Angel of Mine








Capítulo 20 


Os dias foram passando e se via cada vez mais desesperada. Estava tentando de tudo, mas Patch parecia irredutível em sua decisão de se manter afastado dela, quer dizer, nem tão afastado assim já que ele permanecia em seu apartamento, dormindo na sala, e com a desculpa de que era para protegê-la. não sabia se ficava feliz, com raiva ou frustrada com isso... Tê-lo tão perto e ao mesmo tempo tão distante era a pior das torturas.




Mas depois de mais uma noite chorando até adormecer ela acordou com algumas decisões tomadas... Amava Patch e não conseguia acreditar que ele simplesmente tenha deixado de amá-la, tinha algo de estranho nisso, e ela não iria simplesmente desistir dele assim. Não podia ficar de braços cruzados chorando, estava na hora de agir e começaria a colocar seu plano em ação.




Hoje ela não tinha aulas, eram só umas palestras sem muita importância e por isso decidiu não ir. Se levantou cedo, tomou um banho e vestiu um shortinho jeans e uma blusa mais colada e decotada, roupas que quase nunca usava, mas precisava jogar com armas poderosas se queria realmente ter Patch de volta.




Ao passar pela sala para ir até a cozinha ela viu Patch sentado no sofá, olhando fixamente para a TV, mas parecendo não prestar muita atenção.




–Bom dia. – ela disse passando, propositalmente, na frente dele. O olhou de soslaio e o viu engolir em seco, o que a fez sorrir internamente.




–Bom dia. – a voz dele saiu rouca, mas rapidamente ele voltou a encarar a TV. - saiu mais cedo, disse que tinha um trabalho atrasado para entregar na faculdade e ia aproveitar que estava lá e assistir uma palestra.




–Ok. – foi até a cozinha se servindo de cereal e depois voltou para a sala e se sentou no sofá, bem perto de Patch.




–Você também não vai? – ele perguntou se afastando um pouco, mas ela também se moveu se aproximando de novo.




–Não, eu não tenho nenhum trabalho atrasado para entregar e não estou com vontade de assistir a nenhuma palestra hoje. – deu de ombros começando a comer o cereal. Mas seu coração batia rápido, nunca foi de fazer jogos de sedução, muito menos com um cara por quem estivesse tão completamente apaixonada e não sabia o que fazer, suas mãos já começavam a suar, mas tentou ao máximo se controlar e se focar em seu plano.




–Já tomou café da manhã? – perguntou se virando para ficar de frente para ele.




–Sim. – a resposta de Patch foi curta e ele não a olhou.




–Patch... – suspirou deixando o pote com cereal de lado e chegou ainda mais perto dele. Um pouco hesitante ela levantou a mão para tocar em seu rosto e o acariciou.




Patch prendeu a respiração sentindo o coração acelerar com o toque de . Para ele também era uma enorme tortura estar tão perto dela sem poder realmente estar com ela, sem poder amá-la como tanto desejava, sem poder acariciá-la ou beijá-la, ou dizer o quanto a ama.




–Anjo... – reunindo todas suas forças Patch se levantou se afastando dela. -Não faz assim, já conversamos sobre isso.




–Conversamos? Quando? – se irritou, principalmente ao ouvi-lo chamá-la de Anjo ao mesmo tempo em que a rejeitava. -Você não diz coisa com coisa, não me da nenhuma explicação.




–É assim que as coisas são agora, precisamos ficar separados e ficaremos. – Patch sussurrou, mas com firmeza e então saiu do apartamento.




se jogou no sofá sentindo os olhos marejarem, seu coração doía cada vez que tentava se aproximar de Patch e ele a rejeitava, mas ainda não estava disposta a desistir, muito pelo contrário. Quando olhava nos olhos dele ainda via e sentia que ele a queria e em momento nenhum ele disse que não a amava mais.




–Vamos, , pense em algo. – ela resmungou consigo mesma em voz alta.




Chegou até a cogitar a ideia de pedir ajuda a , que estava sendo incrível em apoiá-la, mas na certa a amiga inventaria algo muito mirabolante e ousado, algo que não conseguiria fazer, por mais que quisesse Patch de volta.




Tentando pensar em algo ela se levantou e começou a caminhar de um lado para o outro do apartamento até que a ideia surgiu em sua mente como uma luz se acendendo.




Patch não cairia nos joguinhos de sedução dela, até porque ela tinha que admitir que não era muito boa nisso... Mas talvez outra tática funcionasse... Ciúmes! Era isso! Precisava deixar Patch com ciúmes e tinha alguém que podia ser últi nisso.




Correndo até seu quarto pegou o celular torcendo para ainda ter aquele número gravado ali... Nunca tinha ligado pra ele e nem o viu novamente depois daquele primeiro, único e desastroso encontro armado pela .




Respirando fundo ela continuou a procurar até achar o número gravado ali em seu celular... Patrick! O amigo do ex da , Seth.




Com um sorriso meio nervoso, mas decidido ligou para ele torcendo para dar tudo certo.




–Alô. – a voz de Patrick a despertou de seus devaneios.




–Oi... Patrick... É a , tudo bem? – ela cruzou os dedos e criou coragem para seguir adiante com seu plano... Seja o que Deus quiser!


*~*~*~*~*~*~*~* 


mal podia acreditar no que estava prestes a fazer. Se olhou mais uma vez no espelho e sorriu satisfeita com o resultado.




Patrick tinha aceitado o seu convite de vir para o apartamento dela, ele até queria que eles saíssem, mas ela insistiu para que ficassem por ali mesmo, Patch precisava estar por perto para ver tudo.




ainda não tinha voltado, na certa ficou fazendo algo pela rua com alguns amigos, mas tinha escutado quando Patch voltou há alguns minutos.




Se olhando mais uma vez no espelho ela ajeitou o vestido, preto, curto e justo e abriu a porta do quarto, pronta para sair e esperar Patrick chegar.




Caminhou confiante até a sala, fazendo Patch cuspir todo o suco que estava tomando e se engasgar.




–Aonde você vai? – ele pergunta, tentando não parecer muito desesperado.




–A lugar nenhum, só estou esperando um amigo chegar. – fala indiferente, indo na cozinha pegar uma bandeja com guloseimas.




–E se vestiu assim para ficar em casa... com um amigo? – Patch resmunga e o olha com um sobrolho erguido.




–Por um acaso você está com ciúmes, Patch? – ela o interroga, sentindo uma pontada enorme de esperança brotar dentro de si.




Patch soltou um riso sem humor e voltou sua atenção para a TV ao tempo que respondia.




–Não, só acho ridículo. – ele pega no controle remoto e ficou zapeando os canais com força.




trinca o maxilar, irritada com a resposta dele e marchou de volta ao seu quarto com a bandeja.




Minutos depois a campainha toca e corre de volta para a sala.




–Deixa que eu atendo. Deve ser o meu amigo. – ela sorri boba, dando uma conotação diferente à última palavra.




Patch finge ignorar, mas pelo canto do olho fica observando abrir a porta e pular no pescoço do cara. Pior de tudo, era aquele Patrick da noite em que ele resolveu se aproximar de .




No fundo tinha até que agradecer ao cara por ter deixado na mão aquela noite. Pois assim ele pôde se aproximar dela.




Por outro lado, ficou com vontade de o matar naquele preciso instante por a ter deixado na mão aquela noite à mercê de um violador.




–Vamos? – ela disse puxando o cara pela mão e lançando um olhar curto para Patch, que continua fingindo desinteresse.




–Droga, isso vai ser mais difícil do que eu esperava. – Patch murmura para si, mas de seguida olha em direção a onde eles foram e sorri.




No segundo seguinte ele tinha sumido.




Assim que chegam no quarto, espreita para o corredor se certificando que Patch não está por perto, e então fecha a porta.




–Fiquei muito feliz com o seu convite. Sei que o nosso primeiro encontro não foi dos melhores, mas penso me redimir muito bem hoje, gostosa. – Patrick fala sedutor, tirando seu sobretudo cinza e o jogando em cima da poltrona que havia perto da janela.




Mas o ignorou e se jogou na cama, pegando no controle remoto e ligando a TV, colocando no MUTE.




Patrick ficou sem reacção àquela cena, mas pensou que ela estava apenas se fazendo de difícil.




Com um sorriso matreiro se deitou do lado dela na cama, tirando seus sapatos, e fingiu prestar atenção na TV.




De mansinho, Patrick deixou sua mão escorregar para perto do corpo dela e ergueu discretamente um dedo para acariciar a perna dela.




Mas ela enxotou a mão dele e o olhou friamente.




–Se você tocar de novo em mim com um só dedo, pode esperar para ficar sem "futuros descendentes". – falou olhando para o meio das calças do cara.




Patrick engoliu em seco ao perceber que ela falava bem a sério e se levantou da cama.




–Sente agora! Só vai embora quando eu mandar. – ela falou baixo e ameaçadoramente e Patrick rapidamente obedeceu, vendo-a zapear insistentemente ao tempo que comia.




Horas depois ela o mandou pegar as suas coisas e o puxou de volta para a sala, mas assim que lá chegam à expressão corporal e facial dela mudaram completamente e ela começou a rir do nada.




–Você é muito engraçado, Patt. – fala abrindo a porta da rua. -Temos de repetir esse programa mais vezes. – diz toda insinuada para ele.




Patrick tenta responder negativamente, mas o impede, o segurando pelo rosto e postando um selinho no canto dos seus lábios, o deixando desnorteado.




Assim que fecha a porta e se volta para olhar Patch, vê que ele está segurando o riso.




–Do que você está rindo? – pergunta confusa. Era suposto ele estar se mordendo de ciúmes e não sorrindo.




–Belo programa, pena que você não parou em nenhum canal! – ele farpeia, a fazendo arregalar os olhos.




–Você andou espionando a gente? Invisível? – questiona, uma oitava acima do seu tom de voz normal.




Patch continua rindo.




–E se a gente estivesse transando? – ela pergunta chocada e irritada.




–Mas vocês não estavam! - ele falou um pouco mais sério, como se aquela idéia o enojasse.




–Pra mim chega, sabe Patch. Cansei dessa brincadeira de criança. Eu não sou assim!




foge irritada para o seu quarto e Patch a segue batendo na porta que ela trancou.




–Abra. – ele pediu.




–Vai embora! – ela grita abafado.




–Vá lá, . Abre a porta. – insistiu. -Vamos conversar.




–Não temos nada para conversar. Quero ficar sozinha!




–Não faz assim, Anjo. – Patch fala em um tom mais baixo e suplicante, mas recebe silêncio como resposta.




Poucos segundos depois ela abre a porta de rompante com uma expressão furiosa, o fazendo recuar um passo.




–Nunca.Mais.Me.Chama.Disso! - rosna entre dentes.




… - ele tenta falar, mas ela o interrompe.




–Olha Patch. – ela inspira para se acalmar. -Olha como eu estou sendo ridícula! Vestindo roupas que odeio, fazendo coisas que detesto, só para ter a sua atenção. Eu não sou assim! Nunca fui e odeio quem eu estou tentando ser só para você voltar a me amar. - sua voz está baixa e os olhos marejados, sem permitir que nenhuma lágrima caia.




–Você me odeia. - ele completa baixando o olhar.




–O quê? Não! Patch, eu te amo. Te amo mais do que eu quero, mas... Se eu não posso ficar com você, então eu não te quero mais perto de mim. - ela fala finalmente, com o resto de forças que ainda lhe restam.




–Eu... Eu não posso me afastar. Preciso te proteger. - Patch tentava arranjar argumentos.




–Então faça como os outros Anjos! Fique invisível. Eu só não quero ver mais você. Me machuca mais ter você por perto e saber que nunca será meu, do que ver você partir...




, não faz assim. Não diz isso. - Patch fala com o rosto retorcido de dor, tentando acariciar o rosto dela.




–Vá embora. - ela pede num fio de voz, desviando do carinho e recuando para dentro do quarto, se trancando de novo nele.


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N/Baby: 
Oi meninas. Sei que querem matar a gente pela ENORME demora em postar, mas não sei se todas estão a par do que aconteceu recentemente comigo, mas está descrito em meu perfil. Ok, não foi comigo, mas me afetou directamente.
Uma amiga minha, a Mariana, Mary_CullenS2 daqui do Nyah, faleceu no dia 30 de Outubro e eu fiquei de luto. Ainda estou, mas o motivo por não termos postado antes foi porque eu simplesmente não estava com cabeça para escrever. Espero que todas entendam!
Bom, espero que o capítulo tenha valido a pena a espera. Eu acho que ficou incrível. Modéstia à parte.
Podem esperar por grandes acontecimentos e momentos intensos de pura tensão!
Kisses da Baby

N/May: Oláá *-*
Bom, vocês já viram na notinha da Baby o motivo da nossa ausência e espero que nos compreendam... Mas aí está o cap., que amamos escrever e esperamos de coração que vocês também tenham gostado *--*
Voltaremos a postar com mais freqüência agora, então comentem para sabermos se ainda estão curtindo a fic *-*
Bjokas... May