11 março 2012
Segredos
O Homem é feito de segredos
Segredos os quais acabamos por perder
Perder o controle sobre os mesmos
Mesmo por mais que lutemos
Lutamos em vão contra um caminho
Caminho esse que nos leva
Leva aonde o Destino desejar
Deseja saber a verdade
Verdade escondida nesse Segredo.
(BabySuhBR)
Acordei com uma leve
alteração de vozes e pisquei os olhos para tentar assimilar onde eu estava. O
quarto me parecia tão familiarmente desconhecido que precisei me focar nos
detalhes para perceber que o meu mais terrível pesadelo afinal era a mais dura
realidade.
Estava no quarto de Tom, descansando
das emoções fortes ocorridas no enterro…de Gabriel.
Um chute na minha barriga
me fez silvar. Me sentei cuidadosa na cama e acariciei minha enorme barriga.
Para 7 meses mais parecia que eu estava quase para parir.
-Ei, Gabe. Bom dia para
você também. – O cumprimentei mas torci o nariz com o meu momento maternal. –
Na verdade boa noite preguiçoso. – Sorri quando ele se remexei e colocou o
pezinho sobre a minha mão.
Fique assim por uns
tempos, curtindo a cena entre mãe e filho fazendo cosquinhas na barriga, no
local onde seu pé estava. Ele se remexeu, retirando o pé, e eu ri. Eu o sentia
agora como uma parte de mim e era uma sensação tão maravilhosa. Meu coração
parecia que ia explodir com tanto amor.
-Me desculpe pelos meses
de auto defesa que eu montei contra você. Eu tinha tanto medo de te amar. Tinha
medo de me machucar de novo. Que burra eu fui por não perceber que a única
coisa que você fazia comigo, era me fazer te amar incondicionalmente. – Sorri
sentindo duas gotas de água salgada caírem dos meus olhos sobre a minha
barriga.
Gabe se mexeu novamente,
dessa vez mais calmo, como que aceitando minhas desculpas e eu tive uma vontade
enorme de o ter em meus braços para o poder mimar.
Sei que esse lado mãe não
combina NADA comigo, mas um filho pode transformar pessoas e Gabe estava me
transformando. Só precisei de um empurrãozão para entender isso.
-Ela precisa de saber,
Leah! – Escutei a voz alterada de meu pai e estranhei.
Em passos de lã eu saí do
quarto e fui me aproximando da sala.
-Henry, não cabe a mim
decidir isso, por mais que eu também queira. – Ela fez uma pausa mesmo que
denotasse que queria dizer algo mais. – Não vamos falar mais sobre isso. – Ela
disse num tom de voz suspeito e eu apareci.
-Do que vocês estavam
falando? - Sim, discrição não era de todo o meu nome do meio.
-…
- Henry se voltou me olhando surpreso e depois olhou para Leah inconformado. –
Nada não.
-Na verdade é sim. – Leah
falou e Henry a olhou confuso. – É que…bom, eu e seu pai… a gente…
-Vocês namoram. – Eu disse
com uma ponta de ciúmes e mágoa na voz.
-Você sabia? – Papai
perguntou se aproximando de mim como se tivesse medo que eu caísse no chão como
uma boneca frágil ou algo do género.
-Desconfiei, né?
Afinal...eu vi o jeito que vocês se olhavam e como reagiam quando estavam
juntos. Não era como se um fosse peguete do outro. Era algo mais…
-E você…não está furiosa
comigo nem chateado com o seu pai? – Leah perguntou incomodada e eu dei de
ombros.
-Que eu posso fazer contra
paixonite aguda? Ainda não sou o Dr. Love. – Cruzei os braços emburrada. – E
você merecia um cara legal. Ao menos meu pai não tem que passar por avaliação,
já está aprovado. – Eu dei um sorriso meio sincero, meio tímido.
Num impulso Leah correu
até mim e me abraçou com carinho. Me senti amada e confortável. Estava onde
sempre queria estar. Junto da minha melhor amiga, de meu pai, de meu adorado
irmão e de…
-Cadê o Embry? – Perguntei
desfazendo o abraço lentamente, mas ainda senti o corpo de Leah ficar tenso.
-Ele…ele… - Henry tossiu e
engasgou algumas vezes, baixando os olhos para o chão e passando a mão pelos
seus fios negros mesclados de cinza.
-Ele teve de voltar para
La Push. Uma urgência. – Leah explicou rápido demais e isso me pareceu esquema.
-Urgência? – Perguntei
desconfiada. – Que tipo de urgência?
-Sabe as rondas que
fazemos? Bom, parece que alguém desapareceu e eles precisavam de todos os
membros para iniciarem a busca.
-Sei. – Funguei
desacreditada. – E porque você não foi? Você também faz parte do grupo. –
Perscrutei com atenção sua reacção antes das resposta, mas ela soube disfarçar
bem.
-Eles nunca me deixam
participar em buscas grandes como essa. Coisas de Sam. Ele ainda acha que tem
controle sobre mim e que eu preciso de ser protegida o tempo todo. – Bufou
irritada, cruzando os braços e fitando um ponto fixo na parede, como se
desejasse ardentemente que explodisse.
-E quando voltamos para La
Push? – Perguntei caminhando até a cozinha e vendo o que havia para jantar.
-Os Dekker querem falar
com você primeiramente. – Papai mencionou me fazendo congelar.
Protetoramente eu cobri a
barriga com meus braços e em meu peito meu coração deu uma cambalhota quase
fatal. E se eles quisessem tirar meu filho de mim?
-O que eles querem? –
Perguntei num fio de voz.
-Eles não falaram, mas
avisei que você não ia sozinha. – Henry colocou a mão sobre o meu ombro, na
intenção de me reconfortar. – Sua mãe esteve aqui.
-O que ela queria? –
Perguntei seca, sentindo raiva dela. Nunca que a iria perdoar pelo modo como
ela me tratou quando soube da minha gravidez. Nunca.
-Não importa mais. – Ele
tentou disfarçar, mas eu lhe lancei um olhar inquisitório.
-Ela veio entregar o resto
das suas coisas para você levar embora. – Leah falou com raiva e eu percebi que
não era de mim.
Senti vontade de chorar,
como se tivesse levado um tapa na cara, mas me contive. Não poderia esperar
outra coisa de minha mãe, que não isso. Ela seria a mesma sem coração, fria e
calculista de sempre. Casou com papai por interesse e engravidou de mim para o
segurar, mas já tinha sido tarde. Henry já estava irremediavelmente apaixonado
por Lora e ambos já tinham Tom. Eu só vim por equivoco.
-Não fique assim, coração.
Ela não merece sua dor. – Henry me abraçou pelas costas e me fez rodar devagar
para deitar a cabeça em seus braços.
Uma lágrima teimosa rolou,
mas eu nem me contive em segurá-la. Se eu a trancasse dentro de mim, as
consequências seriam desastrosas.
-A gente te ama e é isso
que importa. Agora você ficará bem perto de nós. – Leah falou acariciando meus
cabelos e eu a abracei também.
-Quero o Tom também. – Fiz
bico que nem uma criança pequena.
Acho que eu precisava
muito de ser mimada nesse momento para compensar todos os anos em que eu fui
tratada como uma criança qualquer, quase órfã, quando vivi com mamãe.
-Ele foi buscar o jantar,
meu anjo. Logo ele chegará. – Henry falou enxugando às lagrimas do meu rosto e
depositando um beijo em mim.
Nos afastamos para colocar
a mesa e logo Tom chegou com uma deliciosa comida com um cheiro que fez meu
estômago roncar vergonhosamente alto.
Corri para os seus braços
e me senti de novo em paz. Trocamos vários “te amo” sinceros e se eu não tivesse
Tom por perto durante o tempo em que papai esteve fora, eu não teria aguentado
a falta de carinho.
Nos sentamos à mesa para
jantar e foi a reunião familiar mais calma e divertida no mundo. Papai falou
para Tom que estava namorando firme com Leah e ele aceitou numa boa.
Depois do jantar fomos
todos para nossos quartos.
Eu fiquei com Tom no dele.
Ele dormiu num colchão de água colocado bem do lado da cama, no chão, e eu
dormi em sua cama.
-Boa noite. – Eu desejei
fechando os olhos e esperando que o sono viesse.
-.
– Tom me chamou num sussurro calmo.
-Sim. – Respondi de olhos
fechados.
-Sabe que eu te conheço
melhor que ninguém e sei suas fraquezas e forças.
-Sim, Tom, desenrola. –
Falei impaciente. Meu irmão tinha essa irritante mania de enrolar um tema
quando estava nervoso ou quando era importante.
-O quanto você sabe de
mim? Nós sempre conversamos sobre você, sobre seus problemas, seus sentimentos,
seus segredos…mas sobre os meus…a gente nunca falou, por minha escolha, eu sei.
Mas…eu sinto que você sabe sobre ele. Só apenas nunca comentou a respeito. –
Abri os olhos para o ver fitar o teto e me lançar um curto olhar a certa altura
da frase.
Deitei de lado, me
ajeitando numa posição confortável para a minha enorme barriga, e o fitei.
-Eu sei do seu segredo,
Tom. Só nunca falei por respeito a você e à sua privacidade. Sei o quanto é
difícil falar sobre esse tipo de coisas. Mas você sabe que sempre que precisar
pode falar comigo, maninho. – Falei esticando uma mão para alcançar seus fios
negros.
Ele sorriu, mas não foi um
sorriso aliviado ou contente. Ele era triste.
-Há mais alguma coisa que
você me queira falar? – Perguntei e ele soltou uma risada irónica.
-Você realmente me conhece
tão bem quanto eu te conheço. – Ele falou e eu assenti, de cenho preocupado. –
Eu sei que você merece toda a verdade, ,
mas não sei qual a melhor hora para ela ser dita. Se agora que você está
fragilizada, mas forte o suficiente para talvez suportar, ou quando você
estiver de novo forte e susceptível a voltar a ficar fragilizada com o que te
quero contar…
-Thomas! – Me irritei. –
Porque será que que todo o mundo parece ter segredos para me contar, mas que
mesmo assim não o faz? Porque todos acham que eu sou demasiado fraca para
suportar qualquer tipo de verdade? Será que é porque sou uma humana e sim,
posso chorar e desmaiar e carregar um filho na barriga? – Me coloquei sentada,
sinceramente irritada, não só por Tom ter medo de me contar o que quer que
seja, mas por meu pai, Leah, Embry, Jacob, La Push, o mundo inteiro!
-,
calma, por favor. Você não pode se exaltar. – Tom se colocou de joelhos,
estendendo as mãos em sinal de calma e acariciando minha barriga.
Olhei para ela e bufei,
passando as mãos por um irrequieto Gabriel.
-Está tudo bem, neném,
está tudo bem. – Falei, acalmando as batidas frenéticas do meu coração e ele
por fim relaxou também.
-Eu juro que contarei a
você, , mas acho melhor que
não seja aqui, em Makah. Eu voltarei com você e papai para La Push. Lá você tem
um excelente médico para te atender e bastante apoio e cuidados. Você pode ser
forte o suficiente para me escutar, mas sua saúde, nesse momento, não é como
você. Temos de olhar por esse bebê também, maninha. Meu sobrinho. – Ele sorriu,
beijando minha barriga e sentindo Gabe chutar seu rosto, mas de forma
carinhosa.
Sorri embevecida com esse
gesto e puxei Tom para subir na cama. Precisava de seu carinho essa noite e me
sentiria menos solitária se o tivesse em meus braços. Nos ajeitamos na cama e
eu deitei o rosto em seu ombro, enquanto ele acariciava meus cabelos num cafuné
gostoso. Logo senti o sono me dominar e meus olhos pesarem cada vez mais até
por fim adormecer.
.
.
.
Acordei ofegante sentindo
uma pontada no peito após um terrível pesadelo. Nele eu via alguém fugindo numa
velocidade inumana e vários lobos, do tamanho de ursos, correndo agilmente
atrás dela. Era uma mulher. Seus cabelos ondulados e de um tom castanho fogo
pairavam no ar como um manto sedoso, e um sorriso irónico beirava o canto dos
seus lábios.
Então ela pulou por sobre
um rio e os lobos frearam a corrida a vendo do outro lado.
Um enorme lobo marrom
avermelhado cravou as patas no solo e rosnou alto para ela.
-Eu não queria que fosse
assim. Mas você não me dá outra escolha, Jake. – A mulher fala e aí eu noto –
além da sua beleza transcendental - numa característica incomum.
Seus olhos. Eles eram de
um tom escarlate, bem brilhante, como se fossem dois rubis onde uma luz forte
insidia sobre eles e os faziam brilhar.
O lobo parou de rosnar ao
escutar os uivos de outros lobos e lançou um último olhar sobre a estranha
mulher e bufou, soltando um uivo que soava a uma mistura de sofrimento e raiva.
Não entendi o que esse
sonho significava e porque eu fiquei tão incomodada com o fato dessa mulher ter
chamado o lobo de Jake.
Varri da minha mente esse
estranho pesadelo e notei que o dia já havia amanhecido e Tom não estava mais
no quarto. Notei também seu roupeiro remexido e sem algumas roupas.
Me levantei com cuidado e
caminhei até o banheiro para a minha higiene matinal. Durante o sonho eu tinha
suado bastante e essa manhã estava atipicamente quente. Além de que eu tinha de
me arrumar para um confronto com os Dekker.
Depois de um longo banho
relaxante e de vestir uma bata folgada, um shorts e calçar uma rasteirinha, eu
saí para a cozinha. Tom estava lá conversando com papai e a cara de ambos
estava péssima. Assim que me viram tentaram disfarçar sem sucesso e Tom veio
até mim me dar um beijo de bom dia na testa. Papai se ergueu do sofá se
colocando de costas para mim e passando a mão no rosto ao tempo que o escutei
fungar. Será que ele estava chorando? Qual o motivo?
-Eu vou – Henry começou
mas logo parou para pigarrear e tentar reforçar a sua voz que saiu baixa e
rouca – eu vou acordar Leah. – Saiu sem mais nada dizer e eu olhei para Tom
inquisidoramente.
-Venha comer, acabei de
fazer panquecas. – Ele falou fugindo do meu olhar e me puxando pela mão até a
cozinha.
Tratei de deixar para lá
esse assunto porque não iria adiantar nada eu fazer barraco pois ninguém iria
me falar nada mesmo enquanto minha saúde fosse um risco para mim e para
Gabriel.
Devorei as minhas
panquecas e metade das que papai deixou no café da manhã.
Leah e papai logo se
juntaram a mim e Tom na mesa mas as únicas pessoas comendo fomos eu e Leah.
Eu e ela trocamos vários
olhares de quem não estávamos entendendo nada e isso me deixou mais aliviada
por não ser a única bunda por fora do assento.
-Papai, eu estou indo
agora na casa dos Dekker. Se você quiser vir… - Dei a ele uma opção contrária
pois a cara dele gritava que sua cabeça iria explodir se ele tivesse que lidar
com mais um problema.
-Eu estou com uma forte
enxaqueca, mas eu tomo algo e aguento bem. – Ele falou massageando as têmporas
e Leah esfregou as suas costas como consolo.
-Tem certeza. Eu posso
pedir a Tom que venha comigo...
-Não! – Sua voz soou uma
oitava acima do normal nos assustando a todos.
Meu irmão e meu pai
trocaram olhares que eu não consegui entender e que me deixaram bastante
intrigada.
Ah como eu odeio que me
escondam coisas!
-Ou eu posso enfrentar
isso sozinha. – Falei sem conter um tom de raiva.
-Eu posso ir com ela,
Henry. – Leah se ofereceu e não me pareceu uma má ideia de todo.
-Você não se importa. –
Papai fez uma careta de dor, comprimindo os olhos como se estivesse sentindo
uma fisgada na cabeça e eu neguei.
-Fique bem papai. – Dei um
beijo nele e ele pegou em minha mãos entre as suas as beijando.
-Se cuide e seja forte, .
Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo – Ele reforçou olhando para mim e para
Leah – me liguem que eu vou correndo vos pegar. – Eu assenti e Leah deu um
beijo casto nos seus lábios. – Eu te amo. – Ele falou com um sorriso leve.
-Eu também. – Leah e eu
dissemos ao mesmo tempo nos entreolhando.
Eu por espanto dela ter
respondido como se aquilo fosse mesmo para ela e ela encabulada por tal
revelação de sentimentos.
Eu não pensava que a
relação entre eles estivesse já a esse ponto. Isso ia rápido demais e quando
toda essa insana confusão passar eu realmente iria de ter uma séria conversa
com eles os dois.
Saímos de casa e fomos
andando dois quarteirões até a mansão dos Dekker. Eu sabia o quanto ele era
rico e tinha passado perto de sua casa uma vez ou duas enquanto namorava
Gabriel, mas nunca realmente cheguei a entrar. A imponência da casa se assemelhava
à dos Cullen, mas a diferença estava no estilo. Esta era Vitoriana.
Empurramos os portões de
ferro pintados de branco e atravessamos os jardins ornamentados com as mais
belas e raras flores e esculturas de arbustos. Passamos por uma fonte de três
pisos que cuspia água cristalina de um anjo, no topo. Por fim chegamos na porta
alta de madeira requintada e bem tratada, com um batente e uma campainha
banhadas a ouro.
Eu hesitei respirando
fundo, mas Leah resolveu tomar a frente, pegando no batente, em forma do rosto
de um leão, e o batendo contra a porta.
Nem levou um minuto para
sermos atendidas por uma criada de meia-idade que nos cedeu passagem e nos
acompanhou até uma ante sala. Nos pediu um segundo de espera e se retirou nos
deixando ali sozinhas.
Torci os dedos nervosa e
tentei me concentrar em outra coisa qualquer, mas estava quase impossível. Leah
pegou na minha mão e entrelaçou os dedos, me passando força e confiança como
uma corrente magnética. Sorri aliviada e agradecida por não me deixar nessa
sozinha e ela me sorriu docemente.
-Você veio. – Escutei a
voz dura de Amanda Dekker soar atrás de mim.
Um arrepio percorreu a
minha espinha e apertei mais forte a mão de Leah.
-Meu marido nos espera em
seu escritório. – Apontou o caminho e esperou darmos o primeiro passo para nos
guiar até o comodo.
Amanda empurrou as portas
ao fim do corredor e nos mandou entrar. Cada passo que dávamos parecia como
pisar um trilho de fogo e medo. Passei a segurar a barriga com a mão disponível
e por fim entrei porta adentro acompanhada de Leah.
Amanda fechou as portas
atrás de si e foi se sentar no braço da cadeira do seu marido o abraçando pelos
ombros.
-Fiquem à vontade. – Ele
falou impreterível nos apontando as cadeiras em frente à sua secretária. – Nós
a chamamos aqui porque desde que Becky nos contou sobre você eu e minha esposa
reflectimos muito sobre esse assunto. Devemos confessar que a primeira hipótese
que nos passou pela cabeça fosse golpe da barriga. Mas isso não explicaria o
seu silêncio e a sua fuga.
-Meu marido queria
descartar todas as más hipóteses, mas eu continuei acreditando que você só
estava fazendo joguinho e esperaria essa criança nascer para pedir uma pensão
bem poupuda. – Amanda falou sem rodeios mas eu sequer me ofendi.
-Mas depois do nosso encontro
no funeral nosso ponto de vista mudou. Sua dor parecia ser bem sincera e eu
percebi o quanto todo o mundo estava vaiando você gratuitamente. Nós
conseguimos ver realmente você. Uma pobre garota indefesa e apaixonada, que foi
abandonada pelo namorado após esta lhe ter contado sobre a gravidez. Foi duro
chegarmos a essa conclusão porque é do nosso filho que estamos falando.
-Dói para uma mãe chegar a
perceber que o seu filho foi um crápula a esse ponto. Nós o criamos para ser
uma pessoa bondosa e honesta. Talvez eu o tivesse sufocado demais e o protegido
de tudo o que eu podia como uma leoa protege a sua cria, mas eu o amava demais.
– Amanda deixou cair a sua máscara de dureza e baixou o rosto contorcido em
dor, deixando uma lágrima escapar por seus olhos, mas a recolhendo de imediato
e se recompondo mais rápido ainda. – Mas há que admitir que eu errei e que eu
não posso simplesmente culpar os outros por isso.
-Por isso, ,
nós concordamos em colocar disponível a você tudo o que você mais precise nessa
fase. Sei que não precisa do nosso dinheiro. Sabemos que o seu pai é tão rico
quanto nós, mas quero que saiba que sempre poderá contar connosco e com o nosso
apoio. – Hector anunciou cordial.
-E esperamos que não nos
prive do direito de visitar e acompanhar o crescimento do nosso neto. – Seu
pedido soou mais como uma ameaça, como se ela dissesse mentalmente para mim,
através do seu duro olhar, que se eu o fizesse ela moveria mundos para
recorrer.
-Não faria isso. Gabriel
merece conhecer as suas origens. – Falei acariciando minha barriga.
-Você…você deu o nome do
nosso menino para nosso neto? – Amanda perguntou novamente emocionada.
-Em homenagem ao
maravilhoso pai que ele não poderá algum dia conhecer pessoalmente, mas que
fará parte da sua vida como se ainda fosse vivo. Eu não deixarei morrer a
lembrança dele para o nosso filho. Eu amei muito Gabriel porque eu conheci o
seu interior e sei que aquele rapaz que me abandonou grávida, não foi o mesmo
que eu conheci. Algo aconteceu com ele, eu sinto isso. - Meus olhos estavam
marejados com essas constatações.
-Nós ficamos eternamente
agradecidos, . – Hector falou.
Ficamos mais algumas horas
falando sobre mim e minha gravidez e eles ficaram consternados quando eu falei
que a gravidez estava em risco mas que tudo estava controlado agora.
Eu era forte e eles
perceberam isso, mas mesmo assim não deixaram de ficar preocupados e pediram
para eu dar noticias todas as semanas.
Quando viemos embora
cruzamos com Becky. Ela e Leah trocaram dois longos olhares muito
significativos, mas quando Becky olhou para mim, esta baixou o olhar.
-Oi .
– Ela me cumprimentou cabisbaixa.
-Oi Rebekah. – Fui cordial
mas logo me afastei junto com Leah. – O que foi aquilo? – Questionei quando já
estávamos no exterior da mansão.
-Aquilo o quê? – Ela perguntou
fingindo estar confusa.
Mas está aí uma coisa que
a Leah fazia muito mal. Mentir!
-Leah!
-Ah droga. Espere até
chegarmos a La Push, ok? Tudo será explicado. – Ela tirou corpo fora, jogando
as mãos para o alto e andando vários passos mais rápidos que os meus. Isso era
sacanagem!
-Oh, óptimo. Mais uma vez
eu sou o saco de pancadas. Recebe porrada e nem sabe porquê. – Murmurei para os
quatro ventos já que Leah estava a uma distância considerável de mim para me
escutar.
.
.
.
Depois de dois dias de um
clima chato e tenso em casa de Tom, nós resolvemos partir para La Push.
Eu realmente estava muito
ansiosa para voltar. Queria muito que todo esse mistério que criavam em torno
de mim se dissolvesse e eu pudesse finalmente ficar esclarecida.
Além de que eu queria
saber realmente qual o motivo para Embry ter partido tão apressado de Makah sem
nem ao menos se despedir de mim ou me dar os seus motivos cara a cara e não por
conta de outréns. Porque essa história de pessoa desaparecida não estava me
comprando.
Eu via de novo os borrões
verdes e cinza, tão familiares para mim, passarem em frente dos meus olhos.
Sentia saudades disso. De me sentir acolhida e amada. Sentia saudades dos
meninos e das suas piadas e bagunças, do carinho de Emily, do cuidado de Embry,
das conversas com Jake…principalmente das conversas com Jake.
Eu saíra de La Push
zangada com ele por causa daquele beijo. Ele significara tanto para mim sem nem
mesmo eu conseguir entender o porquê e ele fizera aquilo pela coisa que eu mais
odiava no mundo. Pena!
E mais raiva dele eu
fiquei porque ele me deixara confusa em relação aos meus sentimentos. Numa hora
eu gostava de Embry, na outra eu estava tendo sentimentos complexos por Jacob.
Eu tentei não pensar mais
nele nem em nada que ficou pendente entre nós, mas depois do sonho que eu tive com
ele na outra noite, minha mente começou me atraiçoando e me colocando imagens
dele a todos os segundos.
E eu realmente estava
nervosa com esse reencontro. Como eu iria reagir ao vê-lo? Iria engolir o
orgulho e colocar tudo atrás das costas e recomeçar do zero? Ou iria virar as
costas a ele e fingir que nada aconteceu entre nós?
Qualquer das opções não
dependia apenas de mim. Havia consequências para cada uma delas. E uma das
consequências era Embry. Eu sei que ele vira o beijo mas reagira de modo
indiferente, fingindo que nada acontecera e eu não sabia mais se o motivo era
eu ou Jacob…mas nossa história ainda estava pendente.
Vi a placa de boas vindas
à Reserva passando por nós numa velocidade razoável, mas mesmo assim meu
coração não deixou de se apertar.
Eram tantas revelações,
tantas decisões, que eu não sabia mais se era realmente assim tão forte quanto
eu imaginava.
Eu estava realmente na
minha condição mais frágil e depois desses acontecimentos recentes, mais
susceptível a qualquer emoção, mas seria realmente eu capaz de aguentar tudo
isso?
N/A: Cara, esse capítulo me trouxe tantas ideias para os próximos. E
acreditem que não vai ser nada bonito de se ler.
No próximo TODOS
os segredos serão revelados.
IMPORTANTE: Agora
apenas uma pergunta, vocês tem algum tipo de preconceito? Racial, religioso,
sexual, etc etc? Preciso saber por isso me respondam nos comentários!
P.S. – Até agora
ninguém ainda fez nenhuma recomendação. Será que a fic não merece? #Fikdik
Kisses da Baby
7 comentários:
Baby.. amei o capitulo...
eu sou que nem a PP nessa parte de segredo..
eu odeio que me escondam as coisas
agora eu fiquei curiosa sobre o que o Tom vai falar...
curiosíssima para saber o que vai ser do proximo cap.
eu nao tenho preconceito nenhum... aceito a opçao de cada um...
sou do jeito que eu gostaria que fossem comigo...
e a sua Fic merece sim um otima recomendação.
Ameei o Cap. E nn tenho nem um pingo de preconceito ... Jaah até imagino o qe estah pra acontecer ... Ansiosa !!
kkk, Merece recomendação sim Suh! MAS
POXA É COMPLICADO ACHAR PALAVRAS CERTAS QUE FAZEM JUS AS FICS!
Não, eu creio que não tenho nenhum
preconceito, nem racial, nem sexual, ate pq vivo num pais cheio de variações,
brancos, negros, homossexuais e héteros...
adoro as fics! bem quero saber o que
rola agora entre a pp e o jake! Sera que o embry vai falar que não gosta mais
da pp do mesmo jeito?
e que sonho louco foi esse?
e putz, porque tantos segredos!? caramba!
kk
bj
Nossa que capitulo, adorei fiquei preocupada com a conversa da PP com os pais do Gabriel nossa tava tão preocupada pensei que o pior fosse acontecer, mas foi tudo bem! Nossa quantos segredos a serem revelados estou curiosíssima pra saber! :D Não tenho nenhum tipo de preconceito flor! ;) To louca pra saber o que será da PP e do Jake! :DDDD
ATÉ QUE ENFIM!!!!!!!!!!!!!! eu li!!! aksakskaks... to aki, no PC da Universidade escondendo a página a todo momento da bibliotecaria chata (é, tem uma veinha me vigiando no laboratório de informática da biblioteca) tenso#... mas jáh que ela tah lendo agora, vou aproveitar e comentar aqui mermo! aksaks.... Bom, sobre a perguntinha na att, vc já sabe a minha opinião, mas eu não me oporia a ler nada diferente dos "tabus" da sociedade, pois sei a forma com que você pretende tratar sob tais assuntos... Não vou falar demais sobre isto, pra não solta spoiler....
Que momento mais lindo e tocante o da PP com o baby Gabe no começo!!! Ounn, eu amei, me tocou, me fez ver que ela sente não como uma garota assustada, mas como uma mulher gerando um filho, como mãe mesmo... é, agora ela está ficando mais com "jeito" de mãe. Antes era dificil de conceber como ela seria cm mãe, mas agora at ficando mais claro isto. Presumoooo que o Tom tenha contado seu segredo ao Papito já! por isto o clima tenso....
Xiiiii... to atrasada pra aula, vou ter que parar por aki! Ahhhhhh..... mas olha flor, EU AMEIIIIIIIIIIIII O CAPÍTULOOOOO... to ansiosa por saber quais serão os rumos desta fic e sobre o Embry e a Becky!!!! Ahhhh, que raiva, vou pra aula de história da arte agora... mas bjo amora, A-DO-REI!!!
Jake, Jake, Jake... EU QUERO O JAKE!!!! kaksaksk
AH MEU DEUS!!! Tantas revelações...
A PP não vai aguentar não cara...quando falarem p/ ela TUDO o que tah acontecendo o.o
Bom, mas ela é forte e msm que na hora ela fique arrasada, ela vai superar u.u
Agora, achei muito lindo o momento "mãe e filho" dela *-* Foi uma atitude madura em vista de como ela tratava a gravidez e o Gabe...parece que agora a PP finalmente está se tornando mãe!!!
E essa tensão no ar?? Eu concordo com a Déh, acho que o Tom contou o segredo dele para o pai e é por isso que a PP encontrou os dois daquele jeito...agora, só não entendi o por quê do Henry ter se oposto de tal forma ao Tom levá-la na casa dos Dekker '-'
E cara, como será que vai ser a reação dela ao descobrir que o Embry tah em outra?? Tadinha, ela vai ficar arrasada eu acho...eu ficaria Y.Y EU QUERO O JAKE LÁ P/ CONSOLÁ-LA!!!
Quanto a sua perguntinha sobre preconceito...eu não tenho preconceito não -menos a sexo homossexual, eu não tenho nada contra mas, eu tbm não gostaria de ler :S - por mim, pode ser atribuído a estória qualquer um desses TABUS ou TEMAS polêmicos..eu sei que vc tem um motivo p/ tal e fará um ótimo trabalho como sempre ;D
Bom, tah na minha hora...
BjaO
Que capítulo incrível!
Confesso que fiquei receosa quando os pais do Gabriel chamaram a PP para uma conversa, pensei que iriam querer tomar o bebê dela! Ainda bem que não foi nada disso, apesar da ameaça velada da Amanda!
E agora ... todos aqueles segredos! Tenho um palpite sobre qual o segredo que o Tom esconde.... mas vou guardar pra mim! E quanto aos outros... será que algum deles tem relação com os lobos quileutes? Será que a Leah já contou tudo pro Henry? Ai, ai, quantas dúvidas!!!
E o pesadelo que a PP teve ... dá quase pra matar a charada!
Vou aguardar ansiosa o próximo capítulo!
Bjokas...
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*Se leu, comente dando sua opinião. Vossas palavras são o meu incentivo para continuar com esse blog.
*Atenção! Os comentários não são moderados, por tanto fique ligada/o no que vai falar, OK?