Wild Heart







Parte XII – O Melhor de Mim [Letra e Tradução]


Estava caminhando meio perdido pela praia, de sapatos nas mãos e camisa entre aberta. O som das ondas batendo forte nas rochas e desaguando na praia me embalava.
Me agachei fitando o horizonte e suspirei forte. A confusão fazia parte da minha mente. A única imagem que a ocupava e que me dava alguma calma era a de . A cada dia que passava me sentia mais e mais ligado a ela, como nunca fui com Cassidy.
Continuava sem entender como meu imprinting por Cassie podia ser tão certo ao mesmo tempo que ela não era a mulher certa!
Deixei minha cabeça cair por cansaço de pensar tanto e não achar nenhumas respostas.
O velho Quill pediu para eu não tentar mudar nada que tudo iria ter onde devia, como um rio que desagua no mar, mas era algo difícil de deixar tudo como estava.

-Tentando lavar a mente? – Escutei a voz do meu grande amigo ressoar acima de mim.

Girei meu rosto para o olhar. A luz do sol incidia atrás dele, me impedindo de o enxergar direito.

-Tentando não pensar demais. – Suspirei.

Edward se jogou na areia, do meu lado e eu fiz o mesmo, esticando minhas pernas na areia.

-Sei que a Bella me pediu para não interferir na vida dela, mas…você tem uma amante? – Perguntei, tentando desviar de minha rota de problemas.

Era muito melhor lidar com os problemas dos outros. Pareciam sempre tão mais simples de resolver.

-O QUÊ? Ela…ela está pensando que eu tenho uma amante? – Edward falou perdido, passando uma mão pelos seus fios bagunçados e os repuxando de leve, indicando certo desespero.

-Só não vai correr atrás dela dizendo que eu falei isso! – Pedi, pensando que seria um homem morto.

-Droga! – Xingou. – Eu julgando que estava fazendo tudo certo para ela não desconfiar de nada…

-VOCÊ A ESTÁ TRAINDO? – Me alterei, o olhando com uma fagulha de ódio.

-NÃO! – Se defendeu de imediato. E então retomou sua linha de pensamento. – Você sabe que vida de empresário não é a minha onda. Eu não tenho cara de engomadinho! – Ed revirou os olhos e eu estreitei os meus, sem entender onde ele queria chegar.

-Você se demitiu? É por isso que tem chegado tarde? Está procurando um emprego novo? – Atirei na sorte.

-Não. Nada disso. Não posso dar mole de me despedir assim, com uma filha sobredotada com necessidades especiais e uma casa para sustentar. Eu…promete que não ri de mim… - Ele apontou o dedo, com o rosto contorcido.

-Prometo. – Ergui as mãos esperando ansioso sua explicação.

-Estou fazendo faculdade de noite. – Suspirou.

-Faculdade!? – Exclamei erguendo os sobrolhos.

-É…de medicina. – Sorriu fraco me deixando super aliviado e feliz por essa notícia.

-Cara… - Falei e de seguida o puxei para um abraço forte. – Você tem de contar a Bella. Ela está dando em doida. Se você continuar de segredinhos, é bem capaz dela pedir o divórcio e sair por aí com seus filhos…

-Filhos? – Edward me interrompeu.

O olhei com cara de “Ops, falei demais” e ele abriu um sorrisão, se erguendo apressado da areia e correndo para casa.

-NÃO DIGA A ELA QUE EU TE CONTEI! – Gritei, tentando salvar minha pele.

Sorte que no dia seguinte eu estaria longe daqui. E hoje dormiria em casa…bem…Acho que preferia correr da Bella. Rachel é uma grávida muito mal-humorada.

Voltei a caminhar pela praia e por fim resolvi voltar a casa.
Rachel me esperava de rolo da massa na mão.
Ok, o rolo não era para mim, mas me deu uma pena da massa que ela batia.
Seus lindos cabelos estavam soltos, mas arrumados para trás, por um lenço de cabeça azul clarinho. O avental que ela usava a fazia mais fofa e a camisola de meia gola e sem mangas estava toda subida para cima.
Caminhei até minha irmã e a abracei por trás, acariciando sua barriga e sentindo Aninha pontapear minha mão.
Sempre amei crianças e meu maior sonho era ter filhos. Cassie não os queria, mas agora não a conseguia imaginar mãe. A imagem que me aparecia era de , de barrigão, sorrindo para mim.
Afastei essa imagem e percebi minha irmã me olhando de cenho franzido. Uma de suas mãos se ergueu até meu rosto, enxugando lágrimas que eu nem dera conta que derramava.

-Preciso de colo. – Sussurrarei agradecendo mentalmente por Paul voltar bem tarde. Com certeza iria me zoar para o resto da nossa existência por me ver desse jeito.

-Oh, meu menino. – Rach suspirou, me puxando até o sofá e me fazendo deitar a cabeça em seu colo, enquanto ela fazia cafuné.

Estava precisando desse carinho há muito tempo.