Choices - Escolhas









First Chapter 

Se me estiver escutando: Sinto a sua falta.
Se me ouvir agora: Eu preciso de você.
Onde você foi? Porque se foi embora?
Todos sabem que alguma coisa está errada.
Os fios foram cortados e eu estou sozinha.
Sei que estamos nos aproximando.
Eu sei que você estará de volta a mim
Nesse momento, dessa vez.


A camioneta de transportes conduzia pela Avenida Principal de Forks, abrandando a velocidade até, por fim, parar. A porta foi aberta e, depois de um pequeno grupo de turistas e habitantes locais, que regressavam à sua cidade natal, saírem, desceu da camioneta com Baby Suh no colo, uma mochila das costas e uma mala na mão disponível.
observou a pequena e chuvosa cidade com esperanças de que ela lhe trouxesse de volta o pai da sua pequena.
Correu com os olhos algum estabelecimento que lhe pudesse indicar como chegar a La Push e avistou uma cafetaria que existia na esquina do fundo da pequena rua principal, do outro lado da praça.

Ajeitou Sophia, que estava adormecida, em seu colo e atravessou a praça, se encaminhando até a cafetaria Bon Appétit.
O movimento do estabelecimento estava moderado. A casa estava cheia, mas não havia a habitual correria para atendimento como nos estabelecimentos das grandes cidades.
caminhou até ao balcão e esperou que alguém a atendesse. Pousou a mala no chão e se sentou no banco giratório com cuidado.

-A menina não prefere se sentar em uma mesa? Acho que é pouco confortável estar sentada ao balcão com uma criança pequena no colo. – Uma empregada mulata, aconselhou.

olhou em volta da cafetaria vendo todas as mesas ocupadas.

-Estou entendendo. Não encontra mesa, certo? Mas isso se resolve em um minuto.

-Eu não quero incomodar.

-Incomoda nada. – Assegurou. – Ei rapazes! Alguém cede uma mesa a essa jovem moça com uma criança de colo? – A empregada falou em um tom mais alto, chamando a atenção dos clientes.

-Aqui, Darlene. Eu estou terminando o meu café da manhã. A moça pode se sentar comigo enquanto eu termino. Saio já, já. – Um policial indicou.

-Obrigado chefe Swan. – Darlene agradeceu. – Vem, eu te ajudo com a mala. – Se ofereceu quando tentou se baixar, a custo, para pegar sua mala.

-Obrigada. – Sorriu agradecendo timidamente. – Muito obrigada. – Agradeceu ao policial quando chegou na mesa em que este se encontrava.

-Não tem de quê, moça. É nova na cidade? – O chefe interrogou.

-Sou sim. – Assentiu retirando com cuidado a mochila de suas costas para não acordar Baby Suh, mas a pequena acabou por despertar com a agitação do local. – Bom dia, little girl. – O chefe cumprimentou carinhosamente a pequena criança. – Qual é seu nome?

-Sophia. – respondeu pela filha, que escondeu o rosto no vão do pescoço da mãe, esfregando os olhos com suas pequenas mãozinhas. – Ela é muito tímida. Eu sou a . – Se apresentou.

-Prazer, . Seja bem-vinda a Forks. Eu sou Charlie Swan, chefe policial da cidade. Se precisar de alguma coisa não hesite em me chamar.

-Vai querer alguma coisa? – Darlene questionou amável.

-Um copo de leite morno, para ela, e um café preto sem açúcar para mim. – Pediu.

-Não vai querer comer nada? – A empregada indagou.

-Não, obrigada. Nós já comemos um lanchinho na camioneta. – Explicou.

-Então ‘tá. – Darlene sorriu se retirado para pegar o pedido.

-Chefe Swan, você saberia me dizer como eu posso chegar a La Push? É muito longe daqui?

-La Push? Tem família lá? – Questionou curioso.

-Família? Não. Eu…hun…só estou…de passagem. Quer dizer…eu…acho que vim para…ficar. Hun, depende de…outras coisas. – contou desconcertada, remexendo inquieta no açucareiro, sem saber o que responder. Mentir não era o seu forte e disfarçar muito menos.

-Calma, moça. Não precisa ficar nervosa. Desculpe o interrogatório. Manias de policial. Eu perguntei se tinha lá família lá porque eu tenho grandes amigos em La Push. Mas respondendo à sua pergunta. Não há transportes para La Push e a Reserva ainda é um pouco longe daqui para se poder ir a pé. – Charlie aclarou. franziu o cenho em preocupação. – Mas eu posso levá-la lá.

-Sério? O senhor me faria esse favor? – Indagou.

-Claro! É o meu dever de chefe da polícia e de cidadão de Forks de ser gentil e hospitaleiro. Além do mais aproveito e faço uma visitinha a um amigo meu. – Elucidou.

-Muito obrigada chefe Swan.

-Não tem de quê? Quando terminar partimos. – Avisou.

assentiu sorridente e agradecida e assim que o seu pedido chegou, deu de beber o copo de leite a Suh e assim que esta terminou, bebeu o seu café, já meio frio, rapidamente e buscou em sua bolsinha tiracolo a carteira para pagar.

-Deixe , eu pago. – Charlie se ofereceu, mas hesitou em aceitar. – Hospitalidade. – O chefe sorriu um sorriso fechado e tímido.

assentiu pegando em sua mochila e em sua mala, se erguendo da mesa desajeitadamente.

-Não. Eu carrego suas malas. Carregue apenas essa florzinha. – Se ofereceu carregando de leve no pequeno, quase inexistente, narizinho da pequena.

sorriu abertamente, agradecida, pois realmente não estava lhe dando grande jeito carregar toda aquela bagagem e sua filha ao mesmo tempo.
O chefe deixou algumas notas sobre a mesa e pegou as malas de , se encaminhando até a saída e abrindo a porta, dando passagem para passar primeiro.

E você alguma vez me quis? Precisou de mim?
Sei que se foi embora antes de se despedir.
E não há problema. Sempre tem um outro dia.
A qualquer hora que me quiser, sempre que me vir.
Acho que você não quis dizer adeus, mas não há problema.
Sempre tem um outro dia.

seguiu Charlie até o carro da polícia, parado do outro lado da rua, bem em frente à cafetaria. Este abriu a porta de trás, jogando a bagagem e em seguida abriu a da frente, do lado do pendura, para sentar. Esta lhe agradeceu novamente e se acomodou no banco. Charlie fechou ambas as portas e contornou o carro, entrando no lugar do condutor. Colocou as chaves na ignição e deu partida com o carro, dirigindo pela Avenida Principal de Forks e entrando em uma outra estrada que os levavam para fora da cidade.

-Tem local para ficar em La Push? – Questionou quebrando um pouco o silêncio que se instaurara no veículo.

-Tenho sim. Vou ficar em casa de Eloise Call. Conhece? – Respondeu prontamente e fez aquela pergunta para saber se o chefe saberia onde a deixar quando chegassem a La Push.

Se ele não conhecesse ou soubesse onde Eloise morava, teria de se virar sozinha, mais uma vez, em um local que não conhecia.

-Conheço sim. Mãe do Embry. Quer dizer. Eu não sou um amigo chegado, mas conheço ela, sim. – Afirmou. – Vai ficar por cá muito tempo?

encarou o chefe Swan pelo canto do olho, encabulada e encruzilhada. Esse era o tipo de perguntas que ela queria evitar responder. Principalmente em uma cidade tão pequena como essa, onde tudo se sabia rapidamente. Charlie notou o incômodo de e se apercebeu do seu erro.

-Me perdoe . É um péssimo hábito meu encher os outros de perguntas. Acho que minha hospitalidade já foi para o espaço. – Sorriu desconcertado.

-Que nada, chefe Swan. O senhor está sendo muito amável. Eu é que sou demasiado tímida. – Se justificou.

-E misteriosa. – Acrescentou antes de se conseguir conter.

o olhou um pouco assustada e Charlie se acomodou mais em seu banco, clareando a garganta. desviou o rosto para a janela do seu lado vendo as árvores passarem como borrões. Olhando atentamente, podia jurar ter visto algo avermelhado se mexer pelo meio das árvores fazendo seu coração disparar de felicidade. Deveria ter se assustado, mas foi exatamente o contrário que aconteceu. Apenas uma incompreensível onda de felicidade.

O resto do caminho até chegarem a La Push, apenas 25 minutos depois, o carro da polícia foi em completo silêncio. fingira ter cochilado para evitar que Charlie lhe questionasse mais alguma coisa que não soubesse disfarçar ou mentir, para encobrir seus verdadeiros motivos por ter vindo para Washington.

Apesar de ter sentido o carro abrandar e por fim parar em algum lugar, só abriu os olhos quando o chefe da polícia a cutucou e a avisou que tinham chegado. desceu do carro olhando atentamente a Reserva, sentindo seu coração disparar em seu peito de forma quase dolorosa. Poderia, a qualquer momento, se deparar com ele. E se o visse ela não saberia bem como reagir.
Charlie pousou a bagagem de na porta de uma bela casa de madeira escura, com uma pequena varanda.

-Muito obrigada chefe Swan. Se não fosse pelo senhor nem sei como teria chegado aqui. Muito obrigada mesmo. – Agradeceu abraçando de leve o policial.

-Que…nada. – Charlie respondeu atordoado com o excesso de afetuosidade por parte da garota, coisa a que ele não estava habituado de todo.

Charlie beijou o topo da cabeça de Sophia e caminhou em direção a uma casa avermelhada, mais ao fundo da Reserva. o viu desaparecer e por fim tomou mais atenção à porta em que estava parada. Ajeitou melhor Sophia em seu colo e bateu na porta. Logo uma mulher de cabelos castanhos-claros e olhos verdes a veio atender.

-Eloise Call? – questionou.

A jovem mulher assentiu com uma interrogação no rosto, encarando a moça na sua frente e a criança que ela carregava. sorriu aliviada e se apresentou.

-Sou a . Filha de Mary Anne Storm.

-!? Oh céus. Que surpresa boa! – Eloise a abraçou como pode, por causa de Suh. Assim que a soltou olhou da pequena criança para esperando algum tipo de explicação.

-Essa é Sophia. Minha filha. – esclareceu e Eloise se espantou, arregalando os olhos, não só de surpresa, mas também de pena.


A sua voz surge e agora está desaparecendo.
Eu mal posso acreditar nisso. É tão frustrante.
Porque você parece nunca entender
E me deixa escorregar por entre suas mãos.
Qual é a sensação de estar sozinho?
E se um dia achar o que procura, eu estarei aqui te esperando.
(Another Day – Paramore)


Second Chapter

Eu subo, tropeço, caiu, para alcançar suas mãos.
Mas eu deito aqui sozinha, suando todo o seu sangue.

-Entrem. Eu te ajudo. – Eloise se ofereceu depois de se ter recuperado parcialmente da surpresa.

-Desculpe eu não ter avisado antes que viria. Mas eu viajei até aqui em um impulso. – se explicou assim que entraram dentro de casa e se acomodaram nos sofás da sala.

-Não tem mal algum, querida. Quando você me ligou, meses atrás, pedindo abrigo em minha casa, caso algum dia quisesse se afastar de sua Reserva, eu mesma te falei que poderia vir quando quisesse, sem aviso prévio. – Relembrou.

-Claro, sra Call. Mas acho que é de boa educação avisar com antecedência. Até porque a sra poderia ter que arrumar algum local para eu ficar.

-Me trate por Liz, . E bem, eu tenho sempre um quarto disponível e arrumado esperando que alguns dos meus familiares me venham visitar. Mas eles são demasiado ocupados com as suas próprias vidas para perder tempo visitando alguém que eles alegam os ter abandonado. – Comentou tristemente. – O único imprevisto é que terei de providenciar um berço para Sophia. – Abanou a cabeça afastando os pensamentos tristes e sorrindo para a pequena criança.

-Oh não. Não se incomode com isso. Baby Suh pode dormir comigo.

-Faço questão. Será mais confortável para ambas.

-Obrigada, Liz. – agradeceu sentando Suh do seu lado e buscando em sua mochila por algum tipo de brinquedo, o entregando em seguida a Baby Suh.

-. Desculpe a intromissão, mas eu preciso te falar algo. – Liz comentou inquieta. Olhando de relance, mais uma vez, para a pequena.

-Pode falar. – assentiu.

-Eu sei que não nos vemos faz muitos anos. A última vez você tinha menos de 10 anos e eu estava de visita pela Reserva Crow. Mas eu fui muito amiga de sua mãe, éramos quase como irmãs…e eu quero que você saiba que terá sempre em mim uma amiga, uma confidente. Uma segunda mãe, se assim você o precisar. Tenho certeza que Mary Anne haveria de querer que nós duas tivéssemos alguma cumplicidade, afinal eu sou sua madrinha…mesmo que nunca tenha estado muito presente em sua vida. – Liz esclareceu segurando firmemente as mãos de .

-Eu sei, Liz. Eu sei que era isso que a minha mãe haveria de querer. Por isso que eu te contatei…porque você é a única pessoa que pode me ajudar nesse momento. – fungou, limpando algumas lágrimas que desciam por seu rosto, devido às lembranças de sua falecida mãe.

-Chola? – Baby Suh parou de brincar e olhou a mãe apontando para seu rosto.

limpou definitivamente as lágrimas e sorriu para a filha, a pegando no colo e a apertando contra seu peito. A pequena se colocou de pé no colo da mãe e enlaçou seus pequenos bracinhos em torno do pescoço de . sentiu uma felicidade imensa por saber que sempre teria a sua pequena por perto. Por fim, encarou Liz e determinada, decidiu contar sua história.

-Eu vim para La Push para procurar o pai da minha filha. – Confessou.

-Procurar? Aqui? – Liz se surpreendeu. – Quem é ele? – Interrogou aturdida.

-Eu não sei. Quer dizer, eu não sei seu nome. Apenas sei que ele é dessa tribo. – Respondeu confusa.

-Meu Deus, . Como foi isso acontecer com você? – Liz lamentou, afagando a perna de .

-Liz, eu vou te contar minha história, mas você tem de me prometer que essa conversa nunca vai sair daqui. Você não pode contar isso a ninguém mesmo. Nem mesmo a alguém que você confie muito. – exigiu.

Liz hesitou um pouco em aceitar essas condições, porque se era algo que dizia respeito a alguém da Reserva Quileute, ela teria a obrigação de não manter segredos com ninguém, principalmente com o Conselho.
Mas então ela se lembrou de Mary Anne e percebeu que suas obrigações eram maiores com do que com o Conselho.

-Tudo bem, . Pode confiar em mim. – Liz garantiu. respirou fundo e começou seu relato.

Se eu pudesse descobrir como fazer para que me escute agora.
Porque eu estou desesperada para te ter aqui, com meu amor eterno.
E eu vou…respirar por amor amanhã.

-Dois anos atrás, depois da morte de minha mãe, Sean começou bebendo, e quando ele bebia ele se tornava violento. Eu entendia a dor dele. Ele sempre dependeu muito de nossa mãe, depois da morte de nosso pai. Então uma noite ele começou quebrando tudo lá em casa e me bateu. – Liz arregalou os olhos em preocupação mas resolveu não interromper. – Eu fiquei com muita raiva e fugi de casa. Me meti na floresta e acabei me perdendo.
»» Era de noite e estava tudo muito escuro. Parei de andar quando percebi que estava caminhando em círculos. Então eu escutei um rugido, um rugido muito forte, e quando percebi havia um enorme lince parado bem atrás de mim. Tentei correr mas o lince me alcançou e me jogou no chão. Gritei bem alto, morrendo de medo. Sentia suas patas bem em cima das minhas costas e seu bafo batendo em minha nuca. Eu nunca senti tanto medo em minha vida. Mas de repente eu senti um vento forte passar sobre mim e deixei de sentir o peso do lince em cima de mim. Lentamente eu me virei e percebi que o lince havia sumido. Então eu me ergui do chão e corri o mais rápido que pude sem saber para onde ir nem como sair dali. Acabei por chegar em um rio e suspirei aliviada por que eu conhecia aquele rio. Sabia que se seguisse o curso contrário da água até uma ponte feita de um tronco de árvore, de lá eu saberia voltar para casa.
»» Ia começar subindo o rio quando escutei um gemido que me fez voltar para trás e me deparar com um homem totalmente nu jogado sobre a margem do rio, quase inconsciente. Meu instinto dizia para eu fugir dali, mas meu coração me pedia que o fosse ajudar. Então eu caminhei até aquele estranho e me coloquei de joelhos junto a ele. Assim que o toquei, eu percebi que ele ardia em febre. Ele estava tão quente que era quase impossível ele estar vivo. Não vacilei em rasgar minha blusa e mergulhá-la nas águas geladas do rio, para em seguida espremer a água em seu rosto. Passei o pedaço de tecido pelo resto do seu corpo, mas eu sabia que tinha de o tirar dali. Não o poderia deixar morrer. Então eu afastei os longos cabelos de sua face para o tentar acordar e quando eu olhei em seu rosto…eu me apaixonei perdidamente.
»» Era como se ele fosse a metade do meu coração que eu nem sabia que me faltava. E eu não sabia antes porque eu nunca o tinha conhecido para perceber que precisava tanto de alguém como eu precisei naquele momento.
»» Dei leves tapas em seu rosto o fazendo acordar e pedi que ele fizesse um esforço para me ajudar a tirá-lo dali. O levei para minha casa e durante dias e dias cuidei dele. A febre parecia nunca ceder por mais que eu tentasse. Descia um pouco mas nunca ia embora. Sua temperatura era sempre superior a 45º. Outro humano qualquer não teria resistido aquela temperatura, mas ele parecia tão forte e saudável, apesar da febre…
»» A todas as horas ele murmurava coisas incompreensíveis e chamava sempre por alguém. Uma garota que eu logo percebi ser muito importante para ele. – parou para engolir em seco com essas recordações. – Mas então uma noite ele abriu os olhos e me olhou tão profundamente que me prendeu mais fundo nele, se é que isso ainda era possível. Ele murmurou o nome da outra garota, mas me puxou para seus braços me impedindo de sair deles…como se eu realmente quisesse sair. – Limpou algumas lágrimas. – Nós nos beijamos e ele parecia realmente me querer a mim…mas era o nome dela que ele chamava.
»» Eu estava cegamente apaixonada para me importar com o que quer que fosse. Eu queria ser dele, nem que fosse uma única vez, e então eu me entreguei. – Murmurou a frase final como se quisesse guardá-la apenas para si. ergueu o rosto para encarar Liz e terminar seu relato, limpando as insistentes lágrimas que teimavam em cair de seus olhos. – Quando acordei na manhã seguinte ele não estava mais lá. Fora embora, simplesmente. – Respirou fundo depois de alguns soluços. – Nove meses depois, Sophia nasceu. – Finalizou sua história embargada.

Liz olhava pra sem palavras certas para lhe dizer.

-…eu lamento imenso. Eu nunca imaginei isso. – Liz comentou a custo. – Mas me diga uma coisa. Se sabia de onde ele era e onde ele estava, porque só o veio procurar agora? – Interrogou confusa.

-Na verdade…eu só tive coragem para começar o procurando há alguns meses atrás. Eu não sabia absolutamente nada sobre ele, nem de onde ele era. – Explicou fazendo Liz enrugar a testa confusa.

-Então como sabe que ele é daqui, ou que está aqui?

-Por causa de uma tatuagem. Um tribal. Um símbolo. Eu investiguei o significado desse símbolo e descobri que ele pertencia ao povo Quileute. Foi por isso que liguei para você. Mas acabei perdendo a coragem de vir. Sei lá. Fiquei com medo. Medo de ele não ser mais daqui. Medo de não o achar. Medo de o ver com a tal garota que ele sempre chamava. Medo de ele rejeitar nossa filha. – Contou seus medos lavada em lágrimas.

Liz recordou sua história depois desse relato de e se sentiu compadecida e condescendente.

-Nós vamos achar ele, querida. Eu te garanto. – Liz afirmou.

-Obrigada, Liz. Muito obrigada. – pousou de novo Sophia do seu lado e abraçou sua madrinha como há muito ela precisava de ser abraçada.

Porque não há nenhuma esperança para hoje.
Vou respirar por amor amanhã,
porque talvez haja outra maneira.
(Breathe – Paramore)


Third Chapter 

Quando eu deixei todas as coisas para trás, eu pensei em mim.
Eu só quero fazer de tudo para encontrar paz na minha alma.
Eu não sinto culpa, eu sou assim.
Eu só quero viver minha vida hoje.

permanecia deitada fitando o teto sem realmente conseguir dormir. Ajeitou sua pequena na cama, a amparando de amos os lados com duas grandes almofadas, e caminhou em direção a cozinha para beber um pouco de água, mas assim que lá chegou deu de caras com um belo jovem, de tronco nu, sentado em cima do balcão comendo, faminto, uma sanduíche, um pacote de fritas e bebendo leite do pacote. O garoto olhou para inquisitivo e desceu do balcão.

-Quem raios é você? – Questionou pouco satisfeito com a suposta intrusa.

-Embry? É você? – indagou admirada com o físico do jovem rapaz com que ela costumava brincar quando mais nova, sempre que Liz visitava a Reserva Crow.

-A gente se conhece? – Ele interrogou desconfiado.

-Sou a . Storm, da Reserva Crow. – Elucidou fazendo Embry arregalar os olhos.

-? É mesmo você, garota? Que você está fazendo aqui? – A arremessou em um forte abraço a fazendo tirar os pés do chão.

-Er…eu…hun…vim para ficar…uns tempos. – Gaguejou passando a mão pela nuca, assim que Embry a soltou para a olhar.

-Sério? Que legal! E Sean? Ele veio com você? – A bombardeou de questões.

-Não. Ele não veio. Na verdade eu meio que ando fugindo dele. – Sorriu desconcertada. – Ele se tornou um pouco violento depois da morte da nossa mãe. – Explicou.

-Pois é. Eu soube da morte da Mary Anne. Lamento imenso para vocês dois. E lamento também por você. Não sabia que ele batia em você.

-Não! Quer dizer. Ele não me batia. Só que ele estava sempre bêbado e quebrava tudo…Tornou minha vida num inferno. – Explicou.

Embry ia falar mas foi interrompido por um choro agudo que o alertou para perigo. correu até seu quarto, de onde ela sabia que vinha o choro, com Embry em seu alcanço. Os olhos de Embry se esbugalharam ainda mais em espanto quando viu pegar em uma criança de pouco mais de dois anos em seu colo e a acalmar.

-É…sua? – Ele questionou quando o olhou.

-É minha filha sim. Essa é Sophia. My little sunshine. – sorriu sem jeito para Embry, beijando os cabelos de Baby Suh e enxugando as lágrimas que escorriam de seus olhinhos.

-Isso é…uma enorme surpresa para mim, . Você é tão jovem. – Comentou aturdido.

-Sou apenas dois anos mais nova que você, Embry. Tenho 19. – Rolou os olhos embalando a sua pequena.

-Sim, eu sei. Mas ela já tem dois anos, eu acho. Isso significa que você engravidou com 17 anos. – Fazia contas óbvias, completamente espantado. – Alguma paixão avassaladora? – Inquiriu curioso e preocupado.

-Um amor impossível. – Suspirou deitando novamente Baby Suh, já adormecida, na cama.

-Entendo. Bom, , vou me deitar. Estou estafado. Boa noite. – Ele se despediu se virando para sair.

-Boa noite. – também desejou se virando para lhe sorrir.

Nesse mesmo momento, o mesmo momento em ele se virou para sair e o momento em que ela se virou para lhe sorrir, viu uma tribal tatuada em seu ombro esquerdo. A mesma que o pai de sua pequena tinha. Exatamente igual. Como se estivesse vendo uma réplica.

Eu não me sinto triste, eu sou assim.
Esse é o jeito. E eu quero mudar tudo. Ir ao fim e começar de novo.
Quando eu me encontrar aqui, eu pensarei em você.


-Espere! – falou um pouco mais alto correndo até a porta do seu quarto e agarrando tremulamente o braço tatuado de Embry.

-O que foi? – Ele interrogou mas não conseguiu responder. Estava em total transe analisando aquela tatoo.

-Onde fez essa tatoo? – Ela inquiriu com a voz baixa mas um pouco falha.

Embry enrugou a testa e soltou o braço da mão que o agarrava. Olhou o rosto de tendo um vislumbre estranho de uma miscelânea de sentimentos entre dor e felicidade. Embry clareou a garganta sem saber direito o que lhe responder.

-Er…bem…em uma loja de…tatoos. – Constatou obviamente.

-Alguém mais tem essa tatoo? Exatamente igual a essa? Aqui na Reserva? – Questionava sentindo em seu peito um buraco enorme, que ela estava acostumada a sentir, começar se fechando. Sentia suas buscas quase concluídas. Bastaria uma resposta de Embry.

-Porque quer saber? – Franziu a testa desconfiado. Se perguntava o que sua mãe havia contado a .

-Eu preciso dessa resposta, Embry. É muito importante para mim. – Salientou a última frase em um quase imploro.

Embry engoliu em seco e pensou qual seria o mal de ela saber quantos usavam essa mesma tatoo. De qualquer das formas, se ficasse mesmo por La Push, iria ver essa tatoo em vários jovens da Reserva e isso não significava que ela iria logo perceber o que eles eram.

-Alguns rapazes e minha namorada. – Respondeu relutante.

-Vocês…fazem parte…de algum tipo…de gang? – Perguntou preocupada.

- eu…há coisas que…bom…eu não posso falar sobre isso. Desculpe. Vou me deitar. Boa noite. – Embry beijou o topo da cabeça da garota e se apressou em se trancar no quarto com medo do rumo daquelas questões e da força paranormal que fazia para não respondê-las.

deixou algumas lágrimas caírem de seus olhos e abraçou seu corpo que tremia confuso com os sentimentos que pulsavam em seu peito. Medo, felicidade, dor, esperança.

Deitou em sua cama, do lado de sua little sunshine, e se aconchegou a ela, acariciando seus fios negros. Um uivo forte rompeu o silêncio da noite, como um chamado, e se sentiu reconfortada, protegida. O medo que deveria sentir simplesmente se desvaneceu em seu coração. Apenas a certeza que tudo estava perto do fim.

~~*~~

Amanhecera rápido demais para o sono leve de e tal como o sol nasceu, se ergueu para encarar um novo dia. Fez sua higiene matinal e banhou sua pequena, colocando uma fralda nova e um vestidinho veranil azul com florezinhas amarelas.
Depois de arrumadas, caminhou até a cozinha encontrando Liz e Embry cochichando algo parecido a uma discussão, e uma garota morena, alta e linda, encostada na pia, escutava atentamente a discussão de mãe e filho.
A garota me olhou e logo Embry e Liz pararam de cochichar.

-Bom dia, . Bom dia Baby Suh! – Liz as cumprimentou como se segundos atrás nada tivesse acontecido.

-Bom dia Liz, Embry. – Sorriu para a outra garota desconhecida. Seus olhos baixaram um pouco, em direção ao ombro esquerdo da garota, e notou a mesma tribal de Embry tatuada na sua pele.

-Oi. Eu sou a Leah, namorada de Embry. – A cumprimentou, caminhando até e acariciando o rosto de Sophia. – Oi princesinha. Tudo bom com você? – Brincou amável com a criança.

-Prazer Leah. Eu sou a e essa é a Sophia, minha filha.

-Muito linda sua filha. Seu rosto me faz lembrar alguém. – Olhou sugestiva para Embry, que se contorceu desviando o rosto.

-Nós já vamos indo, mãe. Devemos voltar no fim-de-semana. – Embry se despediu de Eloise com um singelo beijo no rosto.

-Vai viajar? – questionou.

-Mais ao menos. – Leah respondeu entrelaçando sua mão na do namorado.

-Então, boa viagem. – sorriu vendo os dois desaparecerem pela sala e saindo pela porta.

-Liz. Era aquela tatuagem. – contou empolgada e ao mesmo tempo apreensiva, assim que se viu segura para falar sobre o assunto.

-Você tem certeza ? – Liz inquiriu angustiada, torcendo em seu dedo o fio de colar que trazia ao pescoço.

-Nunca tive tanta certeza de alguma coisa em minha vida. Eu estive falando com Embry ontem e ele falou que alguns garotos aqui em La Push têm aquela mesma tatoo. Liz, só pode ser um deles!

Liz permaneceu inquieta, olhando a pequena criança no colo de , sentindo um aperto no peito por poder dizer mais detalhadamente quem eram os garotos que tinham aquela mesma tatoo.
Liz se sentia encurralada. Queria conselhos mas não poderia contatar os Anciãos do Conselho por ter prometido a que não falava de Sophia para ninguém. Mas a condição dos meninos, também era um segredo que não deveria de ser exposto a qualquer um.
Só que não era qualquer uma. era a mãe da filha de um deles e mais do que ninguém merecia saber da verdade acerca do pai de Baby Suh.
Olhando mais atentamente para a pequena criança, Liz conseguia achar um pai diferente para cada pequeno e singelo traço de Sophia. O queixo de Jared, o nariz de Sam, a boca de Paul, os olhos de Embry…esse último pensamento a assustou.

-, não é o Embry, pois não? – Inquiriu receosa.

-O quê? O pai de Suh? Não, não. Claro que não. Eu o reconheceria. – Certificou o que fez Liz respirar mais aliviada.

Mas a dúvida da paternidade ainda persistia em sua mente e ela sentia a necessidade de contar a sobre a verdadeira identidade do bando. Puxou pela mão e a sentou em uma cadeira disponível. a olhou interrogativa.

-Há alguma coisa que você me queira contar, Liz?

-Há sim. Há uma coisa muito importante que eu preciso te falar sobre o pai da Sophia.

-O que é? – se desesperou. – Fala Liz! O que você quer me contar sobre o pai da minha filha! – Exigiu nervosa.

-Você tem que me prometer que vai manter a calma e que, em circustância alguma, você fala sobre isso para ninguém! Tal como eu manterei seu segredo guardado, você tem de manter esse segredo oculto. – Liz pediu.

-Tudo bem. – respirou fundo tentando manter a calma.

-Todos os rapazes dessa tribo que têm essa tribal tatuada no braço são protetores da tribo…isto é…todas as lendas que você escutou sobre que essa tribo descendia de Lobos são verdade, . Embry e o os outros são Transmorfos. – Liz por fim confessou tirando um peso enorme de cima de suas costas.

-Eles são o quê? – interrogou em uma oitava acima do seu tom de voz normal, seus olhos saindo quase das orbes.

E eu só quero me lembrar das coisas que nós temos feito.
Eu não sinto culpa. Eu sou assim.
Só quero viver minha vida. Hoje.
(Change – Paramore)


Fourth Chapter 

Estou morrendo para recuperar meu fôlego.
Oh, porque eu nunca aprendo?
Eu perdi toda a minha confiança,
Embora tenha tentado dar a volta por cima.

Depois de ter revelado o segredo da Reserva de La Push a , Liz explicou detalhadamente toda a lenda Quileute a ela. ficou um pouco assustada em relação ao fato de os Frios realmente existirem, mas mais insegura ficou em questão aos imprints. Liz explicara como os imprints funcionava e que efeitos tinham sobre os Lobos e suas parceiras.
Pensar que um dos rapazes-lobo poderia ser o pai de sua filha, a assustava, mas saber que ele poderia já ter marcado alguém a destruía por dentro e a fazia perder as forças para continuar nessa busca.
A conversa das duas foi interrompida por uma batida na porta. Liz se ergueu para abrir a porta e se espantou com as visitas.

-Billy? Sue? – Liz questionou espantada.

-Oi Eloise. Podemos entrar? – Billy pediu a olhando com um sorriso curto.

-Claro, claro. – Liz assentiu um pouco tensa, olhando para . – A que vos devo essa visita? – Perguntou quando fechou a porta.

-Leah passou lá por casa para pegar suas coisas e falou que você tinha hóspedes. Viemos conhecer. – Sue comunicou calma.

-Entendo. Sue, Billy, essa é a Storm, minha afilhada. – Apresentou.

surgiu do canto da sala e veio cumprimentar os visitantes.

-Oi. – cumprimentou timidamente.

-Muito prazer . Eu sou Sue Clearwater, mãe da Leah, que você conheceu mais cedo, e esse é o Billy Black. – A bela mulher de negros e compridos fios e olhos cor de mel, se apresentou, apresentando também o homem de cadeira de rodas, que surgia ao seu lado, com um semblante sorridente exibindo várias rugas, mas ainda com os fios negros, parcialmente ocultados por um chapéu de cowboy castanho-escuro. - Mas que criança mais graciosa. – Sue comentou sorrindo e pegando em Sophia no colo. – Qual é o nome dela?

-Sophia. – respondeu apreensiva pela tensão de Liz.

-Sabedoria. Beleza. Subtileza. Tudo sinónimos de Sophia. – Billy falou. – Posso pegar nela um pouco? – Perguntou.

olhou para Liz aflita, que apenas assentiu levemente. Sue passou a pequena para as mãos de Billy que começou brincando com a pequena e fazendo caretas engraçadas, roubando gargalhadas jocosas e infantis da pequena.

-Parece que gostou de você, Billy. – Sue comentou.

-Ela me faz muito lembrar minhas filhas. Estou com uma saudade danada das gêmeas. Mas aquelas duas são umas desnaturadas que não querem saber do pai. – Billy resmungou continuando a brincar com a pequena.

-E então . Está gostando da Reserva? – Sue questionou.

-Há algum problema de ela ficar aqui? – Liz interveio.

-Oh, problema algum, mas estranhamos não termos sabido da estadia de sua afilhada. – Sue contou.

-A culpa foi minha. Eu apareci sem avisar. – se explicou.

-Não. A culpa não é de ninguém. Eu que pedi que ela viesse quando quisesse. E eu falei com vocês sobre a . é filha da minha amiga Mary Anne Storm.

-Oh claro. Que cabeça a nossa. A Mary Anne. Você falou sim. Nos perdoem, mas já não somos novos. – Billy sorriu acalmando a brincadeira e permanecendo com a criança sentada em seu colo. – Mas nós não viemos para inspecionar. – Sorriu calmamente. – Viemos para vos convidar pessoalmente, às três, para meu aniversário, esse sábado. – Billy convocou.

Você ainda pode ver um coração em mim?
Toda a minha agonia desaparece
Quando você me envolve em seu abraço.
Me dê algo em que eu possa acreditar.
Você abriu a porta agora não a deixe fechar.


-Céus, é esse fim-de-semana! Me esqueci por completo. Eu ainda nem comprei seu presente. – Liz se lamentou.

-Não preciso de presente. Sua presença basta. – Declarou olhando fixamente para Liz que desviou o rosto corando levemente. – Então vocês aceitam o convite? – Inquiriu olhando para . – Adoraria ter essa pequena alegrando minha festa. – Sorriu apertando o pequeno narizinho de Sophia.

-Além de que seria perfeito para apresentar aos garotos. Precisa se enturmar com pessoas da sua idade, querida. – Sue advertiu sorridente.

sentiu seu coração falhar algumas batidas quando escutou Sue falar dos garotos. Estaria ele incluído nesse grupo?

-Claro. Seria um prazer. – prontamente assentiu.

Liz a olhou sugestivamente, parecendo realmente nervosa, mas não entendeu qual era a preocupação de sua madrinha. Franziu de leve o cenho para Eloise, mas logo desviou o rosto abanando a cabeça discretamente.

-Mas que cabeça a minha. Vocês querem tomar alguma coisa? Um café, um suco? – Liz abanou a cabeça igualmente, caminhando em direção à cozinha.

-Não, querida. Eu estou bem. – Sue negou.

-Eu também. Aliás, só passamos por cá mesmo para fazer o convite e conhecer sua afilhada…e essa princesinha. – Billy sorriu passando Sophia para .

-Já vão embora? Isso foi pior que visita de médico. – Liz comentou verdadeiramente desgostosa.

-Teremos mais tempo no final de semana. – Billy lhe sorriu sendo guiado por Sue até a porta.

-Voltem sempre. Serão sempre bem-vindos. Minha casa é vossa casa. – Se despediu.

-O mesmo dizemos nós. Passe por nossa casa mais vezes. – Sue sorriu.

Liz assentiu fechando a porta de casa em seguida. Se encostou na entrada respirando apressadamente como se tivesse acabado de correr uma maratona. Passou a mão pela testa bufando e inspirando fundo.

Queria conseguir deixar isso tudo de lado.
Sei que estou a um passo de dar a volta por cima.
Tentei tantas vezes mas nenhuma foi real.
Faça isso desaparecer.
Não me despedace de novo.
Quero acreditar que dessa vez é real.

-Vocês está bem? – Mel questionou.

Liz colocou a outra mão no peito e caminhou para o lado de se sentando do seu lado.

-Eu quase morri de susto. Você tem noção de quem eles são? – Liz questionou retoricamente.

-Não. – franziu o cenho, confusa.

-Eles são Anciãos do Conselho da Tribo. – Explicou e arregalou os olhos. – Quando eu os vi parados na minha porta pensei que eles já soubessem que eu te iria contar sobre o segredo da tribo…ou que eles até soubessem de seu segredo…sei lá. Meu coração simplesmente pulou pela boca. – Liz respirou fundo mais uma vez esfregando a mão no peito.

-Será que eles desconfiaram de algo? – perguntou preocupada.

-Eu não sei, . Eu não sei. – Respondeu abanando a cabeça freneticamente para depois parar e encarar seriamente . – Você tem consciência de que você pode encontrar o pai de Sophia nessa festa, não tem? – Questionou mordendo o lábio inferior.

-Pior que tenho, Liz. E eu estou tão apavorada. – Suspirou se encostando no sofá. – Mas me diz uma coisa que me deixou realmente curiosa. – se ajeitou encarando Liz.

-Fala. – Liz incentivou.

-A Leah também é uma Loba? Porque ela também tem a tatuagem no ombro. – Constatou.

-É sim. A única do bando. Agora ela se acostumou, mas no começo foi bem difícil para ela. E não foi só por ela ser a única loba.

Liz contou a a história do triângulo amoroso Leah/Sam/Emily, o que deixou uma noção maior e mais forte do quão forte era o imprint e de que consequências ele trazia na vida das pessoas.
Depois dessa história as esperanças de morreram um pouquinho mais, junto de seu coração, e a dúvida de se deveria de continuar com essa busca acresceram ainda mais.
Respirando fundo, se prometeu aguentar até o final de semana, por sua filha.


Me salve de meus medos.
Não arranque de mim tudo o que eu preciso.
Me dê algo em que possa acreditar.
Não arranque o que me resta,
Tudo o que eu preciso.
(All I Need – Within Temptation)


Fifth Chapter 

Eu ouço o tiquetaque dos relógios.
Estou deitada na escuridão do quarto.
Me pergunto onde você estará essa noite.
Sem resposta no telefone.
E a noite passa tão lentamente.
Oh, espero que ela não termine entretanto, sozinha.


-Você está pronta? – Liz questionou parando no batente da porta do quarto de .

O tempo passara correndo e o fim-de-semana logo chegou. Embry havia saído nem havia 15 minutos para a festa depois de chegar de manhãzinha da sua viagem.

-Estou. – Sua voz soou falha.

se mirava no espelho como um ritual para se passar coragem e força para seguir em frente e encarar aquele dia. Vestia um vestido branco com duas camadas de tule por baixo e com as bainhas em tiras de renda amarelas. O estampado era com pequenas florezinhas lilases com o centro em amarelo. Uma tira de alça apenas envolvendo seu pescoço, junto com um pingente com a foto da sua mãe. Calçava umas rasteirinhas que se entrelaçavam em tiras pelos tornozelos acima e trazia o cabelo preso em um coque alto, com a repa arrumada para o lado esquerdo.
Seus olhos apenas levavam no cílio superior um pouco de máscara e seus lábios estavam brilhando com o gloss que aplicara.

-Você está linda. – Liz constatou.

nada respondeu, apenas a olhou pelo reflexo do espelho mordendo o lábio.

-Vai correr tudo bem, . – Liz assegurou caminhando até a afilhada e colocando uma mão em seu ombro desnudo, beijando seus cabelos.

Uma lágrima escapou de seus olhos sentindo suas forças se desmoronarem.

-Eu não sei se consigo, Eloise. Não por minha filha, mas por mim… eu ainda o amo muito e se…e se ele estiver lá? E se ele estiver lá com…com outra? Com o seu imprint? Eu não sei se vou aguentar. – Suspirou em meio a um soluço iminente.

-Calma, , você não estará sozinha. Eu estarei do seu lado, te dando forças. Vamos, limpe essas lágrimas. Queixo erguido. Inspire fundo e junte forças. Por sua filha. – fez o que Liz instruiu e em seguida pegou sua bolsa, a colocando no ombro, e pegou Baby Suh no colo.

A pequena estava lindamente vestida com um vestidinho verde alface, um agasalho verde musgo e umas sandálias pretas. Seu cabelo estava todo entrançado dos lados deixando apenas a pequena repinha recolhida atrás da orelha.

e Liz saíram de casa caminhando a pé apenas três pequenas quadras até chegaram na aconchegante casa dos Clearwater, onde se realizaria a festa por essa ser maior para acomodar os convidados e ter um quintal igualmente grande.
inspirou fundo mais uma vez, quando pararam na porta da casa, e Liz bateu.
A espera de serem recebidas tornava sua ânsia cada vez maior e em consequência sentia seu coração pular pela garganta e o estômago embrulhar e dar voltas, a deixando maldisposta e enjoada.

-Que bom que chegaram. – Uma garota com uma enorme cicatriz no rosto as atendeu. - Já está todo mundo lá dentro. Só estávamos esperando vocês. – Sorriu dando passagem para entrarem. - Olá , eu sou a Emily. – Se apresentou. – Olá Baby Suh. – Emily acariciou o rosto da pequena, carinhosamente. – Nossa, como ela é linda. Igual a mãe. – Emily sorriu abertamente, como a cicatriz lhe permitiu.

-Obrigada. – sorriu forçadamente, sentindo uma onda de náusea a envolver quando escutou gargalhadas espalhafatosas vindas das traseiras.

-Vejo que dispensam apresentações. Fico feliz que tenham chegado. Os rapazes estão coçando de curiosidade de te conhecer, . – Sue apareceu de algum lugar, carregando uma taça de macarronada.

De novo o peito de pulou do peito. Se sentiu ofegar e enjoar um pouco mais, o que a obrigou a ir no banheiro. Passou sua pequena para os braços de Emily.

-Onde é o banheiro? – perguntou um pouco aflita.

-Vocês está se sentindo bem? Está um pouco pálida. – Emily denotou.

-Só um pouco enjoada. – Forçou um sorriso.

-O banheiro é na segunda porta desse corredor. Não tem que enganar. Eu vou procurar algum remédio para você. – Sue indicou.

se retirou um pouco apressada demais e se trancou no banheiro se sentindo suar frio. Ergueu o tampo do vaso e se inclinou um pouco para vomitar.

-. Você está bem? – Liz questionou batendo na porta do banheiro.

vomitou um pouco mais e quando sentiu que nada mais tinha para despejar, deu descarga no vaso e se ergueu abrindo a porta.

-Você não está bem. É melhor irmos embora. – Liz acariciou seu rosto, abrindo a torneira e molhando o rosto dela.

-Eu só estou um pouco nervosa. Já vai passar. – Garantiu passando água na nuca.

-Tome. Aqui tem um comprimido para os enjoos. – Sue lhe passou um copo de água e um remédio. – Você está com uma cara péssima. – Declarou.

-Onde está minha filha? – Perguntou quando viu Emily parada no batente da porta sem Baby Suh no colo.

-Está no colo de Billy. Ele parece que se apaixonou por ela. E os rapazes também. Estão todos babados. Até o meu Sam. – Sorriu.

Até agora eu sempre me virei bem por conta própria.
Eu nunca me importei, até encontrar você.
E agora me gelam os ossos.
Como eu fico sozinha?

passou outra vez mal quando Emily falou do seu companheiro. E se fosse ele? E se esse tal de Sam fosse o pai da sua filha? correu de novo até o vaso e vomitou um pouco mais.

-Nossa, você está mesmo mal. Melhor descansar. Vem para meu quarto. – Sue a puxou pela mão quando se recompôs e se limpou.

se deitou na cama de Sue e Liz pediu em silêncio para que as deixassem sozinhas. Quando Emily e Sue saíram, Liz fechou a porta e caminhou até se sentando na ponta da cama, do lado dela. se recompôs e se colocou sentada na cama, amparada pelas almofadas, encarando Liz com os olhos marejados.

-Porque é que eu sou tão fraca, Liz? – Interrogou com a voz embargada.

-Você não é fraca, . É apenas frágil. Não há mal nenhum em ficar nervosa por estar tão perto de rever o amor da sua vida, pai de sua filha. Eu sei também que você está apavorada com essa questão do imprint. – Liz constatou acariciando o rosto de e lhe enxugando as lágrimas.

-Minha filha…ela pode estar nesse momento frente a frente a seu pai. E eu aqui. – Se culpou querendo se erguer.

-Calma. Descanse um pouco. A festa ainda agora começou. Teremos muito tempo. – Liz garantiu. – Você tem muito tempo para ganhar um pouco mais de coragem. Eu vou ficar aqui com você.

-Não. Vá para a festa. Billy com certeza deve estar sentindo sua falta. – sorriu malandra e Liz arregalou os olhos, um pouco corada.

-Você notou? – Se espantou.

-Como não havia de notar vossa troca de olhares? E a maneira como ele falou: “Não preciso de presente. Sua presença basta.” – engrossou um pouco a voz tentando imitar a voz de Billy, fazendo Liz rir alto e por consequência rir junto.

-Você é muito danadinha. Então vá. Descanse e se recupere. Quando estiver pronta, apareça lá nas traseiras. – Se despediu beijando sua testa.

-Tudo bem. – assentiu vendo Liz se retirar do quarto e encostar a porta do quarto.

encostou a cabeça na cabeceira da cama, fitando o teto e deixando mais algumas lágrimas escaparem, se recordando com precisão da noite em que ela se fez dele e ele foi seu. Secou as lágrimas inspirando fundo se dizendo mentalmente que adiar não iria amenizar o seu mal-estar ou os seus medos.
Se ergueu da cama e saiu do quarto caminhado até a sala. Mas então seu celular tocou. Estranhou estar recebendo uma ligação e se espantou ao ver o nome do irmão piscando no visor.

-Alô? – Atendeu.

-Vem ter comigo agora, ! – Exigiu com uma voz arrastada e pesada.

-Sean? Eu não estou mais na Reserva Crow. – Elucidou um pouco irritada.

-Eu sei onde você está. Estou parado aqui na porta da casa da Eloise. Venha ter comigo agora! – Avisou elevando mais seu tom de voz.

se alertou e desligou a chamada saindo apressada da casa dos Clearwater. Correu em direção a casa de Eloise e avistou seu irmão escondido atrás de umas árvores. Ele a chamou com a mão e foi até ele, relutante.

-O que você está fazendo aqui? Como me achou? – Ela brigou.

Sean nada respondeu e apenas a pegou forte por um braço a arrastando mata adentro.

-Me solta! Está me machucando. – Gritou furiosa.

-Cala a boca! – A apertou mais forte e a arrastou pela mata adentro sem qualquer destino aparente.

-Onde você está me levando. Pare Sean. Vamos nos perder. – choramingava.

-Já falei para ficar calada! – Se exaltou a jogando no chão.

Haviam caminhado bastante e estavam bem longe da Reserva.

-Sean…o que você quer. – Ela perguntou baixinho, com medo da reação do irmão.

Olhando melhor para o rosto dele, podia ver pequenos cortes, covas negras e profundas em baixo dos olhos, que estavam completamente raiados. Os nódulos de seus dedos estavam em ferida, denotando que havia se metido em conusões. Sean fungava e olhava em volta freneticamente, apertando os braços em torno do corpo.

-Você está drogado? – se surpreendeu e suspirou tristemente.

-Calada. Temos de ficar aqui escondidos. Ou eles vão nos achar. – Ele sussurrou e em seguida gargalhou alto.

Não sabe o quanto eu tenho esperado
Para tocar seus lábios e te abraçar forte.
Como eu fico sozinha?
(Alone – Glee)


Sixth Chapter 

Eu não consigo lutar contra esse sentimento.
E no entanto, tenho medo de o deixar fluir.
Eu não consigo lutar contra esse sentimento.
Me esqueci pelo que comecei a lutar.

(POV Jacob)

Se eu contasse minha história diriam que eu era um lunático com sérios problemas psicóticos. Minha vida era uma verdadeira porcaria, para não dizer um palavrão pior.
Perdi minha mãe muito cedo num acidente de viação que custou as pernas de meu pai. Minhas irmãs saíram de casa antes que eu crescesse o suficiente para me virar sozinho. Com onze anos tive de começar cuidando de meu pai.
Apesar de ele ser muito auto-suficiente, havia coisas em que ele ainda era totalmente dependente. Como para tomar banho. Como ele se iria colocar sozinho dentro de uma banheira?
Então desde cedo aprendi a mexer com carpintaria e desfiz o banheiro dele montando um novo, onde ele apenas precisaria de se transferir de uma cadeira para outra, para se banhar.
Depois disso tudo se tornou um pouco melhor, mas eu sentia uma falta desgraçada da minha mãe e das minhas irmãs. Tive de crescer rápido demais para não me perder em um mundo obscuro.

Poderia dizer que meus anos de paz foram desde os meus 15 até meus 16 anos. Depois reencontrei com Bella e minha vida virou do avesso. Ficou um verdadeiro caos.
Ela começou namorando com um cara que toda a minha Reserva odiava e só mais tarde percebi porquê. Então ele sumiu, abandonou minha melhor amiga e fui eu que estive presente do lado dela, tornando seus dias melhores e mais alegres. Me apaixonei completamente por ela.

E depois eu me tornei um Lobo. Isso foi o pior de tudo de mal que me poderia acontecer. Me transformar em uma aberração gigante e peluda.
Quando eu descobri o que Edward e sua família representavam, eu odiei tanto Bella por saber da condição deles, mas o amor falou mais forte.
Enfrentei batalhas, quase morri, implorei, rastejei, sofri, mas nada demoveu Bella a desistir de casar com Edward. E o que mais me magoava não era saber que ela preferia a ele, apesar de ambos sabermos que ela nutria fortes sentimentos por mim. O que mais me destruía por dentro era saber que ela desistiria da vida por ele.
Bella era egoísta. Apenas pensava nela e em seu amor. Estava disposta a se sacrificar, sacrificar sua vida, sacrificar seus amigos e sua família a acreditar que ela estava morta, depois que a transformassem…E eu que lhe podia dar uma vida cheia de amor, alegria e filhos. Eu lhe podia dar uma VIDA. E não lhe tirar a vida, como aquele sanguessuga desgraçado ia fazer.

E quando ela se casou, foi como se um pedaço do meu coração fosse arrancado. Eu parti sem destino, sem vontade de continuar vivendo. Eu parti para morrer. Morrer junto dela, da vida dela.

Então eu fiquei doente. E eu acreditei que estava tão perto de morrer. Eu tinha todos os dias um anjo tomando conta de mim. Um anjo que eu não conseguia recordar do rosto.
Então eu senti um forte chamado. Algo que fez meu coração pular. Corri de volta a casa e soube da gravidez de Bella.
Era algo completamente impossível, inumano. Aquela criança era inconcebível. Um erro da natureza. Um grave erro da natureza que tirava lenta e dolorosamente a vida da minha Bella.
Eu permaneci um pouco mais do lado dela, lutando por ela e pela vida dela. Implorando que ela tirasse aquele monstro de dentro dela, mas Bella não me escutou. Mais uma vez ela não me escutou. Ela nunca escutava. Era egoísta. Sempre foi e sempre seria. Mais uma vez ela entregava sua vida em uma bandeja como se fosse um artigo barato a se vender em um leilão. E o ódio só acrescia em meu peito cada dia mais.

Então aquela coisa nasceu e Bella deu seu último suspiro, sua última batida. Ela morreu. Morreu para a vida e renasceu para a eternidade. Ela se tornara em uma Fria. Ela se tornara na minha pior inimiga. E eu continuava a amando tanto.
Meu único objetivo a partir do momento em que Bella morreu, foi matar o mostro que lhe roubara a vida. Mas quando aquele ser pequeno me olhou nos olhos, quando aquele ser me olhou com aqueles olhos de chocolate, que nem os da Bella, eu me perdi. Todas as forças que me prendia ao centro da Terra, se partiram e novas cordas; fortes e grossas cordas feitas de aço, me ligaram aquela coisinha pequena. E tudo para o que eu vivia antes - o ar, a vida, o raciocino - passou tudo a ser dela. Minha alma, meu coração e meu corpo estava todos comandados por aquele pequenino ser.

E a partir daquele dia minha vida dependeu de Renesmee. Todo o amor que eu tinha por Bella se desvaneceu como fumaça. Se desvaneceu como se nunca realmente tivesse existido, como se tivesse sido uma ilusão da minha cabeça, uma peça que não se encaixava na minha mente.

Minha vida tem sido um vendaval desde que te vi.
Tenho corrido em círculos dentro da minha cabeça.
E sempre parece que estou te seguindo.
Pois você me leva a lugares que sozinho nunca encontraria.

Agora, dois anos depois do seu nascimento, a minha vida continua um mistério. Não sei mais para o que vivo nem como vivo. Sou um pequeno robô comandando pela força de um imprint.

-Jacob! – Minha Nessie gritou correndo em meu encontro se atirando em meu colo.

Apesar de ter dois anos e aparentar ter seis, sempre que eu via Nessie ou a tocava, meu corpo todo reagia com pequenas explosões de felicidade, carinho, amor e adoração. Meu coração batia mais forte e um sorriso se rasgava em meu rosto.

-Minha princesa! Que saudades suas! – A apertei forte em meu abraço. Seu cheiro era delicioso.

-Modere seus pensamentos, Jacob. – Edward rosnou.

-Meu Deus. Vocês não desgrudam um segundo. Larga ela, Jake. Vai amarrotar o vestido importado dela! – A fadinha brigou.

-Solta ele, Nessie. Você vai ficar cheirando a cachorro! – A loira azeda comentou exasperada torcendo o nariz.

-Sabem o que é um ponto amarelo no céu no meio da noite? – Comecei com minhas piadas apenas para acicatar Rose. Ela me dardejou com seus olhos dourados e eu sorri cinicamente. – É uma loira em cima de um poste achando que é lâmpada! – Gargalhei alto me divertindo do rosto de Rose, que quase explodia de ódio. (N/A: Piada de loira inventada por mim. Cansei das outras. Mas acho que não fui bem sucedida em fazer piada, pois não? Mas as outras também às vezes são tão sem graça e no entanto todo mundo ri. What ever.)

Nessie ria junto comigo e Alice prendia os lábios entre seus dentes evitando rir. Edward sorria, mas logo se recompôs me olhando sugestivo.

-Eu acho melhor você ir logo embora porque hoje a Rose está muito mal disposta. – Edward advertiu.

-O que foi, loira? Acordou do lado errado da cama? Tá de TPM? – Provoquei um pouco mais. – Oh, espera. Você nem dorme nem tem aquelas coisas de mulher! – Gargalhei um pouco mais e ela rosnou.

-Corre Jake! – Nessie gritou me puxando pela mão e me arrastando para fora de casa.

Eu só estava fugindo para entrar na brincadeira de Ness, não é que eu tivesse medo da loira. A verdade é que eu provocava Rose com o propósito de ter uma briguinha com ela, como eu às vezes tinha com Emmett.

-Espere Nessie! Você esqueceu de colocar a flor no cabelo! Os acessórios são sempre importantes! Nessie, volte aqui! – A fadinha correu atrás de nós e Nessie parou cruzando os braços.

-Caramba tia, eu estava me divertindo. – Nessie comentou montando um biquinho encantador.

-É só um segundinho. – Alice declarou, prendendo uma flor de plástico rosa na lateral da cabeça de Ness, prendendo seus fios arruivados. – Prontinho. Ain, ficou tão linda!! – Alice quicou dando pulinhos e batendo palminhas, como só ela fazia.

-Uma verdadeira princesa. – Comentei embevecido admirando minha Nessie.

Ela vestia um lindo vestido rosa clarinho, com um enorme laço branco nas costas e uns sapatinhos de festa brancos, com umas meias brancas.

-Filha, leve um agasalho. – Bella lhe entregou um casaquinho de lã branco. – Jacob, não volte muito tarde. Cuidado com a estrada. Não a deixe comer muitos doces. Não a deixe se sujar, se não a Alice de castra e castra todo os outros Lobos. – Bella advertiu como uma mãe extremosa costumava fazer.

-Ah mãe! Eu não sou mais um bebê! E eu quero brincar! – Nessie brigou emburrada.

Eu me baixei em sua direção e segredei em seu ouvido, mesmo sabendo que todos os outros iriam escutar.

-Eu tenho lá em casa uma roupa para você poder trocar para brincar. – Comentei e ela se alegrou batendo palmas à lá fadinha.

-JACOB BLACK! Nem ouse encostar em um dedo sequer no meu vestido importado de Marrocos! – Alice vociferou danada.

-Baixinha. Você escolhe. Ou eu troco a roupa da Nessie, ou você vai ter de se segurar quando ela aparecer com o vestido Made in Marrocos todo coberto de lama, suco e doces. – Cruzei os braços e Alice me encarou de olhos arregalados.

-Ain que ódio! Se eu conseguisse enxergar o vosso futuro eu poderia prever esse tipo de desastres! Droga, mil vezes droga! Não se mexam que eu já volto! – Exigiu sumindo que nem um foguetão (literalmente) para dentro de casa.

-Vê se não se perde no País das Maravilhas Importadas, Alice. A festa do meu pai está quase começando! – Falei um pouco mais alto sabendo que ela me escutaria.

Mal terminei de falar ela surgiu de nova na minha frente carregando uma mochilinha cor-de-rosa com desenhos da Barbie com um cachorro. Ri do desenho e rolei os olhos.

-Tome, aqui está uma muda de roupa para ela. – Me entregou a mochila.

-Eu falei que tinha lá uma muda. Não preciso dessa.

-E você lá entende de roupas e de mudas? Com certeza suas mudas não são fashions como as minhas! Leva isso e não se discute mais. – Alvitrou firme.

-Tudo bem, baixinha. Vamos Nessie? – Dei a mão a minha pequena princesa.

-Vamos! – Ela saltitou me abraçando. – Eu te adoro Jake.

-Eu também te adoro muito, minha pequena. – Declarei afagando seu rosto.

Porque eu não consigo lutar contra esse sentimento?
Me esqueci pelo que comecei a lutar.
E se eu tiver de rastejar. Chegarei derrubando sua porta.
(I Can´t Fight This Feeling – Glee)


Seventh Chapter

Algumas vezes na vida todos nós sofremos.
Todos nós temos tristezas.
Mas se formos espertos,
Sabemos que sempre existe o amanhã.

(POV Embry)

Rever tinha sido uma surpresa muito agradável. A princípio, antes de a reconhecer, a tratei com certa frieza pouco habitual em mim. Havia tido uma discussão acirrada com Leah sobre o fato de ela querer adotar uma criança e eu não. Apesar de ter certezas do meu amor por ela, não achava que estivéssemos já preparados para receber uma criança entre nós. Para além de ainda não morarmos juntos, namorávamos apenas há um ano. Era muito prematuro ter uma criança entre nós. Tudo bem que eu entendia suas necessidades. Sendo Leah uma Loba não poderia me dar um filho, mas ela estava demasiado obcecada com isso.

Então no meio da minha conversa com escutamos um choro e eu me alertei. Corri atrás de e minha respiração falhou quando a vi pegar em uma criança de apenas dois anos que chamava a de…mãe!? Foi um tremendo choque para mim.
Como a podia ser mãe tão nova? Ela sempre foi muito certinha e muito doce. Talvez algum idiota a tenha enganado e a levado em cantigas, embuchado ela e sumido. Isso gerou uma estranha raiva dentro de mim.
Meio atordoado me despedi dela e me virei para ir embora.

-Espere! – Ela quase gritou correndo até mim e me pegando pelo braço.

-O que foi? – Perguntei a vendo olhar fixamente para minha tatoo.

-Onde fez essa tatoo? – Questionou trêmula me fazendo estranhar sua reação e sua súbita curiosidade.

-Er…bem…em uma loja de…tatoos. – Clareei a garganta antes de responder algo óbvio. Não sabia de todo o que lhe dizer.

-Alguém mais tem essa tatoo? Exatamente igual a essa? Aqui na Reserva? – Me bombardeou de perguntas.

-Porque quer saber? – Senti um filete de suar escorrer por meu rosto temendo até que ponto ela sabia das coisas. E que coisas ela saberia.

-Eu preciso dessa resposta, Embry. É muito importante para mim. – Se explicou quase me implorando e eu senti um baque no peito estranho.

Eu adorava muito e a tinha com uma irmã. Lamentava muito por tudo o que ela passara, desde a morte da mãe, as agressões do irmão, que ela jurara não existirem, e a sua gravidez, mas, por mais que eu confiasse nela não podia expor minhas condições de Lobo para ela.

-Alguns rapazes e minha namorada. – Respondi casualmente.

-Vocês…fazem parte…de algum tipo…de gang? – Perguntou apreensiva.

- eu…há coisas que…bom…eu não posso falar sobre isso. Desculpe. Vou me deitar. Boa noite. – Fiz uma força descomunal contra mim mesmo para não falar tudo. Me despedi dela apressadamente e me tranquei em meu quarto.

Mal me deitei em minha cama escutei um uivo forte, como um chamado. O chamado de Sam. Bufei de impaciência e saltei pela janela do meu quarto para evitar me cruzar de novo com .

Corri até a floresta e tirei minhas bermudas as deixando em um canto e deixei a transformação fluir em mim. Logo senti Jacob permitindo a partilha de pensamentos entre ambos os bandos.

Ei Embry! Que saudades cara.” Jared comentou sorrindo em seu pensamento.

Oi pessoal!” Seth cumprimentou animado.

Nos encontremos todos na clareira. Tenho um comunicado urgente a fazer.” Sam falou com a sua típica voz de Alpha.

Oi Leah.” A cumprimentei e ela me sorriu apaixonada.

Oi amorzinho.” Me cumprimentou. Estava mais calma, bom sinal para mim.

Pessoal, sem melação, please. Me dá vómitos!” Paul nos mostrou uma imagem dele forçando o vómito o que nos fez gargalhar e Leah revirar os olhos.

Lembrarei disso da próxima vez que te vir todo meloso com a Rachel!” Quil pegou recebendo um dedo mágico – mental, é claro – de Paul.

Guys, já tinha saudades de vossas briguinhas gays!” Comentei recebendo rosnados de todos.

Senti uma movimentação nova em sua casa, Embry.” Sam comentou e logo me lembrei de me agarrando e me olhando preocupada.

Quem é ela?” Leah rosnou para mim.

Calma, Lee. É a afilhada da minha mãe. Amanhã te apresento ela.” Declarei em minha defesa.

Mó gatinha, ein!” Paul comentou.

Tento na língua Paul. Tenha respeito por minha irmã!” Jacob, finalmente se manifestou.

Tu fala? Meu Deus. O Jake fala! Ebaaaa! Vamos comemorar!” Jared zoou fazendo Brady e Collin, que pensavam em umas minas e uns videogames, à parte da nossa conversa, rirem descontroladamente.

Sem essa, Jared. Estou de mau-humor!” Contou e em seguida mostrou Nessie agarrada a um meio-vampiro como ela, que tinha salvado a pele de todos nós anos atrás, no confronto com os Volturi.

Se apoie em mim quando não se sentir tão forte.
Serei seu amigo. Te ajudarei a passar por isso.

Parece que já foi trocado.” Paul pegou recebendo rosnados nada satisfeitos de Jake.

Se controlem!” Sam exigiu. “Por favor.” Pediu para Jake, já que agora ambos eram Alphas.

Logo todos chegamos na antiga clareira onde todos nos reuníamos para conversar sobre assuntos sérios. Não estava gostando muito da expressão de Sam.

Nos relate a ocorrência Sam.” Jake pediu.

Não se preocupem, não tem nada a ver com vampiros, mas os sete lobos que dois anos atrás se juntaram a nós na batalha contra os Volturi, regrediram na transformação.” Explicou e logo me lembrei do bando que veio do Canadá para nos ajudar a combater contra os Volturi. Era um bando bem mais fraco e inferior ao nosso, mas mesmo assim era um bando de Transmorfos.

Como assim, regrediram?” Quil questionou.

Perderam o poder de se transformar. Voltaram a ser totalmente humanos outra vez.” Contou.

Mas como isso é possível?” Perguntei.

Eles eram mais fracos que nós, mas o genes dos lobos ainda corriam nas veias deles.” Jared comentou sério.

Eu não sei como isso foi possível e por isso quero enviar um grupo para lá para averiguar a situação. Jake, você poderia me ceder a Leah e o Embry para irem junto do Jared e do Paul para investigar esse caso?” Sam pediu se dirigindo a Jake.

Não vejo qualquer problema nisso. Tudo bem para vocês, Leah, Embry?”

Se tem mesmo de ser?” Leah abanou o lombo indiferente.

Será perfeito.” Assenti sentindo minha curiosidade aguçada.

Então, partirão os quatro amanhã.” Comunicou. “Estão todos dispensados.” Falou para o seu bando.

O mesmo digo eu.” Jake comunicou aos restantes.

Sentia ele tenso e bastante triste e fiz sinal com a cabeça para conversarmos à parte. Corri em direção a onde havia deixando as minhas roupas e pouco depois nos encontramos na porta de casa dele, já em formas humanas.

-Está tudo bem com você? – Questionei assim que me aproximei dele.

-Claro. Só estou um pouco cansado.

-Cara, eu sou seu amigo. Sei perfeitamente quando você está bem, está mal e quando está simplesmente cansado. – Pousei uma mão em seu ombro. – É por causa da Nessie, não é? – Interroguei mesmo sabendo que a resposta era afirmativa.

-Cara, eu adoro aquela garota, mas…eu me sinto meio que enfeitiçado. Como se eu fosse realmente obrigado a gostar dela…daquele jeito que um imprint exige. – Falou passando as mãos nos cabelos. – Eu não sei se é algo de errado que está acontecendo comigo, porque quando eu olho para os outros imprints…eu sinto que é real. Eu vejo que é real. É amor de verdade! Mas comigo…é como se o que eu sinto por Nessie estivesse sobrepondo todos os meus reais sentimentos. Como se meu coração já estivesse cheio e com Nessie parece tudo transbordar! Não sei explicar. – Suspirou fatigado, desistindo de tentar entender suas próprias dúvidas.

-Cara…não te posso ajudar muito nessa situação. Eu nunca sofri um imprint. E espero nunca vir a sofrer, porque eu não trocaria Leah por nada desse mundo. Mesmo que minha vida dependesse do meu imprint. – Falei apaixonadamente.

-Eu te invejo, cara. Você teve o poder de decisão e de escolha. Eu não sei se conseguiria viver sem minha Nessie. Ela é a minha luz. O ar que eu respiro. Mas…

-Você sente que ela não é a garota certa pra você, não é?

-Exatamente! – Me deu razão mas depois comprimiu os olhos trespassando uma expressão culpada para seu rosto. – Me explique como é que o meu imprint não pode ser a coisa certa para mim? As Lendas dizem que os imprints SÃO as mulher perfeitas para nós, que nasceram para ser as nossas metades…

-Ser a mulher perfeita não quer dizer que seja a mulher certa. – Declarei e ele me olhou interrogativo pensando em minha frase. – Bom, espero não ter criando um nó ainda maior em sua cabeça. Vou embora que o dia foi longo e ele ainda está longe de terminar. Sempre que quiser pode falar comigo. Não esqueça que eu sou seu amigo. – Lembrei ao mesmo tempo que andava em direção a minha casa.

-Eu sei. Desculpe se não tenho sido um amigo tão presente também. – Se lamentou se erguendo para entrar em casa.

-Você precisa mais de mim do que eu de você. Não se preocupe comigo. Quando eu precisar de você, você saberá. – Pisquei o olho e ele me sorri amigável entrando em seguida em casa.

Voltei para minha casa e não consegui dormir. Pensava insistentemente nas perguntas que me havia feito sobre minha tatoo mais cedo. O que será que minha mãe havia falado para ela?
Tiraria essa história a limpo assim que amanhecesse.

Porque não vai demorar,
Até eu precisar de alguém para me apoiar.
Por isso, por favor, engula seu orgulho.
(Lean on Me – Glee)


Eighth Chapter

Vá em frente, faça nossos sonhos se realizarem.
Não desista da luta, você ficará bem.
Porque não há ninguém como você no universo.
Não tenha medo do que a sua mente esconde.
Você deveria resistir pelo que você acredita.

(POV Embry)

-Bom dia filho! – Minha mãe me desejou quando eu surgi na cozinha.

-Precisamos falar. – Anunciei.

-Claro. Está acontecendo alguma coisa? – Perguntou e antes que eu pudesse responder bateram na porta.

-Deve ser Leah. – Expliquei e ela assentiu indo abrir a porta.

Minha namorada cumprimentou a sogra e atravessou a sala vindo em meu encontro beijando meus lábios apaixonadamente.

-Eu vou vos deixar sozinhos. – Minha mãe indicou.

-Não. Nós ainda não falamos. E não há qualquer mal da Leah escutar. – Afirmei e minha mãe me olhou preocupada.

-Passasse-se alguma coisa? – Perguntou desassossegada.

-O que você contou a sobre nós? – Perguntei.

-Contar? Sobre nós? Nós quem? – Inquiriu confusa.

-Sobre nós. – Apontei para mim e para Leah e em seguida para a tatoo.

Leah me olhou inquisitiva com uma interrogação em forma de ruga na testa.

-Eu…eu…eu não contei nada. – Minha mãe engoliu em seco, sinônimo de que ela estava mentindo.

-Mãe. O que você está escondendo? – Insisti.

-Já falei que não estou escondendo nada, Embry! Você tá duvidando da palavra da sua mãe? – Bravejou.

-Alguma coisa você está escondendo sobre a . – Segredei.

-O que diz respeito a , eu não posso falar. – Me virou costas.

-Eu sou seu filho, caramba. E se o que você está escondendo tem a ver com o bando, eu tenho todo o direito de saber! – Continuei discutindo em cochichos.

Mas parei quando percebi que não estávamos mais sós.

-Bom dia, . Bom dia Baby Suh! – Minha mãe as cumprimentou e eu olhei Leah de relance, percebendo seus olhos fixos na criança.

-Bom dia Liz, Embry. – nos cumprimentou e eu vi Leah caminhando até .

-Oi. Eu sou a Leah, namorada de Embry. Oi princesinha. Tudo bom com você? – Leah se apresentou, babando na pequena.

Pronto, meu inferno estava completo. Agora Leah só iria ficar mais certa em querer adotar uma criança.

-Prazer Leah. Eu sou a e essa é a Sophia, minha filha. – se apresentou de volta.

-Muito linda sua filha. Seu rosto me faz lembrar alguém. – Me olhou sugestiva e eu rolei os olhos, suspirando baixinho.

-Nós já vamos indo, mãe. Devemos voltar no fim-de-semana. – Anunciei arrastando Leah para ir embora.

-Vai viajar? – questionou.

-Mais ao menos. – Leah deu de ombros analisando curiosamente a expressão de .

-Então, boa viagem. – sorriu e nós saímos de casa.

Quando estávamos longe o suficiente, Leah me olhou com os olhos estreitos.

-O que foi? – Indaguei.

-Aquela menina não te faz lembrar ninguém? – Me questionou insinuante.

-Não. Porquê? Te faz lembrar alguém? – Perguntei confuso.

-Faz sim…só que eu não estou conseguindo associar a ninguém. – Suspirou parando na porta de casa dela. – Vou pegar minhas coisas lá dentro. – Me deu um selinho e entrou em casa.

Ajeitei minha mochila no ombro e vi Paul e Jared saindo de casa e caminhando em minha direção.

-Então. Prontos para uma viagem? – Perguntei animado.

-Pronto para servir de vela, isso sim! – Paul rolou os olhos, inconformado.

-E eu serei o castiçal! – Jared pegou rindo descontroladamente.

-Vamos? – Leah se juntou a nós me abraçando.

-Bora. – Respondi animado.


~~*~~

E essa noite nós poderemos verdadeiramente dizer,
Que juntos, somos invencíveis.
E durante a batalha, eles irão nos rebaixar.
Mas por favor, por favor,
Vamos usar essa chance para reverter as coisas.

-Então, o que vocês descobriram? – Jacob nos perguntou quando nos juntamos de volta ao nosso bando, na sexta-feira. Cinco dias depois de termos partido para o Canadá.

-Não há respostas plausíveis. Os testes de sangue estão normais, a temperatura desceu para a temperatura habitual dos humanos, eles demoram a sarar e bom, não se transformam mais. – Enumerei.

-Será que isso pode ser algum poder de algum vampiro interferindo com a transformação dos lobos?

-Eu não acho. – Quil se pronunciou. - Eu estive investigando junto com meu avô e estivemos revendo as Lendas, mas nenhuma especificava nada em relação a uma regressão das transformações.

-Ou seja, as Lendas não nos podem ajudar. – Leah respondeu frustrada.

-Espere, eu tenho uma teoria. – Quil se ajeitou no sofá da casa dos Black.

-E qual é? – Perguntei curioso.

-Já que as Lendas não nos souberam dizer nada, eu investiguei nos repositórios da biblioteca da escola, procurando pelos arquivos das populações ao longo dos anos. Vocês sabem que são sempre feitas fichas de todos os habitantes de La Push. Bom, alguns são confidenciais e estão com o meu avô, mas há aqueles que são abertos ao público, que são os que estão na biblioteca… - Quil divagou.

-Quil, fala logo o que você descobriu! – Leah se irritou o fazendo rolar os olhos.

-Então, eu descobri que em 1837 um pequeno grupo de jovens foi recrutado por uma Organização Mundial para prolongar os estudos fora do país. A maior parte deles, quando terminou os estudos, nunca mais voltou. Agora adivinhem para onde eles foram? – Nos perguntou.

-Canadá. – Presumi.

-Exatamente. Então a minha teoria é a seguinte. Como eles se afastaram da nossa tribo e deixaram de ter contato com os nossos genes, se misturando com os genes dos humanos habituais, eles acabara por perder os códigos que os permitiam a uma transformação imediata, assim que vampiros estivessem por perto. Esses códigos foram se perdendo com o passar dos anos, mas não desapareceram por completo, por isso eles conseguiram efetuar uma transformação. – Quil explicou.

-Mas como eles se tornaram Lobos? – Seth questionou.

-Ao que parece, um grupo de vampiros se instalou na cidade em que eles estavam, o que forçou os genes de Lobo a tomarem conta do organismo deles, os fazendo se Transformarem. Eles destruíram os vampiros e antes que os genes dos Lobos pudesse rescindir de novo, nós os chamamos para se juntarem a nós na batalha contra os Volturi.

-Mas eles já não deviam ter deixado de se tranformar há mais de um ano? – Jake perguntou.

-Bom, segundo a minha teoria não. Porque eles continuaram se transformando habitualmente. Só que as transformações começaram a se tornar mais escassas, porque eles não tinham mais contato connosco, ou com vampiros e por isso não havia a necessidade de eles se transformarem. Daí eles terem regredido na Tranfosmação. – Terminou a explicação da sua teoria.

-Pode ser apenas uma teoria, mas pelo menos faz todo o sentido. – Jake comentou.

-E responde a todas as nossas perguntas. – Acrescentei.

-O que o Sam achou disso? – Jake questionou.

-Eu ainda não tive oportunidade de falar com ele, mas amanhã, depois do niver do seu velho eu falo com ele. – Quil avisou.

-Verdade. O velho Billy faz anos amanhã. – Lembrei e meu amigo sorriu fraco.

-Estão todos dispensados. Até amanhã. – Jake indicou suspirando pesadamente.

E essa noite nós poderemos verdadeiramente dizer
Que juntos, somos invencíveis.
Faça isso por si mesmo. Não faz diferença para mim.
O que você deixa para trás, o que você escolhe ser.
E qualquer coisa que disserem, sua alma é inquebrável.
(Invincible – Muse)


Ninth Chapter 

Eu estava errada em pensar que
Eu poderia sempre confiar em você.
Aqui eu estou, aqui eu fico.

(POV Embry)

Fui embora com Leah e Seth e passei o resto da tarde em casa da minha sogra acabando por jantar lá e ajudando a preparar as coisas para a festa no dia seguinte. Quando demos conta já estava tarde da noite e eu acabei dormindo lá por insistência de Leah. Só voltei para casa na manhã seguinte me arranjando rapidamente para a festa e saindo antes de minha mãe e .

Assim que cheguei na festa todos já estavam lá, até mesmo Jacob e Nessie, que se deliciava brincando com Claire, da mesma idade dela, física. Porque a Nessie tinha dois anos de idade.
Estavam todos no quintal conversando, namorando e comendo.

-Oi pessoal! – Cumprimentei de alto.

-Oi Embry! – Me cumprimentaram todos em coro.

-Parabéns, Billy! Muitos anos de vida e saúde de ferro! – Desejei lhe entregando uma pequena recordação.

-Obrigado, Embry. – Me agradeceu olhando em vota. – Cadê a sua mãe, a e a Baby Suh? – Perguntou estranhando eu ter vindo sozinho.

-Baby Suh? Quem é Baby Suh? É outra gata? – Paul questionou levando um tapa de Rachel. – Ai amor, só estava perguntando. Não é que eu vá ter olhos para outra garota que não você, né! – Falou como se fosse realmente óbvio.

-Baby Suh é a coisa mais linda que eu já vi na vida. É filha da . – Leah comentou com os olhos brilhando.

-Filha? Mas a garota parecia ser bem nova. Que idade que a tem? – Quil questionou se recordando da breve imagem que eu havia mostrado sem querer no outro dia.

-É mais nova que nós. Tem 19 anos. E Sophia tem dois. – Contei.

-Nossa. Foi mãe bem jovem. – Emily se espantou.

-Cadê o Seth? – Perguntei não o vendo por ali.

-Foi na casa dos Cullens. A Alice tinha comprado um presente para Billy mas ainda não tinha chegado. Ela ligou há pouco dizendo que estava chegando e que era para Seth o ir pegar. – Leah explicou rolando os olhos. – Eles acham que o Seth é o cachorro de estimação deles. – Bufou.

-Leah, não seja tão venenosa! – Sue brigou e no mesmo instante a campainha soou. – Deve ser a Eloise.

-Eu vou abrir. – Emily indicou correndo para dentro de casa.

Vi Paul e Jared pregarem uma partida a Collin e Brady lhes colocando cubos de gelo nas calças, o que roubou várias gargalhadas de todos nós, por vê-los aos saltos.
Poucos minutos depois Emily surgiu com Sophia no colo, que pulava animada pela festa.

-Baby Suh! – Billy exclamou. Ele gostava mesmo da garota.

-Olha, Claire. Uma criança! – Nessie gritou correndo até Emily e fazendo carinho na menina.

-Nossa, que menina mais linda! – Kim comentou.

-Linda, mesmo, não é? – Leah questionou apertando as bochechas da pequena.

-Muito mesmo. – Rachel se espantou. – E me faz lembrar alguém.

-Eu não falei. A mim também me faz lembrar alguém, mas não sei quem. – Leah continuou brincando com a pequena.

-Onde está Liz e ? – Billy questionou estranhando elas não terem aparecido.

-A passou mal. Eu vou ver se elas precisam de alguma coisa. – Emily avisou, passando a pequena para as mão se Leah.

-Me traz ela aqui, Leah. Eu quero pegar nela. – Billy pediu.

-Nossa, papai, eu nunca te vi tão animado com uma criança, nem mesmo com Nessie. – Jacob se espantou.

-Eu não sei explicar, mas eu sinto que com essa pequena é diferente. – Ele sorriu acariciando o rosto da menina, que se ergueu e deu um beijo no rosto de Billy.

-Querem ver que o meu sogrão teve um imprint pela pequena! – Paul pegou nos fazendo gargalhar alto.

Reparando melhor nela, eu poderia concordar com Leah e Rachel. Baby Suh me fazia sim lembrar de alguém. Mas eu não conseguia me lembrar quem.

-Desculpe a demora, Billy, mas a não se sentiu muito bem. Ela ficou descansando no quarto de Sue. – Minha mãe surgiu entre a multidão que se aglomerava aos pés da cadeira de Billy, admirando e brincando com a pequena.

-Não tem mal. Espero que ela fique bem. – Desejou.

Eu estava errada em pensar que
Eu poderia sempre amar você,
Eu estava errada em pensar que
Você deveria me amar também.


(POV Seth)

-Seth, você tem que levar com muito cuidado esse presente. Ele foi importado do Havai e é muito frágil! – Alice me mandou sermão mais uma vez.

Eu apenas abanei meu focinho sentindo minha pata traseira sendo apertada pela corda que prendia o presente de Billy.

-Alice, deixa o Seth ir embora de uma vez, senão quando ele chegar lá a festa já terminou e ele nem aproveitou. – Esme me defendeu e eu abri minha fileira de dentes em um sorriso lupino.

-Tudo bem, vai lá. – Alice me dispensou e me virei para entrar na floresta. – CUIDADO! – Ela gritou mais uma vez e eu bufei alto rolando os olhos.

Corri para dentro da floresta ignorando os protestos de Alice para que eu fosse mais devagar. Tomei todo o cuidado com minha pata traseira, tendo atenção para não tropeçar nem bater com o embrulho em nada.
Quando olhei para a frente derrapei. Tinha chegado à fronteira e teria que saltar para o outro lado. OK, o salto não era muito grande para mim, o faria sem esforço algum, mas tinha de ter cuidados redobrados com o presente da Alice, se eu não queria ser no futuro um Lobo castrado.
Caminhei um pouco para trás, para dar lance e depois corri de volta para a frente saltando para o outro lado e tomando cuidado para não cair sobre as patas traseiras. Acabou que eu fui de focinho ao chão ficando com as patas traseiras para cima.

Ao menos o embrulho está a salvo.” Me queixei doloridamente, me recompondo para tornar a correr.

-Pare! – Escutei um grito não muito longe de onde estava e logo em seguida escutei algo ser jogado contra uma árvore. Quando senti o cheiro de sangue, percebi que não tinha sido algo, e sim alguém.

Corri mais rápido em direção ao cheiro de sangue e percebi uma garota inconsciente, jogada no chão e do seu lado um cara com um casaco com o capuz na cabeça, agachado, se embalando para a frente e para trás, olhando a garota desacordada.
Os dois eram humanos e eu não podia simplesmente atacar o cara. Aliás, eu não sabia o que haveria de fazer nesse momento. Então uivei alto. Uivei até sentir alguém se conetar comigo.

O que está acontecendo, Seth?” Minha irmã perguntou desesperada.

Preciso de ajuda aqui.” E mostrei a imagem.

!” Embry exclamou correndo mais rápido.

Não saia de onde está, Seth.” Leah pediu.

Só vieram vocês dois?” Perguntei.

Sim. O Sam e o Jake disseram que se precisássemos de reforços, para uivarmos de novo.” Leah avisou.

Logo vi eles se aproximando mais de onde eu estava escondido, se juntando a mim.

Eu vou me transformar de novo. Eu conheço o cara.” Embry avisou.

Eu vou junto.” Leah avisou.

Eu ia com vocês, mas não tenho aqui minha roupa.” Avisei triste.

Logo eles se desconetaram e os vi se aproximarem do tal cara.

(POV Embry)

Estávamos todos na festa, celebrando e fazendo brincadeiras anormais, típicas de garotos, quando escutamos o uivo do Seth.

-Leah, Embry, vão ver o que aconteceu com Seth. – Jake nos recrutou.

-Vai ver que ele quebrou o presente da Alice. – Jared deu de ombros.

-Se precisarem de reforços uivem. – Sam nos avisou e eu assenti.

Corremos em direção à floresta e logo nos conetamos com Seth. Quando ele nos mostrou o que estava ocorrendo eu me desesperei. Eu sabia que havia mentido em relação a Sean. Não só porque eu a conhecia bem demais, como também o conhecia a ele, mas porque ela tinha algumas cicatrizes nos braços e rosto que ela nunca teve.

Me transformei de volta e me aproximei dele lentamente.

-Sean. – O chamei controlando ao máximo uma raiva anormal que estava sentindo.

Ele se ergueu e me olhou, tirando o capuz da cabeça.

-Embry!? – Se espantou.

-Eu mesmo, cara. O que aconteceu aqui? – Perguntei olhando para e trincando o maxilar.

Leah já estava ao pé dela, checando se estava tudo bem.

-Ela está inconsciente. – Leah murmurou só para que eu escutasse.

-Eu…eu…ela não parava de gritar…e eles iriam escutar… - Ele falou totalmente alucinado.

-Nós precisamos tirar ela daqui o mais rápido possível, Embry. – Leah insistiu me mostrando a mão cheia de sangue e apontando para a cabeça de .

-Sean. Foi você que fez isso com ela? – Perguntei tentando não demonstrar minha irritação e controlando meus tremores.

-Ela não se calava. – Ele se irritou tentando me atacar, mas eu consegui desviar rapidamente, prendendo seus braços atrás das costas.

-Leah, leve para minha casa. Seth, vá chamar Carlisle. Rápido! – Exigi para os dois. – Eu trato de Sean. – Falei mais para mim, dando um murro em seu rosto, o suficientemente forte para o fazer desmaiar.

O coloquei em meu ombro e segui Leah para minha casa.

Então onde diabos está você?
Então onde está você quando eu também preciso de alguém?
(Where? – Nickelback)


Tenth Chapter 

Tudo o que eu preciso é você.
Venha, por favor, estou chamando...
Eu estou gritando por você
Apresse-se, estou caindo... estou caindo.

(POV Embry)

-Pouse ela em minha cama. – Pedi a Leah ao mesmo tempo que colocava Sean, ainda desacordado, sentado em uma poltrona encostada a um canto do meu quarto.

-Precisa de ajuda? – Ela perguntou quando me viu pegando em umas cordas e prendendo Sean à poltrona. Sabia que ele iria reagir mal quando acordasse.

-Não. Volte a sua casa e avise Sam e Jake o que aconteceu e que eu chamei Carlisle para vir ver . – Pedi terminando de dar um nó nas cordas.

Ela assentiu e saiu apressada. Escutei gemer baixinho e se remexer na minha cama. Uma pequena nódoa de sangue já manchava minha almofada, mas eu pouco estava me importando. O que eu temia era as possíveis lesões que ela pudesse ter. Caminhei até e acariciei seu rosto, retirando uma mecha de cabelo, ensanguentada, de sua testa. Seu rosto estava mais pálido que o habitual e isso me preocupava…me apavorava de morte.

-Se aguente . Se aguente.

(End POV Embry)

Seth correu o mais rápido possível, de volta a casa dos Cullen. Escutava o tilintar do embrulho preso em sua pata e logo deduziu que havia quebrado o presente importado de Alice. Em outra altura iria se preocupar com sua integridade física, mas nesse momento era indiferente.
Quando chegou mais próximo à casa dos Cullen uivou baixo, indicando que estava por perto e logo Alice, Edward, Bella e Esme surgiram na porta.

-MEU PRESENTE! – Alice gritou chocada e pronta a fervilhar.

-Preciso que Carlisle venha comigo para a Reserva. Aconteceu um acidente. – Edward traduzia os pensamentos de Seth.

-Acidente!? – Bella se alertou.

-Não tem a ver com a nossa menina. Se acalme. – Edward pediu. – Mas parece ser grave, Carlisle. – Edward falou e de trás dele, saindo da casa, surgiu Carlisle trazendo uma maleta médica.

-Vamos logo, Seth. – Carlisle indicou entrando em sua Mercedez Preta e conduzindo para La Push, enquanto Seth voltava para a Reserva em sua forma Lupina.

Antes de entrar na floresta, o pequeno lobo cor de areia olhou pra trás e em um choramingo animal passou uma recado para Alice através de Edward.

-Ele está pedindo desculpas pelo presente.

-Está desculpado…mas só dessas vez! – Ela lembrou cruzando os braços em amuo, o que fez Seth sorrir divertido, para por fim partir.

~~*~~

Leah adentrou em sua casa correndo, aparecendo no seu quintal com uma expressão desassossegada.

-O que aconteceu? – Sam questionou.

-Você está sangrando! – Sue se alertou.

-O sangue não é meu. – Leah despreocupou a mãe, mas esta arregalou os olhos pensando em Seth. – Nem de Seth, nem de Embry! Estamos todos bem…ou quase todos. – Leah se enrolou um pouco e parou de falar, olhando para Baby Suh apreensiva.

-Vocês viram ? Ela sumiu do quarto. – Eloise surgiu de dentro de casa e logo todos entenderam o que se passava.

-Foi algum vampiro? – Jake se preocupou.

-Não, não. Foi o irmão dela.

-Sean!? – Eloise logo se apercebeu do que acontecia. – Oh Meu Deus, o que ele fez com ela? – Eloise parou na frente de Leah com uma mão no peito, que logo subiu para a boca, para abafar um grito, quando viu sangue nas mãos e na roupa de Leah. – Oh Meu Deus! – Se alertou passando mal.

-Seth já foi buscar Carlisle. – Leah olhou Sam tentando perceber se havia algum mal nisso.

-Sem problemas. Ele pode entrar. – Sam assentiu.

-Mamã? – Baby Suh se alertou se colocando de pé no colo de Billy.

-Como ela é perceptiva. – Emily se espantou.

-Não é bom levar agora a menina para casa. – Leah avisou limpando o sangue das mãos na sua roupa.

A pequena criança tremeu os lábios aguando seus olhos para logo em seguida iniciar um choro desenfreado e assustado.
Billy abraçou a menina mas ela o afastava violentamente. Emily tentou pegar nela, mas ela gritava mais e mais. Todas as mulheres da casa tentavam acalmar a pequena, sem qualquer sucesso. Nenhum dos rapazes se atreveu a chegar perto da menina, com medo de quebrar aquele pequeno ser, tão frágil. Apenas Quil se atreveu, pegando nela e a embalando.

-Ela não está lutando mais. – Quil avisou e todos o olhavam espantado. – Tive muitas noites dessas com Claire. – Olhou sua pequena com um sorriso que não parecia ser aborrecido ou pesaroso.

Mostre-me como é ser o último a ficar de pé.
E ensine-me a diferença entre o certo e o errado,
E eu te mostrarei o que posso ser.
Diga isso para mim, diga isso por mim.
E eu deixarei essa vida para trás.

Mas de novo a pequena começou se afastando de Quil e o empurrando para a largar. Quil passou a menina para os braços de Jake para este passar de novo a pequena para o colo do pai, mas assim que Baby Suh se viu nos braços de Jake, se calou, abraçando Jake e suspirando com a cabeça pousada em seu pescoço, com seus olhos piscando, para por fim se fecharem.

-OK, você fez magia! – Paul constatou rindo um pouco alto.

-Shhiiiiii! – Rachel o silenciou dando um cascudo em sua cabeça.

-Acho que é a magia dos Black! – Emily sorriu.

-Fui passado para trás por um garoto bem mais jovem. – Billy fingiu embicar fazendo todos rirem.

-Shiiii. – As meninas brigaram mas não contiveram um risinho baixo.

-Eu acho que vou para casa. – Eloise falou ainda preocupada.

-Fique Liz. Você está nervosa demais e pode atrapalhar o médico. – Sue pediu e Eloise hesitou.

-Por favor. – Billy insistiu a olhando intensamente, o que logo desarmou a mulher, que aceitou ficar.

Jake ainda carregava a pequena Suh, a embalando, perplexo com o seu “poder”. Sentiu uma estranha afeição por aquela pequena e ficou tempos infinitos concentrado na respiração calma da criança, no seu leve ressono, quase tão melódico como o de um passarinho, e no seu cheiro forte mas ao mesmo tempo delicado. Sua pele se arrepiava por onde a pele da pequena o tocava, com seus bracinhos em volta do pescoço dele. Essa era uma estranha reação, mas Jake não se sentia incomodado, de todo, apenas uma estranha sensação de conforto, carinho, reconhecimento e amor paternal…sentimentos deveras estranhos para ele.

-Você fica muito fofo com ela no colo, Jake. – Nessie comentou. – Parece até que ela é sua. – Comentou e Jake arregalou os olhos assustado.

-Sou muito novo para ser pai…além de que não achei a mãe ideal para ser mãe de meus filhos. Ou melhor…ela ainda não está preparada para tal. – Ele sussurrava, para evitar acordar a pequena em seus braços.

-Sei. – Nessie comentou desconfiada e logo foi puxada por Claire para brincar.

A um canto, não muito afastado de onde Jake se encontrava, Billy escutara atentamente as insinuações despropositadas de Nessie e de certa forma ligara isso às interrogações das garotas sobre o fato de acharem a menina parecida com alguém. Aquelas questões e dúvidas ficaram martelando em sua cabeça insistentemente e depois de algumas contas, os olhos de Billy se arregalaram com a constatação das afirmações que sua mente formara.
Com ambas as mãos empurrou as rodas de sua cadeira a guiando pelo quintal em direção ao assento onde Eloise estava.

-Está tudo bem? – Ela questionou quando percebeu a aproximação do amigo.

-Essa era uma pergunta a ser feita por mim. Será mais óbvio. – Ele sorriu fazendo Eloise prender a respiração discretamente. – Podemos falar…em outro lugar. – Indicou olhando em volta, indicando que queria privacidade.

-Podemos dar um passeio? Estou precisando andar para me acalmar. – Ela indicou.

-Isso seria perfeito. – Ele aceitou.

Eloise se encaminhou para trás da cadeira a guiando em contorno à casa dos Clearwater. Antes que pudesse deixar de avistar, Billy deitou uma última olhadela ao filho e a Baby Suh e suas certezas se vincaram com mais força em sua mente.
Liz guiou Billy por toda a praça parando por fim em um banco de jardim, o colocando de frente para si.

-O que me queria falar? – Eloise sentiu seu rosto queimar levemente e desviou o rosto evitando que Billy percebesse seu pequeno rubor.

Billy sorriu percebendo o constrangimento de Liz e sentiu uma alegria no peito por seu sentimento ser recíproco. Mas, por mais que quisesse, agora esse não era momento para romances. Havia um motivo muito mais forte para ser discutido.

-Liz. – Ele a chamou e quando ela o olhou nos olhos ele perdeu um pouco o fio à meada, para logo em seguida se recompor. – A Sophia é filha do Jake, não é? – Questionou e os olhos de Eloise saltaram fora de órbita em surpresa.

-O Jake? OMG, o Jake! – Ela primeiro se interrogou para depois soltar uma exclamação de constatação.

-Você não sabia? – Billy franziu a testa.

-Não. Quer dizer. Ai Meu Deus. Eu prometi a que não falava do segredo dela para ninguém, mas… - Eloise divagou olhando em volta para, no final, parar nos olhos de Billy. – Espero que você não fique bravo comigo. – Ela torceu o rosto em receio e ele lhe sorriu demonstrando que estava tudo bem. – Acho que devo explicações, né? – Perguntou apreensiva.

~~*~~

-Embry! – Seth chamou adentrando pela casa dos Call.

-Aqui no meu quarto! – Embry chamou.

Seth deu passagem para Carlisle e ambos seguiram em direção ao quarto de Embry. Assim que lá chegaram, Seth ficou do lado de Embry e Carlise caminhou até a cabeceira da cama, abrindo sua maleta e retirando alguns materiais para examinar .
Após uns poucos minutos em um exame minucioso, Carlisle por fim guardou sua maleta e encarou Embry.

-Foi um corte superficial. Já limpei, desinfetei e cosi, mas não posso dizer concretamente se houveram danos internos. Acho melhor levarmos ela para o hospital. – Carlisle aconselhou.

-Tudo o que for necessário doutor. – Embry assentiu e Carlisle pegou em no colo e a encaminhou pela casa em direção ao seu carro.

-Nos encontramos lá. – Carlisle indicou e Embry assentiu.

~~*~~

-Você tem de me prometer que não fala nada ainda para Jacob. – Liz pediu, pegando nas mãos de Billy. – Não até eu falar com e ver o que ela decide sobre isso.

-Tudo bem, Liz, mas assim que ela recuperar, eu quero falar com ela. – Billy exigiu. – Eu não posso perder minha neta.

Diga se vale a pena me salvar...
Os portões do paraíso não se abrirão para mim.
Com essas asas quebradas estou caindo.
E tudo que eu vejo é você...
(Savin’ Me – Nickelback)


Eleventh Chapter

Segure-se! Não tenha medo.
Você nunca mudará o que aconteceu e passou
Talvez seu sorriso brilhe.
Seu destino pode mantê-lo aquecido

(POV Embry)

-Nos encontramos lá. – Carlisle me indicou depois que colocou no banco de trás do seu carro e fechou a porta.

Eu assenti e fiquei alguns segundos vendo o carro desaparecer na estrada de terra para por fim sair da Reserva e seguir a Secundária em direção a Forks.

-Ela vai ficar bem. – Seth me garantiu aparecendo atrás de mim e colocando a mão em meu ombro.

-Espero bem que sim. – Sussurrei sentindo um aperto no peito que me fez instantaneamente lembrar de Sean.

Me virei sem aviso prévio sobressaltando um pouco meu cunhado e seus olhos se semicerraram em expetativa quando me viu vincando os maxilares e olhando fixamente para dentro de casa.

-Se acalme, Embry, ele está drogado. Não teve consciência do que fez. – Seth tentava me falar mas de pouco adiantou porque nem metade me entrou nos ouvidos.

Ignorei seus protestos verbais e me encaminhei para dentro de casa em direção ao meu quarto onde o maldito, que quase matara sua irmã, estava acorrentado.
Assim que o avistei, de olhos abertos, esgazeados e raiados de sangue, meu sangue subiu à minha cabeça e eu corri em sua direção embrenhando meu punho na altura do seu rosto. Escutei Seth, que me seguir de perto até meu quarto e gritar um sonoro NÃO quando minha mão voou em uma espécie de alavanca na direção de Sean. Eu não controlei o soco, apenas o desviei um pouco de sua trajetória esmurrando assim a parede de madeira atrás dele, a desfazendo e fazendo um buraco do tamanho do meu punho.

-Embry! – Escutei Leah me chamar.

Nem me apercebera quando ela chegara, nem quando entrara, nem se já havia me chamado antes.
Eu permaneci na mesma posição, inclinado sobre Sean, que mantinha os olhos completamente arregalados e assustados me olhando, com a mão ainda enfiada no buraco que causara na parede.

-Embry. – Leah tornou a me chamar, agora mais calmamente, tocando de leve em meu ombro.

Sentir seu hálito chicotear minha nuca foi uma espécie de calmante instantâneo que me fez recuperar o fôlego e me fez regularizar a respiração, que até agora estava descompassada, rebentando como um trovão em meu peito.
Lentamente, como que ainda temendo minhas próprias ações, retirei o punho de dentro do buraco sentindo uma dor dilacerante irromper na área em questão.
Leah levou uma de suas mãos ao meu cotovelo e a outra segurou com cuidado meu pulso o erguendo na altura de seu rosto. De leve ela soprou a ferida que continha lascas pequenas de madeira cravadas entre a carne de meus nódulos e em meus dedos. A mão gotejava em pequenas gotas de sangue que formavam fios e mais fios se juntando todas por fim em uma pequena poça que escorriam por meu braço e por fim pingava no chão.

-Vamos cuidar disso. – Ela me olhou sem qualquer tipo de repreensão nos olhos, apenas preocupação.

Forcei um sorriso para ela e me deixei encaminhar até o banheiro, onde ela pegou a caixa de primeiros socorros e uma pinça. Com a pinça ela retirou cuidadosamente todas as farpas de madeira cravadas em minha pele. Apesar da ardência a dor era quase imperceptível. Coisas de Lobo. Depois de ter retirado tudo, Leah desinfetou minhas feridas que já mostravam sinais de cicatrização e no final de ter guardado tudo de novo no sítio ela me encarou.

-Você está bem? – Perguntou em um quase sussurro.

Comprimi meus lábios e assenti com a cabeça. Mesmo que por dentro eu não tivesse tantas certezas assim.
Ela sabia que eu não estava sendo totalmente verdadeiro, mas nada acrescentou ou contestou ao meu consentimento silencioso. Apenas me abraçou e beijou meu rosto.

-Preciso ver como ela está. – Por fim falei me desencostando da parede e caminhando de volta para o quarto.

Olhei Sean de relance. Faíscas de ódio consumiram meus olhos como labaredas, mas a delicada mão de Leah entrelaçando com a minha me despertou de outro acesso de raiva e me fez comprimir os olhos. Só Leah tinha esse efeito em mim. Apertei sua mão e olhei para Seth.

-Fique aqui vigiando ele até eu voltar. Não deixe ele se soltar nem deixe ninguém o soltar. Ninguém mesmo, Seth. – Exigi autoritário e Seth assentiu.

Porque todas as estrelas
Estão desaparecendo
Apenas tente não se preocupar
Você as verá algum dia

Saímos de minha casa encontrando com minha mãe e com Billy a meio do caminho.

-Como ela está? – Minha mãe questionou.

-No hospital. – Minha voz saiu mais embargada do que eu previa.

-Oh céus! É assim tão grave? – Minha mãe se abalou agarrando firmemente na mão de Billy.

-O Dr. Carlisle a levou para o hospital para saber se houveram danos internos. – Leah respondeu por mim.

-E Sean?

Apertei mais forte a mão de Leah tentando controlar os tremores que assolavam o meu corpo.

-Está lá dentro amarrado. – De novo Leah respondeu por mim.

-Amarrado? – Billy questionou olhando diretamente para mim.

-Ele está violento e descontrolado. Não quero que ele fuja e saia por aí machucando mais ninguém. Ficará assim até eu voltar e decidir o que farei com ele. – Declarei imparcial e decidido.

-Tudo bem. – Billy assentiu sem me questionar.

-Cadê Baby Suh? – Perguntei preocupado.

-Dormindo tranquila no colo de Jake. Aquela menina é muito perceptiva. Assim que falamos no nome da mãe, a menina se inquietou e abriu um berreiro desenfreado e nem mesmo no colo de Billy ela se acalmou. Mas assim que Jake pegou nela, foi instantâneo, ela adormeceu. – Minha mãe comentou.

-Melhor assim. – Comentei mais aliviado.

-Vamos. – Leah me puxou pela mão.

-Dê notícias filho. – Billy pediu e eu assenti.

Caminhamos até o carro que eu e Leah havíamos comprado em conjunto mês passado e eu dirigi em alta velocidade em direção ao hospital de Forks.
Minutos depois estacionei no parque do hospital e meio apressado entrei no hospital em busca de Carlisle. Não foi preciso perguntar a ninguém onde ele estava. Bastava seguir o seu cheiro enjoativamente adocicado e ácido.
Nem me preocupei com as enfermeiras que tentavam me barrar, apenas segui em frente afastando a cortina que camuflava o vampiro que estava cuidado de …de minha querida .
Antes mesmo de me deparar com Carlisle, avistei ela deitada sobre a maca, com algumas agulhas espetadas em sua pele a ligando ao soro. Um tubo bem fino atravessava seu rosto, aposto nas narinas. Ela continuava desacordada e isso aumentou minhas preocupações.

-Ela está bem. Sem nenhuns danos internos. Ela já acordou e perguntou pela filha, mas tive de a sedar porque as dores eram fortes. – Carlisle se pronunciou.

-Posso ficar com ela…a sós? – Perguntei sem tirar os olhos do rosto delicado de .

-Claro. – Carlisle assentiu se retirando.

-Espero você lá fora. – Leah avisou um pouco seca, mas eu ignorei.

Puxei uma cadeira e apoiei meus braços sobre o colchão da maca, pousando meu queixo sobre eles. Uma de minhas mãos buscou a dela e quando a alcançou, a segurou firmemente.
Deixei que as lágrimas escorressem de meus olhos inundando meu rosto, junto com as lembranças do passado que inundavam minha cabeça.

-Shuuu. Faça pouco barulho ou nossas mães vão acordar. – Pedia puxando por sua pequena mãozinha.

-Onde você tá me levando, Emb? – me questionou esfregando seus olhinhos cansados.

-Você já vai ver. – Continuei segredando e a puxando para fora de casa e atravessando a praça da Reserva Crow até chegar na floresta.

-Emb, a gente não devia se meter na floresta a essas horas. Está tarde. Não quero me perder. – Ela continuava reclamando e eu só conseguia rir dela. – Porque você tá rindo de mim? – Ela perguntou aborrecida.

Eu parei de andar e ela veio contra mim pois caminhava com os olhos meios fechados do sono. Então ela abriu seus lindos olhos e me olhou.

-Já falaram para você que você é a coisa mais linda desse mundo? – Afirmei em jeito de pergunta.

arregalou seus olhos para mim e corou violentamente. Peguei a mão do ursinho que ela trazia consigo fazendo uma roda entre nós dois e o peluche. Olhei para o céu e a noite estava totalmente estrelada com uma lua gorda e brilhante nos contemplando.

-Eu vou gostar de você para todo o sempre. Irei sempre proteger você. – Falei olhando para o céu.

-Porque você está falando isso? – Ela perguntou curiosa.

-Não sei. – Dei de ombros a olhando. – Mas eu sinto que devo fazer uma coisa para nos unir para sempre. – Soltei sua mão e procurei no bolso da calça do meu pijama a agulha que tinha colocado lá antes de ir chamar em seu quarto.

-O que você vai fazer? – Ela se assustou dando um passo para trás.

Eu não lhe respondi e espetei a agulha em meu dedo indicador fazendo uma bolha de sangue. Estendi a mão para ela e lhe mostrei a bolha. Meio relutante ela estendeu sua mão também e comprimiu os olhos quando eu pousei a agulha em seu dedo, choramingando de dor quando por fim perfurei sua pele.

-Não importa a distância ou quem esteja no meio de nós. Um sempre será mais importante para o outro na sua vida que todas as outras pessoas. Seremos como a Lua e a Noite e todas as Estrelas. – Ela riu da minha frase final mas eu não me importei de parecer lamechas. era tudo o que mais importava para mim.”

Pegue o que você precisa
E siga seu caminho
E faça seu coração parar de chorar.
(Stop Crying Your Heart – Oasis)
Twelfth Chapter 

Quando você esteve aqui antes,
Nem pude te olhar nos olhos.
Você é como um anjo.
Sua pele me faz chorar.
Você flutua como pluma num mundo perfeito
(POV Jacob)

Continuava com Baby Suh adormecida em meu colo. Tentara diversas vezes passar ela para o colo de outra pessoa, mas sempre que começava a afastando de mim ela começava protestando. Acabei cedendo em continuar com ela em meu colo quando olhei seus olhinhos aguados e seu lábio inferior tremendo violentamente. Aquela imagem simplesmente me partiu o coração.
Nunca que eu tinha ficado daquele jeito por criança nenhuma. Nem mesmo por Nessie. OK, Nessie nunca pareceu uma criança normal. Nunca fez essa carinha, nem esses olhinhos, nem aquele biquinho. Nunca chorou nem precisou de tanta atenção e carinho como essa criança precisava.

Nessie se queixava de sono também depois de uma tarde inteira de brincadeira com Claire e um aniversário estragado. Estava agora deitada sobre minha cama dormindo tranquila. E ela só ainda estava cá porque depois de eu ter ligado para Edward avisando e explicando os motivos de não ter levado ainda Nessie a casa uma trocentas vezes, meu pai, Sue e o próprio Charlie ligaram em seguida confirmando toda a minha história. E só depois de muita chateação e recomendação e frescura por parte de Edward e Alice, eles por fim me deixaram em paz. Bella havia dito que Nessie podia dormir aqui logo no primeiro telefonema, mas Edward não. Esse sanguessuga de cabeção enferrujado tinha de encher o meu saco. E o pior é que eu não podia me agitar muito pois continuava com Baby Suh pendurada no meu pescoço. Pior que filhote de marsupial ou de canguru.

Charlie e Billy estavam na sala assistindo alguma partida de fútbol americano gravado dessa tarde. Charlie havia tido plantão e por isso não viera à festa, mas prometera passar por cá depois do jantar.
Antes de se acomodar no sofá da sala, checara uma trocentas vezes sua adorada netinha. Esse daí também era pior que Edward. Acho que trocaram Bella e Edward na maternidade. Bella é filha de Carlisle e Edward é filho de Charlie. Ups! Meio impossível isso. Edward tava mais para bisavô de Charlie, isso sim. Auhsuahsuhauhsuah. Prontoparei.

-Ela não larga de você mesmo. – Liz comentou me olhando atentamente com olhos meio…inquisitivos?

-É…fazer o quê se sou irresistível e mulher nenhuma larga do meu pé, nem mesmo as de meio palmo. – Zombei acariciando as costas da menina e dando tapinhas em sua fralda enquanto me embalava junto com ela.

Liz tentou controlar uma gargalhada. Logo seu sorriso se desfez formando um vinco na testa, entre os sobrolhos, quando olhou seu relógio de pulso.

-Porque Embry está demorando tanto a voltar? – Se questionou preocupada.

-Já tentou ligar para ele? – Perguntei.

-Já e ele não atende. Liguei para Leah e ela falou que ele ainda não saiu do lado de e que quer ficar a sós com ela. Estou preocupada com ele. – Comentou.

-Como está? – Perguntei tentando me lembrar do rosto dela mas me saindo falho.

Na altura que Embry pensou nela eu mal prestei atenção pois estava mais concentrando em não surtar de ciúmes daquele híbrido de uma figa que vive arrastando um asão para minha Nessie. Lembrava muito vagamente de seus traços indígenas, mas nada muito concreto. Talvez fosse parecida com Baby Suh.

-Jake? – Liz me chamou à Terra.

-Oi?

-Você pareceu que viajou. – Ela comentou.

-Desculpe. Nem escutei que você respondeu. – Me lamentei.

-Respondi que ela está se recuperando. Talvez amanhã ela receba alta. – Tornou a repetir.

-Leah acabou de ligar. – Sue avisou aparecendo no canto da sala em que estávamos. – Ela falou que está vindo para casa e que Embry vai passar a noite no hospital.

- piorou? – Liz se desesperou e eu não consegui deixar de me contagiar por seu desespero.

-Não, não. Está tudo bem. Mas Embry preferiu ficar do lado dela. – Sue a acalmou e eu, consequentemente, respirei de alívio. – Ela ainda não te largou? – Sue sorriu para mim.

-Jake falou que é seu charme que a fez se agarrar a ele. – Liz comentou sorrindo mais descontraída.

Sue sorriu também e espreitou o rostinho da pequena e depois olhou para mim. Repetiu esse gesto umas três vezes seguidas e depois olhou para Liz.

-Você não acha eles parecidos não? – Sue comentou e um arrepio perpassou minha espinha fazendo meus músculo se tensionar.

Eu queria ser especial.
Você é tão especial.
Mas eu sou uma aberração, um esquisito.
Que diabos é que eu estou fazendo aqui?
Esse não é meu lugar.

Liz se engasgou um pouco e depois me olhou com os olhos excessivamente arregalados.

-Parecidos? – Gaguejou mordendo violentamente o lábio.

-Quem é parecido com quem? – Meu pai perguntou guiando sua cadeira até nós sendo seguido por Charlie.

-Querido, você não acha a Baby Suh parecida com o Jake não? – Sue perguntou a Charlie.

Notei Liz olhar apreensiva para meu pai e este dando de ombros para ela e abanando a cabeça, tudo o mais discretamente possível.

-Criança é tudo igual. Não dá para saber se é mais parecida com o pai ou com a mãe. Quer dizer…não é que você seja o pai…o que eu quero dizer é que…bom… - Charlie se embolou todo, bem do jeito que Bella fazia.

-Eu entendi. Eu sei que ela não é minha filha. Era meio impossível ela ser minha filha porque dois anos atrás eu estava… - E parei a frase a meio tentando me lembrar onde estava há dois anos atrás.

As recordações do casamento de Bella vieram em minha mente trazendo consigo toda a dor que eu senti. Durante todo o tempo que estive fora vive em como Lobo sem nunca me transformar de volta.

-…eu estava vagando entre o Canadá e o Brasil…em minha forma lupina…sempre. – Falei sem me fazer parecer muito convito.

Tudo porque havia uma parte dessas minhas “férias” que eu não conseguia me recordar. Como se tivesse passado uma borracha em certa altura. Bem que eu queria ter passado uma borracha em todos os momentos que sofri por Bella inutilmente.


~~*~~

Depois de um tempo de conversa, Sue e Charlie voltaram para suas casas e Eloise fez o mesmo quando percebeu que Baby Suh não me largaria tão cedo.
Teria um grande problema no dia seguinte se não recebesse logo alta.
Deitei no sofá com Sophia deitada sobre meu peito e acabei pegando no sono.

Fui acordado pelo maravilhoso cheiro florar de lavandas e rosas de minha Nessie, junto com o cheiro do café acabadinho de fazer.
Me ergui do sofá me espreguiçando, esticando meus braços e pernas e abrindo os olhos. Nessie sorria para mim sentada no chão estendendo uma caneca de café para mim.

-Bom dia minha flor! – A cumprimentei sentindo uma considerável falta de algo.

-Bom dia Jake. Passou bem a noite? – Perguntou sorridente.

-Meio torto. – Olhei para o sofá continuando com a sensação de que me faltava algo.

Ao mesmo tempo puxei pela cabeça tentando me recordar porque raios eu havia adormecido no sofá. Acabei lembrando que Nessie tinha dormido no meu quarto. Mas porque raios ela havia ficado para dormir aqui?
A estranha sensação da falta de algo não passou e eu olhei em volta.
Escutei Nessie rindo baixinho e a olhei franzindo inquisitivo o cenho.

-Do que você está rindo? – Perguntei estreitando os olhos.

-Você não está sentindo falta de nada pendurado no seu pescoço? – Ela perguntou e eu passei a mão no pescoço e logo me recordei do que faltava.

Me ergui de supetão e comecei procurando Baby Suh por toda a sala. Nessie continuava rindo com a mão na boca olhando para mim me vendo procurar a pequena criança até debaixo do sofá.

-Xake. – Escutei sua vozinha me chamando.

-Baby Suh? – Perguntei parando de procurar e olhando em volta.

-Xake. – Sua voz era baixinha e animada e bastante infantil. Mas um infantil muito fofo.

Olhei para Nessie e vi uma cabecinha negra espreitando atrás dela e logo abri um largo sorriso mas decidi continuar a brincadeira.

-Onde está você, Suh? – Me abaixei no chão ficando de joelhos e gatinhando atrás do sofá ficando de frente para Nessie.

-Pocula mim. – Ela pedia soltando risinhos amorosos.

-Eu vou te achar, Suh. E quando achar você vou fazer muitas cosquinhas. – Ameacei e ela se ergueu de supetão de trás de Nessie começando a correr em volta de toda a sala.

Nessie correu atrás dela tentando esconder ela e continuei engatinhando atrás delas.

Não me importa se vai doer.
Eu quero ter o controle (da situação).
Quero um corpo perfeito, uma alma perfeita.
Quero que você perceba,
Quando eu não estou por perto.

-Foge, Suh, foge do lobo mau! – Nessie gritava pegando na mão de Suh e a puxando pela sala.

Baby Suh ria alto bastante divertida e eu estava quase as alcançando. Então Nessie a parou e segredou algo em seu ouvido, que eu escutei muito bem. Resumindo. Eu estava f***du! As duas correram em minha direção e me derrubaram no chão caindo por cima de mim.
Logo em seguida Nessie me puxou e me mandou ficar de gatas de novo montando em cima de mim. Depois puxou Suh a ajudando a subir e a agarrou firmemente. A gola da minha camisa fazia de rédeas e Nessie gritava. “Yhá! Eita cavalinho! Upa, Upa!”, batendo com seus pés nos meus quadris me fazendo “cavalgar” por toda a casa.

-Mas que algazarra é essa? – Billy questionou fingindo aborrecimento mas um sorriso enorme brotava em seus lábios.

-Pai, me salva. Eu sou uma aberração da natureza. De um lobo do mal, agora virei cavalo! – Fingi pedir misericórdia.

-Eu não te posso ajudar filho. – Billy riu na minha cara.

-Na verdade, pai, você pode sim. – Assenti erguendo uma sobrancelha para ele.

-Oh, sim! E como?

-Sendo o carro mais veloz de toda a La Push. – Falei e ele arregalou os olhos assustado.

Nessie entendeu minha idéia e saltou de cima de mim correndo para o colo de Billy. Baby Suh seguiu Nessie e eu a ajudei a subir no colo de Billy.

-Você sabe que depois vai ter de mudar as rodas da minha cadeira, não sabe? – Billy perguntou me olhando pelo canto do olho.

-Ao menos você pode mudar as rodas. Eu não posso mudar meus joelhos. – Me queixei e ele gargalhou alto.

O resto da manhã foi feito entre rali todo o terreno e depois castelos de areia na praia.
Apenas paramos quando Bella apareceu para pegar Nessie. Nessie bicou forte e feio e fez birra.
Estava convivendo demais com crianças.
Nessie queria porque queria que Baby Suh fosse com ela para casa e depois de quase duas horas tentando dissuadi-la, Bella acabou por desistir e ir pedir a Eloise que Baby Suh voltasse com eles para casa de Nessie.
Eloise ficou bastante tensa e sem saber o que responder, mas depois que eu garanti que Baby Suh ficaria em segurança e que logo a traria de volta, Liz cedeu meio que apreensiva.


Assim que chegamos na casa dos Cullen todos me fitaram com olhos arregalados por carregar uma criança para o meio de vampiros. Bella explicou detalhadamente o que sucedera e Emmett acusou Alice, entre gargalhadas estrondosas, de influenciar Nessie nessas birras.
Rose babou na pequena mas falou que ela fedia a cachorro, mais especificamente a mim e eu falei que era porque ela não me largava um segundo sequer.
Carlisle logo teve de sair para trabalhar, Emmett e Rose foram para o quarto e Edward e Bella voltaram para a casa da pradaria depois de tentarem convencer Nessie a ir com eles, sem qualquer sucesso. Apenas ficamos eu, Nessie, Baby Suh, a pintora de rodapés e o soldadinho de chumbo e Esme que preparou um banquete para nós três.

O resto da manhã Nessie, Alice e Baby Suh ficaram trancadas no quarto de Nessie brincando de bonecas, onde as bonecas eram a Nessie e a Baby Suh e a criança era a Alice.
Jasper me desafiou para um queda de braço e eu fiquei admirado com sua proposta. Quem costumava me desafiar era Emmett, mas ele agora estava demasiado ocupado com outras batalhas. Ksksksksks.
Logo a casa voltou a ficar toda cheia para ver a queda de braço. Rose e Bella se juntaram a Esme na cozinha e Edward e Emmett faziam apostas. Todas contra mim. Claro.
Por fim Seth chegou e torceu no meu time. Mesmo que em minoria, a torcida de Seth era a mais entusiasmada. Ele depositava um tipo de devoção em mim que era meio estranho, mas que era gostoso.
Logo escutamos o carro de Carlisle se aproximando e Edward parou de torcer para falar.

-Ele vem com a mãe de Sophia. – Comentou e meu corpo perdeu toda a concentração cedendo na queda de braços e esperando pacientemente pela entrada deles pela porta.

Porra, você é tão especial.
Eu queria ser especial.
Mas eu sou uma aberração, um esquisito.
Este não é meu lugar.
(Creep – Radiohead)