo.
Pepper
piscou, surpreso. Não pensou que pudesse chegar a um acordo tão
facilmente.
Ele
limpou a garganta.
-
O que você tem em mente?
Patch
me olhou, e inclinei a cabeça. Era hora de arregaçar as mangas. Com
um
pouco
de tempo para pensar, Patch e eu decidimos que essa era uma carta que
não
podíamos
não ter em mãos.
-
Queremos ter acesso a todas as penas de anjos caídos que tem no céu.
- Anunciei.
O
sorriso peculiar drenou os olhos de Pepper, e eu dei uma risada fria.
-
Está louca? Não posso te dar isso. Precisa de todo o comité para
liberar essas penas. E
o
que você está planejando fazer? Queimar todas? Vai mandar todos os
anjos caídos
para
o inferno!
-
Está realmente decepcionado com isso? - Perguntei com toda
seriedade.
-
A quem importa o que eu penso? - Ele grunhiu. - Existem regras.
Existem
procedimentos.
Só os anjos caídos que cometeram algum crime sério são
enviados
para
o inferno.
-
Essas são suas opções. - Disse Patch friamente. - Ambos
conhecemos os
procedimentos
para liberá-las. Você tem tudo o que precisa. Elabore um plano e
leve
aos
superiores. Ou é isso, ou perde o direito sobre Dante.
-
Uma pena possivelmente! Mas milhares? Nunca escaparia deles! -
Protestou Pepper
estridentemente.
Patch
deu um passo na direção dele, e Pepper foi pra trás com medo,
seus
braços
voando para proteger seu rosto.
-
Olhe em volta. - Disse Patch, com uma voz rápida e letal. - Esse não
é um lugar para
chamar
de lar. Você vai ser o mais novo anjo caído, e eles vão fazer com
que você se
lembre.
Não vai durar nem uma semana na iniciação.
-
I...i...iniciação? - O olhar obscuro de Patch enviou um calafrio
pela minha espinha. -
Q...q...que
tenho que fazer? - Pepper gemeu suavemente. - Não posso passar
pela
iniciação.
Não posso viver eternamente na terra. Preciso voltar ao céu
quando eu
quiser.
-
Consiga as penas.
-
Não posso f...f...fazer isso. - Gaguejou Pepper.
-
Não tem uma oportunidade. Vai conseguir essas penas, Pepper. E eu
vou matar
Dante.
Já pensou nesse plano?
Ele
assentiu miseravelmente.
-
Vou te trazer um punhal especial. Vai matar Dante. Se os
arcanjos forem atrás de
você,
e você tentar dar o meu nome, ela vai cortar a sua própria língua.
O punhal está
encantado.
Ele não vai deixar você me trair.
-
Me parece bom.
-
Se você quer continuar com isso, pode me contactar. Não enquanto
estiver no céu.
Toda
a comunicação vai ficar obscura até que termine. Se puder
terminar. - Gemeu
desdenhosamente.
- Vou te deixar saber quando eu tiver as penas.
-
Precisamos delas para amanhã. - Ele disse a Pepper.
-
Amanha? - Disse preocupado. - Você se dá conta do que está me
pedindo?
-
Na segunda a meia noite no mais tardar. - Disse Patch sem tempo
para mais
protestos.
Pepper
deu um piscar de olhos nada tranquilo.
-
Vou trazer quantas eu puder.
-
Vai precisar fazer um inventário. - Disse a ele.
-
Temos um trato.
Pepper
engoliu em seco.
-
Todas e cada uma delas?
Essa
era a ideia. Se Pepper conseguisse as penas, os Nephilins teriam uma
maneira
de ganhar a guerra com só um golpe de inicio. Sendo que não
poderíamos
aprisionar
os anjos caídos em nosso próprio inferno, tínhamos que deixar seu
calcanhar
de
Aquiles, a forma angelical de suas penas, para nós. A cada anjo
caído daria uma
opção:
Liberar seu Nephilim do juramento ou fazer um novo juramento de paz,
ou criar
um
novo lar para eles em um lugar muito mais quente do que Coldwater.
Se
nosso plano funcionasse, não iria importar se Dante me acusasse de
traição, eu
ganharia
a guerra, nada mais teria importância para os Nephilins. E apesar da
falta de fé
deles
em mim, queria ganhar isso por eles. Era o certo. Encontrei o olhar
de Pepper.
-
Todas elas.
CAPÍTULO
31
Scott me ligou assim que
Patch e eu estávamos de volta ao condomínio.
Agora
era domingo, apenas um pouco mais de três da manhã. Patch fechou a
porta da
frente
atrás de nós, e eu coloquei o telefone no viva voz.
-
“Nós temos um problema,” Scott disse. “Eu tenho recebido uma
porção de textos de
amigos
dizendo que Dante vai fazer um anúncio público hoje a noite
mais tarde no
Delphic,
depois de fechar. Depois do que aconteceu essa noite, mais alguém
acha isso
curioso?”
Patch
praguejou.
Eu
tentei me manter calma, mas as extremidades da minha visão foram
tingidas
de
preto.
-
“Todos estão especulando, e teorias estão por todo lado,” Scott
continuou. “Alguma
ideia
do que se trata? O idiota fingia ser seu namorado e então wham. Mais
cedo essa
noite.
E agora isso.”
Eu
coloquei minha mão na parede para apoio. Minha cabeça girava e
meus
joelhos
cederam. Patch pegou o telefone de mim.
-
“Ela vai te ligar de volta, Scott. Nos avise se você ouvir mais
alguma coisa.”
Eu
afundei no sofá de Patch. Eu prendi minha cabeça entre os
joelhos e dei
várias
respira es rápidas. “Ele vai me acusar publicamente de traição.
Hoje mais
tarde.”
-
“Sim,” Patch concordou quietamente.
-
“Eles vão me trancar na prisão. Eles vão me torturar e tentar
uma confissão de mim.”
Patch
se ajoelhou na minha frente e colocou suas mãos protetoramente
nos
meus
quadris. “Olhe para mim, Anjo.”
Meu
cérebro automaticamente ligou-se em ação. “Nós temos que
contatar
Pepper.
Nós precisamos do punhal antes do que pensávamos. Nós precisamos
matar
Dante
antes dele fazer esse anúncio.” Um soluço escapou aturdido do meu
peito. “E se
não
conseguirmos o punhal a tempo?”
Patch
puxou minha cabeça contra seu peito, gentilmente massageando os
músculos
da parte de trás do pescoço que estavam tão rígidos que eu pensei
que eles
iriam
trincar. “Você acha que eu vou deixá-los colocarem a mão em
você?” ele disse na
mesma
voz macia.
-
“Oh, Patch!” Eu joguei meus braços em volta do pesco o dele,
lágrimas aquecendo
meu
rosto. “O que nós vamos fazer?”
Ele
inclinou meu rosto para olhar o dele. Ele roçou os polegares sob
meus
olhos,
para secar minhas lágrimas. “Pepper há-de vir. Ele vai me trazer
o punhal, e eu
vou
matar Dante. Você vai ter as penas e ganhar a guerra. E então eu
vou te levar pra
longe.
Algum lugar onde nós nunca ouviremos as palavras ‘Cheshvan’ ou
‘guerra’ de
novo.”
Ele parecia que queria acreditar nisso, mas sua voz vacilou o
suficiente.
-
“Pepper nos prometeu as penas e o punhal na segunda meia noite.
Mas e o anúncio
de
Dante essa noite? Nós não podemos detê-lo. Pepper tem que trazer o
punhal antes.
Nós
temos que achar uma maneira de contatá-lo. Nós temos que arriscar.”
Patch
ficou em silêncio, esfregando a mão na boca em pensamento. Por fim
ele
disse,
“Pepper não pode resolver o problema de hoje a noite – nós
temos que fazer
isso
nós mesmos.” Seus olhos, inabalados e determinados, uniram-se aos
meus. “Você
vai
solicitar um encontro urgente e obrigatório com o Nephilim mais
importante,
marcar
para hoje a noite, e roubar o estrondo de Dante. Todos estão
esperando você
lançar
uma ofensiva, para catapultar nossas raças numa guerra, e eles
pensarão que é
isso
– seu primeiro movimento militar. Seu anúncio vai superar o de
Dante. Os
Nephilins
virão, e por curiosidade, Dante também.
Na
frente de todos, você deixará bem claro que está ciente de que há
fações em favor
de
colocar Dante no poder. Então você vai dizer a eles que vai
colocar suas dúvidas
para
descansar de uma vez por todas. Convença-os de que você quer ser a
governante
deles,
e que você acredita que você pode fazer um trabalho melhor do
que Dante.
Então
o desafie para um duelo de poder.”
Eu
encarei Patch, confusa e duvidosa. “Um duelo? Com Dante? Não posso
lutar
com
ele – ele vai ganhar.”
-
“Se nós conseguirmos atrasar o duelo até Pepper voltar, o duelo
não ser nada mais
do
que um truque armado para Dante e nos dar tempo.”
-
“E se nós não conseguirmos atrasar o duelo?”
Os
olhos de Patch cortaram drasticamente os meus, mas ele não
respondeu
minha
pergunta. “Nós temos que agir agora. Ele não tem nada a perder.
Ele sabe que
se
você o denunciar publicamente, ele apenas tem que acusar você.
Confie em mim,
quando
ele descobrir que você está desafiando ele para um duelo, ele vai
estourar o
champagne.
Ele é convencido, .
E egoísta. Nunca vai passar pela cabeça dele que
você
possa ganhar. Ele vai concordar com o duelo, achando que você apenas
caiu com
um
bolo no colo dele. Um pronunciamento público confuso de sua
traição e um
julgamento
arrastado... ou roubar seu poder com apenas um disparo de pistola?
Ele vai
se
chutar por não ter pensado nisso primeiro.”
Minhas
articulações sentiam como se estivessem sendo substituídas por
borracha.
“Se houver um duelo, nós lutaremos com armas?”
-
“Ou espadas. Sua preferência. Mas eu fortemente sugeriria
pistolas. Será mais fácil
para
você aprender a atirar do que lutar com espada,” Patch disse
calmamente,
claramente
não ouvindo a angústia na minha voz.
Senti
como se fosse vomitar. “Dante vai concordar com o duelo porque ele
sabe
que
pode me vencer. Ele é mais forte do que eu, Patch. Quem sabe quanto
devilcraft
ele
tem consumido? Não vai ser uma luta.”
Patch
pegou minhas mãos trêmulas e deu um beijo suave em meus dedos.
“Duelar
saiu de moda centenas de anos atrás na cultura humana, mas ainda
socialmente
aceitável para Nephilins. Aos olhos deles, é a maneira mais rápida
e óbvia
de
resolver um desentendimento. Dante quer ser líder do exército
Nephilim, e você vai
fazer
ele e qualquer outro Nephil acreditar que você deseja isso tanto
assim.”
-
“Por que nós apenas não contamos aos Nephilins mais importantes
sobre as penas no
encontro?”
meu coração cresceu com esperança. “Eles não vão se importar
com mais
nada,
quando eles souberem que eu tenho um modo infalível de ganhar a
guerra e
reestabelecer
a paz.”
-
“Se Pepper falhar, eles verão isso como uma falha sua. Se
aproximar não vai contar.
Ou
eles vão aclamar você por obter as penas, ou vão crucificar você
por cair. Até nós
termos
certeza de que Pepper conseguiu, nós não podemos mencionar as
penas.”
Eu
passei minhas mãos pelo meu cabelo. “Não posso fazer isso.”
Patch
disse, “Se Dante está trabalhando para os anjos caídos, e se ele
ganhar poder, a
raça
Nephilim está mais profundamente na escravidão do que jamais esteve
antes. Eu
me
preocupe que os anjos caídos usem devilcraft para fazer escravos
Nephilins muito
depois
que o Cheshvan acabar.”
Eu
balancei minha cabe a miseravelmente. “Há muito na mesa. E se
eu falhar?” e
inegavelmente
eu iria.
-
“Tem mais, . Seu
juramento a Hank.”
O
medo se formou como pedaços de gelo na boca do meu estômago.
Mais
uma
vez, eu lembrei de cada palavra que eu tinha dito a Hank Millar na
noite que ele
tinha
me pressionado para tomar as rédeas
da sua insurreição
condenada. ‘Eu vou
liderar
seu exército. Se eu quebrar essa promessa, minha mãe e eu estaremos
tão boas
quanto
mortas.’ O que não me deixava muita escolha, deixava? Se eu
quisesse ficar na
Terra
com Patch, e preservar a vida da minha mãe, eu tinha que manter
meu título
como
líder do exército Nephilim. Não podia deixar Dante roubá-lo de
mim.
-
“Um duelo um espetáculo raro, e jogado por dois Nephilins de alto
perfil, tais como
você
e Dante, e esse ser um evento que não deve ser perdido,” Patch
disse. “Estou
pensando
pelo melhor, que nós sejamos capazes de impedir o duelo, e que
Pepper não
vá
falhar, mas acho que nós devemos nos preparar para o pior. O duelo
pode ser nossa
única
saída.”
-
“Quão grande a plateia de que estamos falando?”
O
olhar de Patch uma vez que encontrou o meu foi fresco e confiante.
Mas por
um
momento, eu vi compaixão tremer em seus olhos. “Centenas.”
Eu
engoli em seco. “Eu não posso fazer isso.”
-
“Eu vou treinar você, Anjo. Eu estarei do seu cada em cada passo
do caminho. Você é
muito
mais forte do que há duas semanas atrás, e tudo isso depois de
algumas horas
de
trabalho com um treinador que só estava fazendo o suficiente para
fazer você achar
que
ele estava investido. Ele queria que você pensasse que ele estava
treinando você,
mas
eu duvido muito que ele estava fazendo muito mais do que colocar seus
músculos
a
passar por um mínimo de resistência. Eu não acho que você
percebeu o quão
poderosa
você é. Com um treinamento de verdade, você pode vencer
ele.” Patch
apertou
minha nuca, puxando nossos rostos juntos. Ele olhou para mim com
tanta
segurança
e confiança
que quase partiu meu coração.
‘Você pode fazer isso. É uma
tarefa
que ninguém inveja, e eu a admiro ainda mais por considerar fazer
isso,’ ele
falou
na minha mente.
-
“Não há outra maneira?” Mas eu tinha passado os últimos
vários momentos
freneticamente
analisando as circunstâncias de cada ângulo possível. Com a
chance
questionável
de sucesso do Pepper, combinada com o juramento que eu fiz para
o
Hank,
e a situação precária de toda a raça Nephilim, não havia outro
jeito. Eu tinha que
passar
por isso.
-
“Patch, eu estou com medo,” eu sussurrei.
Ele
me puxou para seus braços. Ele beijou o topo da minha cabeça e
acariciou
meu
cabelo. Ele não precisava dizer as palavras para mim para saber
que ele estava
apavorado
também. “Eu não vou deixar você perder esse duelo, Anjo. Não
vou deixar
você
encarar Dante sem saber que eu controlo o resultado. O duelo vai
parecer justo,
mas
não será. Dante selou seu destino no momento em que ele se voltou
contra você.
Eu
não vou deixa-lo fora de perigo.” Ele murmurou suas palavras
endurecidas. “Ele não
vai
sair dessa com vida.”
-
“Você pode fraudar o duelo?”
A
vingança latente em seu olhar me disse tudo o que eu precisava
saber.
-
“Se alguém descobrir – “ eu comecei.
Patch
me beijou, forte, mas com um brilho divertido em seus olhos. “Se eu
for
pego,
isso vai significar o fim sobre beijar você. Você realmente acha
que eu arriscaria
isso?”
Seu rosto ficou s rio. “Eu sei que eu não posso sentir o seu
toque, mas eu sinto
seu
amor, . Dentro de
mim. Isso significa tudo pra mim. Eu queria poder sentir
você
do mesmo modo que você me sente, mas eu tenho seu amor. Nada vai ter
mais
importância
do que isso. Algumas pessoas vivem suas vidas inteiras sem sentir
as
emoções
que você tem me dado. Não há arrependimento nisso.”
Meu
queixo estremeceu. “Eu estou com medo de perder você. Estou com
medo de
falhar
ou do que vai acontecer conosco. Eu não quero fazer isso,” eu
protestei, mesmo
eu
sabendo que não havia alçapão mágico para escapar por ele. Eu não
poderia correr;
eu
não poderia me esconder. O juramento que eu tinha feito para Hank
iria me
encontrar,
não importa o quanto eu tentasse desaparecer. Eu tinha que
permanecer no
poder.
Enquanto o exército existisse, eu tinha que ver isso. Eu apertei as
mãos de Patch.
“Prometa
que você vai estar comigo o tempo todo. Prometa que você não vai
me fazer
passar
por isso sozinha.”
Patch
inclinou meu queixo para cima. “Se eu pudesse fazer isso passar, eu
faria. Se eu
pudesse
ficar no seu lugar, eu não hesitaria. Mas sou deixado com uma
escolha, e ela é
ficar
do seu lado até o fim. Eu não vou vacilar, Anjo, posso te prometer
isso.” Ele correu
suas
mãos pelos meus braços, inconsciente de que sua promessa fez
mais para me
aquecer
do que seu gesto. Isso quase me trouxe às lágrimas. “Eu vou
começar a
espalhar
notícias de que você chamou um encontro urgente para hoje a noite.
Eu vou
ligar
para Scott primeiro, e dizer-lhe para passar a palavra adiante. Não
vai demorar
muito
para as notícias se espalharem. Dante vai ter ouvido seu anúncio
antes do fim de
uma
hora.”
Meu
estômago deu um solavanco nauseado. Eu mordi o interior da minha
bochecha,
então me forcei a acenar com a cabeça. Eu poderia muito bem
aceitar o
inevitável.
Quanto mais cedo eu confrontasse o que estava por vir, mais cedo
eu
poderia
formular um plano para vencer o meu medo.
-
“O que eu posso fazer para ajudar?” eu perguntei.
Patch
me estudou, franzindo a testa. Ele acariciou o polegar sobre o meu
lábio,
e
depois sobre toda a minha bochecha. “Você fria como gelo, Anjo.”
Ele inclinou sua
cabe
a para o corredor mais fundo na casa. “Vamos colocar você na
cama. Eu vou
acender
a lareira. O que você precisa agora é de calor e descanso. Eu vou
preparar um
banho
quente, também.”
Com
certeza, calafrios enormes acumularam meu corpo. Era como se, em um
instante,
todo o calor tivesse sido sugado de mim. Eu acho que eu estava
entrando em
choque.
Meus dentes batiam, as pontas dos meus dedos vibraram com um
tremor
estranho
e involuntário.
Patch
me pegou e me levou de volta para o seu quarto. Ele empurrou a porta
com
o ombro, desforrou o edredom, e colocou-me suavemente em sua cama.
“Uma
bebida?”
ele perguntou. “Chá de ervas? Caldo?”
Olhando
para o rosto dele, tão zeloso e ansioso, a culpa rodou dentro de
mim.
Eu
sabia bem então que Patch faria qualquer coisa por mim. Sua promessa
de ficar do
meu
lado era tão boa para ele como um juramento. Ele parte de mim, e eu
era parte
dele.
Ele faria o que quer que fosse – o que quer que fosse – que
precisasse para me
manter
aqui com ele.
Eu
me forcei a abrir minha boca antes que eu me acovardasse. “Tem algo
que
eu
preciso te contar,” eu disse, minha voz soando fina e frágil. Eu
não tinha planejado
chorar,
mas as lágrimas brotaram nos meus olhos. Eu fui tomada de vergonha.
-
“Anjo?” Patch disse, seu tom questionando.
Eu
tinha dado o primeiro passo, mas agora eu congelei. Uma voz de
justificativa
percorreu
minha mente, dizendo que eu não tinha direito de descarregar isso
em
Patch.
Não em seu atual estado enfraquecido. Se eu me importava com ele, eu
devia
manter
minha boca fechada. Sua recuperação era mais importante do que
tirar umas
mentirinhas
do meu peito. Já senti aquelas mesmas mãos geladas deslizarem
até
minha
garganta.
-
“É – Não nada.” Eu corrigi. “Eu só preciso dormir. E você
precisa ligar para Scott.” Eu
me
virei para o travesseiro, então ele não poderia me ver chorar.
As mãos geladas
pareciam
muito reais, prontas para fecharem em meu pescoço se eu dissesse
demais,
se
eu contasse meu segredo.
-
“Eu preciso ligar pra ele, verdade. Mas mais importante do que
isso, eu preciso que
você
me diga o que está acontecendo,” Patch disse, apenas
preocupação suficiente
entrando
em seu tom de voz para me dizer que eu tinha passado do ponto onde eu
poderia
usar uma simples distração para sair dessa.
As
mãos frias se enrolaram em volta da minha garganta. Eu estava
muito
assustada
para falar. Com muito medo das mãos, de como elas me machucariam.
Patch
clicou no abajur de cabeceira, puxando delicadamente meu ombro,
tentando
ver meu rosto, mas eu só me torci mais longe. “Eu te amo,” eu
sufoquei. A
vergonha
me inchou. Como eu podia dizer essas palavras e mentir para ele?
-
“Eu sei. Assim como eu sei que você está escondendo alguma coisa.
Não hora para
segredos.
Nós chegamos longe demais para voltar por esse caminho,” Patch me
lembrou.
Eu
assenti, sentindo as lágrimas rolarem pela fronha. Ele estava certo.
Eu sabia
disso,
mas isso não fazia mais fácil confessar tudo. Eu não sabia se eu
poderia. Aquelas
mãos
invernais, fechando minha garganta, minha voz...
Patch
escorregou na cama ao meu lado, me arrastando contra ele. Eu sentia
sua
respiração
atrás do meu pescoço, o calor da sua pele tocando a minha. O joelho
dele
se
encaixou perfeitamente na curva do meu. Ele beijou meu ombro, seu
cabelo preto
caindo
na minha orelha.
Eu
– menti – para – você, eu confessei em seus
pensamentos, sentindo como se eu
tivesse
que empurrar as palavras para fora através de uma parede de tijolos.
Eu fiquei
tensa,
para as mãos frias que iam se apoderar de mim, mas para minha
surpresa, seu
aperto
pareceu enfraquecer com a minha confissão. Seu toque frio escorregou
e
vacilou.
Estimulada por este pequeno avanço,
eu pressionei. ‘Eu menti para a única
pessoa
cuja confiança significa mais para mim do que qualquer coisa. Eu
menti para
você,
Patch, e eu não sei se eu posso me perdoar’.
Ao
invés de exigir uma explicação, Patch continuou um rastro de
beijos lentos,
constantes
no meu braço. Não estava, até que ele deu um beijo no
inteiro do meu
pulso
e falou. “Obrigado por me contar.” Ele disse quietamente.
Rolei,
piscando em surpresa. “Você não quer saber sobre o que eu menti?”
-
“Eu quero saber o que eu posso fazer para você se sentir
melhor.” Ele esfregou os
ombros
em círculos, dando-me certa tranquilidade.
Eu
não me sentiria melhor até que eu desabafasse. Não era
responsabilidade de
Patch
aliviar o meu fardo – era minha, e sentia cada última angústia de
culpa como se
me
espetasse com uma lâmina de ferro.
-
“Eu tenho tomado – devilcraft.” Eu não podia imaginar que
minha vergonha poderia
crescer,
mas parecia inchar dentro de mim o triplo do tamanho. “Todo esse
tempo eu
tenho
tomado. Eu nunca tomei o antídoto que você pegou do Blakely. Eu
fiquei com
ele,
me dizendo que eu tomaria mais tarde, depois do Cheshvan, quando eu
não
precisasse
mais ser sobre-humana, mas isso era uma desculpa. Eu nunca tive a
intenção
de
tomar. Todo esse tempo eu tenho estado dependendo do devilcraft.
Estou
apavorada
de não ser forte o suficiente sem ele. Eu sei que eu tenho que para,
e eu sei
que
é errado. Mas ele me dá habilidades que eu não posso obter
sozinha. Eu enganei
sua
mente fazendo você pensar que eu bebi o antídoto, e - eu nunca
estive mais
arrependida
na minha vida!”
Eu
baixei meus olhos, incapaz de suportar a decepção e desgosto
que com
certeza
iriam ascender no rosto de Patch. Era horrível o bastante saber a
verdade, mas
me
ouvir dizer em voz alta cortou o núcleo. Quem eu era afinal? Eu não
me reconhecia
e
esse era o pior sentimento que eu tinha experimentado. Em algum lugar
no caminho,
eu
tinha me perdido. E tão fácil quanto era culpar o devilcraft, eu
tinha feito a escolha
de
roubar a primeira garrafa de Dante.
Por
fim Patch falou. Sua voz estava tão firme, tão cheia de uma
quieta
admiração,
que me fez imaginar se ele podia ter sabido do meu segredo todo o
tempo.
“Você
sabia, a primeira vez que eu te vi, eu pensei: eu nunca tinha
visto nada mais
cativante
e bonita?”
-
“Por que você está me contando isso?” eu disse miseravelmente.
-
“Eu vi você, e queria estar perto de você. Eu queria que você me
deixasse entrar. Eu
queria
conhecer você de um modo que ninguém mais podia. Eu queria você,
toda
você.
Esse desejo quase me deixou louco.” Patch pausou, inalando
suavemente,
enquanto
expirava em mim. “E agora que eu tenho você, a nica coisa que me
apavora
é
ter que voltar para aquele lugar. Ter que desejar você de novo,
sem esperança do
meu
desejo ser suprido. Você é minha, Anjo. Cada parte de você. Eu
não vou deixar
nada
mudar isso.”
Eu
apoiei meu peso no meu cotovelo, encarando ele. “Eu não mereço
você,
Patch.
Não importa o que você diga. É a verdade.”
-
“Você não me merece,” ele concordou. “Você merece alguém
melhor. Mas você está
presa
comigo, e assim como você pode superar isso.” Me escorregando para
baixo dele
em
um ágil movimento, e rolou por cima de mim, seu olhar negro todo
pirata. “Eu não
tenho
a intenção de te deixar ir facilmente, é algo para se ter em
mente. Eu não me
importo
se é outro homem, sua mãe, ou as forças do inferno tentando nos
separar, eu
não
estou facilitando e eu não estou dizendo adeus.”
Eu
pisquei minhas pálpebras molhadas. “Eu não vou deixar nada ficar
entre nós
também.
Especialmente o devilcraft. Eu tenho o antídoto na minha bolsa. Eu
vou toma-
lo
agora. E, Patch?” eu adicionei com uma emoção sincera.
“Obrigada... por tudo. Eu
não
sei o que eu faria sem você.”
-
“Ainda bem,” ele murmurou. “Porque eu não vou deixar você
sair!”
Eu
afundei de volta na cama dele, feliz por ser obrigada.
CAPÍTULO
32
Com certeza, a informação
da minha solicitação de encontrar os Néphilins superiores
se
espalhou. No
domingo a tarde, os canais Nephilins
zumbiam
com expectativa e especulação. Eu estava recebendo toda a pressão,
e as
notícias
do anúncio de Dante tinham sido um fiasco. Eu tinha roubado o show,
e Dante
não
podia colocar qualquer protesto. Eu não tinha dúvida de que Patch
estava certo –
Dante
iria colocar seus planos em espera até que ele pudesse ver meu
próximo
movimento.
Scott
ligava a cada hora com uma atualização, que normalmente era pra
me
dizer
as mais recentes teorias que os Nephilins estavam produzindo em
relação ao meu
primeiro
ataque combativo contra os anjos caídos. Emboscadas, destruição
das vias de
comunicação,
envio de espiões e sequestrar os comandantes dos anjos caídos
todos
tinham
entrado na lista glorificada. Como Patch tinha previsto, os
Nephilins tinham
rapidamente
concluído a guerra era a única razão de eu ter convocado a
reunião. Eu
me
perguntava se Dante tinha chegado na mesma conclusão. Eu desejava
poder dizer
sim,
eu o havia enganado, mas a experiência me disse que ele era astuto o
bastante
para
saber melhor – ele sabia que eu tramava alguma coisa.
-
“Boas novas,” Scott disse animadamente pelo telefone. “Os
figurões – os Nephilins
mais
importantes – aceitaram sua solicitação para uma reunião. Eles
determinaram a
localização,
e não é no Delphic. Além disso, eles estão mantendo as coisas
cômodas.
Como
esperado, é uma festa somente para convidados. Vinte Nephilins no
máximo.
Sem
furos, muitos guardas. Cada Nephil convidado será examinado antes de
entrar. A
boa
notícia é, eu estou na lista de convidados. Demorou algumas trocas
de ideias, mas
eu
estarei lá com você.”
-
“Apenas me diga o local,” eu disse, tentando não soar enjoada.
-
“Eles querem se encontrar na antiga casa de Hank Millar.”
Minha
espinha se arrepiou. Eu nunca seria capaz de apagar aqueles olhos
azuis
árticos
quando o nome dele viesse à mente.
Eu
deixei seu fantasma de lado e me foquei. Uma sofisticada casa
colonial
georgiana
numa área humana respeitada. Não parecia sombrio o suficiente
para um
encontro
secreto Nephilim. “Por que lá?”
-
“Os superiores pensaram que isso mostrava um gesto de respeito ao
Mão Negra. Boa
ideia,
eu digo. Ele come ou toda essa bagunça,” Scott adicionou
maliciosamente.
-
“Continue falando assim, que eles irão te tirar da lista de
convidados.”
-
“A reunião foi marcada para s dez da noite. Mantenha seu telefone
próximo, no caso
de
eu saber mais alguma coisa. Não esqueça de agir surpresa quando
eles ligarem com
os
detalhes. Não pode tê-los pensando que já tem um problema com um
espião. Mais
uma
coisa. Me desculpe sobre Dante. Eu me sinto responsável. Eu
apresentei você. Se
eu
pudesse, eu desmembraria ele. E em seguida, amarraria um tijolo em
cada um dos
seus
membros, os levaria ao mar, e os jogaria lá. Cabeça erguida. Eu
estou nas suas
costas.”
Eu
desliguei e me voltei na direção de Patch, que estava encostado na
parede
me
observando atentamente durante toda a conversa.
-
“A reunião hoje a noite,” eu disse a ele. “Na antiga casa
dos Millar.” Eu não teria
coragem
de terminar o pensamento que estava rolando na minha mente. Uma
casa
particular?
Rastreamentos? Guardas? Como diabos Patch entraria? Para meu grande
desânimo,
parecia que eu estava indo sem ele hoje à noite.
-
“Funciona,” Patch disse calmamente. “Eu estarei lá.”
Eu
admirava sua confiança fria, mas eu não via como ele possivelmente
iria se
esgueirar
despercebido. “A casa vai estar altamente guardada. No minuto que
você por
o
pé no quarteirão, eles saberão. Talvez se eles tivessem
selecionado um museu ou um
tribunal,
mas não isso. A casa dos Millar é grande, mas não tão grande.
Eles vão ter
cada
centímetro quadrado coberto.”
-
“Que é exatamente o que eu planejei. Eu já resolvi os detalhes.
Scott vai me deixar
entrar.”
-
“Não vai funcionar. Eles estarão esperando anjos caídos
espiões, e mesmo se Scott
destrancar
a janela para você, eles vão ter pensado nisso. Não apenas vão
capturar
você,
como vão saber que Scott é um traidor – “
-
“Eu vou possuir o corpo de Scott.”
Eu
vacilei. Vagarosamente, sua solução se formou na minha mente.
Claro. Era
Cheshvan.
Patch não teria problema em tomar o controle do corpo de Scott. E a
partir
de
uma perspectiva externa, não haveria como dizer a diferença entre
os dois. Patch
seria
bem vindo na reunião, sem olharem para ele. Era o disfarce perfeito.
Com apenas
um
pequeno probleminha. “Scott nunca vai concordar com isso.”
-
“Ele já concordou.”
Olhei
de volta em descrença. “Concordou?”
-
“Ele vai fazer isso por você.”
Minha
garganta de repente se fechou. Não havia nada no mundo que Scott
tinha
lutado mais do que manter anjos caídos longe de possuí-lo. Eu
percebi naquele
momento
apenas o quanto minha amizade significava para ele. Para ele fazer
isso – a
única
coisa que ele abominava – não haviam palavras. Só uma profunda,
dolorida
gratidão
por Scott e a determinação de não falhar com ele.
-
“Hoje a noite, eu preciso que você seja cuidadoso,” eu disse.
-
“Eu serei cuidadoso. E eu não vou ultrapassar minhas boas
vindas. No minuto que
você
estiver fora da reunião segura, e eu tiver ficado tempo suficiente
pra saber tudo o
que
eu puder, Scott terá seu corpo de volta. Eu terei certeza de que
nada aconteça com
ele.”
Eu
apertei Patch em um abra o feroz. “Obrigada,” eu sussurrei.
Mais
tarde naquela noite, às nove horas, eu parti da casa de Patch.
Eu saí
sozinha,
dirigindo um carro alugado como solicitação dos meus Nephilins.
Eles
pontilharam
cada caminho que eu cruzei o que não dava qualquer chance de algum
Nephilim
intrometido ter me seguido, ou pior, qualquer anjo caído que
possa ter
apanhado
ao vento a reunião de hoje a noite super secreta.
As
ruas estavam escuras e escorregadias como a neblina de um filme.
Meus
faróis
varreram a parte negra do pavimento que rolava por cima das
colinas e nas
curvas.
Eu tinha o aquecedor acionado, mas nunca expulsava completamente
os
calafrios
dos meus ossos. Eu não sabia o que esperar dessa noite, e isso fazia
desse um
plano
difícil. Eu teria que reproduzir as coisas de ouvido, minha maneira
menos favorita
de
agir. Eu queria entrar na casa dos Millar com algo para segurar
além dos meus
próprios
instintos, mas isso era tudo o que eu tinha. Finalmente eu
estacionei em
frente
à antiga casa de Marcie.
Eu
sentei no carro um momento, olhando para as colunas brancas e as
pequenas
portas pretas. A relva estava perdida sob folhas secas. Ramos
marrons, os
restos
de hortênsias, sobressaíam duplos de vasos de terracota
acompanhando a
varanda.
Jornais em vários estados de decomposição enchiam a passagem. A
casa tinha
sido
desocupada depois da morte de Hank e não parecia tão atraente e
elegante como
eu
me lembrava. A mãe de Marcie havia se mudado para um
apartamento no rio, e
Marcie,
bem, Marcie tinha levado a frase ‘mi casa es su casa’ de coração.
Luzes
fracas brilhavam atrás de janelas drapeadas, e enquanto eles não
revelavam
as silhuetas, eu sabia que os mais poderosos e influentes líderes
Nephilim
do
mundo estavam sentados logo atrás da porta da frente. Esperando
para formar
julgamentos
das notícias que eu estava prestes a entregar. Eu também sabia que
Patch
estaria
lá, se certificando que nenhum perigo sobreviesse a mim.
Apegada
a esse pensamento, respirei irregularmente e marchei até a porta da
frente.
Eu
bati.
A
porta da frente se abriu, e eu fui conduzida para dentro por uma
mulher alta
cujos
olhos permaneceram em mim tempo suficiente para confirmar minha
identidade.
Seu
cabelo tinha sido penteado para trás numa trança apertada, e não
havia nada
mesmo
notável ou memorável em seu rosto.
Ela
murmurou um educado mas reservado, “Olá,” e então, com um gesto
rígido
de
sua mão, me direcionou para mais fundo na casa.
A
batida dos meus sapatos ecoou pelo corredor mal iluminado. Passei
por
retratos
da família Millar, sorrindo através do vidro empoeirado. Um vaso
de lírios
mortos
estava na mesa de entrada. A casa inteira tinha cheiro de guardado*.
Eu segui
o
rastro de luzes para a sala de jantar.
(*Cheiro
de guardado:
o termo em inglês é bottled
up,
que seria engarrafado. Mas
achei
cheiro de guardado mais apropriado. Pra quem não sabe o que é,
significa o
mesmo
que cheiro de mofo.)
Assim
que eu passei pelas portas francesas, a conversa abafada morreu.
Haviam
seis
homens e cinco mulheres em cada lado sentados em uma longa, mesa de
mogno
polido.
Mais alguns Nephilins ficaram em torno da mesa, parecendo agitados
e
apreensivos.
Eu quase dei uma segunda olhada quando eu vi a mãe de Marcie. Eu
sabia
que
Susanna Millar era Nephilim, mas sempre senti como um pensamento
intangível à
deriva
nos fundos da minha mente. Vê-la aqui essa noite, convocada numa
reunião
secreta
de imortais, fez ela se sentir de repente... ameaçada. Marcie não
estava com ela.
Talvez
Marcie não tinha querido vir, mas uma explicação mais plausível
era que ela não
tinha
sido convidada. Susanna parecia o tipo de mãe que se inclinava para
trás, para
manter
sua filha fora do menor tipo de complicação.
Encontrei
o rosto de Scott no grupo. Sabendo que Patch estava possuindo ele,
o
barulho do meu estômago deu um alívio momentâneo. Ele chamou minha
atenção e
inclinou
sua cabeça, um aceno secreto de encorajamento. Um profundo
sentimento de
certeza
e segurança me inundou. Eu não estava nessa sozinha. Patch estava
na
retaguarda.
Eu devia ter sabido que ele encontraria um jeito de estar aqui, não
importa
o
risco.
E
então lá estava Dante. Ele sentou na ponta da mesa, usando uma
camiseta de
caxemira
preta e uma carranca pesada. Seus dedos se juntaram ao longo de sua
boca,
e
quando os olhos dele prenderam os meus, seus lábios se contraíram
com um sorriso
de
desdém. Suas sobrancelhas se levantaram num discreto mas evidente
desafio. Eu
desviei
o olhar.
Voltei
minha atenção para a mulher idosa num vestido de coquetel roxo e
diamantes
sentada na outra ponta da longa mesa. Lisa Martin. Segundo Hank, ela
era a
Nephil
mais influente e respeitada que eu tinha encontrado. Eu não
gostava ou
confiava
nela. Sentimentos que eu teria que reprimir pelos próximos vários
minutos, se
eu
quisesse passar por isso.
-
“Estamos tão alegre que você instigou essa reunião,
.” Sua voz quente,
real e de
aceitação
escorria como mel em meus ouvidos. Meu coração acelerado diminuiu.
Se eu
poderia
ter ela do meu lado, eu já estava a meio caminho.
-
“Obrigada,” eu consegui por fim.
Ela
gesticulou para o assento vazio ao seu lado, acenando para sentar-me.
Eu
fui para a cadeira, mas eu não sentei. Eu estava com medo de que
perderia
meus
nervos se fizesse. Inclinando minhas mãos na mesa para apoio, eu
ignorei as
gentilezas
e me lancei para o verdadeiro significado da minha visita.
-
“Eu estou ciente de que nem todos nessa sala pensam que eu sou a
melhor pessoa
para
liderar o exército do meu pai,” eu disse sem rodeios. A
palavra “pai” tinha um
gosto
amargo na minha boca, mas me lembrei da advertência de Patch para
conectar-
me
a Hank de qualquer maneira que eu pudesse essa noite. Nephilins
adoravam ele, e
se
eu pudesse usar essa aprovação, mesmo uma aprovação clandestina,
eu deveria.
Eu
fiz contato visual com todos sentados na mesa, e alguns atrás dela.
Eu tinha
que
mostrar a eles que eu tinha força moral e coragem, e acima de tudo,
que eu estava
descontente
com sua falta de apoio. “Sei que alguns de você já vieram com
uma lista
de
homens e mulheres mais adequados para essa tarefa.” Eu pausei de
novo, voltando
todo
o peso do meu olhar em Dante. Ele segurou meu olhar, mas eu vi ódio
crepitar
por
trás de seus olhos castanhos. “E eu sei que Dante Matterazzi está
no topo da lista.”
Um
murmurinho circundou a sala. Mas ninguém contestou minha afirmação.
-
“Eu não chamei vocês aqui essa noite para discutir meu primeiro
ataque ofensivo na
guerra
contra os anjos caídos. Eu chamei vocês aqui pois sem um líder
forte e sua
aprovação
daquele indivíduo, não haverá uma guerra. Os anjos caídos vão
nos separar.
Nós
precisamos de unidade e solidariedade,” eu incitei para eles
com convicção. “Eu
acredito
que eu sou a melhor líder, e meu pai pensava do mesmo modo.
Claramente,
eu
não tenho convencido vocês. E é por isso que, essa noite, eu
estou desafiando
Dante
Matterazzi para um duelo. O vencedor lidera esse exército de uma
vez por
todas.”
Dante
disparou de pé. “Mas nós estamos namorando!” Sua expressão
pintou um
retrato
perfeito de choque misturado com orgulho ferido. “Como você pode
sugerir
duelar
comigo?” ele disse, sua voz flácida com a humilhação.
Eu
não esperava que ele alegasse nosso completamente falso
relacionamento,
construído
sob a base fraca de um acordo falado e nunca realizado – um
relacionamento
que eu tinha esquecido imediatamente, e que agora azedou meus
ossos,
mas isso não iria me surpreender no silêncio. Eu disse friamente,
“Eu estou
disposta
a derrubar qualquer um – é isso que liderar os Nephilins significa
pra mim. Eu
tenho
a honra de desafiar você para um duelo, Dante.”
Nenhum
Nephil falou. A surpresa registrada em suas expressões, rapidamente
foi
seguida de satisfação. Um duelo. O vencedor leva tudo. Patch
estava certo –
Nephilins
ainda estavam totalmente enraizados num mundo arcaico, regrados
por
princípios
darwinistas. Eles ficaram satisfeitos com o rumo dos acontecimentos,
e
estava
bem claro pelos olhos de adoração que eles lançaram na direção
de Dante que
nenhum
Nephil na sala duvidava quem seria o vencedor.
Dante
tentou manter seu rosto impassível, mas eu vi ele sorrir suavemente
da
minha
insensatez e da sua boa sorte. Ele pensou que eu tinha errado, tudo
bem. Mas
seus
olhos imediatamente se estreitaram com desconfiança. Aparentemente
ele não ia
pegar
a isca precipitadamente.
-
“Não posso fazer isso,” ele anunciou. “Isso seria traição.”
Seus olhos varreram a sala,
como
se para determinar se suas palavras galantes lhe deram mais alguma
aprovação.
“Eu
tenho dado minha fidelidade para
, e eu não poderia
pensar em fazer
qualquer
ato que contradiria isso.”
-
“Como sua comandante, eu estou ordenando que você duele,” eu
retorqui
secamente.
Eu ainda era líder desse exército, droga, e eu não iria deixar ele
me
enfraquecer
com palavras suaves e bajulação. “Se você realmente o melhor
líder, eu
vou
me afastar. Eu quero o que melhor para o meu povo.” Eu tinha
ensaiado as falas
centenas
de vezes, e enquanto eu estava dando um discurso bem ensaiado, eu
quis
dizer
cada palavra. Eu pensei em Scott, Marcie, milhares de Nephilins
que eu nunca
conheci,
mas ainda me importava porque eu sabia que eles eram bons homens e
mulheres
que não mereciam ser escravizados por anjos caídos todo ano. Eles
mereciam
uma
luta justa. E eu ia fazer o meu melhor para dar a eles uma.
Eu
estava errada antes – vergonhosamente errada. Eu tinha evitado
lutar pelos
Nephilins
por medo dos arcanjos. Ainda mais condenável, eu tinha usado a
guerra
como
desculpa para tomar mais devilcraft. Todo esse tempo eu tinha estado
mais
preocupada
comigo mesma do que com as pessoas que eu tinha sido encarregada de
liderar.
Isso terminava agora. Hank tinha confiado a mim seu cargo, mas eu não
estava
fazendo
isso por ele. Eu estava fazendo isso porque era a coisa moral a se
fazer.
-
“Eu acho que tem
um ponto forte,” Lisa Martin falou. “Não há nada mais sem
inspiração
do que a liderança se propagar. Talvez o Mão Negra estava certo
sobre ela.”
Deu
de ombros. “Talvez tenha cometido um erro. Vamos resolver o
problema com
nossas
próprias mãos e acabar com isso de uma vez por todas. Então nós
podemos ir
para
a guerra contra nossos inimigos, unidos atrás de um líder forte.”
Eu
dei a ela um aceno de apreciação. Se eu tinha ela do meu lado, os
outros
teriam
que entrar na fila.
-
“Eu concordo,” um Nephil falou do outro lado da sala.
-
“Eu também.”
Mais
ratificações zumbiam através da sala de jantar.
-
“Todos a favor, só para saber,” disse Lisa.
Um
por um, mãos disparam. Patch prendeu seus olhos com os meus, então
levantou
seu braço. Eu sabia que matava ele por ter que fazer isso, mas nós
estávamos
sem
alternativas. Se Dante me tirasse do poder, eu morreria. Minha única
chance era
lutar,
e tentar o meu melhor para ganhar.
-
“Nós temos uma maioria,” Lisa disse. “O duelo ser
realizado ao nascer do sol de
amanhã,
segunda-feira. Eu vou mandar a informação com o local, assim que
for
determinado.”
-
“Dois dias,” Patch imediatamente interveio, falando na voz de
Scott. “ nunca
disparou
um revólver antes. Ela vai precisar de tempo para treinar.”
Eu
também precisava dar tempo a Pepper de retornar do Céu com sua
adaga
encantada,
esperançosamente fazendo do duelo uma questão discutível.
Lisa
sacudiu a cabe a. “Muito tempo. Anjos caídos podem vir até nós
qualquer
dia
agora. Nós não temos ideia por que eles tem esperado, mas nossa
sorte não pode
durar.”
-
“E eu nunca disse nada sobre revolveres,” Dante falou,
olhando para mim e Patch
astutamente
como se tentasse adivinhar o que íamos fazer. Ele observou meu
rosto
para
qualquer indicio de emoção. “Eu prefiro espadas.”
-
“É um pedido de Dante,” Lisa expôs. “O duelo não foi ideia
dele. Ele tem o direito de
escolher
a arma. Está decidido por espadas, então?”
-
“Mais elegante,” Dante explicou, espremendo cada última gota
de aprovação dos
seus
colegas Nephilins.
Eu
endureci, resistindo à vontade de enviar para Patch um pedido de
ajuda.
-
“ nunca tocou numa
espada na vida dela,” Patch argumentou, de novo falando
através
da voz de Scott. Não será uma luta justa se ela não puder treinar.
Dê a ela até
ter
a de manhã.”
Ninguém
se apressou para apoiar o pedido de Patch. O desinteresse na sala era
tão
espesso, que eu poderia ter estendido a mão e apertá-lo. Meu
treinamento era a
menor
das suas preocupações. De fato, quanto mais cedo Dante estivesse no
poder, a
atitude
indiferente deles disse, melhor.
-
“Você está tomando para si mesmo treiná-la Scott?” Lisa
perguntou a Patch.
-
“Ao contrário de alguns de vocês, eu não me esqueci que
ela ainda nossa líder,”
Patch
respondeu num tom frio.
Lisa
inclinou a cabeça como se quisesse dizer, Muito bem. “Então está
decidido.
Duas
manhãs a partir de agora. Até lé , desejo o melhor a vocês dois.”
Eu
não andava. Com o duelo para rolar adiante, e minha parte nesse
plano
perigoso
mantida, me deixei sair. Eu sabia que Patch teria que ficar um
pouco mais,
para
avaliar a reação da sala e possivelmente ouvir por acaso
informações vitais, mas
eu
me vi desejando que ele se apressasse.
Essa
não era uma noite que eu queria estar sozinha.
CAPÍTULO
33
Sabendo
que Patch estaria ocupado até o último Nephilim deixar a antiga
casa dos Millar,
eu
dirigi até a casa da .
Eu estava usando minha jaqueta jeans
com
dispositivo de rastreamento e sabia que Patch seria capaz de me
encontrar de eu
precisasse
dele. Ao mesmo tempo, havia uma coisa que eu precisava tirar do meu
peito.
Eu
não poderia mais fazer isso por conta própria. Eu tinha tentado
manter
segura,
mas eu precisava da minha melhor amiga.
Eu
tinha que contar tudo a ela.
Imaginando
que a porta da frente não era o melhor modo de chegar até
essa
hora da noite, eu escolhi meu caminho cuidadosamente através de
seu quintal,
pulei
a cerca de arame, e bati na janela do quarto dela.
Um
momento depois as cortinas foram lançadas de lado e o rosto dela
apareceu
atrás do vidro. Mesmo que a hora estivesse perto da meia noite, ela
não tinha
colocado
o pijama. Ela levantou a janela alguns centímetros. “Cara, você
escolheu uma
hora
ruim para aparecer. Eu achei que você fosse Scott. Ele está a
caminho a qualquer
momento.”
Quando
eu falei, minha voz soou rouca e trêmula. “Nós precisamos
conversar.”
não ficou parada. “Eu vou ligar para Scott e cancelar.” Ela
abriu a janela
completamente
para me convidar para entrar. “Me diga o que está se passando na
sua
cabeça,
babe.”
Para
o crédito dela, não
gritou, soluçou histericamente, ou fugiu do quarto
no
momento em que eu terminei de contar a ela os segredos fantásticos
que eu tinha
mantido
para mim mesma nos últimos seis meses. Ela tinha vacilado uma vez
quando
eu
tinha explicado que Nephilins eram as proles de humanos e anjos
caídos, mas por
outro
lado, a expressão dela tinha ficado livre de horror e descrença.
Ela ouviu
atentamente
enquanto eu descrevia duas raças guerreiras de imortais, o papel de
Hank
Millar
em tudo, e como ele tinha depositado sua bagagem no meu colo. Ela até
mesmo
conseguiu
sorrir levemente enquanto eu tirei os disfarces sobre as
identidades
verdadeiras
de Patch e Scott.
Quando
eu terminei, ela meramente levantou a cabeça, me examinando. Depois
de
um momento, ela disse, “Bem, isso explica muito.”
Era
minha vez de pestanejar. “Sério? É tudo que você tem a
dizer? Você não
está,
eu não sei... atordoada? Confusa? Desorientada? Histérica?”
bateu em seu queixo contemplativamente. “Eu sabia que Patch
era de
algum
modo muito hard core para ser humano.”
Eu
estava começando a me perguntar se ela já tinha me ouvido dizer
que eu
não
era humana. “E sobre mim? Você está completamente tranquila com a
ideia não
apenas
de eu ser uma Nephilim, mas que eu supostamente devo estar liderando
todos
os
outros Nephilins por aí” – eu empurrei meu dedo na janela –
“numa guerra contra
anjos
caídos. Anjos caídos, .
Como na Bíblia. O Céu
tem banido malfeitores.”
-
“Na verdade, eu acho que bem incrível.”
Eu
franzi minha sobrancelha. “Eu não acredito que você está sendo
tão calma sobre
isso.
Eu esperava algum tipo de reação. Eu esperava uma explosão.
Baseada em
experiências
passadas, eu esperava agitação de braços e uma dose saudável
de
palavrões,
no mínimo. Eu poderia muito bem contar isso para uma parede de
tijolos.”
-
“Babe, você está me fazendo soar como uma diva.”
Isso
trouxe uma sutileza aos meus l bios. “Você quem disse, não eu.”
-
“Eu só acho que é realmente estranho que você disse que a
maneira mais fácil de
identificar
um Nephilim é por sua altura, e você, minha amiga, não é
extraordinariamente
alta,” disse .
“Agora eu, por exemplo. Eu sou alta.”
-
“Estou tenho altura m dia porque Hank – “
-
“Entendi. Você já explicou a parte sobre fazer o juramento para
se tornar Nephilim
enquanto
você era humana, daí o físico na média, mas ainda é meio que uma
porcaria,
certo?
Quero dizer, se o Voto de Transição tivesse feito você alta? E
se tivesse feito
você
tão alta quanto eu?”
Eu
não sabia onde
estava indo com isso, mas eu senti que ela estava
perdendo
o foco. Isso não era sobre quão alta eu era. Isso era sobre abrir a
mente dela
para
um mundo imortal que não deveria supostamente existir – e eu tinha
acabado de
estourar
a bolha pouco segura em que ela estava vivendo.
-
“O seu corpo se cura rapidamente agora que você uma Nephilim?”
continuou.
“Porque
se você não consegue essa recuperação, você realmente está
enganada.”
Eu
endureci. “, eu não
te contei sobre nossas capacidades de cura acelerada.”
-
“Huh. Eu acho que você não contou.”
-
“Como você poderia saber, então?” Eu encarei
, revendo cada
palavra da nossa
conversa.
Eu definitivamente não tinha contado pra ela. Meu cérebro pareceu
lutar para
frente
em câmera lenta. E então, assim, o entendimento chegou para mim
muito rápido
para
digeri-lo. Eu cobri minha boca com minha mão. “Você ... ?”
sorriu. “Eu te disse que eu estava guardando segredos de você.”
-
“Mas – não pode ser – não é – “
-
“Possível? É, isso foi o que eu pensei da primeira vez também.
Eu achei que eu estava
passando
por algum tipo de segundo lance da menstruação. Essas duas
últimas
semanas
que se passaram eu tenho estado cansada e com cólica e totalmente
chateada
com o mundo. Então, na semana passada, eu cortei meu dedo
enquanto
cortava
uma maçã. Se curou tão rápido que eu quase pensei que eu tinha
imaginado
estar
ver sangue. Coisas mais estranhas aconteceram depois disso. Na
educação física,
eu
servi (bati) a bola de vôlei tão forte que atingiu a parede dos
fundos do lado oposto
da
quadra. Durante os pesos, eu não tinha problema em levantar o que os
caras mais
volumosos
da classe estavam levantando. Eu escondi, claro, porque eu não
queria
chamar
atenção para mim até eu descobrir o que estava acontecendo com
o meu
corpo.
Confie em mim, .
Eu sou cem por cento Nephilim. Scott entendeu isso
imediatamente.
Ele tem me ensinado as cordas e me ajudando a lidar com a ideia
de
que 17 anos atrás, minha mãe fez o ato com um anjo caído. Ajudou
saber que Scott
passou
por uma mudança física similar e compreensão sobre seus
próprios pais.
Nenhum
de nós pode acreditar que levou tanto tempo para você descobrir
isso.” Ela
socou
meu ombro.
Eu
senti meu maxilar pendurado estupidamente. “Você. Você –
realmente uma
Nephilim.”
Como eu não pude ter visto isso? Eu devia ter detetado isso em um
instante
– eu poderia com qualquer outro Nephil, ou anjo caído para esse
efeito. Era
porque
era mesmo minha
melhor amiga no mundo, e tinha sido por tanto tempo,
que
eu não podia vê-la de outra forma?
-
“O que Scott tem te contado sobre a guerra?” eu perguntei por
fim.
-
“Era uma das razões que ele estava vindo hoje a noite, para me
trazer a par da
situação.
Parece que você está num grande problema, Senhora Abelha Rainha.
Líder do
exército
do Mão Negra?”
soltou um assobio apreciativo. “Maldição, garota.
Certifique-se
de manter seu resumo.”
CAPÍTULO
34
Eu estava
apenas de tênis, shorts e uma regata quando encontrei Patch
cedo na
manhã
seguinte num pedaço rochoso do litoral. Era segunda, o prazo de
Pepper.
Também
era um dia de escola. Mas eu não podia me preocupar com nenhuma
dessas
coisas
agora. Treino primeiro, estresse mais tarde.
Eu
envolvi minhas mãos em bandagens, prevendo que a versão de
treinamento
de
Patch colocaria vergonha na de Dante. Meu cabelo estava puxado para
trás em uma
apertada
trança francesa, e meu estômago estava vazio exceto por um copo de
água.
Eu
não tinha ingerido devilcraft desde sexta, e isso mostrava. Eu
tinha uma dor de
cabeça
do tamanho de Nebrasca na cabeça, e minha visão entrava e saía
de foco
quando
eu virava minha cabeça muito bruscamente. Uma fome irregular
arranhava
dentro
de mim. A dor era tão feroz, que eu não podia recuperar meu fôlego.
Mantendo
minha promessa para Patch, eu tinha tomado o antídoto diretamente
após
confessar meu vício, mas aparentemente a medicação demorou um
pouco para
seguir
seu curso. Provavelmente não ajudou eu ter bombeado grandes
quantidades de
devilcraft
a minha dieta semana passada.
Patch
usava um jeans escuro e uma camisa que combinava e abraçava sua
forma.
Ele descansou suas mãos nos meus ombros, me encarando. “Pronta?”
Apesar
do clima sombrio, eu sorri e estalei meus dedos. “Pronta para lutar
com
meu
namorado deslumbrante? Oh, eu diria que eu estou pronta para isso.”
Divertimento
suavizou seus olhos.
-
“Vou tentar controlar onde colocar minhas mãos, mas no calor das
coisas, quem sabe
o
que pode acontecer?” eu adicionei.
Patch
sorriu. “Parece promissor.”
-
“Tudo bem, treinador. Vamos fazer isso.”
Com
a minha palavra, a expressão de Patch se tornou focada e metódica.
“Você
não
tem sido treinada na esgrima, e eu estou apostando que Dante teve
mais do que
de
sua parcela justa de prática ao longo dos anos. Ele é tão velho
quanto Napoleão, e
provavelmente
saiu do ventre de sua mãe acenando com uma espada de couraça. Sua
melhor
opção é tirar a espada dele no início e mover rapidamente para um
combate
corpo
a corpo.”
-
“Como eu vou fazer isso?”
Patch
pegou dois pedaços de pau perto dos seus pés que ele tinha
cortado
aproximadamente
do comprimento de uma espada padrão. Ele arremessou um pelo ar,
e
eu peguei. “Puxe sua espada antes de você come ar a lutar. Leva
mais tempo para
sacar
a espada do que para ser atingido.”
Eu
fingi tirar a minha espada de uma bainha invisível no meu
quadril, e a
segurei
pronta.
-
“Mantenha os pés ligeiramente afastados em todos os momentos,”
Patch instruiu,
envolvendo-me
em um lento e relaxado esquivo. Você não quer perder seu equilíbrio
e
jornada.
Nunca deixe seus pés juntos, e sempre mantenha a lâmina próxima
do seu
corpo.
Quanto mais você se inclinar ou esticar, mais fácil ser para Dante
te bater.”
Nós
trabalhamos o jogo de pernas e equilíbrio por vários minutos, o
choque
brusco
de nossas espadas improvisadas soando acima da maré baixa.
-
“Mantenha o olhar atento nos movimentos de Dante,” Patch disse.
“Ele vai se instalar
em
um padrão de imediato, e você vai começar a aprender quando ele se
lançar para
um
ataque. Quando ele fizer, lance um ataque preventivo.”
-
“Certo. Vai precisar de uma dramatização para isso aí.”
Patch
escorregou seu pé para frente rapidamente, balançando sua espada
sobre
a
minha tão violentamente, que o bastão vibrou em minhas mãos.
Antes que eu
pudesse
me recuperar, ele fez um segundo golpe rápido, enviando a espada
para fora
de
meu controle.
Peguei
minha espada, limpei meu rosto, e disse, “Eu não sou forte o
suficiente.
Eu
não acho que um dia eu serei capaz de fazer isso com Dante.”
-
“Você vai, uma vez que você tiver enfraquecido ele. O duelo está
programado para
acontecer
amanhã ao nascer do sol. Seguindo a tradição, será em um lugar
aberto,
algum
lugar remoto. Você vai forçar Dante numa posição onde o sol
nascente esteja
nos
olhos dele. Mesmo se ele tentar reverter suas posições, ele é alto
o bastante que
irá
sombrear os raios solares da sua visão. Use a altura dele para
sua vantagem. Ele
mais
alto do que você, e isso irá expor as pernas dele. Um ataque
duro mesmo no
joelho
vai desequilibrar ele. Assim que ele perder sua posição, ataque.”
Desta
vez eu refiz o movimento anterior de Patch, forçando-o a perder o
equilíbrio
com um golpe em seu joelho, seguida por uma rápida sucessão de
ataques e
socos.
Eu não tirei a espada dele, mas eu enfiei a ponta da minha
própria espada
contra
sua barriga exposta. Se eu pudesse fazer isso com Dante, este
seria o ponto
decisivo
do duelo.
-
“Muito bom,” Patch disse. “O duelo inteiro provavelmente irá
levar menos do que
trinta
segundos. Cada movimento conta. Seja cautelosa e equilibrada. Não
deixei Dante
incitá-la
a cometer um erro imprudente. Esquivar e contornar vão ser suas
maiores
defesas,
especialmente numa clareira aberta. Você terá bastante espaço para
evitar a
espada
dele, deslizando para fora de seu caminho rapidamente.”
-
“Dante sabe que ele , tipo, um zilhão de vezes melhor do que eu.”
Eu arqueei minhas
sobrancelhas.
“Alguma palavra sábia de aconselhamento para lidar com a falta
total e
absoluta
de confiança?”
-
“Deixe o medo ser sua estratégia. Finja estar mais apavorada do
que você realmente
está
para acalmar Dante numa falsa sensação de superioridade.
Arrogância pode ser
mortal.”
Os cantos da boca dele subiram. “Mas você não me ouviu dizer
isso.”
Baixei
a simulação da espada sobre meus ombros como um taco de beisebol.
“Então,
basicamente, o plano tirar a espada dele, desferir um golpe fatal, e
reivindicar
minha
posição de direito como líder dos Nephilins.”
Um
aceno. “Doce e simples. Outras dez horas disso, e você ser uma
profissional.”
-
“Se nós iremos fazer isso por dez horas, eu vou precisar de
um pequeno incentivo
para
ficar motivada.”
Patch
enganchou seu cotovelo no meu pescoço e me arrastou para um beijo.
“Toda
vez que você tirar minha espada, eu te devo um beijo. Como isso
soa?”
Mordi
o lábio para não rir. “Isso soa muito obsceno.”
Patch
balançou
as sobrancelhas. “Olha a mente de quem foi pra sarjeta. Dois
beijos
por retirada. Alguma objeção?”
Eu
me revesti de um rosto inocente. “Absolutamente nenhuma.”
Patch
e eu não paramos de duelar até o por do sol. Nós destruímos
cinco
conjuntos
de espada, e paramos apenas para almoçar e para eu receber meus
beijos
premiados
– alguns dos quais duraram tempo suficiente para chamar a
atenção de
vagabundos
e uns poucos corredores. Tenho certeza de que nós parecíamos
insanos,
correndo
sobre rochas escarpadas, enquanto balançávamos espadas de madeira
um
para
o outro com força suficiente para deixar hematomas e, muito
provavelmente,
alguns
casos de hemorragia interna. Felizmente, minha cura acelerada
cicatrizou o pior
dos
meus ferimentos e não interferiu com nosso treinamento.
Ao
anoitecer, nós dois estávamos cobertos de suor e eu estava
completamente
cansada.
Em apenas doze horas, eu duelaria com Dante pra valer. Sem
espadas
improvisadas,
de preferência lâminas de aço afiado o suficiente para cortar
um
membro.
O pensamento era sóbrio o bastante para fazer minha pele formigar.
-
“Bom, você conseguiu,” eu felicitei Patch. “Eu estou tão
treinada como eu jamais
estarei
– uma magra, média máquina lutadora de espada. Eu devia ter
feito de você
meu
personal trainer desde o primeiro dia.”
Um
sorriso malandro veio tona, lento e perverso. “Ninguém é páreo
para Patch.”
(obs:
em inglês fica um jogo de palavras que rimam: No match for
Patch.
Sacaram?
hehehehehehhe)
-
“Mmm,” eu concordei, olhando para ele timidamente.
-
“Por que você não volta para minha casa para tomar um banho, e eu
vou pegar algo
pra
viagem no Borderline?” Patch sugeriu medida que nos
arrastávamos até a
barragem
rochosa em direção ao estacionamento.
Ele
disse isso casual o bastante, mas as palavras chamaram meus
olhos
diretamente
aos dele. Patch tinha trabalhado como ajudante de garçom no
Borderline
da
primeira vez que nos encontramos. Eu não podia passar dirigindo pelo
restaurante
agora
e não pensar nele. Eu fiquei comovida de que ele se lembrava, e por
saber que o
restaurante
mantinha lembranças especiais para ele também. Eu me forcei colocar
todo
meu
pensamento no duelo de amanhã, e a pequena chance de sucesso de
Pepper, fora
da
minha mente; essa noite eu queria desfrutar da companhia de Patch
sem me
preocupar
com o que seria de mim – de nós – se eu tivesse que
duelar e Dante
ganhasse.
-
“Posso colocar um pedido de tacos?” eu perguntei
suavemente, lembrando da
primeira
vez que Patch tinha me ensinado a fazê-los.
-
“Você leu minha mente, Anjo.”
Eu
me deixei no condomínio de Patch. No banheiro, eu tirei minhas
roupas fora
e
desembaracei minha trança. O banheiro de Patch era magnifico.
Profundos azulejos
azuis
e toalhas pretas. Uma banheira independente que caberiam
facilmente duas
pessoas.
Sabão em barra que cheirava a baunilha e canela.
Eu
entrei no chuveiro, deixando a água bater ao longo da minha pele. Eu
pensei
em
Patch de pé neste mesmo chuveiro, braços apoiados contra a parede
enquanto a
água
derramava sobre seus ombros. Eu pensei nas pérolas de água
agarradas na pele
dele.
Pensei nele usando as mesmas toalhas que eu estava prestes a envolver
em torno
do
meu próprio corpo. Eu pensei na cama dele, a poucos metros. De como
os lençóis
segurariam
seu cheiro.
Uma
sombra deslizou pelo espelho do banheiro.
A
porta do banheiro estava encostada, a luz vinda do quarto.
Prendi minha
respiração,
esperando por outra sombra, esperando a hora de dizer que eu
tinha
imaginado
ter visto uma. Essa era a casa de Patch. Ninguém sabia disso. Nem
Dante,
nem
Pepper. Eu tinha sido cuidadosa – ninguém tinha me seguido essa
noite.
Outra
nuvem negra pairava sobre o espelho. O ar estalava com uma energia
sobrenatural.
Eu
desliguei a água e amarrei a toalha em volta do meu corpo. Eu
procurei por
uma
arma: eu tinha a escolha de um rolo de papel higiênico ou um vidro
de sabonete
para
mãos.
Eu
cantarolei baixinho sob minha respiração. Não havia razão para
deixar o
intruso
saber que eu estava com eles.
O
intruso se aproximou da porta do banheiro; seu poder sobressaltou
meus
sentidos
com eletricidade, os pelos dos meus braços de pé alertas como
bandeiras
duras.
Eu continuei a cantarolar. Pelo canto do olho, eu vi a maçaneta da
porta se virar,
eu
estava cheia de esperar.
Eu
empurrei meu pé descalço contra a porta com um grunhido de esforço.
Ela
se
separou, quebrando as dobradiças enquanto voava para fora,
derrubando quem
estava
atrás dela. Eu avancei pela entrada, mostrei meus punhos, pronta
para atacar.
O
homem no chão se enrolou como uma bola para proteger seu corpo.
“Não,”
ele
resmungou. “Não me machuque!”
Lentamente,
eu baixei os punhos. Eu inclinei a cabeça para o lado para ver
melhor.
-
“Blakely?”
CAPÍTULO
35
-“O
que você está fazendo aqui?” eu demandei, me enrolando na toalha
de
banho
para me manter coberta. “Como você encontrou esse lugar?”
Arma.
Eu precisava de uma. Meus olhos escanearam o meticuloso quarto de
Patch. Blakely podia parecer comprometido agora, mas ele tinha estado
manipulando devilcraft por meses. Eu não confia que ele não tivesse
alguma coisa afiada e perigosa – e azulada – escondida debaixo de
sua capa de chuva.
-
“Eu preciso da sua ajuda,” ele disse, levantando suas palmas
enquanto engatinhava sobre seus pés.
-
“Não se mexa,” eu retruquei. “De joelhos. Mantenha suas mãos
onde eu possa vê-las.”
-
“Dante tentou me matar.”
-
“Você é imortal, Blakely. Você também é companheiro de equipe
de Dante.”
-
“Não mais. Agora que eu desenvolvi protótipos de devilcraft o
suficiente, ele me quer morto. Ele quer controle exclusivo do
devilcraft. Ele usou uma espada que eu aprimorei especificamente para
matar você, e tentou usar contra mim. Eu quase não escapei.”
-
“Dante mandou você fazer uma espada que poderia me matar?”
-
“Para o duelo.”
Eu
não sabia ainda qual era a finalidade do jogo de Blakely, mas eu não
esqueci de Dante usar métodos proibidos – e letais – para ganhar
o duelo. “É tão boa quanto você diz? Isso vai me matar?”
Blakely
me olhou diretamente nos olhos. “Sim.”
Eu
tentei processar essa informação calmamente. Eu precisava encontrar
um modo de desclassificar Dante de usar essa espada. Mas uma coisa de
cada vez. “Mais.”
-
“Eu suspeito que Dante está trabalhando para anjos caídos.”
Eu
não pisquei um olho. “O que faz você dizer isso?”
-
“Todos esses meses, ele nunca me permitiu fazer uma arma que
mataria anjos caídos. Preferencialmente, eu tenho desenvolvido uma
série de protótipos que foram supostamente destinadas a matar você.
Se elas podem matar você, elas podem matar qualquer Nephil. Uma vez
que os anjos caídos são o inimigo, por que eu tenho estado
desenvolvendo armas que machucam Nephilins?”
Eu
lembrei da minha conversa com Dante no Rollerland, mais de uma semana
atrás. “Dante me disse que com tempo suficiente, você seria capaz
de desenvolver um protótipo forte o bastante para matar um anjo
caído.”
-
“Eu não saberia. Ele nunca tinha me dado a chance.”
Numa
jogada arriscada, eu decidi confessar tudo para Blakely. Eu ainda não
confiava nele, mas se eu desse um pouco (de confiança), ele poderia
também. E agora, eu precisava saber tudo que ele sabia. “Você
está certo. Dante está trabalhando para os anjos caídos. Eu sei
que isto é um fato.”
Por
um momento, ele fechou seus olhos, levando a dura verdade. “Eu
nunca confiei em Dante, não do início. Trazer ele a bordo foi ideia
do seu pai. Eu não poderia convencer Hank a não fazer isso então,
mas eu posso vingar seu nome agora. Se Dante é um traidor, eu devo
isso ao seu pai, destruí-lo.”
Se
por nada mais, eu tinha que dar ao Hank crédito por inspirar
lealdade.
Eu
disse, “Fale-me mais sobre essa super bebida de devilcraft. Uma vez
que Dante está trabalhando para os anjos caídos, por que ele teria
que desenvolver algo que ajude nossa raça?”
-
“Ele nunca distribuiu a bebida para outros Nephilins como ele me
disse que iria. Isso apenas o fortalecia. E agora ele tem todos os
protótipos. O antídoto, também.” Blakely apertou entre seus
olhos. “Tudo em que eu trabalhei – ele roubou.”
Meu
cabelo úmido agarrou na minha pele, e água gelada escorria pelas
minhas costas. Arrepios se destacaram em minha carne, tanto do frio
quanto das palavras de Blakely. “Patch estará aqui a qualquer
minuto. Como você foi aparentemente inteligente o bastante para
encontrar a casa dele, eu acho que você está procurando por ele.”
-
“Eu quero acabar com Dante.” Sua voz vibrou com convicção.
-
“Você quer dizer que quer que Patch acabe com ele para você.” O
que havia com malfeitores que tentavam contratar meu namorado como um
mercenário? Claro, ele trabalhou como um em uma vida passada, mas
isso estava começando a ficar ridículo – e irritante. O que
aconteceu com cuidar dos próprios problemas? “O que faz você
pensar que ele fará isso?”
-
“Eu quero que Dante passe o resto da sua vida no tormento. Isolado
do mundo, torturado por romper um ponto. Patch é o único em quem eu
confio para fazer isso. Preço não é um problema.”
-
“Patch não precisa de dinheiro – “ eu parei, segurando o
pensamento. Uma ideia simplesmente veio até mim, e ela era tão
desonesta quanto manipuladora. Eu não queria levar vantagem de
Blakely, mas então de novo, ele dificilmente tinha sido gracioso
para mim no passado. Eu lembrei a mim mesma que quando a situação
ficou crítica, ele havia dirigido uma faca aprimorada com devilcraft
dentro de mim, me introduzindo num vício tóxico. “Patch não
precisa do seu dinheiro, mas ele precisa do seu depoimento. Se você
concordar em confessar com crimes de Dante no duelo de amanhã na
frente de Lisa Martin e outros Nephilins influentes, Patch matará
Dante para você.” Só porque Patch já tinha prometido para Pepper
matar Dante não significa que nós não poderíamos tirar vantagem
das circunstâncias e da nossa posição para ganhar algo de Blakely
também. A expressão “dois coelhos com uma cajadada só” não
tinha vindo do nada, no fim das contas.
-
“Dante não pode ser morto. Aprisionado eternamente, sim, mas não
morto. Nenhum dos protótipos funciona contra ele. Ele é imune
porque o corpo dele”
“Esse
é um trabalho que Patch pode lidar,” eu disparei de volta
sucintamente. “Se você quer Dante morto, considere feito. Você
tem seus contatos, Patch tem os dele.”
Blakely
me estudou com o olhar contemplativo, perspicaz. “Ele conhece um
arcanjo?” ele adivinhou por fim.
-
“Você não ouviu isso de mim. Mais uma coisa, Blakely. Isso é
importante. Você mantem influência suficiente sobre Lisa Martin e
outros Nephilins poderosos para volta-los contra Dante? Porque se
não, cairemos ambos amanhã.”
Ele
apenas debateu por um minuto. “Dante encantou seu pai, Lisa Martin,
e muitos outros Nephilins desde o começo, mas ele não tem a
história com eles que eu tenho. Se eu chama-lo de traidor, eles
escutarão.” Blakely alcançou seu bolso e me ofereceu um pequeno
cartão. “Eu preciso recuperar alguns itens importantes antes de eu
me realocar para meu esconderijo. Esse é meu novo endereço. Dê-me
um ponto de partida, e então traga Patch. Nós resolveremos os
detalhes essa noite.”
Patch
chegou minutes depois que Blakely saiu. As primeiras palavras que
saíram da minha boca foram, “Você nunca vai acreditar em quem
parou por aqui.” Com esse gancho cativante, eu lancei minha
história, retransmitindo para Patch cada palavra da minha conversa
com Blakely.
-
“O que você acha disso?” Patch perguntou quando eu terminei.
-
“Eu acho que Blakely é nossa última esperança.”
-
“Você confia nele?”
-
“Não. Mas o inimigo do seu inimigo...”
-
“Você fez ele jurar que irá depor amanhã?”
Meu
coração afundou. Eu não tinha pensado nisso. Foi um erro
involuntário, mas isso me fez imaginar se eu um dia seria uma líder
digna. Eu sabia que Patch não esperava perfeição de mim, mas eu
queria impressioná-lo da mesma forma. Uma voz estúpida na minha
cabeça perguntou se Dabria teria cometido o mesmo erro. Duvido.
“Quando nós encontrarmos com ele essa noite, será a primeira
coisa de que vou cuidar.”
-
“Faz sentido que Dante queira controlar devilcraft exclusivamente,”
Patch refletiu. “E se Dante achou que Blakely suspeitava dele
trabalhar para anjos caídos, ele o mataria para manter seu segredo a
salvo.”
Eu
disse, “Você acha que Dante me contou sobre devilcraft aquele dia
no Rollerland porque ele antecipou que eu contaria a você, e você
iria atrás de Blakely? Eu sempre tenho me perguntado por que ele me
contou. Olhando para trás, quase parece que ele tinha uma
estratégia: você arrebatar Blakely e enterrá-lo à luz do dia,
deixando Dante sozinho para controlar o devilcraft.”
-
“Que era exatamente o que eu tinha planejado. Até Marcie
prejudicar esses planos.”
-
“Dante tem me prejudicando desde o começo,” eu percebi.
-
“Não mais. Nós temos o depoimento de Blakely.”
-
“Isso significa que nós vamos encontrar ele?”
Patch
tinha colocado suas chaves da moto no balcão da cozinha não havia
cinco minutos, e ele as alcançou novamente. “Nenhum momento
monótono, Anjo.”
O
endereço que Blakely tinha me dado nos levou para uma loja de
tijolos vermelhos caseira em um bairro mais antigo. Duas janelas
sombreadas ladeavam a porta da frente. A propriedade extensa parecia
engolir todo o pequeno chalé.
Patch
dirigiu em volta do quarteirão duas vezes, olhos aguçados, então
estacionou na rua fora do alcance dos postes. Ele deu três batidas
contínuas na porta da frente. Uma luz acesa atrás da janela da sala
de estar, mas não havia outros sinais de que alguém estava em casa.
-
“Fique aqui,” Patch me disse. “Eu vou dar a volta por trás.”
Eu
esperei na varanda, olhando atrás de mim para a rua. Estava muito
frio para os vizinhos estarem fora caminhando com o cachorro, e
nenhum carro passou.
A
fechadura da porta da frente caiu, e Patch abriu a porta de dentro.
“A porta de trás estava bem aberta. Tenho um mau pressentimento,”
ele disse.
Eu
entrei, fechando a porta atrás de mim. “Blakely?” eu chamei
suavemente. A casa era pequena o bastante para fazer levantar minha
voz desnecessariamente.
-
“Ele não está neste primeiro piso,” Patch disse. “Mas há
escadas que levam para um porão.”
Nós
descemos as escadas que no fim tinham uma sala iluminada. Eu respirei
fundo enquanto meus olhos se focavam numa trilha de líquido vermelho
manchada no carpete. Marcas de mãos vermelhas pintavam a parede e
levavam para a mesma direção – um quarto escuro em frente. Nas
sombras granuladas, eu pude apenas fazer o contorno de uma cama – e
o corpo de Blakely dobrado ao lado dela.
O
braço de Patch imediatamente disparou, me bloqueando. “Vá lá pra
cima,” ele ordenou.
Sem
pensar, eu abaixei o braço de Patch e corri para Blakely. “Ele
está ferido!”
O
branco dos olhos de Blakely crepitava um azul etéreo. Sangue
escorria de sua boca, gorgolejando enquanto ele tentava falar sem
sucesso.
-
“Dante fez isso?” Patch perguntou a ele, seguindo diretamente
atrás de mim.
Eu
me agachei, checando os sinais vitais de Blakely. Seu batimento
cardíaco zumbia fraco e irregular. Lágrimas ardiam em meus olhos.
Eu não sabia se eu estava chorando por Blakely, ou pelo que sua
morte significaria para mim, mas eu suspeitava, egoistamente, que era
a segunda opção.
Blakely
tossiu sangue, sua voz gasta. “Dante sabe – das penas dos anjos
caídos.”
Eu
dei na mão de Patch um aperto entorpecente. ‘Como Dante pode saber
sobre as penas? Pepper não teria contado a ele. E nós somos os
únicos outros dois que sabemos. ’
‘Se
Dante sabe sobre as penas, ele vai tentar interceptar Pepper no seu
caminho de volta pra Terra, ’ Patch respondeu tensamente. ‘Nós
não podemos deixa-lo pegar as penas. ’
-
“Lisa Martin – aqui – logo,” Blakely disse numa voz rouca,
cada palavra um esforço.
-
“Onde é o laboratório?” eu perguntei a Blakely? “Como nós
podemos destruir o suprimento de devilcraft de Dante?”
Ele
balançou sua cabeça de forma rígida, como se eu tivesse feito a
pergunta errada. “A espada dele – ele – não sabe. Menti. Mata
– ele também,” ele engasgou com a voz rouca, mais sangue caindo
sobre seus lábios. O sangue tinha virado de vermelho para um azul
ardente.
-
“Okay, eu entendo,” eu disse, acariciando seu ombro para
consolá-lo. “A espada que ele vai duelar amanhã vai matar ele
também, só que ele não sabe disso. Isso é bom, Blakely. Agora me
diga onde é o laboratório.”
-
“Tentei – contar – você,” ele resmungou.
Eu
balancei os ombros de Blakely. “Você não me contou. Onde é o
laboratório?” Eu não acreditava que destruir o laboratório
mudaria o resultado do duelo de amanhã – Dante teria muito
devilcraft em seu sistema quando nós lutássemos, mas não importa o
que acontecesse comigo, se Patch pudesse destruir o laboratório, o
devilcreaft desapareceria de uma vez por todas. Eu me sentia
pessoalmente responsável por colocar os poderes do inferno de volta,
bem, no inferno.
‘Nós
temos que ir Anjo, ’ Patch falou nos meus pensamentos. ‘Lisa não
pode nos ver aqui. Não vai parecer bom. ’
Eu
sacudi Blakely mais forte. “Onde é o laboratório?”
Suas
mãos que pareciam torrões relaxaram. Seus olhos, vidrados num tom
arrepiante de azul, olharam distraidamente para mim.
-
“Não podemos desperdiçar mais tempo aqui,” Patch me disse.
“Temos que assumir que Dante vai atrás de Pepper e das penas.”
Sequei
meus olhos com as palmas das minhas mãos. “Nós vamos apenas
deixar Blakely aqui?”
O
som de um carro parando soou na rua. “Lisa,” Patch disse. Ele
abriu a janela do quarto, me colocou na janela, e saltou bem ao meu
lado. “Quaisquer últimas homenagens aos mortos devem ser ditas
agora.”
Lançando
um olhar triste em torno de Blakely, eu simplesmente disse, “Boa
sorte na próxima vida.”
Eu
tinha o pressentimento que ele precisava disso.
Nós
saímos em disparada pelas ruas amadeiradas na motocicleta de Patch.
A lua nova de Cheshvan tinha começado a quase duas semanas atrás, e
agora pairava como uma sobrecarga como uma alta esfera
fantasmagórica, que olhos atentos, arregalados não poderiam
escapar. Eu tremia e me aconcheguei contra Patch. Ele disparou nas
curvas estreitas tão rápido que galhos de árvores começaram a se
confundir em flashes de dedos esqueléticos que estendiam a mão para
me pegar numa armadilha.
Já
que gritar em cima do barulho do vento era impraticável, recorri à
fala mental.
‘Quem
poderia ter contado a Dante sobre as penas? ’ eu perguntei a Patch.
‘Pepper
não arriscaria. ’
‘Nem
nós. ’
‘Se
Dante sabe, podemos assumir que os anjos caídos sabem também. Eles
vão fazer tudo o que eles podem para nos impedir de conseguir essas
penas, Anjo. Nenhuma ação será descartada. ’
Sua
advertência veio bem clara: Nós não estávamos seguros.
‘Nós
temos que avisar a Pepper, ’ eu disse.
‘Se
nós ligarmos para ele, os arcanjos interceptarão, nós nunca vamos
conseguir as penas. ’
Eu
olhei a hora no meu celular. Onze. ‘Nós demos a ele até meia
noite. Ele está quase sem tempo. ’
‘Se
ele não ligar logo, Anjo, nós teremos que presumir o pior e chegar
a um novo plano. ’
Sua
mão subiu na minha coxa, apertando-a. Eu sabia que estávamos
compartilhando o mesmo pensamento. Nós tínhamos esgotado todos os
planos. O tempo acabou. Ou nós temos as penas...
Ou
a raça Nephilim perderia mais do que a guerra. Eles estariam na
escravidão dos anjos caídos pela eternidade.
CAPÍTULO
36
Um
to que sem som tocava no meu bolso. Patch imediatamente guiou a
motocicleta
para o acostamento, e eu atendi a ligação com uma prece em meu
coração.
-
“Eu tenho as p-p-penas,” Pepper disse, sua voz alta e trêmula.
Eu
expirei em alívio e bati na mão de Patch (high five), enrolando
meus dedos
entre
os dele, prendendo nossas mãos juntas. Nós tínhamos as penas. Nós
tínhamos a
adaga.
O duelo de amanhã de manhã não era mais necessário – oponentes
mortos não
empunhavam
espadas, encantadas ou de outro modo.
-
“Bom trabalho, Pepper,” eu disse, “Você está quase
acabando. Nós precisamos que
você
entregue as penas e a adaga, e então você pode deixar isso pra
trás. Patch vai
matar
Dante assim que ele receber a adaga. Mas você precisa saber que
Dante está
atrás
das penas também.” Não houve tempo para trazer isso a ele
gentilmente. “Ele as
quer
tanto quanto nós. Ele está procurando você, então não deixe sua
guarda baixa. E
não
deixe ele obter as penas, ou a adaga.”
Pepper
fungou. “Eu estou com m-m-medo. Como você sabe que Dante não vai
me
encontrar?
E se os arcanjos notarem que as penas estão faltando.” Seu volume
subiu
para
um grito. “E se eles descobrirem que fui eu?”
-
“Acalme-se. Tudo vai ficar bem. Nós vamos fazer a
transferência no Parque de
Diversões
do Delphic. Nós podemos encontrar você em cerca de quarenta e
cinco
minutos
– “
-
“Isso quase uma hora! Eu não posso ficar com as penas tanto
tempo! Eu tenho que
despejá-las.
Esse era o acordo. Você nunca disse nada sobre ser babá delas. E
eu?
Dante
está atrás de mim. Se você quer que eu segure essas penas, eu
quero que Patch
vá
atrás de Dante e se certifique de que ele não vai me ameaçar.”
-
“Eu expliquei isso,” eu disse impacientemente. “Patch vai matar
Dante assim que nós
tivermos
a adaga.”
-
“Muito benefício me fará se Dante me encontrar primeiro! Eu
observo Patch por aí,
nesse
minuto, indo atrás de Dante. De fato, eu não te dar a adaga até eu
ter a prova de
que
Patch tem Dante!”
Eu
empurrei o telefone para longe para salvar meus tímpanos dos
gritos
histéricos
de Pepper. “Ele está quebrando,” eu disse a Patch
preocupantemente.
Patch
pegou o telefone de mim. “Ouça, Pepper. Leve as penas e a adaga
para o Parque de Diversões do Delphic. Eu terei dois anjos caídos
que encontrarão você nos portões. Eles vão garantir que você
chegue de forma segura dentro do meu estúdio. Só não diga a eles o
que você está carregando.”
A
resposta de Pepper chiou estalada pelo telefone.
Patch
disse, “Coloque as penas no meu estúdio. Então fique parada até
chegarmos lá.”
Um
gemido alto.
-
“Você não vai deixar as penas desprotegidas,” Patch argumentou,
cada palavra respirada com intenções assassinas. “Você vai
sentar no meu sofá e garantir que elas ainda estejam lá quando nós
chegarmos.”
Mais
grasnados frenéticos.
-
“Pare de choramingar. Eu vou perseguir Dante agora, se é isso que
você quer, em seguida vir buscar a adaga, que você vai ficar até
que eu encontre você no estúdio. Vá para o Delphic e faça
exatamente como eu te disse. Mais uma coisa. Pare de chorar. Você
está dando a arcanjos de todos os lugares uma má reputação.”
Patch
desligou e passou o telefone de volta pra mim. “Mantenha os dedos
cruzados para que isso funcione.”
-
“Você acha que Pepper vai ficar com as penas?”
Ele
arrastou as mãos pelo rosto, um som escapando de sua garganta que
parecia uma meia risada áspera, meio um gemido. “Nós vamos ter
que nos dividir, Anjo. Se caçarmos Dante juntos, corremos o risco de
deixar as penas desprotegidas.”
-
“Vá procurar Dante. Eu cuido de Pepper e das penas.”
Patch
me estudou. “Eu sei que você vai. Mas eu ainda não gosto da ideia
de deixar você sozinha.”
-
“Eu vou ficar bem. Eu vou vigiar as penas, e vou ligar pra Lisa
Martin imediatamente. Eu digo a ela o que eu tenho, e ela me ajudará
a executar nosso plano. Nós vamos terminar a guerra e libertar os
Nephilins.” Eu apertei a mão de Patch tranquilizadoramente. “É
isso. O fim está próximo.”
Patch
esfregou o queixo, claramente infeliz, pensando profundamente. “Para
minha própria paz de espírito, leve Scott com você.”
Um
sorriso irônico se arrastou pela minha boca. “Você confia em
Scott?”
-
“Eu confio em você,” ele respondeu numa voz rouca que me fez
sentir quente e instável por dentro.
Patch
me apoiou em uma árvore e me beijou, com força.
Eu
recuperei meu fôlego. “Meninos de todos os lugares, tomem nota:
Isso foi um beijo.”
Patch
não sorriu. Seus olhos escureceram com alguma coisa que eu não
poderia nomear, mas isso colocou um peso no meu estômago. Seu
maxilar travou, os músculos ao longo do braço enrijeceram bem
visivelmente. “Nós vamos estar juntos no fim disso.” Uma nuvem
de inquietação passou sobre sua expressão.
-
“Se eu tenho alguma coisa a dizer sobre isso, é sim.”
-
“O que quer que aconteça essa noite, eu te amo.”
-
“Não fale desse jeito, Patch,” eu sussurrei, a emoção pegando
minha voz. “Você está me assustando. Nós vamos ficar juntos.
Você vai achar Dante, então me encontrar no estúdio, onde nós
vamos acabar com essa guerra juntos. Não há nada mais simples.”
Ele
me beijou de novo, delicadamente sobre cada pálpebra, então em cada
bochecha, e por último, um selinho suave em meus lábios. “Eu
nunca serei o mesmo,” ele disse em um tom grave. “Você tem me
transformado.”
Eu
cruzei meus braços em volta do pescoço dele e apertei meu corpo
firme para ele. Eu me agarrei a ele, tentando expulsar o frio que
bateu em meus ossos. “Beije-me de um modo que eu nunca vou
esquecer.” Eu chamei os olhos dele para os meus. “Beije-me de uma
forma que vai ficar comigo até eu ver você de novo.” Porque nós
vamos nos ver em breve.
Os
olhos de Patch passaram em mim com calor em silêncio. Meu reflexo
rodou neles, cabelos ruivos e lábios em chamas. Eu era conectada a
ele por uma força que eu não podia controlar, um fio minúsculo que
amarrava minha alma à dele. Com a lua em suas costas, as sombras
pintadas as cavidades leves sobre seus olhos e maçãs do rosto,
fazendo-o parecer incrivelmente bonito e igualmente diabólico.
Suas
mãos seguraram meu rosto, segurando-me imóvel antes dele. O vento
emaranhava meu cabelo em torno de seus pulsos, entrelaçando-nos
juntos. Seus polegares se moviam pela minha bochecha em uma carícia
lenta e íntima. Apesar do frio, uma queimadura constante enrolava
dentro de mim, vulnerável ao seu toque. Seus dedos traçaram mais
baixo, mais baixo, deixando uma dor quente, deliciosa. Eu fechei meus
olhos, minhas articulações derretendo. Ele me iluminou como uma
chama, leve e quente queimando a uma profundidade que eu nunca tinha
compreendido.
Seu
polegar acariciou meu lábio, uma macia, e sedutora provocação. Eu
dei um suspiro de prazer acentuado.
‘Beijar
você agora?’ ele perguntou.
Eu
não podia falar; um aceno murcho foi minha resposta.
Sua
boca, quente e ousada, encontrou a minha. Todo o jogo o havia
deixado, e ele me beijou com seu próprio fogo negro, profundo e
possessivo, consumindo meu corpo, minha alma, e colocando a perder
todas as noções passadas do que significava ser beijada.
Capítulo
37
Eu
ouvia a barracuda de Scott roncar na estrada na minha direção antes
que os
faróis
brilhassem na escuridão. Eu sinalizei para baixo e me lancei no
banco do carona.
-
“Obrigada por vir.”
Ele
manobrou o carro no sentido inverso e se foi da mesma forma que se
aproximou. “Você manteve sua ligação breve. Me diga o que eu
preciso saber.”
Eu
expliquei a situação tão rapidamente, ainda de forma abrangente,
quanto possível. Quando eu terminei, Scott deixou sair um assobio de
surpresa. “Pepper tem a pena de cada anjo caído, da eternidade?”
-
“Surreal, certo? Ele deveria nos encontrar no estúdio de Patch. É
melhor ele não ter deixado as penas desprotegidas,” eu murmurei
principalmente para mim.
-
“Eu posso te levar seguramente até embaixo do Delphic. Os portões
do parque estão fechados, então vamos entrar em túneis usando os
elevadores de carga. Depois disso, nós vamos ter que usar meu mapa.
Eu nunca tinha estado na casa do Patch.”
Os
“túneis” se referiam à rede subterrânea complicada, passagens
labirínticas que operavam como ruas e bairros debaixo do Delphic. Eu
não tinha ideia de que eles existiam até eu conhecer Patch. Eles
serviam como residência principal para anjos caídos vivendo em
Maine, e até recentemente, Patch tinha vivido entre eles.
Scott
conduziu a Barracuda abaixo numa estrada de acesso pequeno da entrada
principal do parque. A estrada abria para uma doca de carregamento de
caminhões com rampas, e um armazém. Nós entramos no armazém pela
porta lateral, cruzamos um local aberto empilhado de uma parede à
outra com caixas, e por fim alcançamos os elevadores de carga. Uma
vez dentro, Scott ignorou os botões normais indicando os primeiro,
segundo, e terceiro andares, e apertou um pequeno botão amarelo
despercebido na parte inferior do painel. Eu sabia que existiam
entradas para os túneis por todo o Delphic, mas esta era minha
primeira vez usando esta em particular.
O
elevador, que era quase tão grande quanto meu quarto, ressoou para
baixo, e mais baixo, finalmente moendo até parar. A pesada porta de
aço subiu, e Scott e eu saímos em uma doca de carregamento. O chão
e as paredes estavam sujos, e a única luz vinha de uma única
lâmpada balançando como um pêndulo acima.
-
“Qual caminho?” eu perguntei, olhando o túnel à frente.
Eu
estava grata por ter Scott como guia através do submundo do Parque
de Diversões do Delphic. Estava imediatamente evidente que ele
percorria os túneis regularmente; ele guiou num ritmo apressado,
varrendo os corredores úmidos, como se estivessem estado há muito
tempo na memória. Nós fizemos referência ao mapa, usando para
fazer nosso caminho debaixo do Arcanjo, a mais nova montanha russa do
Delphic. De lá, eu assumi, olhando para baixo dos corredores
aleatoriamente, até que finalmente chegamos ao que eu reconheci como
a entrada dos antigos alojamentos de Patch.
A
porta estava trancada por dentro.
Eu
bati nela. “Pepper, é
. Abra.” Eu dei a
ele alguns momentos, então tentei novamente. “Se você não está
abrindo porque sente mais alguém, é Scott. Ele não vai bater em
você. Agora abra a porta.”
-
“Ele está sozinho?” Scott perguntou quietamente.
Eu
assenti. “Deveria estar.”
-
“Eu não sinto ninguém,” Scott disse ceticamente, dobrando sua
orelha em direção à porta.
-
“Anda logo, Pepper,” eu chamei.
Ainda
nenhuma resposta.
-
“Nós vamos ter que arrombar a porta,” eu disse a Scott. “Quando
contar até três. Um, dois – três.”
Em
uníssono, Scott e eu aterrissamos chutes fortes à porta.
-
“De novo,” eu resmunguei.
Continuamos
a dirigir nossas solas na madeira, golpeando-a até que ela se
estilhaçou e a porta bateu para dentro. Eu atravessei o hall de
entrada até a sala de estar, procurando por Pepper.
O
sofá tinha sido esfaqueado múltiplas vezes, enchendo de vômito
cada incisão. Molduras que antes tinham decorado as paredes agora
estavam quebradas no chão. A mesa de vidro foi derrubada de lado,
com uma rachadura sinistra no centro. Roupas do guarda-roupa de Patch
tinham sido arrastadas e jogadas como confete. Eu não sabia se isso
era evidência de uma luta recente, ou se foi deixado por uma partida
apressada de Patch quase duas semanas atrás, quando Pepper havia
contratado capangas para destruir o lugar.
-
“Você pode ligar para Pepper?” Scott sugeriu. “Você tem o
número dele?”
Eu
soquei o número de Pepper em meu telefone, mas ele não atendeu.
“Onde ele está?” eu exigi iradamente para ninguém em
particular. Tudo estava andando com a parte dele do acordo. Eu
precisava daquelas penas, e precisava delas agora. “E que cheiro é
esse?” eu perguntei, franzindo o nariz.
Eu
caminhei para os fundos da sala de estar. Com certeza, eu detectei um
cheiro nocivo, picante flutuando no ar. Um cheiro apodrecido. Um
cheiro quase como piche quente, mas não completamente.
Alguma
coisa estava queimando.
Eu
corri de cômodo a cômodo tentando encontrar as penas. Elas não
estavam aqui. Eu abri a porta do antigo quarto de Patch e foi
imediatamente dominado pelo cheiro de queimado de material orgânico.
Sem
parar para pensar, eu corri para a parede oposta do quarto – aquela
que abria para mostrar uma passagem secreta. No momento em que eu
abri a porta para correr, uma tempestade de fumaça preta rolou para
dentro do quarto. O mau cheiro, gorduroso e carbonizado era
insuportável.
Selando
minha boca e nariz com a gola da minha camisa, eu chamei Scott, “Eu
vou entrar.”
Ele
atravessou a porta atrás de mim, batendo a fumaça com a mão.
Eu
tinha estado lá embaixo na passagem uma vez antes, quando Patch
tinha momentaneamente detido Hank Millar antes de eu mata-lo, e
tentei lembrar-me do caminho. Caindo de joelhos para evitar o pior da
fumaça, eu rastejei rapidamente, tossindo e engasgando cada vez que
eu respirava. Finalmente minhas mãos atingiram uma porta. Eu apalpei
a argola de puxar e a empurrei. A porta se abriu lentamente, enviando
uma nova onda de fumaça para o corredor.
A
luz do fogo ardente brilhou através da fumaça, chamas saltando e
dançando como um show de mágica requdo meu como um escudo. O calor
do fogo grelhava nossos rostos.
Só
levei um momento para gritar em terror.
CAPÍTULO
38
Eu
disparei sobre os meus pés primeiro. Alheia ao calor, eu
passei pelo fogo
enquanto
as faíscas choviam como fogos de artifício. Eu agarrei o monte
imponente de
penas,
gritando em pânico. Apenas duas das penas de Patch dos seus dias
como
arcanjo
sobraram. Uma pena nós tínhamos para segurança. A outra tinha sido
levada e
cuidadosamente
guardada pelos os arcanjos quando eles tinham banido Patch do Céu.
A
pena estava em algum lugar na pilha diante de mim.
A
pena de Patch podia estar em qualquer lugar. Talvez já queimada.
Haviam
tantas.
E mesmo um maior número de manchas cinza flutuando como pedaços
chamuscados
de papel em volta da fogueira.
-
“Scott! Me ajude a encontrar a pena de Patch!” Pensar. Eu tinha
que pensar. Pena do
Patch.
Eu tinha visto antes. “É preta, toda preta,” eu soltei. “Comece
procurando – eu
vou
buscar cobertores para abafar o fogo!”
Eu
corri de volta para o estúdio de Patch, a fumaça formando uma
tela em
meus
olhos. De repente eu cheguei bruscamente, detectando outro corpo
no túnel,
logo
a frente. Eu pisquei contra a fumaça remoendo meus olhos.
-
“É tarde demais,” Marcie disse. Seu rosto estava inchado de
tanto chorar, e a ponta do
nariz
dela brilhava vermelho. “Você não pode extinguir o fogo.”
-
“O que você fez?” eu gritei para ela.
-
“Eu sou a herdeira legítima do meu pai. Eu deveria estar liderando
os Nephilins.”
-
“Herdeira legítima? Você está se escutando? Você quer esse
emprego? Eu não – o seu
pai
obrigou isso a mim!”
O
lábio dela vacilou. “Ele me amava mais. Ele teria me escolhido.
Você roubou isso de
mim.”
Eu
disse, “Eu não quero esse trabalho, Marcie. Quem colocou essas
ideias na sua
cabeça?”
Lágrimas
caíram do rosto dela, e sua respiração tornou-se irregular. “Foi
ideia da minha
mãe
eu morar com você – ela e os amigos Nephilins dela queriam que eu
mantivesse
o
olho em você. Eu concordei em fazer isso porque eu pensei que
você sabia algo
sobre
a morte do meu pai que você não estava me contando. Se eu me
aproximasse de
você,
eu pensei que talvez –“ Pela primeira vez, eu percebi a adaga
perolada nas mãos
dela.
Ela brilhava num branco brilhante, como se os raios mais puros de sol
estivessem
presos
sob a superfície. Essa só poderia ser a adaga encantada de Pepper.
O imbecil
não
tinha sido cuidadoso o bastante, e tinha permitido que Marcie o
seguisse até aqui.
Ele
tinha despejado as penas e a adaga e trancado, deixando-as cair na
posse de
Marcie.
Eu
estendi a mão para ela. “Marcie – “
-
“Não toque em mim!” ela gritou. “Dante me disse que você
matou meu pai. Como
você
pôde fazer isso? Como você pôde! Eu tinha certeza que foi
Patch, mas todo o
tempo
foi você!” ela gritou histericamente.
Apesar
do calor, um arrepio de medo subiu até minha espinha.
-
“Eu – posso explicar.” Mas eu não achava que eu poderia. A
expressão de Marcie,
selvagem
e exausta deu a entender que ela estava girando em choque. Eu
duvidava
que
ela se importaria em como que o pai dela tinha forçado minha mão
quando ele
tinha
tentado enviar Patch ao inferno. “Me dê a adaga.”
-
“Fique longe de mim!” ela raspou para fora do alcance. “Dante
e eu vamos contar
para
todos. O que os Nephilins vão fazer com você quando eles souberem
que você
assassinou
o Mão Negra?”
Eu
estudei-a cuidadosamente. Dante deve ter apenas sabido que eu
tinha
matado
Hank. Caso contrário, ele teria dito aos Nephilins há muito tempo
atrás. Patch
não
tinha desistido do meu segredo, o que deixava Pepper. De alguma
forma, Dante
tinha
chegado a ele.
-
“Dante estava certo,” Marcie cuspiu, uma raiva fria
borbulhando em sua voz. “Você
roubou
o título de mim. Era para ser meu. E agora eu fiz o que você não
podia – eu
libertei
os Nephilins. Quando esse fogo terminar, cada anjo caído na
Terra será
acorrentado
no inferno.”
-
“Dante está trabalhando para os anjos caídos,” eu disse, a
frustração aguçando meu
tom.
-
“Não,” Marcie disse. “Você está.”
Ela
bateu a lâmina de Pepper para mim, e eu pulei para trás,
tropeçando. A
fumaça
me pressionava, obscurecendo completamente minha visão.
-
“Dante sabe que você queimou as penas?” eu gritei para
Marcie, mas ela não deu
nenhuma
resposta. Ela tinha ido.
Dante
tinha mudado sua estratégia? Depois de uma colheita inesperada de
cada
pena de anjos caídos, e, portanto, a vitória infalível para os
Nephilins, ele tinha
decidido
tomar partido de sua raça no fim das contas?
Não
havia tempo para debater isso. Eu já tinha desperdiçado muito
tempo
precioso.
Eu tinha que ajudar Scott a encontrar a pena de Patch. Correndo
de volta
para
a câmera ardente, tossi e amordacei meu caminho para a entrada.
-
“Todas estão ficando pretas por causa das cinzas,” Scott gritou
para mim por cima do
ombro.
“Todas elas parecem iguais.” Suas bochechas brilhavam vermelhas
com o calor.
Brasas
giraram em torno dele, ameaçando incendiar seu cabelo, que ficou
preto de
fuligem.
“Nós temos que sair daqui. Se ficarmos mais tempo, nós seremos
pegos pelo
fogo.”
Eu
corri para ele agachada, tentando evitar o calor, que explodiu
incessantemente.
“Primeiro, nós encontramos a pena de Patch.” Joguei as pilhas
de
penas
queimando atrás de mim. Scott estava certo. A fuligem gordurosa
preta
manchava
cada pena. Eu fiz um som alto de desespero. “Se nós não acharmos,
ele ser
enviado
para o inferno!”
Eu
espalhava punhados de penas, rezando para que eu soubesse que a
dele
estivesse
à vista. Rezando para que ela já não estivesse queimada. Eu não
deixaria
meus
pensamentos e voltarem para o pior. Ignorando a fumaça que arranhava
meus
olhos
e pulmões, eu peneirei as penas com mais urgência. Eu não
poderia perder
Patch.
Eu não perderia Patch. Não assim. Não no meu turno.
Meus
olhos lacrimejaram, lágrimas transbordando. Eu não podia ver
claramente.
O
ar estava muito quente para respirar. A pele do meu rosto parecia
derreter, e meu
couro
cabeludo parecia que estava pegando fogo. Eu mergulhei minhas mãos
no
monte
de penas, desesperada para encontrar uma pena preta sólida.
-
“Eu não vou deixar você queimar,” Scott o barulho pisou fora do
barulho crepitante
das
chamas. Ele rolou para trás sobre seus joelhos, me arrastando com
ele. Eu arranhei
impiedosamente
suas mãos. ‘Não sem a pena de Patch. ’
O
fogo clamava em meus ouvidos, e minha concentração estava murcha,
sem
oxigênio
suficiente. Limpei a palma da minha mão em meus olhos, só para
esfregar
mais
fuligem. Tateei as penas, os meus braços sentido como se estivessem
ligados a
um
peso de cinquenta quilos. Minha visão alternou. Mas me recusei a
passar até que eu
tivesse
a pena do Patch.
-
“Patch,” eu murmurei, assim como uma brasa caiu na manga da
minha camisa,
inflamando
o tecido. Antes que eu pudesse levantar a mão para abafá-la,
a chama
disparou
para o meu cotovelo. O calor incendiou minha pele, tão brilhante e
angustiante,
que eu gritei e me encolhi de lado. Foi então que eu vi que
meu jeans
também
estava em chamas.
Scott
berrou ordens atrás de mim. Algo sobre deixar a câmara. Ele queria
fechar
a
porta e prender o fogo dentro.
Eu
não poderia deixa-lo fazer isso. Eu tinha que salvar a pena de
Patch.
Eu
perdi meu sendo de direção, tropeçando para frente cegamente.
Chamas
brilhantes
eclipsavam minha visão.
A
voz de Scott, tão urgente, se dissolvia no nada.
Mesmo
antes de eu abrir meus olhos, eu sabia que eu estava em um carro em
movimento.
Eu senti a pancada irregular dos pneus saltando sobre os buracos, e
um
motor
rugiu em meus ouvidos. Sentei-me preguiçosamente contra a porta do
carro,
minha
cabeça apoiada na janela. Havia duas mãos desconhecidas no meu
colo, e me
assustou
quando elas se moveram ao meu comando. Virei-as lentamente no ar,
olhando
para o papel preto estranho enrolado fora delas.
Carne
enegrecida.
Uma
mão apertou meu braço em consolação.
-
“Tudo bem,” Scott disse do banco do motorista de sua
Barracuda.”Vai curar.”
Eu
balancei a cabeça, dizendo que ele tinha entendido mal. Lambi meus
lábios
ressecados.
“Nós temos que voltar. Vire o carro. Nós temos que salvar Patch.”
Scott
não disse nada, apenas me lançou um olhar de soslaio de incerteza.
Não.
Era
mentira. Um medo profundo e inimaginável me engoliu. Minha
garganta
estava
espessa, escorregadia e quente. Isso era mentira.
-
“Eu sei que você se importava com ele,” Scott disse quietamente.
Eu
o amo! Eu sempre vou amá-lo! Eu prometi a ele que nós estaríamos
juntos!
Eu
gritei dentro da minha cabeça, porque as palavras eram muito
irregulares para
saírem.
Elas arranhavam como unhas na minha garganta.
Eu
voltei minha atenção para fora da janela. Eu encarei a noite, o
borrão das
árvores
e campos e cercas, em um momento, passaram para o seguinte. As
palavras na
minha
garganta se enrolaram num grito, todos os cantos vivos e a dor
gelada. O grito
ficou
pendurado lá, inchado e machucando enquanto meu mundo se
desvendava e
deslizava
para fora de órbita.
Uma
pilha de metal retorcido bloqueou a estrada à frente.
Scott
desviou para passar por isso, diminuindo enquanto nós passávamos.
Eu
não
esperei o carro parar; eu me joguei para fora, correndo. A
motocicleta de Patch.
Espancada
e golpeada. Eu olhei boquiaberta para ela, piscando repetidamente,
tentando
ver uma imagem diferente. O metal demolido, torcido sobre si
mesmo,
parecia
que o motorista correu em alta velocidade e então pulou através de
um buraco
no
vento.
Eu
aterrei minhas mãos nos meus olhos, esperando limpar a imagem
horrível.
Eu
procurei na estrada, pensando que ele deve ter batido. No impacto,
seu corpo deve
ter
sido arremessado à distância. Eu corri mais longo, um pouco mais
longe,
procurando
a vala, os matos, às sombras ao longo das árvores. Ele poderia
estar logo à
frente.
Eu chamei o nome dele. Eu andava de um lado à outro na estrada,
minhas mãos
tremendo
enquanto eu arava meu cabelo.
Eu
não ouvi que Scott veio atrás de mim. Eu dificilmente senti seus
braços em
volta
dos meus ombros. O sofrimento e a angústia me sacudiram, uma
presença viva,
tão
real e assustadora. Encheram-me de tal frio, que doía para respirar.
-
“Sinto muito,” ele disse roucamente.
-
“Não me diga que ele se foi,” eu retruquei. “Ele bateu a
moto dele e continuou
andando.
Ele disse que me encontraria no estádio. Ele não quebraria sua
promessa.” Eu
disse
as palavras porque eu precisava ouvi-las.
-
“Você está tremendo. Deixa eu te levar de volta pra minha casa,
sua casa, a casa dele
– onde
você quiser.”
-
“Não,” eu gritei. “Nós vamos voltar para o estádio. Ele está
lá. Você vai ver.” Eu saí de
seu
abraço, mas me senti insegura. Minhas pernas arrastavam um passo
entorpecido
após
o outro. Um pensamento selvagem, imperdoável me pegou. E se
Patch tivesse
ido?
Meus
pés se voltaram para a motocicleta.
-
“Patch!” eu chorei, caindo de joelhos. Eu estiquei meu corpo
sobre sua moto, soluços
estranhos,
poderosos rompendo do fundo do meu peito. Eu estava escorregando,
resvalando
na mentira.
Patch.
Eu
pensei no nome dele, esperando, esperando. Eu soluçava seu nome,
me
ouvindo
fazer barulhos incontroláveis de angústia e desespero.
As
lágrimas rolaram pelo meu rosto. Meu coração estava por um fio.
A
esperança
que eu agarrava sem restrições, estava à deriva fora de alcance.
Senti minha
alma
quebrar, peças irreparáveis de mim voando para fora.
A
pouca luz que foi deixada dentro de mim se apagou.
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