Angel of Mine









Capítulo 19 


O cansaço dominou por completo o corpo de . Pesadelos assolavam seus sonhos. Sonhos em que tudo à sua volta se desmoronava. Seus pais e sua irmã morrendo na sua frente, partindo amedrontada do mundo em que agora fazia parte e Patch a deixando.




A morena não podia suportar perder seus dois pilares, sua melhor amiga e seu amor. Irracional, passional, intenso. Era assim que ela definia seus sentimentos por Patch. Mas apesar da conotação negativa que esses adjetivos lhe traziam, ela só tinha a agradecer por tê-lo conhecido e por estar amando ele.




Perder sua família fez ela perder seu rumo, mas sua melhor amiga não deixou ela esmorecer e desistir de continuar a viver. Mas por mais que se esforçasse, tudo o que ela se forçava a viver era uma fachada. Quando se via sozinha, na escuridão do seu quarto e a insônia batia à porta, ela apenas pensava qual o significado de continuar respirando sem uma boa razão.




Seria demasiado fraco da parte dela desistir de viver?




Mas quando conheceu Patch, uma luz forte iluminou tudo em sua volta e isso a assustou. Nunca se permitiu sentir verdadeiramente feliz desde que ficou sozinha no mundo. Nunca se permitiu gostar tanto de alguém como gostava de Patch.




Amava e sua tia, mas era um amor que vinha já de antes de ela perder tudo o que mais amava. E se contentou só com isso.




O sentimento que tinha por Patch era assustador, mas demasiado atraente para conseguir resistir. Como uma criança descobrindo um novo mundo. Patch agora para ela era o seu novo mundo. Seu rumo, sua razão de viver, seu ar.




Um amor incompreensível e viciante, como a melhor droga, mas ainda melhor.




Aos poucos ela se forçou a acordar, mas algo a impedia. Como se sua mente estivesse tomando o controle.




Por fim ela abriu os olhos, mas tinha a plena consciência de que ainda sonhava.




Estava em uma pradaria vazia de vida e luz. Uma bruma densa preenchia o espaço impedindo-a de ver mais que o tamanho do seu braço. Nem conseguia definir se era dia ou se começava a anoitecer, apenas sentia uma sensação de perigo.




se ergueu do chão, tentou olhar em volta e começou caminhando, dando passos cautelosos; mal conseguia ver seus pés, quanto mais o chão que pisava, que podia ser traiçoeiro.




Mas uma voz ecoou como uma rajada de vento atrás de si, fazendo-a voltar-se e se deparar com uma figura imponente. Muito maior do que ela alguma vez pode imaginar. Quase como um gigante cujo rosto não conseguia ver, devido à bruma cerrada que se estendia infinitamente.




.




–Quem é você? – Ela perguntou temerosa.




E se fosse um Ceifador? Estaria ele a levando? Estaria já sua alma fazendo a viagem?




“Acorda, ! Acorda!” Sua consciência gritava.




–Tudo tem um fim. Não importa quantas vezes tentem mudar o rumo escrito pelas mãos do Destino; qualquer que seja a escolha, sempre acabará por chegar ao fim escolhido. – A voz imponente e congelante tentou soar misteriosa e calma.




–O que você quer dizer com isso? Eu vou morrer? Qual é o meu destino? – tagarelou tentando achar respostas que nunca teria de Patch.




–O seu destino é cumprir sua missão. Você nasceu com o que pode ser uma maldição para uns e uma bênção para outros. Muitas provas serão feitas e poderá perder o amor no seu coração. Só tem de se lembrar que continua sendo amada, apesar das adversidades. – Com o final dessa frase, a voz do gigante se tornou levemente familiar, mas foi apenas uma sombra de reconhecimento.




Logo a figura grandiosa e imponente desvaneceu-se, como se juntando à densidade daquela bruma.




! Acorde agora!”




Como se sendo puxada num vácuo, abriu por fim os olhos para o mundo real se deparando com um Patch com uma leve expressão preocupada e uma desesperada.




–Oh, céus, amiga. Que susto que você me deu. – comentou aliviada, colocando uma mão na testa enrugada.




–O que aconteceu? – A morena questiona confusa.




–Você desmaiou ou algo do gênero. Quando eu cheguei aqui você estava caída no chão e não acordava de jeito nenhum! – relatou.




–Desmaiar? Caída no chão? Eu nem lembro de ter levantado do sofá. Só lembro de você ter saído para correr, eu estar vendo o filme e ter adormecido no sofá. – Ela explicou e olhou para o demasiado silencioso Patch.




Notou de relance que ele estava trajando roupas claras. Queria lhe perguntar tudo e mais alguma coisa, mas esperou para estarem a sós.




–Talvez devêssemos levá-la a um hospital. – sugeriu preocupada com a amiga.




–Não, eu estou bem, de verdade ... – se apressou em acalmá-la, nesse momento só queria ficar com Patch para poderem conversar.




–Mas...




–Acho que está tudo bem agora ... – Patch a interrompeu e a olhou calmamente.




–Tudo bem então, vou tomar um banho, qualquer coisa me chamem. – sorriu para os dois e saiu ainda um pouco preocupada.




esperou, impaciente, a amiga sair fechando a porta e então puxou Patch para se sentar na cama ao seu lado olhando suas roupas claras que ela nunca tinha visto ele usar antes.




–O que aconteceu? Eu acordei e você não estava mais... – ela segurou na mão dele sorrindo ao se lembrar dos momentos maravilhosos que passaram juntos ao fazer amor.




Mas Patch continuava calado a olhando... Ele se controlava ao máximo para não pôr tudo a perder, estava sendo infinitamente mais difícil do que ele imaginou que seria.




Vendo o estranho silêncio dele continuou a falar.




–Andei pensando e acho que você foi resolver aquilo que falou, com os Arcanjos, não é?! Foi isso? Conseguiu resolver tudo? – perguntou ansiosa.




Patch engoliu o nó que estava se formando em sua garganta e assentiu... Era preciso fazer aquilo para o bem dela, ele teria que ser forte.




–Sim, resolvi tudo. – sua voz calma não demonstrava como ele realmente estava se sentindo.




–Isso é incrível. – sorriu abertamente e se jogou nos braços dele.




Patch apertou as mãos em punhos para não abraçá-la, sabia que se fizesse isso não teria mais forças para se afastar dela. Então lentamente ele a afastou e se preparou para a missão mais difícil e dolorosa que já teve que fazer.




–O que foi, Patch? – sussurrou estranhando a atitude dele, Patch parecia tão distante, e isso apertou seu coração.




–Eu refleti muito, ... E não podemos mais continuar juntos. – enquanto falava Patch ia sentindo seu desespero crescer, mas se manteve firme e não deixou ela perceber isso.




–Que? Patch, que tipo de brincadeira sem graça é essa? – riu, sem conseguir acreditar que aquilo pudesse mesmo estar acontecendo.




–Não estou brincando ... Eu confundi as coisas... Confundi amor com o sentimento de bondade e de me tornar um Anjo melhor... – ele desviou o olhar dela ao ver que as primeiras lágrimas já escorriam pelo rosto de . -Sinto muito, mas acabou.




sentiu o coração sendo despedaçado, já tinha passado por tantos momentos difíceis e desesperadores, mas agora era diferente, imaginar sua vida sem Patch a enlouqueceu e o choro saiu em soluços sem controle.




–Patch... – ela segurou no rosto dele, mas ele não a olhou e se levantou da cama fugindo de seu toque. -Você está mentindo, eu sei que está...




, não. – Patch a olhou, e estava matando-o vê-la daquele jeito, mas aquilo era necessário, e para salvá-la ele faria qualquer coisa que fosse preciso. -Acabou, eu não posso mais continuar com isso.




–Isso? Não é isso, é amor, o nosso amor... Patch eu me entreguei a você, de corpo, de alma, e nosso momento foi mágico, nunca vivi algo assim e sei que você me ama. – se levantou e em meio às lágrimas tentou abraçá-lo de novo.




Patch recuou, queria mais que tudo tomá-la em seus braços e fazer aquela dor dela passar, mas não podia e não faria!




–Não faz assim, ... Eu vou continuar cuidando de você, sempre... Foi por sua causa que me tornei um Anjo melhor... Bom... – ele sussurrou. -Sempre vou estar por perto e ainda ficarei morando aqui para te proteger porque o perigo ainda a ronda... Mas é só isso.




–Não! – secou as lágrimas e o olhou decidida. -Não consigo acreditar em nada do que você está falando, não pode acabar assim.




Ela mal conseguia respirar e em um estalo o sonho que tinha tido há alguns minutos voltou a sua mente, parecia tão real... E as palavras começaram a fazer algum sentido, mas ela não conseguia pensar direito, a dor de perder Patch estava deixando-a tonta e entorpecida.




–Acho que você precisa de um tempo sozinha. – Patch começou a andar em direção a porta, na verdade era ele que precisava sair dali antes que colocasse tudo a perder.




–Não... Eu preciso de você... E não vou desistir. – gritou, mas ele já tinha saído do quarto fechando a porta atrás de si.




Ela quis correr atrás dele, se agarrar nele e não soltá-lo até ouvir que aquilo tudo era mentira, que ele a ama sim e não a deixaria... Mas seu corpo não a obedeceu... O choro ficou cada vez mais violento e ela se deixou cair ao chão chorando desesperadamente... Era como se uma parte sua tivesse sido arrancado, a dor era física e nada mais fazia sentido naquele momento... Ela só conseguia pensar que não poderia perder o Patch e não podia acreditar em nada do que ele tinha dito... Ou então não conseguiria sobreviver... Dessa vez ela não teria forças para continuar, não sem ele!

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N/Baby:
Chorando baba e ranho com esse cap. Mas é esse o rumo necessário para a fic. Mas não vai desistir, disso vos garanto.
Pode estar em baixo, mas não vai deixar a luz que lhe trouxe vida se esvair por entre seus dedos. Gosh, falei tão bonito que nem parecia eu. Rsrsrs
Comentem meninas.
Kisses da Baby 


N/May: Oláá *-*
Todo mundo com pena da e do Patch? Eu estou... rsrs
Mas é tudo necessário e assim que se recuperar um pouco vai partir para a luta e tentar a todo custo ter seu Patch de volta... rs
Tem muita história pela frente... Esperamos que estejam gostando e muito obrigada pelo apoio *-*
Bjokas... May