19 janeiro 2013
First
Chapter
Se
me estiver escutando: Sinto a sua falta.
Se
me ouvir agora: Eu preciso de você.
Onde
você foi? Porque se foi embora?
Todos
sabem que alguma coisa está errada.
Os
fios foram cortados e eu estou sozinha.
Sei
que estamos nos aproximando.
Eu
sei que você estará de volta a mim
Nesse
momento, dessa vez.
A
camioneta de transportes conduzia pela Avenida Principal de Forks,
abrandando a velocidade até, por fim, parar. A porta foi aberta e,
depois de um pequeno grupo de turistas e habitantes locais, que
regressavam à sua cidade natal, saírem,
desceu da
camioneta com Baby Suh no colo, uma mochila das costas e uma mala na
mão disponível.
observou a pequena e chuvosa cidade com esperanças de que ela lhe
trouxesse de volta o pai da sua pequena.
Correu
com os olhos algum estabelecimento que lhe pudesse indicar como
chegar a La Push e avistou uma cafetaria que existia na esquina do
fundo da pequena rua principal, do outro lado da praça.
Ajeitou
Sophia, que estava adormecida, em seu colo e atravessou a praça, se
encaminhando até a cafetaria Bon
Appétit.
O
movimento do estabelecimento estava moderado. A casa estava cheia,
mas não havia a habitual correria para atendimento como nos
estabelecimentos das grandes cidades.
caminhou até ao balcão e esperou que alguém a atendesse. Pousou a
mala no chão e se sentou no banco giratório com cuidado.
-A
menina não prefere se sentar em uma mesa? Acho que é pouco
confortável estar sentada ao balcão com uma criança pequena no
colo. – Uma empregada mulata, aconselhou.
olhou em volta da cafetaria vendo todas as mesas ocupadas.
-Estou
entendendo. Não encontra mesa, certo? Mas isso se resolve em um
minuto.
-Eu
não quero incomodar.
-Incomoda
nada. – Assegurou. – Ei rapazes! Alguém cede uma mesa a essa
jovem moça com uma criança de colo? – A empregada falou em um tom
mais alto, chamando a atenção dos clientes.
-Aqui,
Darlene. Eu estou terminando o meu café da manhã. A moça pode se
sentar comigo enquanto eu termino. Saio já, já. – Um policial
indicou.
-Obrigado
chefe Swan. – Darlene agradeceu. – Vem, eu te ajudo com a mala. –
Se ofereceu quando
tentou se baixar, a custo, para pegar sua mala.
-Obrigada.
– Sorriu agradecendo timidamente. – Muito obrigada. – Agradeceu
ao policial quando chegou na mesa em que este se encontrava.
-Não
tem de quê, moça. É nova na cidade? – O chefe interrogou.
-Sou
sim. – Assentiu retirando com cuidado a mochila de suas costas para
não acordar Baby Suh, mas a pequena acabou por despertar com a
agitação do local. – Bom dia, little girl. – O chefe
cumprimentou carinhosamente a pequena criança. – Qual é seu nome?
-Sophia.
– respondeu pela
filha, que escondeu o rosto no vão do pescoço da mãe, esfregando
os olhos com suas pequenas mãozinhas. – Ela é muito tímida. Eu
sou a . – Se
apresentou.
-Prazer,
. Seja
bem-vinda a Forks. Eu sou Charlie Swan, chefe policial da cidade. Se
precisar de alguma coisa não hesite em me chamar.
-Vai
querer alguma coisa? – Darlene questionou amável.
-Um
copo de leite morno, para ela, e um café preto sem açúcar para
mim. – Pediu.
-Não
vai querer comer nada? – A empregada indagou.
-Não,
obrigada. Nós já comemos um lanchinho na camioneta. – Explicou.
-Então
‘tá. – Darlene sorriu se retirado para pegar o pedido.
-Chefe
Swan, você saberia me dizer como eu posso chegar a La Push? É muito
longe daqui?
-La
Push? Tem família lá? – Questionou curioso.
-Família?
Não. Eu…hun…só estou…de passagem. Quer dizer…eu…acho que
vim para…ficar. Hun, depende de…outras coisas. –
contou
desconcertada, remexendo inquieta no açucareiro, sem saber o que
responder. Mentir não era o seu forte e disfarçar muito menos.
-Calma,
moça. Não precisa ficar nervosa. Desculpe o interrogatório. Manias
de policial. Eu perguntei se tinha lá família lá porque eu tenho
grandes amigos em La Push. Mas respondendo à sua pergunta. Não há
transportes para La Push e a Reserva ainda é um pouco longe daqui
para se poder ir a pé. – Charlie aclarou.
franziu o cenho em
preocupação. – Mas eu posso levá-la lá.
-Sério?
O senhor me faria esse favor? – Indagou.
-Claro!
É o meu dever de chefe da polícia e de cidadão de Forks de ser
gentil e hospitaleiro. Além do mais aproveito e faço uma visitinha
a um amigo meu. – Elucidou.
-Muito
obrigada chefe Swan.
-Não
tem de quê? Quando terminar partimos. – Avisou.
assentiu sorridente e agradecida e assim que o seu pedido chegou, deu
de beber o copo de leite a Suh e assim que esta terminou, bebeu o seu
café, já meio frio, rapidamente e buscou em sua bolsinha tiracolo a
carteira para pagar.
-Deixe
, eu pago. –
Charlie se ofereceu, mas
hesitou em aceitar. – Hospitalidade. – O chefe sorriu um sorriso
fechado e tímido.
assentiu pegando em sua mochila e em sua mala, se erguendo da mesa
desajeitadamente.
-Não.
Eu carrego suas malas. Carregue apenas essa florzinha. – Se
ofereceu carregando de leve no pequeno, quase inexistente, narizinho
da pequena.
sorriu abertamente, agradecida, pois realmente não estava lhe dando
grande jeito carregar toda aquela bagagem e sua filha ao mesmo tempo.
O
chefe deixou algumas notas sobre a mesa e pegou as malas de
, se encaminhando até
a saída e abrindo a porta, dando passagem para
passar primeiro.
E
você alguma vez me quis? Precisou de mim?
Sei
que se foi embora antes de se despedir.
E
não há problema. Sempre tem um outro dia.
A
qualquer hora que me quiser, sempre que me vir.
Acho
que você não quis dizer adeus, mas não há problema.
Sempre
tem um outro dia.
seguiu Charlie até o carro da polícia, parado do outro lado da rua,
bem em frente à cafetaria. Este abriu a porta de trás, jogando a
bagagem e em seguida abriu a da frente, do lado do pendura, para
sentar. Esta lhe
agradeceu novamente e se acomodou no banco. Charlie fechou ambas as
portas e contornou o carro, entrando no lugar do condutor. Colocou as
chaves na ignição e deu partida com o carro, dirigindo pela Avenida
Principal de Forks e entrando em uma outra estrada que os levavam
para fora da cidade.
-Tem
local para ficar em La Push? – Questionou quebrando um pouco o
silêncio que se instaurara no veículo.
-Tenho
sim. Vou ficar em casa de Eloise Call. Conhece? – Respondeu
prontamente e fez aquela pergunta para saber se o chefe saberia onde
a deixar quando chegassem a La Push.
Se
ele não conhecesse ou soubesse onde Eloise morava,
teria de se
virar sozinha, mais uma vez, em um local que não conhecia.
-Conheço
sim. Mãe do Embry. Quer dizer. Eu não sou um amigo chegado, mas
conheço ela, sim. – Afirmou. – Vai ficar por cá muito tempo?
encarou o chefe Swan pelo canto do olho, encabulada e encruzilhada.
Esse era o tipo de perguntas que ela queria evitar responder.
Principalmente em uma cidade tão pequena como essa, onde tudo se
sabia rapidamente. Charlie notou o incômodo de
e se apercebeu do
seu erro.
-Me
perdoe . É
um péssimo hábito meu encher os outros de perguntas. Acho que minha
hospitalidade já foi para o espaço. – Sorriu desconcertado.
-Que
nada, chefe Swan. O senhor está sendo muito amável. Eu é que sou
demasiado tímida. – Se justificou.
-E
misteriosa. – Acrescentou antes de se conseguir conter.
o olhou um pouco assustada e Charlie se acomodou mais em seu banco,
clareando a garganta.
desviou o rosto para a janela do seu lado vendo as árvores passarem
como borrões. Olhando atentamente,
podia jurar ter
visto algo avermelhado se mexer pelo meio das árvores fazendo seu
coração disparar de felicidade. Deveria ter se assustado, mas foi
exatamente o contrário que aconteceu. Apenas uma incompreensível
onda de felicidade.
O
resto do caminho até chegarem a La Push, apenas 25 minutos depois, o
carro da polícia foi em completo silêncio.
fingira ter
cochilado para evitar que Charlie lhe questionasse mais alguma coisa
que não soubesse
disfarçar ou mentir, para encobrir seus verdadeiros motivos por ter
vindo para Washington.
Apesar
de ter sentido o carro abrandar e por fim parar em algum lugar,
só abriu os olhos
quando o chefe da polícia a cutucou e a avisou que tinham chegado.
desceu do carro
olhando atentamente a Reserva, sentindo seu coração disparar em seu
peito de forma quase dolorosa. Poderia, a qualquer momento, se
deparar com ele.
E se o visse ela não saberia bem como reagir.
Charlie
pousou a bagagem de
na porta de uma bela casa de madeira escura, com uma pequena varanda.
-Muito
obrigada chefe Swan. Se não fosse pelo senhor nem sei como teria
chegado aqui. Muito obrigada mesmo. – Agradeceu abraçando de leve
o policial.
-Que…nada.
– Charlie respondeu atordoado com o excesso de afetuosidade por
parte da garota, coisa a que ele não estava habituado de todo.
Charlie
beijou o topo da cabeça de Sophia e caminhou em direção a uma casa
avermelhada, mais ao fundo da Reserva.
o viu desaparecer e
por fim tomou mais atenção à porta em que estava parada. Ajeitou
melhor Sophia em seu colo e bateu na porta. Logo uma mulher de
cabelos castanhos-claros e olhos verdes a veio atender.
-Eloise
Call? –
questionou.
A
jovem mulher assentiu com uma interrogação no rosto, encarando a
moça na sua frente e a criança que ela carregava.
sorriu aliviada e se
apresentou.
-Sou
a . Filha
de Mary Anne Storm.
-!?
Oh
céus. Que surpresa boa! – Eloise a abraçou como pode, por causa
de Suh. Assim que a soltou olhou da pequena criança para
esperando algum tipo
de explicação.
-Essa
é Sophia. Minha filha. –
esclareceu e Eloise se espantou, arregalando os olhos, não só de
surpresa, mas também de pena.
A
sua voz surge e agora está desaparecendo.
Eu
mal posso acreditar nisso. É tão frustrante.
Porque
você parece nunca entender
E
me deixa escorregar por entre suas mãos.
Qual
é a sensação de estar sozinho?
E
se um dia achar o que procura, eu estarei aqui te esperando.
(Another
Day – Paramore)
Second
Chapter
Eu
subo, tropeço, caiu, para alcançar suas mãos.
Mas
eu deito aqui sozinha, suando todo o seu sangue.
-Entrem.
Eu te ajudo. – Eloise se ofereceu depois de se ter recuperado
parcialmente da surpresa.
-Desculpe
eu não ter avisado antes que viria. Mas eu viajei até aqui em um
impulso. – se
explicou assim que entraram dentro de casa e se acomodaram nos sofás
da sala.
-Não
tem mal algum, querida. Quando você me ligou, meses atrás, pedindo
abrigo em minha casa, caso algum dia quisesse se afastar de sua
Reserva, eu mesma te falei que poderia vir quando quisesse, sem aviso
prévio. – Relembrou.
-Claro,
sra Call. Mas acho que é de boa educação avisar com antecedência.
Até porque a sra poderia ter que arrumar algum local para eu ficar.
-Me
trate por Liz, . E
bem, eu tenho sempre um quarto disponível e arrumado esperando que
alguns dos meus familiares me venham visitar. Mas eles são demasiado
ocupados com as suas próprias vidas para perder tempo visitando
alguém que eles alegam os ter abandonado. – Comentou tristemente.
– O único imprevisto é que terei de providenciar um berço para
Sophia. – Abanou a cabeça afastando os pensamentos tristes e
sorrindo para a pequena criança.
-Oh
não. Não se incomode com isso. Baby Suh pode dormir comigo.
-Faço
questão. Será mais confortável para ambas.
-Obrigada,
Liz. – agradeceu
sentando Suh do seu lado e buscando em sua mochila por algum tipo de
brinquedo, o entregando em seguida a Baby Suh.
-.
Desculpe
a intromissão, mas eu preciso te falar algo. – Liz comentou
inquieta. Olhando de relance, mais uma vez, para a pequena.
-Pode
falar. – assentiu.
-Eu
sei que não nos vemos faz muitos anos. A última vez você tinha
menos de 10 anos e eu estava de visita pela Reserva Crow. Mas eu fui
muito amiga de sua mãe, éramos quase como irmãs…e eu quero que
você saiba que terá sempre em mim uma amiga, uma confidente. Uma
segunda mãe, se assim você o precisar. Tenho certeza que Mary Anne
haveria de querer que nós duas tivéssemos alguma cumplicidade,
afinal eu sou sua madrinha…mesmo que nunca tenha estado muito
presente em sua vida. – Liz esclareceu segurando firmemente as mãos
de .
-Eu
sei, Liz. Eu sei que era isso que a minha mãe haveria de querer. Por
isso que eu te contatei…porque você é a única pessoa que pode me
ajudar nesse momento. –
fungou, limpando algumas lágrimas que desciam por seu rosto, devido
às lembranças de sua falecida mãe.
-Chola?
– Baby Suh parou de brincar e olhou a mãe apontando para seu
rosto.
limpou definitivamente as lágrimas e sorriu para a filha, a pegando
no colo e a apertando contra seu peito. A pequena se colocou de pé
no colo da mãe e enlaçou seus pequenos bracinhos em torno do
pescoço de .
sentiu uma
felicidade imensa por saber que sempre teria a sua pequena por perto.
Por fim, encarou Liz
e determinada, decidiu contar sua história.
-Eu
vim para La Push para procurar o pai da minha filha. – Confessou.
-Procurar?
Aqui? – Liz se surpreendeu. – Quem é ele? – Interrogou
aturdida.
-Eu
não sei. Quer dizer, eu não sei seu nome. Apenas sei que ele é
dessa tribo. – Respondeu confusa.
-Meu
Deus, . Como foi isso
acontecer com você? – Liz lamentou, afagando a perna de
.
-Liz,
eu vou te contar minha história, mas você tem de me prometer que
essa conversa nunca vai sair daqui. Você não pode contar isso a
ninguém mesmo. Nem mesmo a alguém que você confie muito. –
exigiu.
Liz
hesitou um pouco em aceitar essas condições, porque se era algo que
dizia respeito a alguém da Reserva Quileute, ela teria a obrigação
de não manter segredos com ninguém, principalmente com o Conselho.
Mas
então ela se lembrou de Mary Anne e percebeu que suas obrigações
eram maiores com do
que com o Conselho.
-Tudo
bem, . Pode confiar
em mim. – Liz garantiu.
respirou fundo e começou seu relato.
Se
eu pudesse descobrir como fazer para que me escute agora.
Porque
eu estou desesperada para te ter aqui, com meu amor eterno.
E
eu vou…respirar por amor amanhã.
-Dois
anos atrás, depois da morte de minha mãe, Sean começou bebendo, e
quando ele bebia ele se tornava violento. Eu entendia a dor dele. Ele
sempre dependeu muito de nossa mãe, depois da morte de nosso pai.
Então uma noite ele começou quebrando tudo lá em casa e me bateu.
– Liz arregalou os olhos em preocupação mas resolveu não
interromper. – Eu fiquei com muita raiva e fugi de casa. Me meti na
floresta e acabei me perdendo.
»» Era de noite e
estava tudo muito escuro. Parei de andar quando percebi que estava
caminhando em círculos. Então eu escutei um rugido, um rugido muito
forte, e quando percebi havia um enorme lince parado bem atrás de
mim. Tentei correr mas o lince me alcançou e me jogou no chão.
Gritei bem alto, morrendo de medo. Sentia suas patas bem em cima das
minhas costas e seu bafo batendo em minha nuca. Eu nunca senti tanto
medo em minha vida. Mas de repente eu senti um vento forte passar
sobre mim e deixei de sentir o peso do lince em cima de mim.
Lentamente eu me virei e percebi que o lince havia sumido. Então eu
me ergui do chão e corri o mais rápido que pude sem saber para onde
ir nem como sair dali. Acabei por chegar em um rio e suspirei
aliviada por que eu conhecia aquele rio. Sabia que se seguisse o
curso contrário da água até uma ponte feita de um tronco de
árvore, de lá eu saberia voltar para casa.
»» Ia começar
subindo o rio quando escutei um gemido que me fez voltar para trás e
me deparar com um homem totalmente nu jogado sobre a margem do rio,
quase inconsciente. Meu instinto dizia para eu fugir dali, mas meu
coração me pedia que o fosse ajudar. Então eu caminhei até aquele
estranho e me coloquei de joelhos junto a ele. Assim que o toquei, eu
percebi que ele ardia em febre. Ele estava tão quente que era quase
impossível ele estar vivo. Não vacilei em rasgar minha blusa e
mergulhá-la nas águas geladas do rio, para em seguida espremer a
água em seu rosto. Passei o pedaço de tecido pelo resto do seu
corpo, mas eu sabia que tinha de o tirar dali. Não o poderia deixar
morrer. Então eu afastei os longos cabelos de sua face para o tentar
acordar e quando eu olhei em seu rosto…eu me apaixonei
perdidamente.
»» Era como se
ele fosse a metade do meu coração que eu nem sabia que me faltava.
E eu não sabia antes porque eu nunca o tinha conhecido para perceber
que precisava tanto de alguém como eu precisei naquele momento.
»» Dei leves
tapas em seu rosto o fazendo acordar e pedi que ele fizesse um
esforço para me ajudar a tirá-lo dali. O levei para minha casa e
durante dias e dias cuidei dele. A febre parecia nunca ceder por mais
que eu tentasse. Descia um pouco mas nunca ia embora. Sua temperatura
era sempre superior a 45º. Outro humano qualquer não teria
resistido aquela temperatura, mas ele parecia tão forte e saudável,
apesar da febre…
»» A todas as
horas ele murmurava coisas incompreensíveis e chamava sempre por
alguém. Uma garota que eu logo percebi ser muito importante para
ele. – parou para
engolir em seco com essas recordações. – Mas então uma noite ele
abriu os olhos e me olhou tão profundamente que me prendeu mais
fundo nele, se é que isso ainda era possível. Ele murmurou o nome
da outra garota, mas me puxou para seus braços me impedindo de sair
deles…como se eu realmente quisesse sair. – Limpou algumas
lágrimas. – Nós nos beijamos e ele parecia realmente me querer a
mim…mas
era o nome dela que ele chamava.
»» Eu estava
cegamente apaixonada para me importar com o que quer que fosse. Eu
queria ser dele, nem que fosse uma única vez, e então eu me
entreguei. – Murmurou a frase final como se quisesse guardá-la
apenas para si.
ergueu o rosto para encarar Liz e terminar seu relato, limpando as
insistentes lágrimas que teimavam em cair de seus olhos. – Quando
acordei na manhã seguinte ele não estava mais lá. Fora embora,
simplesmente. – Respirou fundo depois de alguns soluços. – Nove
meses depois, Sophia nasceu. – Finalizou sua história embargada.
Liz
olhava pra sem
palavras certas para lhe dizer.
-…eu
lamento imenso. Eu nunca imaginei isso. – Liz comentou a custo. –
Mas me diga uma coisa. Se sabia de onde ele era e onde ele estava,
porque só o veio procurar agora? – Interrogou confusa.
-Na
verdade…eu só tive coragem para começar o procurando há alguns
meses atrás. Eu não sabia absolutamente nada sobre ele, nem de onde
ele era. – Explicou fazendo Liz enrugar a testa confusa.
-Então
como sabe que ele é daqui, ou que está aqui?
-Por
causa de uma tatuagem. Um tribal. Um símbolo. Eu investiguei o
significado desse símbolo e descobri que ele pertencia ao povo
Quileute. Foi por isso que liguei para você. Mas acabei perdendo a
coragem de vir. Sei lá. Fiquei com medo. Medo de ele não ser mais
daqui. Medo de não o achar. Medo de o ver com a tal garota que ele
sempre chamava. Medo de ele rejeitar nossa filha. – Contou seus
medos lavada em lágrimas.
Liz
recordou sua história depois desse relato de
e se sentiu
compadecida e condescendente.
-Nós
vamos achar ele, querida. Eu te garanto. – Liz afirmou.
-Obrigada,
Liz. Muito obrigada. –
pousou de novo Sophia do seu lado e abraçou sua madrinha como há
muito ela precisava de ser abraçada.
Porque
não há nenhuma esperança para hoje.
Vou
respirar por amor amanhã,
porque
talvez haja outra maneira.
(Breathe
– Paramore)
Third
Chapter
Quando
eu deixei todas as coisas para trás, eu pensei em mim.
Eu
só quero fazer de tudo para encontrar paz na minha alma.
Eu
não sinto culpa, eu sou assim.
Eu
só quero viver minha vida hoje.
permanecia deitada fitando o teto sem realmente conseguir dormir.
Ajeitou sua pequena na cama, a amparando de amos os lados com duas
grandes almofadas, e caminhou em direção a cozinha para beber um
pouco de água, mas assim que lá chegou deu de caras com um belo
jovem, de tronco nu, sentado em cima do balcão comendo, faminto, uma
sanduíche, um pacote de fritas e bebendo leite do pacote. O garoto
olhou para
inquisitivo e desceu do balcão.
-Quem
raios é você? – Questionou pouco satisfeito com a suposta
intrusa.
-Embry?
É você? –
indagou admirada com o físico do jovem rapaz com que ela costumava
brincar quando mais nova, sempre que Liz visitava a Reserva Crow.
-A
gente se conhece? – Ele interrogou desconfiado.
-Sou
a .
Storm, da
Reserva Crow. – Elucidou fazendo Embry arregalar os olhos.
-?
É mesmo você, garota? Que
você está fazendo aqui? – A arremessou em um forte abraço a
fazendo tirar os pés do chão.
-Er…eu…hun…vim
para ficar…uns tempos. – Gaguejou passando a mão pela nuca,
assim que Embry a soltou para a olhar.
-Sério?
Que legal! E Sean? Ele veio com você? – A bombardeou de questões.
-Não.
Ele não veio. Na verdade eu meio que ando fugindo dele. – Sorriu
desconcertada. – Ele se tornou um pouco violento depois da morte da
nossa mãe. – Explicou.
-Pois
é. Eu soube da morte da Mary Anne. Lamento imenso para vocês dois.
E lamento também por você. Não sabia que ele batia em você.
-Não!
Quer dizer. Ele não me batia. Só que ele estava sempre bêbado e
quebrava tudo…Tornou minha vida num inferno. – Explicou.
Embry
ia falar mas foi interrompido por um choro agudo que o alertou para
perigo. correu até
seu quarto, de onde ela sabia que vinha o choro, com Embry em seu
alcanço. Os olhos de Embry se esbugalharam ainda mais em espanto
quando viu pegar em
uma criança de pouco mais de dois anos em seu colo e a acalmar.
-É…sua?
– Ele questionou quando
o olhou.
-É
minha filha sim. Essa é Sophia. My
little sunshine. –
sorriu sem jeito
para Embry, beijando os cabelos de Baby Suh e enxugando as lágrimas
que escorriam de seus olhinhos.
-Isso
é…uma enorme surpresa para mim,
. Você é tão
jovem. – Comentou aturdido.
-Sou
apenas dois anos mais nova que você, Embry. Tenho 19. – Rolou os
olhos embalando a sua pequena.
-Sim,
eu sei. Mas ela já tem dois anos, eu acho. Isso significa que você
engravidou com 17 anos. – Fazia contas óbvias, completamente
espantado. – Alguma paixão avassaladora? – Inquiriu curioso e
preocupado.
-Um
amor impossível. – Suspirou deitando novamente Baby Suh, já
adormecida, na cama.
-Entendo.
Bom, , vou me deitar.
Estou estafado. Boa noite. – Ele se despediu se virando para sair.
-Boa
noite. – também
desejou se virando para lhe sorrir.
Nesse
mesmo momento, o mesmo momento em ele se virou para sair e o momento
em que ela se virou para lhe sorrir,
viu uma tribal
tatuada em seu ombro esquerdo. A mesma que o pai de sua pequena
tinha. Exatamente igual. Como se estivesse vendo uma réplica.
Eu
não me sinto triste, eu sou assim.
Esse
é o jeito. E eu quero mudar tudo. Ir ao fim e começar de novo.
Quando
eu me encontrar aqui, eu pensarei em você.
-Espere!
– falou um pouco
mais alto correndo até a porta do seu quarto e agarrando
tremulamente o braço tatuado de Embry.
-O
que foi? – Ele interrogou mas
não conseguiu responder. Estava em total transe analisando aquela
tatoo.
-Onde
fez essa tatoo? – Ela inquiriu com a voz baixa mas um pouco falha.
Embry
enrugou a testa e soltou o braço da mão que o agarrava. Olhou o
rosto de tendo um
vislumbre estranho de uma miscelânea de sentimentos entre dor e
felicidade. Embry clareou a garganta sem saber direito o que lhe
responder.
-Er…bem…em
uma loja de…tatoos. – Constatou obviamente.
-Alguém
mais tem essa tatoo? Exatamente igual a essa? Aqui na Reserva? –
Questionava sentindo em seu peito um buraco enorme, que ela estava
acostumada a sentir, começar se fechando. Sentia suas buscas quase
concluídas. Bastaria uma resposta de Embry.
-Porque
quer saber? – Franziu a testa desconfiado. Se perguntava o que sua
mãe havia contado a .
-Eu
preciso dessa resposta, Embry. É muito
importante para mim. – Salientou a última frase em um quase
imploro.
Embry
engoliu em seco e pensou qual seria o mal de ela saber quantos usavam
essa mesma tatoo. De qualquer das formas, se
ficasse mesmo por La
Push, iria ver essa tatoo em vários jovens da Reserva e isso não
significava que ela iria logo perceber o que eles eram.
-Alguns
rapazes e minha namorada. – Respondeu relutante.
-Vocês…fazem
parte…de algum tipo…de gang? – Perguntou preocupada.
-
eu…há coisas que…bom…eu não posso falar sobre isso. Desculpe.
Vou me deitar. Boa noite. – Embry beijou o topo da cabeça da
garota e se apressou em se trancar no quarto com medo do rumo
daquelas questões e da força paranormal que fazia para não
respondê-las.
deixou algumas lágrimas caírem de seus olhos e abraçou seu corpo
que tremia confuso com os sentimentos que pulsavam em seu peito.
Medo, felicidade, dor, esperança.
Deitou
em sua cama, do lado de sua little
sunshine, e se aconchegou a
ela, acariciando seus fios negros. Um uivo forte rompeu o silêncio
da noite, como um chamado, e
se sentiu reconfortada, protegida. O medo que deveria sentir
simplesmente se desvaneceu em seu coração. Apenas a certeza que
tudo estava perto do fim.
~~*~~
Amanhecera
rápido demais para o sono leve de
e tal como o sol
nasceu, se ergueu
para encarar um novo dia. Fez sua higiene matinal e banhou sua
pequena, colocando uma fralda nova e um vestidinho veranil azul com
florezinhas amarelas.
Depois
de arrumadas,
caminhou até a cozinha encontrando Liz e Embry cochichando algo
parecido a uma discussão, e uma garota morena, alta e linda,
encostada na pia, escutava atentamente a discussão de mãe e filho.
A
garota me olhou e logo Embry e Liz pararam de cochichar.
-Bom
dia, . Bom dia Baby
Suh! – Liz as cumprimentou como se segundos atrás nada tivesse
acontecido.
-Bom
dia Liz, Embry. – Sorriu para a outra garota desconhecida. Seus
olhos baixaram um pouco, em direção ao ombro esquerdo da garota, e
notou a mesma tribal de Embry tatuada na sua pele.
-Oi.
Eu sou a Leah, namorada de Embry. – A cumprimentou, caminhando até
e acariciando o
rosto de Sophia. – Oi princesinha. Tudo bom com você? – Brincou
amável com a criança.
-Prazer
Leah. Eu sou a e
essa é a Sophia, minha filha.
-Muito
linda sua filha. Seu rosto me faz lembrar alguém. – Olhou
sugestiva para Embry, que se contorceu desviando o rosto.
-Nós
já vamos indo, mãe. Devemos voltar no fim-de-semana. – Embry se
despediu de Eloise com um singelo beijo no rosto.
-Vai
viajar? –
questionou.
-Mais
ao menos. – Leah respondeu entrelaçando sua mão na do namorado.
-Então,
boa viagem. –
sorriu vendo os dois desaparecerem pela sala e saindo pela porta.
-Liz.
Era aquela tatuagem. –
contou empolgada e ao mesmo tempo apreensiva, assim que se viu segura
para falar sobre o assunto.
-Você
tem certeza ? – Liz
inquiriu angustiada, torcendo em seu dedo o fio de colar que trazia
ao pescoço.
-Nunca
tive tanta certeza de alguma coisa em minha vida. Eu estive falando
com Embry ontem e ele falou que alguns garotos aqui em La Push têm
aquela mesma tatoo. Liz, só pode ser um deles!
Liz
permaneceu inquieta, olhando a pequena criança no colo de
, sentindo um aperto
no peito por poder dizer mais detalhadamente quem eram os garotos que
tinham aquela mesma tatoo.
Liz
se sentia encurralada. Queria conselhos mas não poderia contatar os
Anciãos do Conselho por ter prometido a
que não falava de
Sophia para ninguém. Mas a condição dos meninos, também era um
segredo que não deveria de ser exposto a qualquer um.
Só
que não era
qualquer uma. era a
mãe da filha de um deles e mais do que ninguém merecia saber da
verdade acerca do pai de Baby Suh.
Olhando
mais atentamente para a pequena criança, Liz conseguia achar um pai
diferente para cada pequeno e singelo traço de Sophia. O queixo de
Jared, o nariz de Sam, a boca de Paul, os olhos de Embry…esse
último pensamento a assustou.
-,
não é o Embry, pois não? – Inquiriu receosa.
-O
quê? O pai de Suh? Não, não. Claro que não. Eu o reconheceria. –
Certificou o que fez Liz respirar mais aliviada.
Mas
a dúvida da paternidade ainda persistia em sua mente e ela sentia a
necessidade de contar a
sobre a verdadeira identidade do bando. Puxou
pela mão e a sentou
em uma cadeira disponível.
a olhou interrogativa.
-Há
alguma coisa que você me queira contar, Liz?
-Há
sim. Há uma coisa muito importante que eu preciso te falar sobre o
pai da Sophia.
-O
que é? – se
desesperou. – Fala Liz! O que você quer me contar sobre o pai da
minha filha! – Exigiu nervosa.
-Você
tem que me prometer que vai manter a calma e que, em circustância
alguma, você fala sobre isso para ninguém! Tal como eu manterei seu
segredo guardado, você tem de manter esse segredo oculto. – Liz
pediu.
-Tudo
bem. – respirou
fundo tentando manter a calma.
-Todos
os rapazes dessa tribo que têm essa tribal tatuada no braço são
protetores da tribo…isto é…todas as lendas que você escutou
sobre que essa tribo descendia de Lobos são verdade,
. Embry e o os outros
são Transmorfos. – Liz por fim confessou tirando um peso enorme de
cima de suas costas.
-Eles
são o quê? –
interrogou em uma oitava acima do seu tom de voz normal, seus olhos
saindo quase das orbes.
E
eu só quero me lembrar das coisas que nós temos feito.
Eu
não sinto culpa. Eu sou assim.
Só
quero viver minha vida. Hoje.
(Change
– Paramore)
Fourth
Chapter
Estou
morrendo para recuperar meu fôlego.
Oh,
porque eu nunca aprendo?
Eu
perdi toda a minha confiança,
Embora
tenha tentado dar a volta por cima.
Depois
de ter revelado o segredo da Reserva de La Push a
, Liz explicou
detalhadamente toda a lenda Quileute a ela.
ficou um pouco
assustada em relação ao fato de os Frios realmente existirem, mas
mais insegura ficou em questão aos imprints. Liz explicara como os
imprints funcionava e que efeitos tinham sobre os Lobos e suas
parceiras.
Pensar
que um dos rapazes-lobo poderia ser o pai de sua filha, a assustava,
mas saber que ele
poderia já ter marcado alguém a destruía por dentro e a fazia
perder as forças para continuar nessa busca.
A
conversa das duas foi interrompida por uma batida na porta. Liz se
ergueu para abrir a porta e se espantou com as visitas.
-Billy?
Sue? – Liz questionou espantada.
-Oi
Eloise. Podemos entrar? – Billy pediu a olhando com um sorriso
curto.
-Claro,
claro. – Liz assentiu um pouco tensa, olhando para
. – A que vos devo
essa visita? – Perguntou quando fechou a porta.
-Leah
passou lá por casa para pegar suas coisas e falou que você tinha
hóspedes. Viemos conhecer. – Sue comunicou calma.
-Entendo.
Sue, Billy, essa é a
Storm, minha afilhada. – Apresentou.
surgiu do canto da sala e veio cumprimentar os visitantes.
-Oi.
– cumprimentou
timidamente.
-Muito
prazer . Eu sou Sue
Clearwater, mãe da Leah, que você conheceu mais cedo, e esse é o
Billy Black. – A bela mulher de negros e compridos fios e olhos cor
de mel, se apresentou, apresentando também o homem de cadeira de
rodas, que surgia ao seu lado, com um semblante sorridente exibindo
várias rugas, mas ainda com os fios negros, parcialmente ocultados
por um chapéu de cowboy castanho-escuro. - Mas que criança mais
graciosa. – Sue comentou sorrindo e pegando em Sophia no colo. –
Qual é o nome dela?
-Sophia.
– respondeu
apreensiva pela tensão de Liz.
-Sabedoria.
Beleza. Subtileza. Tudo sinónimos de Sophia. – Billy falou. –
Posso pegar nela um pouco? – Perguntou.
olhou para Liz aflita, que apenas assentiu levemente. Sue passou a
pequena para as mãos de Billy que começou brincando com a pequena e
fazendo caretas engraçadas, roubando gargalhadas jocosas e infantis
da pequena.
-Parece
que gostou de você, Billy. – Sue comentou.
-Ela
me faz muito lembrar minhas filhas. Estou com uma saudade danada das
gêmeas. Mas aquelas duas são umas desnaturadas que não querem
saber do pai. – Billy resmungou continuando a brincar com a
pequena.
-E
então . Está
gostando da Reserva? – Sue questionou.
-Há
algum problema de ela ficar aqui? – Liz interveio.
-Oh,
problema algum, mas estranhamos não termos sabido da estadia de sua
afilhada. – Sue contou.
-A
culpa foi minha. Eu apareci sem avisar. –
se explicou.
-Não.
A culpa não é de ninguém. Eu que pedi que ela viesse quando
quisesse. E eu falei com vocês sobre a
.
é filha da minha
amiga Mary Anne Storm.
-Oh
claro. Que cabeça a nossa. A Mary Anne. Você falou sim. Nos
perdoem, mas já não somos novos. – Billy sorriu acalmando a
brincadeira e permanecendo com a criança sentada em seu colo. –
Mas nós não viemos para inspecionar. – Sorriu calmamente. –
Viemos para vos convidar pessoalmente, às três, para meu
aniversário, esse sábado. – Billy convocou.
Você
ainda pode ver um coração em mim?
Toda
a minha agonia desaparece
Quando
você me envolve em seu abraço.
Me
dê algo em que eu possa acreditar.
Você
abriu a porta agora não a deixe fechar.
-Céus,
é esse fim-de-semana! Me esqueci por completo. Eu ainda nem comprei
seu presente. – Liz se lamentou.
-Não
preciso de presente. Sua presença basta. – Declarou olhando
fixamente para Liz que desviou o rosto corando levemente. – Então
vocês aceitam o convite? – Inquiriu olhando para
. – Adoraria ter
essa pequena alegrando minha festa. – Sorriu apertando o pequeno
narizinho de Sophia.
-Além
de que seria perfeito para apresentar
aos garotos.
Precisa se enturmar com pessoas da sua idade, querida. – Sue
advertiu sorridente.
sentiu seu coração falhar algumas batidas quando escutou Sue falar
dos garotos. Estaria ele
incluído nesse grupo?
-Claro.
Seria um prazer. –
prontamente assentiu.
Liz
a olhou sugestivamente, parecendo realmente nervosa, mas
não entendeu qual
era a preocupação de sua madrinha. Franziu de leve o cenho para
Eloise, mas logo desviou o rosto abanando a cabeça discretamente.
-Mas
que cabeça a minha. Vocês querem tomar alguma coisa? Um café, um
suco? – Liz abanou a cabeça igualmente, caminhando em direção à
cozinha.
-Não,
querida. Eu estou bem. – Sue negou.
-Eu
também. Aliás, só passamos por cá mesmo para fazer o convite e
conhecer sua afilhada…e essa princesinha. – Billy sorriu passando
Sophia para .
-Já
vão embora? Isso foi pior que visita de médico. – Liz comentou
verdadeiramente desgostosa.
-Teremos
mais tempo no final de semana. – Billy lhe sorriu sendo guiado por
Sue até a porta.
-Voltem
sempre. Serão sempre bem-vindos. Minha casa é vossa casa. – Se
despediu.
-O
mesmo dizemos nós. Passe por nossa casa mais vezes. – Sue sorriu.
Liz
assentiu fechando a porta de casa em seguida. Se encostou na entrada
respirando apressadamente como se tivesse acabado de correr uma
maratona. Passou a mão pela testa bufando e inspirando fundo.
Queria
conseguir deixar isso tudo de lado.
Sei
que estou a um passo de dar a volta por cima.
Tentei
tantas vezes mas nenhuma foi real.
Faça
isso desaparecer.
Não
me despedace de novo.
Quero
acreditar que dessa vez é real.
-Vocês
está bem? – Mel questionou.
Liz
colocou a outra mão no peito e caminhou para o lado de
se sentando do seu
lado.
-Eu
quase morri de susto. Você tem noção de quem eles são? – Liz
questionou retoricamente.
-Não.
– franziu o cenho,
confusa.
-Eles
são Anciãos do Conselho da Tribo. – Explicou e
arregalou os olhos.
– Quando eu os vi parados na minha porta pensei que eles já
soubessem que eu te iria contar sobre o segredo da tribo…ou que
eles até soubessem de seu segredo…sei lá. Meu coração
simplesmente pulou pela boca. – Liz respirou fundo mais uma vez
esfregando a mão no peito.
-Será
que eles desconfiaram de algo? –
perguntou
preocupada.
-Eu
não sei, . Eu não
sei. – Respondeu abanando a cabeça freneticamente para depois
parar e encarar seriamente .
– Você tem consciência de que você pode encontrar o pai de
Sophia nessa festa, não tem? – Questionou mordendo o lábio
inferior.
-Pior
que tenho, Liz. E eu estou tão apavorada. – Suspirou se encostando
no sofá. – Mas me diz uma coisa que me deixou realmente curiosa. –
se ajeitou encarando
Liz.
-Fala.
– Liz incentivou.
-A
Leah também é uma Loba? Porque ela também tem a tatuagem no ombro.
– Constatou.
-É
sim. A única do bando. Agora ela se acostumou, mas no começo foi
bem difícil para ela. E não foi só por ela ser a única loba.
Liz
contou a a história
do triângulo amoroso Leah/Sam/Emily, o que deixou uma noção maior
e mais forte do quão forte era o imprint e de que consequências ele
trazia na vida das pessoas.
Depois
dessa história as esperanças de
morreram um
pouquinho mais, junto de seu coração, e a dúvida de se deveria de
continuar com essa busca acresceram ainda mais.
Respirando
fundo, se prometeu
aguentar até o final de semana, por sua filha.
Me
salve de meus medos.
Não
arranque de mim tudo o que eu preciso.
Me
dê algo em que possa acreditar.
Não
arranque o que me resta,
Tudo
o que eu preciso.
(All
I Need – Within Temptation)
Fifth
Chapter
Eu
ouço o tiquetaque dos relógios.
Estou
deitada na escuridão do quarto.
Me
pergunto onde você estará essa noite.
Sem
resposta no telefone.
E
a noite passa tão lentamente.
Oh,
espero que ela não termine entretanto, sozinha.
-Você
está pronta? – Liz questionou parando no batente da porta do
quarto de .
O
tempo passara correndo e o fim-de-semana logo chegou. Embry havia
saído nem havia 15 minutos para a festa depois de chegar de
manhãzinha da sua viagem.
-Estou.
– Sua voz soou falha.
se mirava no espelho como um ritual para se passar coragem e força
para seguir em frente e encarar aquele dia. Vestia um vestido branco
com duas camadas de tule por baixo e com as bainhas em tiras de renda
amarelas. O estampado era com pequenas florezinhas lilases com o
centro em amarelo. Uma tira de alça apenas envolvendo seu pescoço,
junto com um pingente com a foto da sua mãe. Calçava umas
rasteirinhas que se entrelaçavam em tiras pelos tornozelos acima e
trazia o cabelo preso em um coque alto, com a repa arrumada para o
lado esquerdo.
Seus
olhos apenas levavam no cílio superior um pouco de máscara e seus
lábios estavam brilhando com o gloss que aplicara.
-Você
está linda. – Liz constatou.
nada respondeu, apenas a olhou pelo reflexo do espelho mordendo o
lábio.
-Vai
correr tudo bem, . –
Liz assegurou caminhando até a afilhada e colocando uma mão em seu
ombro desnudo, beijando seus cabelos.
Uma
lágrima escapou de seus olhos sentindo suas forças se desmoronarem.
-Eu
não sei se consigo, Eloise. Não por minha filha, mas por mim… eu
ainda o amo muito e se…e se ele estiver lá? E se ele estiver lá
com…com outra? Com o seu imprint? Eu não sei se vou aguentar. –
Suspirou em meio a um soluço iminente.
-Calma,
, você não
estará sozinha. Eu estarei do seu lado, te dando forças. Vamos,
limpe essas lágrimas. Queixo erguido. Inspire fundo e junte forças.
Por sua filha. –
fez o que Liz instruiu e em seguida pegou sua bolsa, a colocando no
ombro, e pegou Baby Suh no colo.
A
pequena estava lindamente vestida com um vestidinho verde alface, um
agasalho verde musgo e umas sandálias pretas. Seu cabelo estava todo
entrançado dos lados deixando apenas a pequena repinha recolhida
atrás da orelha.
e Liz saíram de casa caminhando a pé apenas três pequenas quadras
até chegaram na aconchegante casa dos Clearwater, onde se realizaria
a festa por essa ser maior para acomodar os convidados e ter um
quintal igualmente grande.
inspirou fundo mais uma vez, quando pararam na porta da casa, e Liz
bateu.
A
espera de serem recebidas tornava sua ânsia cada vez maior e em
consequência sentia seu coração pular pela garganta e o estômago
embrulhar e dar voltas, a deixando maldisposta e enjoada.
-Que
bom que chegaram. – Uma garota com uma enorme cicatriz no rosto as
atendeu. - Já está todo mundo lá dentro. Só estávamos esperando
vocês. – Sorriu dando passagem para entrarem. - Olá
, eu sou a Emily.
– Se apresentou. – Olá Baby Suh. – Emily acariciou o rosto da
pequena, carinhosamente. – Nossa, como ela é linda. Igual a mãe.
– Emily sorriu abertamente, como a cicatriz lhe permitiu.
-Obrigada.
– sorriu
forçadamente, sentindo uma onda de náusea a envolver quando escutou
gargalhadas espalhafatosas vindas das traseiras.
-Vejo
que dispensam apresentações. Fico feliz que tenham chegado. Os
rapazes estão coçando de curiosidade de te conhecer,
. – Sue apareceu de
algum lugar, carregando uma taça de macarronada.
De
novo o peito de
pulou do peito. Se sentiu ofegar e enjoar um pouco mais, o que a
obrigou a ir no banheiro. Passou sua pequena para os braços de
Emily.
-Onde
é o banheiro? –
perguntou um pouco aflita.
-Vocês
está se sentindo bem? Está um pouco pálida. – Emily denotou.
-Só
um pouco enjoada. – Forçou um sorriso.
-O
banheiro é na segunda porta desse corredor. Não tem que enganar. Eu
vou procurar algum remédio para você. – Sue indicou.
se retirou um pouco apressada demais e se trancou no banheiro se
sentindo suar frio. Ergueu o tampo do vaso e se inclinou um pouco
para vomitar.
-.
Você está bem? – Liz
questionou batendo na porta do banheiro.
vomitou um pouco mais e quando sentiu que nada mais tinha para
despejar, deu descarga no vaso e se ergueu abrindo a porta.
-Você
não está bem. É melhor irmos embora. – Liz acariciou seu rosto,
abrindo a torneira e molhando o rosto dela.
-Eu
só estou um pouco nervosa. Já vai passar. – Garantiu passando
água na nuca.
-Tome.
Aqui tem um comprimido para os enjoos. – Sue lhe passou um copo de
água e um remédio. – Você está com uma cara péssima. –
Declarou.
-Onde
está minha filha? – Perguntou quando viu Emily parada no batente
da porta sem Baby Suh no colo.
-Está
no colo de Billy. Ele parece que se apaixonou por ela. E os rapazes
também. Estão todos babados. Até o meu Sam. – Sorriu.
Até
agora eu sempre me virei bem por conta própria.
Eu
nunca me importei, até encontrar você.
E
agora me gelam os ossos.
Como
eu fico sozinha?
passou outra vez mal quando Emily falou do seu companheiro. E se
fosse ele? E se esse tal de Sam fosse o pai da sua filha?
correu de novo até
o vaso e vomitou um pouco mais.
-Nossa,
você está mesmo mal. Melhor descansar. Vem para meu quarto. – Sue
a puxou pela mão quando
se recompôs e se limpou.
se deitou na cama de Sue e Liz pediu em silêncio para que as
deixassem sozinhas. Quando Emily e Sue saíram, Liz fechou a porta e
caminhou até se
sentando na ponta da cama, do lado dela.
se recompôs e se
colocou sentada na cama, amparada pelas almofadas, encarando Liz com
os olhos marejados.
-Porque
é que eu sou tão fraca, Liz? – Interrogou com a voz embargada.
-Você
não é fraca, . É
apenas frágil. Não há mal nenhum em ficar nervosa por estar tão
perto de rever o amor da sua vida, pai de sua filha. Eu sei também
que você está apavorada com essa questão do imprint. – Liz
constatou acariciando o rosto de
e lhe enxugando as lágrimas.
-Minha
filha…ela pode estar nesse momento frente a frente a seu pai. E eu
aqui. – Se culpou querendo se erguer.
-Calma.
Descanse um pouco. A festa ainda agora começou. Teremos muito tempo.
– Liz garantiu. – Você tem muito tempo para ganhar um pouco mais
de coragem. Eu vou ficar aqui com você.
-Não.
Vá para a festa. Billy com certeza deve estar sentindo sua falta. –
sorriu malandra e
Liz arregalou os olhos, um pouco corada.
-Você
notou? – Se espantou.
-Como
não havia de notar vossa troca de olhares? E a maneira como ele
falou: “Não preciso de
presente. Sua presença basta.”
– engrossou um
pouco a voz tentando imitar a voz de Billy, fazendo Liz rir alto e
por consequência rir junto.
-Você
é muito danadinha. Então vá. Descanse e se recupere. Quando
estiver pronta, apareça lá nas traseiras. – Se despediu beijando
sua testa.
-Tudo
bem. – assentiu
vendo Liz se retirar do quarto e encostar a porta do quarto.
encostou a cabeça na cabeceira da cama, fitando o teto e deixando
mais algumas lágrimas escaparem, se recordando com precisão da
noite em que ela se fez dele
e ele
foi seu. Secou as lágrimas inspirando fundo se dizendo mentalmente
que adiar não iria amenizar o seu mal-estar ou os seus medos.
Se
ergueu da cama e saiu do quarto caminhado até a sala. Mas então seu
celular tocou. Estranhou estar recebendo uma ligação e se espantou
ao ver o nome do irmão piscando no visor.
-Alô?
– Atendeu.
-Vem
ter comigo agora, !
– Exigiu com uma voz arrastada e pesada.
-Sean?
Eu não estou mais na Reserva Crow. – Elucidou um pouco irritada.
-Eu
sei onde você está. Estou parado aqui na porta da casa da Eloise.
Venha ter comigo agora! – Avisou elevando mais seu tom de voz.
se alertou e desligou a chamada saindo apressada da casa dos
Clearwater. Correu em direção a casa de Eloise e avistou seu irmão
escondido atrás de umas árvores. Ele a chamou com a mão e
foi até ele,
relutante.
-O
que você está fazendo aqui? Como me achou? – Ela brigou.
Sean
nada respondeu e apenas a pegou forte por um braço a arrastando mata
adentro.
-Me
solta! Está me machucando. – Gritou furiosa.
-Cala
a boca! – A apertou mais forte e a arrastou pela mata adentro sem
qualquer destino aparente.
-Onde
você está me levando. Pare Sean. Vamos nos perder. –
choramingava.
-Já
falei para ficar calada! – Se exaltou a jogando no chão.
Haviam
caminhado bastante e estavam bem longe da Reserva.
-Sean…o
que você quer. – Ela perguntou baixinho, com medo da reação do
irmão.
Olhando
melhor para o rosto dele,
podia ver pequenos cortes, covas negras e profundas em baixo dos
olhos, que estavam completamente raiados. Os nódulos de seus dedos
estavam em ferida, denotando que havia se metido em conusões. Sean
fungava e olhava em volta freneticamente, apertando os braços em
torno do corpo.
-Você
está drogado? –
se surpreendeu e suspirou tristemente.
-Calada.
Temos de ficar aqui escondidos. Ou eles vão nos achar. – Ele
sussurrou e em seguida gargalhou alto.
Não
sabe o quanto eu tenho esperado
Para
tocar seus lábios e te abraçar forte.
Como
eu fico sozinha?
(Alone
– Glee)
Sixth
Chapter
Eu
não consigo lutar contra esse sentimento.
E
no entanto, tenho medo de o deixar fluir.
Eu
não consigo lutar contra esse sentimento.
Me
esqueci pelo que comecei a lutar.
(POV
Jacob)
Se
eu contasse minha história diriam que eu era um lunático com sérios
problemas psicóticos. Minha vida era uma verdadeira porcaria, para
não dizer um palavrão pior.
Perdi
minha mãe muito cedo num acidente de viação que custou as pernas
de meu pai. Minhas irmãs saíram de casa antes que eu crescesse o
suficiente para me virar sozinho. Com onze anos tive de começar
cuidando de meu pai.
Apesar
de ele ser muito auto-suficiente, havia coisas em que ele ainda era
totalmente dependente. Como para tomar banho. Como ele se iria
colocar sozinho dentro de uma banheira?
Então
desde cedo aprendi a mexer com carpintaria e desfiz o banheiro dele
montando um novo, onde ele apenas precisaria de se transferir de uma
cadeira para outra, para se banhar.
Depois
disso tudo se tornou um pouco melhor, mas eu sentia uma falta
desgraçada da minha mãe e das minhas irmãs. Tive de crescer rápido
demais para não me perder em um mundo obscuro.
Poderia
dizer que meus anos de paz foram desde os meus 15 até meus 16 anos.
Depois reencontrei com Bella e minha vida virou do avesso. Ficou um
verdadeiro caos.
Ela
começou namorando com um cara que toda a minha Reserva odiava e só
mais tarde percebi porquê. Então ele sumiu, abandonou minha melhor
amiga e fui eu que estive presente do lado dela, tornando seus dias
melhores e mais alegres. Me apaixonei completamente por ela.
E
depois eu me tornei um Lobo. Isso foi o pior de tudo de mal que me
poderia acontecer. Me transformar em uma aberração gigante e
peluda.
Quando
eu descobri o que Edward e sua família representavam, eu odiei tanto
Bella por saber da condição deles, mas o amor falou mais forte.
Enfrentei
batalhas, quase morri, implorei, rastejei, sofri, mas nada demoveu
Bella a desistir de casar com Edward. E o que mais me magoava não
era saber que ela preferia a ele, apesar de ambos sabermos que ela
nutria fortes sentimentos por mim. O que mais me destruía por dentro
era saber que ela desistiria da vida por ele.
Bella
era egoísta. Apenas pensava nela e em seu amor. Estava disposta a se
sacrificar, sacrificar sua vida, sacrificar seus amigos e sua família
a acreditar que ela estava morta, depois que a transformassem…E eu
que lhe podia dar uma vida cheia de amor, alegria e filhos. Eu lhe
podia dar uma VIDA. E não lhe tirar a vida, como aquele sanguessuga
desgraçado ia fazer.
E
quando ela se casou, foi como se um pedaço do meu coração fosse
arrancado. Eu parti sem destino, sem vontade de continuar vivendo. Eu
parti para morrer. Morrer junto dela, da vida dela.
Então
eu fiquei doente. E eu acreditei que estava tão perto de morrer. Eu
tinha todos os dias um anjo tomando conta de mim. Um anjo que eu não
conseguia recordar do rosto.
Então
eu senti um forte chamado. Algo que fez meu coração pular. Corri de
volta a casa e soube da gravidez de Bella.
Era
algo completamente impossível, inumano. Aquela criança era
inconcebível. Um erro da natureza. Um grave erro da natureza que
tirava lenta e dolorosamente a vida da minha Bella.
Eu
permaneci um pouco mais do lado dela, lutando por ela e pela vida
dela. Implorando que ela tirasse aquele monstro de dentro dela, mas
Bella não me escutou. Mais uma vez ela não me escutou. Ela nunca
escutava. Era egoísta. Sempre foi e sempre seria. Mais uma vez ela
entregava sua vida em uma bandeja como se fosse um artigo barato a se
vender em um leilão. E o ódio só acrescia em meu peito cada dia
mais.
Então
aquela coisa nasceu e Bella deu seu último suspiro, sua última
batida. Ela morreu. Morreu para a vida e renasceu para a eternidade.
Ela se tornara em uma Fria. Ela se tornara na minha pior inimiga. E
eu continuava a amando tanto.
Meu
único objetivo a partir do momento em que Bella morreu, foi matar o
mostro que lhe roubara a vida. Mas quando aquele ser pequeno me olhou
nos olhos, quando aquele ser me olhou com aqueles olhos de chocolate,
que nem os da Bella, eu me perdi. Todas as forças que me prendia ao
centro da Terra, se partiram e novas cordas; fortes e grossas cordas
feitas de aço, me ligaram aquela coisinha pequena. E tudo para o que
eu vivia antes - o ar, a vida, o raciocino - passou tudo a ser dela.
Minha alma, meu coração e meu corpo estava todos comandados por
aquele pequenino ser.
E
a partir daquele dia minha vida dependeu de Renesmee. Todo o amor que
eu tinha por Bella se desvaneceu como fumaça. Se desvaneceu como se
nunca realmente tivesse existido, como se tivesse sido uma ilusão da
minha cabeça, uma peça que não se encaixava na minha mente.
Minha
vida tem sido um vendaval desde que te vi.
Tenho
corrido em círculos dentro da minha cabeça.
E
sempre parece que estou te seguindo.
Pois
você me leva a lugares que sozinho nunca encontraria.
Agora,
dois anos depois do seu nascimento, a minha vida continua um
mistério. Não sei mais para o que vivo nem como vivo. Sou um
pequeno robô comandando pela força de um imprint.
-Jacob!
– Minha Nessie gritou correndo em meu encontro se atirando em meu
colo.
Apesar
de ter dois anos e aparentar ter seis, sempre que eu via Nessie ou a
tocava, meu corpo todo reagia com pequenas explosões de felicidade,
carinho, amor e adoração. Meu coração batia mais forte e um
sorriso se rasgava em meu rosto.
-Minha
princesa! Que saudades suas! – A apertei forte em meu abraço. Seu
cheiro era delicioso.
-Modere
seus pensamentos, Jacob. – Edward rosnou.
-Meu
Deus. Vocês não desgrudam um segundo. Larga ela, Jake. Vai
amarrotar o vestido importado dela! – A fadinha brigou.
-Solta
ele, Nessie. Você vai ficar cheirando a cachorro! – A loira azeda
comentou exasperada torcendo o nariz.
-Sabem
o que é um ponto amarelo no céu no meio da noite? – Comecei com
minhas piadas apenas para acicatar Rose. Ela me dardejou com seus
olhos dourados e eu sorri cinicamente. – É uma loira em cima de um
poste achando que é lâmpada! – Gargalhei alto me divertindo do
rosto de Rose, que quase explodia de ódio. (N/A:
Piada de loira inventada por mim. Cansei das outras. Mas acho que não
fui bem sucedida em fazer piada, pois não? Mas as outras também às
vezes são tão sem graça e no entanto todo mundo ri. What
ever.)
Nessie
ria junto comigo e Alice prendia os lábios entre seus dentes
evitando rir. Edward sorria, mas logo se recompôs me olhando
sugestivo.
-Eu
acho melhor você ir logo embora porque hoje a Rose está muito mal
disposta. – Edward advertiu.
-O
que foi, loira? Acordou do lado errado da cama? Tá de TPM? –
Provoquei um pouco mais. – Oh, espera. Você nem dorme nem tem
aquelas coisas de mulher! – Gargalhei um pouco mais e ela rosnou.
-Corre
Jake! – Nessie gritou me puxando pela mão e me arrastando para
fora de casa.
Eu
só estava fugindo para entrar na brincadeira de Ness, não é que eu
tivesse medo da loira. A verdade é que eu provocava Rose com o
propósito de ter uma briguinha com ela, como eu às vezes tinha com
Emmett.
-Espere
Nessie! Você esqueceu de colocar a flor no cabelo! Os acessórios
são sempre importantes! Nessie, volte aqui! – A fadinha correu
atrás de nós e Nessie parou cruzando os braços.
-Caramba
tia, eu estava me divertindo. – Nessie comentou montando um
biquinho encantador.
-É
só um segundinho. – Alice declarou, prendendo uma flor de plástico
rosa na lateral da cabeça de Ness, prendendo seus fios arruivados. –
Prontinho. Ain, ficou tão linda!! – Alice quicou dando pulinhos e
batendo palminhas, como só ela fazia.
-Uma
verdadeira princesa. – Comentei embevecido admirando minha Nessie.
Ela
vestia um lindo vestido rosa clarinho, com um enorme laço branco nas
costas e uns sapatinhos de festa brancos, com umas meias brancas.
-Filha,
leve um agasalho. – Bella lhe entregou um casaquinho de lã branco.
– Jacob, não volte muito tarde. Cuidado com a estrada. Não a
deixe comer muitos doces. Não a deixe se sujar, se não a Alice de
castra e castra todo os outros Lobos. – Bella advertiu como uma mãe
extremosa costumava fazer.
-Ah
mãe! Eu não sou mais um bebê! E eu quero brincar! – Nessie
brigou emburrada.
Eu
me baixei em sua direção e segredei em seu ouvido, mesmo sabendo
que todos os outros iriam escutar.
-Eu
tenho lá em casa uma roupa para você poder trocar para brincar. –
Comentei e ela se alegrou batendo palmas à lá fadinha.
-JACOB
BLACK! Nem ouse encostar em um dedo sequer no meu vestido importado
de Marrocos!
– Alice vociferou danada.
-Baixinha.
Você escolhe. Ou eu troco a roupa da Nessie, ou você vai ter de se
segurar quando ela aparecer com o vestido Made
in Marrocos todo coberto de
lama, suco e doces. – Cruzei os braços e Alice me encarou de olhos
arregalados.
-Ain
que ódio! Se eu conseguisse enxergar o vosso futuro eu poderia
prever esse tipo de desastres! Droga, mil vezes droga! Não se mexam
que eu já volto! – Exigiu sumindo que nem um foguetão
(literalmente) para dentro de casa.
-Vê
se não se perde no País das
Maravilhas Importadas, Alice.
A festa do meu pai está quase começando! – Falei um pouco mais
alto sabendo que ela me escutaria.
Mal
terminei de falar ela surgiu de nova na minha frente carregando uma
mochilinha cor-de-rosa com desenhos da Barbie com um cachorro. Ri do
desenho e rolei os olhos.
-Tome,
aqui está uma muda de roupa para ela. – Me entregou a mochila.
-Eu
falei que tinha lá uma muda. Não preciso dessa.
-E
você lá entende de roupas e de mudas? Com certeza suas mudas não
são fashions como as minhas! Leva isso e não se discute mais. –
Alvitrou firme.
-Tudo
bem, baixinha. Vamos Nessie? – Dei a mão a minha pequena princesa.
-Vamos!
– Ela saltitou me abraçando. – Eu te adoro Jake.
-Eu
também te adoro muito, minha pequena. – Declarei afagando seu
rosto.
Porque
eu não consigo lutar contra esse sentimento?
Me
esqueci pelo que comecei a lutar.
E
se eu tiver de rastejar. Chegarei
derrubando sua porta.
(I
Can´t Fight This Feeling – Glee)
Seventh
Chapter
Algumas
vezes na vida todos nós sofremos.
Todos
nós temos tristezas.
Mas
se formos espertos,
Sabemos
que sempre existe o amanhã.
(POV
Embry)
Rever
tinha sido uma
surpresa muito agradável. A princípio, antes de a reconhecer, a
tratei com certa frieza pouco habitual em mim. Havia tido uma
discussão acirrada com Leah sobre o fato de ela querer adotar uma
criança e eu não. Apesar de ter certezas do meu amor por ela, não
achava que estivéssemos já preparados para receber uma criança
entre nós. Para além de ainda não morarmos juntos, namorávamos
apenas há um ano. Era muito prematuro ter uma criança entre nós.
Tudo bem que eu entendia suas necessidades. Sendo Leah uma Loba não
poderia me dar um filho, mas ela estava demasiado obcecada com isso.
Então
no meio da minha conversa com
escutamos um choro e eu me alertei. Corri atrás de
e minha
respiração falhou quando a vi pegar em uma criança de apenas dois
anos que chamava a
de…mãe!? Foi um tremendo choque para mim.
Como
a podia ser mãe tão
nova? Ela sempre foi muito certinha e muito doce. Talvez algum idiota
a tenha enganado e a levado em cantigas, embuchado ela e sumido. Isso
gerou uma estranha raiva dentro de mim.
Meio
atordoado me despedi dela e me virei para ir embora.
-Espere!
– Ela quase gritou correndo até mim e me pegando pelo braço.
-O
que foi? – Perguntei a vendo olhar fixamente para minha tatoo.
-Onde
fez essa tatoo? – Questionou trêmula me fazendo estranhar sua
reação e sua súbita curiosidade.
-Er…bem…em
uma loja de…tatoos. – Clareei a garganta antes de responder algo
óbvio. Não sabia de todo o que lhe dizer.
-Alguém
mais tem essa tatoo? Exatamente igual a essa? Aqui na Reserva? – Me
bombardeou de perguntas.
-Porque
quer saber? – Senti um filete de suar escorrer por meu rosto
temendo até que ponto ela sabia das coisas. E que coisas ela
saberia.
-Eu
preciso dessa resposta, Embry. É muito
importante para mim. – Se explicou quase me implorando e eu senti
um baque no peito estranho.
Eu
adorava muito e a
tinha com uma irmã. Lamentava muito por tudo o que ela passara,
desde a morte da mãe, as agressões do irmão, que ela jurara não
existirem, e a sua gravidez, mas, por mais que eu confiasse nela não
podia expor minhas condições de Lobo para ela.
-Alguns
rapazes e minha namorada. – Respondi casualmente.
-Vocês…fazem
parte…de algum tipo…de gang? – Perguntou apreensiva.
-
eu…há coisas que…bom…eu não posso falar sobre isso. Desculpe.
Vou me deitar. Boa noite. – Fiz uma força descomunal contra mim
mesmo para não falar tudo. Me despedi dela apressadamente e me
tranquei em meu quarto.
Mal
me deitei em minha cama escutei um uivo forte, como um chamado. O
chamado de Sam. Bufei de impaciência e saltei pela janela do meu
quarto para evitar me cruzar de novo com
.
Corri
até a floresta e tirei minhas bermudas as deixando em um canto e
deixei a transformação fluir em mim. Logo senti Jacob permitindo a
partilha de pensamentos entre ambos os bandos.
“Ei
Embry! Que saudades cara.”
Jared comentou sorrindo em seu pensamento.
“Oi
pessoal!” Seth cumprimentou
animado.
“Nos
encontremos todos na clareira. Tenho um comunicado urgente a fazer.”
Sam falou com a sua típica voz de Alpha.
“Oi
Leah.” A cumprimentei e ela
me sorriu apaixonada.
“Oi
amorzinho.” Me cumprimentou.
Estava mais calma, bom sinal para mim.
“Pessoal,
sem melação, please. Me dá vómitos!”
Paul nos mostrou uma imagem dele forçando o vómito o que nos fez
gargalhar e Leah revirar os olhos.
“Lembrarei
disso da próxima vez que te vir todo meloso com a Rachel!”
Quil pegou recebendo um dedo mágico – mental, é claro – de
Paul.
“Guys,
já tinha saudades de vossas briguinhas gays!”
Comentei recebendo rosnados de todos.
“Senti
uma movimentação nova em sua casa, Embry.”
Sam comentou e logo me lembrei de
me agarrando e me
olhando preocupada.
“Quem
é ela?” Leah rosnou para
mim.
“Calma,
Lee. É a afilhada da minha mãe. Amanhã te apresento ela.”
Declarei em minha defesa.
“Mó
gatinha, ein!” Paul
comentou.
“Tento
na língua Paul. Tenha respeito por minha irmã!”
Jacob, finalmente se manifestou.
“Tu
fala? Meu Deus. O Jake fala! Ebaaaa! Vamos comemorar!”
Jared zoou fazendo Brady e Collin, que pensavam em umas minas e uns
videogames, à parte da nossa conversa, rirem descontroladamente.
“Sem
essa, Jared. Estou de mau-humor!”
Contou e em seguida mostrou Nessie agarrada a um meio-vampiro como
ela, que tinha salvado a pele de todos nós anos atrás, no confronto
com os Volturi.
Se
apoie em mim quando não se sentir tão forte.
Serei
seu amigo. Te ajudarei a passar por isso.
“Parece
que já foi trocado.” Paul
pegou recebendo rosnados nada satisfeitos de Jake.
“Se
controlem!” Sam exigiu. “Por
favor.” Pediu para Jake, já
que agora ambos eram Alphas.
Logo
todos chegamos na antiga clareira onde todos nos reuníamos para
conversar sobre assuntos sérios. Não estava gostando muito da
expressão de Sam.
“Nos
relate a ocorrência Sam.”
Jake pediu.
“Não
se preocupem, não tem nada a ver com vampiros, mas os sete lobos que
dois anos atrás se juntaram a nós na batalha contra os Volturi,
regrediram na transformação.”
Explicou e logo me lembrei do bando que veio do Canadá para nos
ajudar a combater contra os Volturi. Era um bando bem mais fraco e
inferior ao nosso, mas mesmo assim era um bando de Transmorfos.
“Como
assim, regrediram?” Quil
questionou.
“Perderam
o poder de se transformar. Voltaram a ser totalmente humanos outra
vez.” Contou.
“Mas
como isso é possível?”
Perguntei.
“Eles
eram mais fracos que nós, mas o genes dos lobos ainda corriam nas
veias deles.” Jared comentou
sério.
“Eu
não sei como isso foi possível e por isso quero enviar um grupo
para lá para averiguar a situação. Jake, você poderia me ceder a
Leah e o Embry para irem junto do Jared e do Paul para investigar
esse caso?” Sam pediu se
dirigindo a Jake.
“Não
vejo qualquer problema nisso. Tudo bem para vocês, Leah, Embry?”
“Se
tem mesmo de ser?” Leah
abanou o lombo indiferente.
“Será
perfeito.” Assenti sentindo
minha curiosidade aguçada.
“Então,
partirão os quatro amanhã.”
Comunicou. “Estão todos
dispensados.” Falou para o
seu bando.
“O
mesmo digo eu.” Jake
comunicou aos restantes.
Sentia
ele tenso e bastante triste e fiz sinal com a cabeça para
conversarmos à parte. Corri em direção a onde havia deixando as
minhas roupas e pouco depois nos encontramos na porta de casa dele,
já em formas humanas.
-Está
tudo bem com você? – Questionei assim que me aproximei dele.
-Claro.
Só estou um pouco cansado.
-Cara,
eu sou seu amigo. Sei perfeitamente quando você está bem, está mal
e quando está simplesmente cansado. – Pousei uma mão em seu
ombro. – É por causa da Nessie, não é? – Interroguei mesmo
sabendo que a resposta era afirmativa.
-Cara,
eu adoro aquela garota, mas…eu me sinto meio que enfeitiçado. Como
se eu fosse realmente obrigado a gostar dela…daquele jeito que um
imprint exige. – Falou passando as mãos nos cabelos. – Eu não
sei se é algo de errado que está acontecendo comigo, porque quando
eu olho para os outros imprints…eu sinto que é real. Eu vejo que é
real. É amor de verdade! Mas comigo…é como se o que eu sinto por
Nessie estivesse sobrepondo todos os meus reais sentimentos. Como se
meu coração já estivesse cheio e com Nessie parece tudo
transbordar! Não sei explicar. – Suspirou fatigado, desistindo de
tentar entender suas próprias dúvidas.
-Cara…não
te posso ajudar muito nessa situação. Eu nunca sofri um imprint. E
espero nunca vir a sofrer, porque eu não trocaria Leah por nada
desse mundo. Mesmo que minha vida dependesse do meu imprint. –
Falei apaixonadamente.
-Eu
te invejo, cara. Você teve o poder de decisão e de escolha. Eu não
sei se conseguiria viver sem minha Nessie. Ela é a minha luz. O ar
que eu respiro. Mas…
-Você
sente que ela não é a garota certa pra você, não é?
-Exatamente!
– Me deu razão mas depois comprimiu os olhos trespassando uma
expressão culpada para seu rosto. – Me explique como é que o meu
imprint não pode ser a coisa certa para mim? As Lendas dizem que os
imprints SÃO as mulher perfeitas para nós, que nasceram para ser as
nossas metades…
-Ser
a mulher perfeita não quer dizer que seja a mulher certa. –
Declarei e ele me olhou interrogativo pensando em minha frase. –
Bom, espero não ter criando um nó ainda maior em sua cabeça. Vou
embora que o dia foi longo e ele ainda está longe de terminar.
Sempre que quiser pode falar comigo. Não esqueça que eu sou seu
amigo. – Lembrei ao mesmo tempo que andava em direção a minha
casa.
-Eu
sei. Desculpe se não tenho sido um amigo tão presente também. –
Se lamentou se erguendo para entrar em casa.
-Você
precisa mais de mim do que eu de você. Não se preocupe comigo.
Quando eu precisar de você, você saberá. – Pisquei o olho e ele
me sorri amigável entrando em seguida em casa.
Voltei
para minha casa e não consegui dormir. Pensava insistentemente nas
perguntas que me
havia feito sobre minha tatoo mais cedo. O que será que minha mãe
havia falado para ela?
Tiraria
essa história a limpo assim que amanhecesse.
Porque
não vai demorar,
Até
eu precisar de alguém para me apoiar.
Por
isso, por favor, engula seu orgulho.
(Lean
on Me – Glee)
Eighth
Chapter
Vá
em frente, faça nossos sonhos se realizarem.
Não
desista da luta, você ficará bem.
Porque
não há ninguém como você no universo.
Não
tenha medo do que a sua mente esconde.
Você
deveria resistir pelo que você acredita.
(POV
Embry)
-Bom
dia filho! – Minha mãe me desejou quando eu surgi na cozinha.
-Precisamos
falar. – Anunciei.
-Claro.
Está acontecendo alguma coisa? – Perguntou e antes que eu pudesse
responder bateram na porta.
-Deve
ser Leah. – Expliquei e ela assentiu indo abrir a porta.
Minha
namorada cumprimentou a sogra e atravessou a sala vindo em meu
encontro beijando meus lábios apaixonadamente.
-Eu
vou vos deixar sozinhos. – Minha mãe indicou.
-Não.
Nós ainda não falamos. E não há qualquer mal da Leah escutar. –
Afirmei e minha mãe me olhou preocupada.
-Passasse-se
alguma coisa? – Perguntou desassossegada.
-O
que você contou a
sobre nós? – Perguntei.
-Contar?
Sobre nós? Nós quem? – Inquiriu confusa.
-Sobre
nós. – Apontei para mim e para Leah e em seguida para a tatoo.
Leah
me olhou inquisitiva com uma interrogação em forma de ruga na
testa.
-Eu…eu…eu
não contei nada. – Minha mãe engoliu em seco, sinônimo de que
ela estava mentindo.
-Mãe.
O que você está escondendo? – Insisti.
-Já
falei que não estou escondendo nada, Embry! Você tá duvidando da
palavra da sua mãe? – Bravejou.
-Alguma
coisa você está escondendo sobre a
. – Segredei.
-O
que diz respeito a ,
eu não posso falar. – Me virou costas.
-Eu
sou seu filho, caramba. E se o que você está escondendo tem a ver
com o bando, eu tenho todo o direito de saber! – Continuei
discutindo em cochichos.
Mas
parei quando percebi que não estávamos mais sós.
-Bom
dia, . Bom dia Baby
Suh! – Minha mãe as cumprimentou e eu olhei Leah de relance,
percebendo seus olhos fixos na criança.
-Bom
dia Liz, Embry. –
nos cumprimentou e eu vi Leah caminhando até
.
-Oi.
Eu sou a Leah, namorada de Embry. Oi princesinha. Tudo bom com você?
– Leah se apresentou, babando na pequena.
Pronto,
meu inferno estava completo. Agora Leah só iria ficar mais certa em
querer adotar uma criança.
-Prazer
Leah. Eu sou a e
essa é a Sophia, minha filha. –
se apresentou de
volta.
-Muito
linda sua filha. Seu rosto me faz lembrar alguém. – Me olhou
sugestiva e eu rolei os olhos, suspirando baixinho.
-Nós
já vamos indo, mãe. Devemos voltar no fim-de-semana. – Anunciei
arrastando Leah para ir embora.
-Vai
viajar? –
questionou.
-Mais
ao menos. – Leah deu de ombros analisando curiosamente a expressão
de .
-Então,
boa viagem. –
sorriu e nós saímos de casa.
Quando
estávamos longe o suficiente, Leah me olhou com os olhos estreitos.
-O
que foi? – Indaguei.
-Aquela
menina não te faz lembrar ninguém? – Me questionou insinuante.
-Não.
Porquê? Te faz lembrar alguém? – Perguntei confuso.
-Faz
sim…só que eu não estou conseguindo associar a ninguém. –
Suspirou parando na porta de casa dela. – Vou pegar minhas coisas
lá dentro. – Me deu um selinho e entrou em casa.
Ajeitei
minha mochila no ombro e vi Paul e Jared saindo de casa e caminhando
em minha direção.
-Então.
Prontos para uma viagem? – Perguntei animado.
-Pronto
para servir de vela, isso sim! – Paul rolou os olhos, inconformado.
-E
eu serei o castiçal! – Jared pegou rindo descontroladamente.
-Vamos?
– Leah se juntou a nós me abraçando.
-Bora.
– Respondi animado.
~~*~~
E
essa noite nós poderemos verdadeiramente dizer,
Que
juntos, somos invencíveis.
E
durante a batalha, eles irão nos rebaixar.
Mas
por favor, por favor,
Vamos
usar essa chance para reverter as coisas.
-Então,
o que vocês descobriram? – Jacob nos perguntou quando nos juntamos
de volta ao nosso bando, na sexta-feira. Cinco dias depois de termos
partido para o Canadá.
-Não
há respostas plausíveis. Os testes de sangue estão normais, a
temperatura desceu para a temperatura habitual dos humanos, eles
demoram a sarar e bom, não se transformam mais. – Enumerei.
-Será
que isso pode ser algum poder de algum vampiro interferindo com a
transformação dos lobos?
-Eu
não acho. – Quil se pronunciou. - Eu estive investigando junto com
meu avô e estivemos revendo as Lendas, mas nenhuma especificava nada
em relação a uma regressão das transformações.
-Ou
seja, as Lendas não nos podem ajudar. – Leah respondeu frustrada.
-Espere,
eu tenho uma teoria. – Quil se ajeitou no sofá da casa dos Black.
-E
qual é? – Perguntei curioso.
-Já
que as Lendas não nos souberam dizer nada, eu investiguei nos
repositórios da biblioteca da escola, procurando pelos arquivos das
populações ao longo dos anos. Vocês sabem que são sempre feitas
fichas de todos os habitantes de La Push. Bom, alguns são
confidenciais e estão com o meu avô, mas há aqueles que são
abertos ao público, que são os que estão na biblioteca… - Quil
divagou.
-Quil,
fala logo o que você descobriu! – Leah se irritou o fazendo rolar
os olhos.
-Então,
eu descobri que em 1837 um pequeno grupo de jovens foi recrutado por
uma Organização Mundial para prolongar os estudos fora do país. A
maior parte deles, quando terminou os estudos, nunca mais voltou.
Agora adivinhem para onde eles foram? – Nos perguntou.
-Canadá.
– Presumi.
-Exatamente.
Então a minha teoria é a seguinte. Como eles se afastaram da nossa
tribo e deixaram de ter contato com os nossos genes, se misturando
com os genes dos humanos habituais, eles acabara por perder os
códigos que os permitiam a uma transformação imediata, assim que
vampiros estivessem por perto. Esses códigos foram se perdendo com o
passar dos anos, mas não desapareceram por completo, por isso eles
conseguiram efetuar uma transformação. – Quil explicou.
-Mas
como eles se tornaram Lobos? – Seth questionou.
-Ao
que parece, um grupo de vampiros se instalou na cidade em que eles
estavam, o que forçou os genes de Lobo a tomarem conta do organismo
deles, os fazendo se Transformarem. Eles destruíram os vampiros e
antes que os genes dos Lobos pudesse rescindir de novo, nós os
chamamos para se juntarem a nós na batalha contra os Volturi.
-Mas
eles já não deviam ter deixado de se tranformar há mais de um ano?
– Jake perguntou.
-Bom,
segundo a minha teoria não. Porque eles continuaram se transformando
habitualmente. Só que as transformações começaram a se tornar
mais escassas, porque eles não tinham mais contato connosco, ou com
vampiros e por isso não havia a necessidade de eles se
transformarem. Daí eles terem regredido na Tranfosmação. –
Terminou a explicação da sua teoria.
-Pode
ser apenas uma teoria, mas pelo menos faz todo o sentido. – Jake
comentou.
-E
responde a todas as nossas perguntas. – Acrescentei.
-O
que o Sam achou disso? – Jake questionou.
-Eu
ainda não tive oportunidade de falar com ele, mas amanhã, depois do
niver do seu velho eu falo com ele. – Quil avisou.
-Verdade.
O velho Billy faz anos amanhã. – Lembrei e meu amigo sorriu fraco.
-Estão
todos dispensados. Até amanhã. – Jake indicou suspirando
pesadamente.
E
essa noite nós poderemos verdadeiramente dizer
Que
juntos, somos invencíveis.
Faça
isso por si mesmo. Não faz diferença para mim.
O
que você deixa para trás, o que você escolhe ser.
E
qualquer coisa que disserem, sua alma é inquebrável.
(Invincible
– Muse)
Ninth
Chapter
Eu
estava errada em pensar que
Eu
poderia sempre confiar em você.
Aqui
eu estou, aqui eu fico.
(POV
Embry)
Fui
embora com Leah e Seth e passei o resto da tarde em casa da minha
sogra acabando por jantar lá e ajudando a preparar as coisas para a
festa no dia seguinte. Quando demos conta já estava tarde da noite e
eu acabei dormindo lá por insistência de Leah. Só voltei para casa
na manhã seguinte me arranjando rapidamente para a festa e saindo
antes de minha mãe e .
Assim
que cheguei na festa todos já estavam lá, até mesmo Jacob e
Nessie, que se deliciava brincando com Claire, da mesma idade dela,
física. Porque a Nessie tinha dois anos de idade.
Estavam
todos no quintal conversando, namorando e comendo.
-Oi
pessoal! – Cumprimentei de alto.
-Oi
Embry! – Me cumprimentaram todos em coro.
-Parabéns,
Billy! Muitos anos de vida e saúde de ferro! – Desejei lhe
entregando uma pequena recordação.
-Obrigado,
Embry. – Me agradeceu olhando em vota. – Cadê a sua mãe, a
e a Baby Suh? –
Perguntou estranhando eu ter vindo sozinho.
-Baby
Suh? Quem é Baby Suh? É outra gata? – Paul questionou levando um
tapa de Rachel. – Ai amor, só estava perguntando. Não é que eu
vá ter olhos para outra garota que não você, né! – Falou como
se fosse realmente óbvio.
-Baby
Suh é a coisa mais linda que eu já vi na vida. É filha da
. – Leah
comentou com os olhos brilhando.
-Filha?
Mas a garota parecia ser bem nova. Que idade que a
tem? – Quil
questionou se recordando da breve imagem que eu havia mostrado sem
querer no outro dia.
-É
mais nova que nós. Tem 19 anos. E Sophia tem dois. – Contei.
-Nossa.
Foi mãe bem jovem. – Emily se espantou.
-Cadê
o Seth? – Perguntei não o vendo por ali.
-Foi
na casa dos Cullens. A Alice tinha comprado um presente para Billy
mas ainda não tinha chegado. Ela ligou há pouco dizendo que estava
chegando e que era para Seth o ir pegar. – Leah explicou rolando os
olhos. – Eles acham que o Seth é o cachorro de estimação deles.
– Bufou.
-Leah,
não seja tão venenosa! – Sue brigou e no mesmo instante a
campainha soou. – Deve ser a Eloise.
-Eu
vou abrir. – Emily indicou correndo para dentro de casa.
Vi
Paul e Jared pregarem uma partida a Collin e Brady lhes colocando
cubos de gelo nas calças, o que roubou várias gargalhadas de todos
nós, por vê-los aos saltos.
Poucos
minutos depois Emily surgiu com Sophia no colo, que pulava animada
pela festa.
-Baby
Suh! – Billy exclamou. Ele gostava mesmo da garota.
-Olha,
Claire. Uma criança! – Nessie gritou correndo até Emily e fazendo
carinho na menina.
-Nossa,
que menina mais linda! – Kim comentou.
-Linda,
mesmo, não é? – Leah questionou apertando as bochechas da
pequena.
-Muito
mesmo. – Rachel se espantou. – E me faz lembrar alguém.
-Eu
não falei. A mim também me faz lembrar alguém, mas não sei quem.
– Leah continuou brincando com a pequena.
-Onde
está Liz e ? –
Billy questionou estranhando elas não terem aparecido.
-A
passou mal. Eu
vou ver se elas precisam de alguma coisa. – Emily avisou, passando
a pequena para as mão se Leah.
-Me
traz ela aqui, Leah. Eu quero pegar nela. – Billy pediu.
-Nossa,
papai, eu nunca te vi tão animado com uma criança, nem mesmo com
Nessie. – Jacob se espantou.
-Eu
não sei explicar, mas eu sinto que com essa pequena é diferente. –
Ele sorriu acariciando o rosto da menina, que se ergueu e deu um
beijo no rosto de Billy.
-Querem
ver que o meu sogrão teve um imprint pela pequena! – Paul pegou
nos fazendo gargalhar alto.
Reparando
melhor nela, eu poderia concordar com Leah e Rachel. Baby Suh me
fazia sim lembrar de alguém. Mas eu não conseguia me lembrar quem.
-Desculpe
a demora, Billy, mas a
não se sentiu muito bem. Ela ficou descansando no quarto de Sue. –
Minha mãe surgiu entre a multidão que se aglomerava aos pés da
cadeira de Billy, admirando e brincando com a pequena.
-Não
tem mal. Espero que ela fique bem. – Desejou.
Eu
estava errada em pensar que
Eu
poderia sempre amar você,
Eu
estava errada em pensar que
Você
deveria me amar também.
(POV
Seth)
-Seth,
você tem que levar com muito cuidado esse presente. Ele foi
importado do Havai e é muito frágil! – Alice me mandou sermão
mais uma vez.
Eu
apenas abanei meu focinho sentindo minha pata traseira sendo apertada
pela corda que prendia o presente de Billy.
-Alice,
deixa o Seth ir embora de uma vez, senão quando ele chegar lá a
festa já terminou e ele nem aproveitou. – Esme me defendeu e eu
abri minha fileira de dentes em um sorriso lupino.
-Tudo
bem, vai lá. – Alice me dispensou e me virei para entrar na
floresta. – CUIDADO! – Ela gritou mais uma vez e eu bufei alto
rolando os olhos.
Corri
para dentro da floresta ignorando os protestos de Alice para que eu
fosse mais devagar. Tomei todo o cuidado com minha pata traseira,
tendo atenção para não tropeçar nem bater com o embrulho em nada.
Quando
olhei para a frente derrapei. Tinha chegado à fronteira e teria que
saltar para o outro lado. OK, o salto não era muito grande para mim,
o faria sem esforço algum, mas tinha de ter cuidados redobrados com
o presente da Alice, se eu não queria ser no futuro um Lobo
castrado.
Caminhei
um pouco para trás, para dar lance e depois corri de volta para a
frente saltando para o outro lado e tomando cuidado para não cair
sobre as patas traseiras. Acabou que eu fui de focinho ao chão
ficando com as patas traseiras para cima.
“Ao
menos o embrulho está a salvo.”
Me queixei doloridamente, me recompondo para tornar a correr.
-Pare!
– Escutei um grito não muito longe de onde estava e logo em
seguida escutei algo ser jogado contra uma árvore. Quando senti o
cheiro de sangue, percebi que não tinha sido algo, e sim alguém.
Corri
mais rápido em direção ao cheiro de sangue e percebi uma garota
inconsciente, jogada no chão e do seu lado um cara com um casaco com
o capuz na cabeça, agachado, se embalando para a frente e para trás,
olhando a garota desacordada.
Os
dois eram humanos e eu não podia simplesmente atacar o cara. Aliás,
eu não sabia o que haveria de fazer nesse momento. Então uivei
alto. Uivei até sentir alguém se conetar comigo.
“O
que está acontecendo, Seth?”
Minha irmã perguntou desesperada.
“Preciso
de ajuda aqui.” E mostrei a
imagem.
“!”
Embry exclamou correndo mais rápido.
“Não
saia de onde está, Seth.”
Leah pediu.
“Só
vieram vocês dois?”
Perguntei.
“Sim.
O Sam e o Jake disseram que se precisássemos de reforços, para
uivarmos de novo.” Leah
avisou.
Logo
vi eles se aproximando mais de onde eu estava escondido, se juntando
a mim.
“Eu
vou me transformar de novo. Eu conheço o cara.”
Embry avisou.
“Eu
vou junto.” Leah avisou.
“Eu
ia com vocês, mas não tenho aqui minha roupa.”
Avisei triste.
Logo
eles se desconetaram e os vi se aproximarem do tal cara.
(POV
Embry)
Estávamos
todos na festa, celebrando e fazendo brincadeiras anormais, típicas
de garotos, quando escutamos o uivo do Seth.
-Leah,
Embry, vão ver o que aconteceu com Seth. – Jake nos recrutou.
-Vai
ver que ele quebrou o presente da Alice. – Jared deu de ombros.
-Se
precisarem de reforços uivem. – Sam nos avisou e eu assenti.
Corremos
em direção à floresta e logo nos conetamos com Seth. Quando ele
nos mostrou o que estava ocorrendo eu me desesperei. Eu sabia que
havia mentido em
relação a Sean. Não só porque eu a conhecia bem demais, como
também o conhecia a ele, mas porque ela tinha algumas cicatrizes nos
braços e rosto que ela nunca teve.
Me
transformei de volta e me aproximei dele lentamente.
-Sean.
– O chamei controlando ao máximo uma raiva anormal que estava
sentindo.
Ele
se ergueu e me olhou, tirando o capuz da cabeça.
-Embry!?
– Se espantou.
-Eu
mesmo, cara. O que aconteceu aqui? – Perguntei olhando para
e trincando o
maxilar.
Leah
já estava ao pé dela, checando se estava tudo bem.
-Ela
está inconsciente. – Leah murmurou só para que eu escutasse.
-Eu…eu…ela
não parava de gritar…e eles iriam escutar… - Ele falou
totalmente alucinado.
-Nós
precisamos tirar ela daqui o mais rápido possível, Embry. – Leah
insistiu me mostrando a mão cheia de sangue e apontando para a
cabeça de .
-Sean.
Foi você que fez isso com ela? – Perguntei tentando não
demonstrar minha irritação e controlando meus tremores.
-Ela
não se calava. – Ele se irritou tentando me atacar, mas eu
consegui desviar rapidamente, prendendo seus braços atrás das
costas.
-Leah,
leve para minha
casa. Seth, vá chamar Carlisle. Rápido! – Exigi para os dois. –
Eu trato de Sean. – Falei mais para mim, dando um murro em seu
rosto, o suficientemente forte para o fazer desmaiar.
O
coloquei em meu ombro e segui Leah para minha casa.
Então
onde diabos está você?
Então
onde está você quando eu também preciso de alguém?
(Where?
– Nickelback)
Tenth
Chapter
Tudo
o que eu preciso é você.
Venha,
por favor, estou chamando...
Eu
estou gritando por você
Apresse-se,
estou caindo... estou caindo.
(POV
Embry)
-Pouse
ela em minha cama. – Pedi a Leah ao mesmo tempo que colocava Sean,
ainda desacordado, sentado em uma poltrona encostada a um canto do
meu quarto.
-Precisa
de ajuda? – Ela perguntou quando me viu pegando em umas cordas e
prendendo Sean à poltrona. Sabia que ele iria reagir mal quando
acordasse.
-Não.
Volte a sua casa e avise Sam e Jake o que aconteceu e que eu chamei
Carlisle para vir ver .
– Pedi terminando de dar um nó nas cordas.
Ela
assentiu e saiu apressada. Escutei
gemer baixinho e se
remexer na minha cama. Uma pequena nódoa de sangue já manchava
minha almofada, mas eu pouco estava me importando. O que eu temia era
as possíveis lesões que ela pudesse ter. Caminhei até
e acariciei seu
rosto, retirando uma mecha de cabelo, ensanguentada, de sua testa.
Seu rosto estava mais pálido que o habitual e isso me preocupava…me
apavorava de morte.
-Se
aguente . Se
aguente.
(End
POV Embry)
Seth
correu o mais rápido possível, de volta a casa dos Cullen. Escutava
o tilintar do embrulho preso em sua pata e logo deduziu que havia
quebrado o presente importado de Alice. Em outra altura iria se
preocupar com sua integridade física, mas nesse momento era
indiferente.
Quando
chegou mais próximo à casa dos Cullen uivou baixo, indicando que
estava por perto e logo Alice, Edward, Bella e Esme surgiram na
porta.
-MEU
PRESENTE! – Alice gritou chocada e pronta a fervilhar.
-Preciso
que Carlisle venha comigo para a Reserva. Aconteceu um acidente. –
Edward traduzia os pensamentos de Seth.
-Acidente!?
– Bella se alertou.
-Não
tem a ver com a nossa menina. Se acalme. – Edward pediu. – Mas
parece ser grave, Carlisle. – Edward falou e de trás dele, saindo
da casa, surgiu Carlisle trazendo uma maleta médica.
-Vamos
logo, Seth. – Carlisle indicou entrando em sua Mercedez Preta e
conduzindo para La Push, enquanto Seth voltava para a Reserva em sua
forma Lupina.
Antes
de entrar na floresta, o pequeno lobo cor de areia olhou pra trás e
em um choramingo animal passou uma recado para Alice através de
Edward.
-Ele
está pedindo desculpas pelo presente.
-Está
desculpado…mas só dessas vez! – Ela lembrou cruzando os braços
em amuo, o que fez Seth sorrir divertido, para por fim partir.
~~*~~
Leah
adentrou em sua casa correndo, aparecendo no seu quintal com uma
expressão desassossegada.
-O
que aconteceu? – Sam questionou.
-Você
está sangrando! – Sue se alertou.
-O
sangue não é meu. – Leah despreocupou a mãe, mas esta arregalou
os olhos pensando em Seth. – Nem de Seth, nem de Embry! Estamos
todos bem…ou quase todos. – Leah se enrolou um pouco e parou de
falar, olhando para Baby Suh apreensiva.
-Vocês
viram ? Ela sumiu do
quarto. – Eloise surgiu de dentro de casa e logo todos entenderam o
que se passava.
-Foi
algum vampiro? – Jake se preocupou.
-Não,
não. Foi o irmão dela.
-Sean!?
– Eloise logo se apercebeu do que acontecia. – Oh Meu Deus, o que
ele fez com ela? – Eloise parou na frente de Leah com uma mão no
peito, que logo subiu para a boca, para abafar um grito, quando viu
sangue nas mãos e na roupa de Leah. – Oh Meu Deus! – Se alertou
passando mal.
-Seth
já foi buscar Carlisle. – Leah olhou Sam tentando perceber se
havia algum mal nisso.
-Sem
problemas. Ele pode entrar. – Sam assentiu.
-Mamã?
– Baby Suh se alertou se colocando de pé no colo de Billy.
-Como
ela é perceptiva. – Emily se espantou.
-Não
é bom levar agora a menina para casa. – Leah avisou limpando o
sangue das mãos na sua roupa.
A
pequena criança tremeu os lábios aguando seus olhos para logo em
seguida iniciar um choro desenfreado e assustado.
Billy
abraçou a menina mas ela o afastava violentamente. Emily tentou
pegar nela, mas ela gritava mais e mais. Todas as mulheres da casa
tentavam acalmar a pequena, sem qualquer sucesso. Nenhum dos rapazes
se atreveu a chegar perto da menina, com medo de quebrar aquele
pequeno ser, tão frágil. Apenas Quil se atreveu, pegando nela e a
embalando.
-Ela
não está lutando mais. – Quil avisou e todos o olhavam espantado.
– Tive muitas noites dessas com Claire. – Olhou sua pequena com
um sorriso que não parecia ser aborrecido ou pesaroso.
Mostre-me
como é ser o último a ficar de pé.
E
ensine-me a diferença entre o certo e o errado,
E
eu te mostrarei o que posso ser.
Diga
isso para mim, diga isso por mim.
E
eu deixarei essa vida para trás.
Mas
de novo a pequena começou se afastando de Quil e o empurrando para a
largar. Quil passou a menina para os braços de Jake para este passar
de novo a pequena para o colo do pai, mas assim que Baby Suh se viu
nos braços de Jake, se calou, abraçando Jake e suspirando com a
cabeça pousada em seu pescoço, com seus olhos piscando, para por
fim se fecharem.
-OK,
você fez magia! – Paul constatou rindo um pouco alto.
-Shhiiiiii!
– Rachel o silenciou dando um cascudo em sua cabeça.
-Acho
que é a magia dos Black! – Emily sorriu.
-Fui
passado para trás por um garoto bem mais jovem. – Billy fingiu
embicar fazendo todos rirem.
-Shiiii.
– As meninas brigaram mas não contiveram um risinho baixo.
-Eu
acho que vou para casa. – Eloise falou ainda preocupada.
-Fique
Liz. Você está nervosa demais e pode atrapalhar o médico. – Sue
pediu e Eloise hesitou.
-Por
favor. – Billy insistiu a olhando intensamente, o que logo desarmou
a mulher, que aceitou ficar.
Jake
ainda carregava a pequena Suh, a embalando, perplexo com o seu
“poder”. Sentiu uma estranha afeição por aquela pequena e ficou
tempos infinitos concentrado na respiração calma da criança, no
seu leve ressono, quase tão melódico como o de um passarinho, e no
seu cheiro forte mas ao mesmo tempo delicado. Sua pele se arrepiava
por onde a pele da pequena o tocava, com seus bracinhos em volta do
pescoço dele. Essa era uma estranha reação, mas Jake não se
sentia incomodado, de todo, apenas uma estranha sensação de
conforto, carinho, reconhecimento e amor paternal…sentimentos
deveras estranhos para ele.
-Você
fica muito fofo com ela no colo, Jake. – Nessie comentou. –
Parece até que ela é sua. – Comentou e Jake arregalou os olhos
assustado.
-Sou
muito novo para ser pai…além de que não achei a mãe ideal para
ser mãe de meus filhos. Ou melhor…ela ainda não está preparada
para tal. – Ele sussurrava, para evitar acordar a pequena em seus
braços.
-Sei.
– Nessie comentou desconfiada e logo foi puxada por Claire para
brincar.
A
um canto, não muito afastado de onde Jake se encontrava, Billy
escutara atentamente as insinuações despropositadas de Nessie e de
certa forma ligara isso às interrogações das garotas sobre o fato
de acharem a menina parecida com alguém. Aquelas questões e dúvidas
ficaram martelando em sua cabeça insistentemente e depois de algumas
contas, os olhos de Billy se arregalaram com a constatação das
afirmações que sua mente formara.
Com
ambas as mãos empurrou as rodas de sua cadeira a guiando pelo
quintal em direção ao assento onde Eloise estava.
-Está
tudo bem? – Ela questionou quando percebeu a aproximação do
amigo.
-Essa
era uma pergunta a ser feita por mim. Será mais óbvio. – Ele
sorriu fazendo Eloise prender a respiração discretamente. –
Podemos falar…em outro lugar. – Indicou olhando em volta,
indicando que queria privacidade.
-Podemos
dar um passeio? Estou precisando andar para me acalmar. – Ela
indicou.
-Isso
seria perfeito. – Ele aceitou.
Eloise
se encaminhou para trás da cadeira a guiando em contorno à casa dos
Clearwater. Antes que pudesse deixar de avistar, Billy deitou uma
última olhadela ao filho e a Baby Suh e suas certezas se vincaram
com mais força em sua mente.
Liz
guiou Billy por toda a praça parando por fim em um banco de jardim,
o colocando de frente para si.
-O
que me queria falar? – Eloise sentiu seu rosto queimar levemente e
desviou o rosto evitando que Billy percebesse seu pequeno rubor.
Billy
sorriu percebendo o constrangimento de Liz e sentiu uma alegria no
peito por seu sentimento ser recíproco. Mas, por mais que quisesse,
agora esse não era momento para romances. Havia um motivo muito mais
forte para ser discutido.
-Liz.
– Ele a chamou e quando ela o olhou nos olhos ele perdeu um pouco o
fio à meada, para logo em seguida se recompor. – A Sophia é filha
do Jake, não é? – Questionou e os olhos de Eloise saltaram fora
de órbita em surpresa.
-O
Jake? OMG, o Jake! – Ela primeiro se interrogou para depois soltar
uma exclamação de constatação.
-Você
não sabia? – Billy franziu a testa.
-Não.
Quer dizer. Ai Meu Deus. Eu prometi a
que não falava do
segredo dela para ninguém, mas… - Eloise divagou olhando em volta
para, no final, parar nos olhos de Billy. – Espero que você não
fique bravo comigo. – Ela torceu o rosto em receio e ele lhe sorriu
demonstrando que estava tudo bem. – Acho que devo explicações,
né? – Perguntou apreensiva.
~~*~~
-Embry!
– Seth chamou adentrando pela casa dos Call.
-Aqui
no meu quarto! – Embry chamou.
Seth
deu passagem para Carlisle e ambos seguiram em direção ao quarto de
Embry. Assim que lá chegaram, Seth ficou do lado de Embry e Carlise
caminhou até a cabeceira da cama, abrindo sua maleta e retirando
alguns materiais para examinar
.
Após
uns poucos minutos em um exame minucioso, Carlisle por fim guardou
sua maleta e encarou Embry.
-Foi
um corte superficial. Já limpei, desinfetei e cosi, mas não posso
dizer concretamente se houveram danos internos. Acho melhor levarmos
ela para o hospital. – Carlisle aconselhou.
-Tudo
o que for necessário doutor. – Embry assentiu e Carlisle pegou em
no colo e a
encaminhou pela casa em direção ao seu carro.
-Nos
encontramos lá. – Carlisle indicou e Embry assentiu.
~~*~~
-Você
tem de me prometer que não fala nada ainda para Jacob. – Liz
pediu, pegando nas mãos de Billy. – Não até eu falar com
e ver o que ela
decide sobre isso.
-Tudo
bem, Liz, mas assim que ela recuperar, eu quero falar com ela. –
Billy exigiu. – Eu não posso perder minha neta.
Diga
se vale a pena me salvar...
Os
portões do paraíso não se abrirão para mim.
Com
essas asas quebradas estou caindo.
E
tudo que eu vejo é você...
(Savin’
Me – Nickelback)
Eleventh
Chapter
Segure-se!
Não tenha medo.
Você
nunca mudará o que aconteceu e passou
Talvez
seu sorriso brilhe.
Seu
destino pode mantê-lo aquecido
(POV
Embry)
-Nos
encontramos lá. – Carlisle me indicou depois que colocou
no banco de trás do
seu carro e fechou a porta.
Eu
assenti e fiquei alguns segundos vendo o carro desaparecer na estrada
de terra para por fim sair da Reserva e seguir a Secundária em
direção a Forks.
-Ela
vai ficar bem. – Seth me garantiu aparecendo atrás de mim e
colocando a mão em meu ombro.
-Espero
bem que sim. – Sussurrei sentindo um aperto no peito que me fez
instantaneamente lembrar de Sean.
Me
virei sem aviso prévio sobressaltando um pouco meu cunhado e seus
olhos se semicerraram em expetativa quando me viu vincando os
maxilares e olhando fixamente para dentro de casa.
-Se
acalme, Embry, ele está drogado. Não teve consciência do que fez.
– Seth tentava me falar mas de pouco adiantou porque nem metade me
entrou nos ouvidos.
Ignorei
seus protestos verbais e me encaminhei para dentro de casa em direção
ao meu quarto onde o maldito, que quase matara sua irmã, estava
acorrentado.
Assim
que o avistei, de olhos abertos, esgazeados e raiados de sangue, meu
sangue subiu à minha cabeça e eu corri em sua direção embrenhando
meu punho na altura do seu rosto. Escutei Seth, que me seguir de
perto até meu quarto e gritar um sonoro NÃO
quando minha mão voou em uma espécie de alavanca na direção de
Sean. Eu não controlei o soco, apenas o desviei um pouco de sua
trajetória esmurrando assim a parede de madeira atrás dele, a
desfazendo e fazendo um buraco do tamanho do meu punho.
-Embry!
– Escutei Leah me chamar.
Nem
me apercebera quando ela chegara, nem quando entrara, nem se já
havia me chamado antes.
Eu
permaneci na mesma posição, inclinado sobre Sean, que mantinha os
olhos completamente arregalados e assustados me olhando, com a mão
ainda enfiada no buraco que causara na parede.
-Embry.
– Leah tornou a me chamar, agora mais calmamente, tocando de leve
em meu ombro.
Sentir
seu hálito chicotear minha nuca foi uma espécie de calmante
instantâneo que me fez recuperar o fôlego e me fez regularizar a
respiração, que até agora estava descompassada, rebentando como um
trovão em meu peito.
Lentamente,
como que ainda temendo minhas próprias ações, retirei o punho de
dentro do buraco sentindo uma dor dilacerante irromper na área em
questão.
Leah
levou uma de suas mãos ao meu cotovelo e a outra segurou com cuidado
meu pulso o erguendo na altura de seu rosto. De leve ela soprou a
ferida que continha lascas pequenas de madeira cravadas entre a carne
de meus nódulos e em meus dedos. A mão gotejava em pequenas gotas
de sangue que formavam fios e mais fios se juntando todas por fim em
uma pequena poça que escorriam por meu braço e por fim pingava no
chão.
-Vamos
cuidar disso. – Ela me olhou sem qualquer tipo de repreensão nos
olhos, apenas preocupação.
Forcei
um sorriso para ela e me deixei encaminhar até o banheiro, onde ela
pegou a caixa de primeiros socorros e uma pinça. Com a pinça ela
retirou cuidadosamente todas as farpas de madeira cravadas em minha
pele. Apesar da ardência a dor era quase imperceptível. Coisas de
Lobo. Depois de ter retirado tudo, Leah desinfetou minhas feridas que
já mostravam sinais de cicatrização e no final de ter guardado
tudo de novo no sítio ela me encarou.
-Você
está bem? – Perguntou em um quase sussurro.
Comprimi
meus lábios e assenti com a cabeça. Mesmo que por dentro eu não
tivesse tantas certezas assim.
Ela
sabia que eu não estava sendo totalmente verdadeiro, mas nada
acrescentou ou contestou ao meu consentimento silencioso. Apenas me
abraçou e beijou meu rosto.
-Preciso
ver como ela está. – Por fim falei me desencostando da parede e
caminhando de volta para o quarto.
Olhei
Sean de relance. Faíscas de ódio consumiram meus olhos como
labaredas, mas a delicada mão de Leah entrelaçando com a minha me
despertou de outro acesso de raiva e me fez comprimir os olhos. Só
Leah tinha esse efeito em mim. Apertei sua mão e olhei para Seth.
-Fique
aqui vigiando ele até eu voltar. Não deixe ele se soltar nem deixe
ninguém o soltar. Ninguém
mesmo, Seth. – Exigi autoritário e Seth assentiu.
Porque
todas as estrelas
Estão
desaparecendo
Apenas
tente não se preocupar
Você
as verá algum dia
Saímos
de minha casa encontrando com minha mãe e com Billy a meio do
caminho.
-Como
ela está? – Minha mãe questionou.
-No
hospital. – Minha voz saiu mais embargada do que eu previa.
-Oh
céus! É assim tão grave? – Minha mãe se abalou agarrando
firmemente na mão de Billy.
-O
Dr. Carlisle a levou para o hospital para saber se houveram danos
internos. – Leah respondeu por mim.
-E
Sean?
Apertei
mais forte a mão de Leah tentando controlar os tremores que
assolavam o meu corpo.
-Está
lá dentro amarrado. – De novo Leah respondeu por mim.
-Amarrado?
– Billy questionou olhando diretamente para mim.
-Ele
está violento e descontrolado. Não quero que ele fuja e saia por aí
machucando mais ninguém. Ficará assim até eu voltar e decidir o
que farei com ele. – Declarei imparcial e decidido.
-Tudo
bem. – Billy assentiu sem me questionar.
-Cadê
Baby Suh? – Perguntei preocupado.
-Dormindo
tranquila no colo de Jake. Aquela menina é muito perceptiva. Assim
que falamos no nome da mãe, a menina se inquietou e abriu um
berreiro desenfreado e nem mesmo no colo de Billy ela se acalmou. Mas
assim que Jake pegou nela, foi instantâneo, ela adormeceu. – Minha
mãe comentou.
-Melhor
assim. – Comentei mais aliviado.
-Vamos.
– Leah me puxou pela mão.
-Dê
notícias filho. – Billy pediu e eu assenti.
Caminhamos
até o carro que eu e Leah havíamos comprado em conjunto mês
passado e eu dirigi em alta velocidade em direção ao hospital de
Forks.
Minutos
depois estacionei no parque do hospital e meio apressado entrei no
hospital em busca de Carlisle. Não foi preciso perguntar a ninguém
onde ele estava. Bastava seguir o seu cheiro enjoativamente adocicado
e ácido.
Nem
me preocupei com as enfermeiras que tentavam me barrar, apenas segui
em frente afastando a cortina que camuflava o vampiro que estava
cuidado de …de
minha querida .
Antes
mesmo de me deparar com Carlisle, avistei ela deitada sobre a maca,
com algumas agulhas espetadas em sua pele a ligando ao soro. Um tubo
bem fino atravessava seu rosto, aposto nas narinas. Ela continuava
desacordada e isso aumentou minhas preocupações.
-Ela
está bem. Sem nenhuns danos internos. Ela já acordou e perguntou
pela filha, mas tive de a sedar porque as dores eram fortes. –
Carlisle se pronunciou.
-Posso
ficar com ela…a sós? – Perguntei sem tirar os olhos do rosto
delicado de .
-Claro.
– Carlisle assentiu se retirando.
-Espero
você lá fora. – Leah avisou um pouco seca, mas eu ignorei.
Puxei
uma cadeira e apoiei meus braços sobre o colchão da maca, pousando
meu queixo sobre eles. Uma de minhas mãos buscou a dela e quando a
alcançou, a segurou firmemente.
Deixei
que as lágrimas escorressem de meus olhos inundando meu rosto, junto
com as lembranças do passado que inundavam minha cabeça.
“-Shuuu.
Faça pouco barulho ou nossas mães vão acordar. – Pedia puxando
por sua pequena mãozinha.
-Onde
você tá me levando, Emb? –
me questionou esfregando seus olhinhos cansados.
-Você
já vai ver. – Continuei segredando e a puxando para fora de casa e
atravessando a praça da Reserva Crow até chegar na floresta.
-Emb,
a gente não devia se meter na floresta a essas horas. Está tarde.
Não quero me perder. – Ela continuava reclamando e eu só
conseguia rir dela. – Porque você tá rindo de mim? – Ela
perguntou aborrecida.
Eu
parei de andar e ela veio contra mim pois caminhava com os olhos
meios fechados do sono. Então ela abriu seus lindos olhos e me
olhou.
-Já
falaram para você que você é a coisa mais linda desse mundo? –
Afirmei em jeito de pergunta.
arregalou seus olhos para mim e corou violentamente. Peguei a mão do
ursinho que ela trazia consigo fazendo uma roda entre nós dois e o
peluche. Olhei para o céu e a noite estava totalmente estrelada com
uma lua gorda e brilhante nos contemplando.
-Eu
vou gostar de você para todo o sempre. Irei sempre proteger você. –
Falei olhando para o céu.
-Porque
você está falando isso? – Ela perguntou curiosa.
-Não
sei. – Dei de ombros a olhando. – Mas eu sinto que devo fazer uma
coisa para nos unir para sempre. – Soltei sua mão e procurei no
bolso da calça do meu pijama a agulha que tinha colocado lá antes
de ir chamar em seu
quarto.
-O
que você vai fazer? – Ela se assustou dando um passo para trás.
Eu
não lhe respondi e espetei a agulha em meu dedo indicador fazendo
uma bolha de sangue. Estendi a mão para ela e lhe mostrei a bolha.
Meio relutante ela estendeu sua mão também e comprimiu os olhos
quando eu pousei a agulha em seu dedo, choramingando de dor quando
por fim perfurei sua pele.
-Não
importa a distância ou quem esteja no meio de nós. Um sempre será
mais importante para o outro na sua vida que todas as outras pessoas.
Seremos como a Lua e a Noite e todas as Estrelas. – Ela riu da
minha frase final mas eu não me importei de parecer lamechas.
era tudo o que mais
importava para mim.”
Pegue
o que você precisa
E
siga seu caminho
E
faça seu coração parar de chorar.
(Stop
Crying Your Heart – Oasis)
Twelfth
Chapter
Quando
você esteve aqui antes,
Nem
pude te olhar nos olhos.
Você é como um anjo.
Sua pele me faz chorar.
Você flutua como pluma num mundo perfeito
Você é como um anjo.
Sua pele me faz chorar.
Você flutua como pluma num mundo perfeito
(POV
Jacob)
Continuava
com Baby Suh adormecida em meu colo. Tentara diversas vezes passar
ela para o colo de outra pessoa, mas sempre que começava a afastando
de mim ela começava protestando. Acabei cedendo em continuar com ela
em meu colo quando olhei seus olhinhos aguados e seu lábio inferior
tremendo violentamente. Aquela imagem simplesmente me partiu o
coração.
Nunca
que eu tinha ficado daquele jeito por criança nenhuma. Nem mesmo por
Nessie. OK, Nessie nunca pareceu uma criança normal. Nunca fez essa
carinha, nem esses olhinhos, nem aquele biquinho. Nunca chorou nem
precisou de tanta atenção e carinho como essa criança precisava.
Nessie
se queixava de sono também depois de uma tarde inteira de
brincadeira com Claire e um aniversário estragado. Estava agora
deitada sobre minha cama dormindo tranquila. E ela só ainda estava
cá porque depois de eu ter ligado para Edward avisando e explicando
os motivos de não ter levado ainda Nessie a casa uma trocentas
vezes, meu pai, Sue e o próprio Charlie ligaram em seguida
confirmando toda a minha história. E só depois de muita chateação
e recomendação e frescura por parte de Edward e Alice, eles por fim
me deixaram em paz. Bella havia dito que Nessie podia dormir aqui
logo no primeiro telefonema, mas Edward não. Esse sanguessuga de
cabeção enferrujado tinha de encher o meu saco. E o pior é que eu
não podia me agitar muito pois continuava com Baby Suh pendurada no
meu pescoço. Pior que filhote de marsupial ou de canguru.
Charlie
e Billy estavam na sala assistindo alguma partida de fútbol
americano gravado dessa tarde. Charlie havia tido plantão e por isso
não viera à festa, mas prometera passar por cá depois do jantar.
Antes
de se acomodar no sofá da sala, checara uma trocentas vezes sua
adorada netinha. Esse daí também era pior que Edward. Acho que
trocaram Bella e Edward na maternidade. Bella é filha de Carlisle e
Edward é filho de Charlie. Ups! Meio impossível isso. Edward tava
mais para bisavô de Charlie, isso sim. Auhsuahsuhauhsuah.
Prontoparei.
-Ela
não larga de você mesmo. – Liz comentou me olhando atentamente
com olhos meio…inquisitivos?
-É…fazer
o quê se sou irresistível e mulher nenhuma larga do meu pé, nem
mesmo as de meio palmo. – Zombei acariciando as costas da menina e
dando tapinhas em sua fralda enquanto me embalava junto com ela.
Liz
tentou controlar uma gargalhada. Logo seu sorriso se desfez formando
um vinco na testa, entre os sobrolhos, quando olhou seu relógio de
pulso.
-Porque
Embry está demorando tanto a voltar? – Se questionou preocupada.
-Já
tentou ligar para ele? – Perguntei.
-Já
e ele não atende. Liguei para Leah e ela falou que ele ainda não
saiu do lado de e
que quer ficar a sós com ela. Estou preocupada com ele. –
Comentou.
-Como
está? – Perguntei
tentando me lembrar do rosto dela mas me saindo falho.
Na
altura que Embry pensou nela eu mal prestei atenção pois estava
mais concentrando em não surtar de ciúmes daquele híbrido de uma
figa que vive arrastando um asão para minha Nessie. Lembrava muito
vagamente de seus traços indígenas, mas nada muito concreto. Talvez
fosse parecida com Baby Suh.
-Jake?
– Liz me chamou à Terra.
-Oi?
-Você
pareceu que viajou. – Ela comentou.
-Desculpe.
Nem escutei que você respondeu. – Me lamentei.
-Respondi
que ela está se recuperando. Talvez amanhã ela receba alta. –
Tornou a repetir.
-Leah
acabou de ligar. – Sue avisou aparecendo no canto da sala em que
estávamos. – Ela falou que está vindo para casa e que Embry vai
passar a noite no hospital.
-
piorou? – Liz se desesperou e eu não consegui deixar de me
contagiar por seu desespero.
-Não,
não. Está tudo bem. Mas Embry preferiu ficar do lado dela. – Sue
a acalmou e eu, consequentemente, respirei de alívio. – Ela ainda
não te largou? – Sue sorriu para mim.
-Jake
falou que é seu charme que a fez se agarrar a ele. – Liz comentou
sorrindo mais descontraída.
Sue
sorriu também e espreitou o rostinho da pequena e depois olhou para
mim. Repetiu esse gesto umas três vezes seguidas e depois olhou para
Liz.
-Você
não acha eles parecidos não? – Sue comentou e um arrepio
perpassou minha espinha fazendo meus músculo se tensionar.
Eu
queria ser especial.
Você é tão especial.
Mas eu sou uma aberração, um esquisito.
Que diabos é que eu estou fazendo aqui?
Esse não é meu lugar.
Você é tão especial.
Mas eu sou uma aberração, um esquisito.
Que diabos é que eu estou fazendo aqui?
Esse não é meu lugar.
Liz
se engasgou um pouco e depois me olhou com os olhos excessivamente
arregalados.
-Parecidos?
– Gaguejou mordendo violentamente o lábio.
-Quem
é parecido com quem? – Meu pai perguntou guiando sua cadeira até
nós sendo seguido por Charlie.
-Querido,
você não acha a Baby Suh parecida com o Jake não? – Sue
perguntou a Charlie.
Notei
Liz olhar apreensiva para meu pai e este dando de ombros para ela e
abanando a cabeça, tudo o mais discretamente possível.
-Criança
é tudo igual. Não dá para saber se é mais parecida com o pai ou
com a mãe. Quer dizer…não é que você seja o pai…o que eu
quero dizer é que…bom… - Charlie se embolou todo, bem do jeito
que Bella fazia.
-Eu
entendi. Eu sei que ela não é minha filha. Era meio impossível ela
ser minha filha porque dois anos atrás eu estava… - E parei a
frase a meio tentando me lembrar onde estava há dois anos atrás.
As
recordações do casamento de Bella vieram em minha mente trazendo
consigo toda a dor que eu senti. Durante todo o tempo que estive fora
vive em como Lobo sem nunca me transformar de volta.
-…eu
estava vagando entre o Canadá e o Brasil…em minha forma
lupina…sempre. – Falei sem me fazer parecer muito convito.
Tudo
porque havia uma parte dessas minhas “férias” que eu não
conseguia me recordar. Como se tivesse passado uma borracha em certa
altura. Bem que eu queria ter passado uma borracha em todos os
momentos que sofri por Bella inutilmente.
~~*~~
Depois
de um tempo de conversa, Sue e Charlie voltaram para suas casas e
Eloise fez o mesmo quando percebeu que Baby Suh não me largaria tão
cedo.
Teria
um grande problema no dia seguinte se
não recebesse
logo alta.
Deitei
no sofá com Sophia deitada sobre meu peito e acabei pegando no sono.
Fui
acordado pelo maravilhoso cheiro florar de lavandas e rosas de minha
Nessie, junto com o cheiro do café acabadinho de fazer.
Me
ergui do sofá me espreguiçando, esticando meus braços e pernas e
abrindo os olhos. Nessie sorria para mim sentada no chão estendendo
uma caneca de café para mim.
-Bom
dia minha flor! – A cumprimentei sentindo uma considerável falta
de algo.
-Bom
dia Jake. Passou bem a noite? – Perguntou sorridente.
-Meio
torto. – Olhei para o sofá continuando com a sensação de que me
faltava algo.
Ao
mesmo tempo puxei pela cabeça tentando me recordar porque raios eu
havia adormecido no sofá. Acabei lembrando que Nessie tinha dormido
no meu quarto. Mas porque raios ela havia ficado para dormir aqui?
A
estranha sensação da falta de algo não passou e eu olhei em volta.
Escutei
Nessie rindo baixinho e a olhei franzindo inquisitivo o cenho.
-Do
que você está rindo? – Perguntei estreitando os olhos.
-Você
não está sentindo falta de nada pendurado no seu pescoço? – Ela
perguntou e eu passei a mão no pescoço e logo me recordei do que
faltava.
Me
ergui de supetão e comecei procurando Baby Suh por toda a sala.
Nessie continuava rindo com a mão na boca olhando para mim me vendo
procurar a pequena criança até debaixo do sofá.
-Xake.
– Escutei sua vozinha me chamando.
-Baby
Suh? – Perguntei parando de procurar e olhando em volta.
-Xake.
– Sua voz era baixinha e animada e bastante infantil. Mas um
infantil muito fofo.
Olhei
para Nessie e vi uma cabecinha negra espreitando atrás dela e logo
abri um largo sorriso mas decidi continuar a brincadeira.
-Onde
está você, Suh? – Me abaixei no chão ficando de joelhos e
gatinhando atrás do sofá ficando de frente para Nessie.
-Pocula
mim. – Ela pedia soltando risinhos amorosos.
-Eu
vou te achar, Suh. E quando achar você vou fazer muitas cosquinhas.
– Ameacei e ela se ergueu de supetão de trás de Nessie começando
a correr em volta de toda a sala.
Nessie
correu atrás dela tentando esconder ela e continuei engatinhando
atrás delas.
Não
me importa se vai doer.
Eu quero ter o controle (da situação).
Quero um corpo perfeito, uma alma perfeita.
Quero que você perceba,
Eu quero ter o controle (da situação).
Quero um corpo perfeito, uma alma perfeita.
Quero que você perceba,
Quando
eu não estou por perto.
-Foge,
Suh, foge do lobo mau! – Nessie gritava pegando na mão de Suh e a
puxando pela sala.
Baby
Suh ria alto bastante divertida e eu estava quase as alcançando.
Então Nessie a parou e segredou algo em seu ouvido, que eu escutei
muito bem. Resumindo. Eu estava f***du! As duas correram em minha
direção e me derrubaram no chão caindo por cima de mim.
Logo
em seguida Nessie me puxou e me mandou ficar de gatas de novo
montando em cima de mim. Depois puxou Suh a ajudando a subir e a
agarrou firmemente. A gola da minha camisa fazia de rédeas e Nessie
gritava. “Yhá! Eita
cavalinho! Upa, Upa!”,
batendo com seus pés nos meus quadris me fazendo “cavalgar” por
toda a casa.
-Mas
que algazarra é essa? – Billy questionou fingindo aborrecimento
mas um sorriso enorme brotava em seus lábios.
-Pai,
me salva. Eu sou uma aberração da natureza. De um lobo do mal,
agora virei cavalo! – Fingi pedir misericórdia.
-Eu
não te posso ajudar filho. – Billy riu na minha cara.
-Na
verdade, pai, você pode sim. – Assenti erguendo uma sobrancelha
para ele.
-Oh,
sim! E como?
-Sendo
o carro mais veloz de toda a La Push. – Falei e ele arregalou os
olhos assustado.
Nessie
entendeu minha idéia e saltou de cima de mim correndo para o colo de
Billy. Baby Suh seguiu Nessie e eu a ajudei a subir no colo de Billy.
-Você
sabe que depois vai ter de mudar as rodas da minha cadeira, não
sabe? – Billy perguntou me olhando pelo canto do olho.
-Ao
menos você pode mudar as rodas. Eu não posso mudar meus joelhos. –
Me queixei e ele gargalhou alto.
O
resto da manhã foi feito entre rali
todo o terreno e depois
castelos de areia
na praia.
Apenas
paramos quando Bella apareceu para pegar Nessie. Nessie bicou forte e
feio e fez birra.
Estava
convivendo demais com crianças.
Nessie
queria porque queria que Baby Suh fosse com ela para casa e depois de
quase duas horas tentando dissuadi-la, Bella acabou por desistir e ir
pedir a Eloise que Baby Suh voltasse com eles para casa de Nessie.
Eloise
ficou bastante tensa e sem saber o que responder, mas depois que eu
garanti que Baby Suh ficaria em segurança e que logo a traria de
volta, Liz cedeu meio que apreensiva.
Assim
que chegamos na casa dos Cullen todos me fitaram com olhos
arregalados por carregar uma criança para o meio de vampiros. Bella
explicou detalhadamente o que sucedera e Emmett acusou Alice, entre
gargalhadas estrondosas, de influenciar Nessie nessas birras.
Rose
babou na pequena mas falou que ela fedia a cachorro, mais
especificamente a mim e eu falei que era porque ela não me largava
um segundo sequer.
Carlisle
logo teve de sair para trabalhar, Emmett e Rose foram para o quarto e
Edward e Bella voltaram para a casa da pradaria depois de tentarem
convencer Nessie a ir com eles, sem qualquer sucesso. Apenas ficamos
eu, Nessie, Baby Suh, a pintora de rodapés e o soldadinho de chumbo
e Esme que preparou um banquete para nós três.
O
resto da manhã Nessie, Alice e Baby Suh ficaram trancadas no quarto
de Nessie brincando de bonecas, onde as bonecas eram a Nessie e a
Baby Suh e a criança era a Alice.
Jasper
me desafiou para um queda de braço e eu fiquei admirado com sua
proposta. Quem costumava me desafiar era Emmett, mas ele agora estava
demasiado ocupado com outras batalhas. Ksksksksks.
Logo
a casa voltou a ficar toda cheia para ver a queda de braço. Rose e
Bella se juntaram a Esme na cozinha e Edward e Emmett faziam apostas.
Todas contra mim. Claro.
Por
fim Seth chegou e torceu no meu time. Mesmo que em minoria, a torcida
de Seth era a mais entusiasmada. Ele depositava um tipo de devoção
em mim que era meio estranho, mas que era gostoso.
Logo
escutamos o carro de Carlisle se aproximando e Edward parou de torcer
para falar.
-Ele
vem com a mãe de Sophia. – Comentou e meu corpo perdeu toda a
concentração cedendo na queda de braços e esperando pacientemente
pela entrada deles pela porta.
Porra,
você é tão especial.
Eu queria ser especial.
Eu queria ser especial.
Mas
eu sou uma aberração, um esquisito.
Este não é meu lugar.
(Creep
– Radiohead)
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